O maior vendedor do mundo.

Resenhar esse livro é pouco diante do arcabouço que ele nos proporciona, ante tantos ensinamentos reais para nossas vidas. Certa feita, uma Senhora que sentara ao meu lado dentro do metrô, observando que eu estava lendo este livro, disse-me: "- acaso queira ser um homem de valor, não leia somente uma única vez esses pergaminhos". E realmente, hoje, concordo plenamente com as sábias palavras daquela senhora.

O livro não é simplesmente uma narrativa de como ser um bom vendedor. Tem suas técnicas subdividas em pergaminhos, em que se devota um poder místico. Inexoravelmente conduz o iniciante dessa tão nobre profissão a buscar sempre o sucesso, isto é, vender cada vez mais.

Pois bem, além das técnicas de vender, tem um forte e inacreditável fio condutor que nos leva a indagar até que ponto somos realmente vendedores de nós mesmos? Quanto vale um homem de valor? Valor que se dá especialmente à paciência, persistência, bondade, honestidade, etc. E como podemos perceber nitidamente em nossos dias, lamentavelmente, tais valores se tornaram muito difíceis de serem percebidos em muitas pessoas.

Um personagem interessante do livro é o cuidador dos cavalos que, não obstante, tem um enorme desejo de se tornar vendedor. Não à toa que devota grande energia para galgar essa nova profissão. É claro, conta com a dócil colaboração de seu patrão, no entanto, como primeira tarefa tem que vender uma túnica numa região muito pobre da Cidade de Jerusalém, o que a princípio não compreendeu por qual motivo seu patrão lhe dera tal empreitada, principalmente por saber da qualidade e preço da túnica que não era nada equiparado ao padrão sócio-econômico das pessoas daquela mísera região. Mas se empreendeu com todos os sacrifícios em tal realização.

A tarefa também tinha um lapso temporal, ou seja, em quatro dias teria que vender a túnica. No primeiro dia oferece a todas as pessoas, no segundo dia, um pouco desanimado, ainda assim, oferece a muitas pessoas, sem contudo obter êxito. No terceiro dia, resolve acordar mais cedo, como se tivesse pressuposto que poderia vendê-la naquele dia. Quando já descendo a rua, onde estava hospedado, observa que um casal, juntamente com uma criança estavam deitados próximo a uma gruta. A criança estava com a cabeça descoberta. O tempo estava muito frio. Não pensou duas vezes, como se agindo pelo instinto, doou à tunica àquela criança.

Sentindo-se frustrado, pensou ele, que deveria mesmo era retornar ao seu antigo labor, qual seja, guardador de cavalos. E retornou com a triste notícia para seu patrão.

Era noite quando do seu regresso. A tristeza lhe havia abatido, ante a a provável reprovação de seu patrão, com seu gesto tão bobinho. Ora, doar o objeto que seria uma prova para se tornar um vendedor.

Ao avistar a casa de seu patrão, foi com muito susto que o avistou também o aguardando na varanda. Antes mesmo de dar a "terrível" notícia, o patrão lhe diz: - esperava por esse aviso dos céus, você será o maior vendedor do mundo. Uma estrela o acompanhava, esse era o sinal". Sem saber bem o que se passava, aquele que era o guardador de cavalos, torna-se o aprendiz dos pergaminhos. E mais tarde, o maior vendedor.

Detalhe extremamente relevante é que o Maior vendedor do mundo, descobre-se mais tarde, que a túnica que havia doado no passado àquela criança que estava dormindo com seus pais ao relento, próximo a uma gruta é nada menos que o Grande mestre dos mestres - JESUS.

Não sei o que me ocorreu ao ler esse livro novamente, mas uma coisa é certa: quantas crianças estão precisando de algo nesse momento, e nós, que a cada dia dispomos de tantas farturas, as vezes, não somos capazes de doar nada. E ainda queremos ser grandes!

Clovis RF
Enviado por Clovis RF em 09/10/2007
Código do texto: T687781