Um livro de “viagem” por cidades resendenses, em Portugal, Brasil e África
Resende (norte de Portugal), ilha de Santa Maria (Açores), Lagoa Dourada, Resende Costa e Nova Resende (Minas Gerais), Cidade de Praia (Cabo Verde) e Cabanas de Viriato (Portugal). O que estes locais têm em comum? Por ter fortes vínculos com a grande e influente família Resende, fazem parte da “viagem” que José Venâncio de Resende propõe no livro “Cidades e Resendes” e que acaba de ser publicado pela Chiado Editora, com sede em Lisboa. O livro reúne uma coletânea de reportagens publicadas no Jornal das Lajes, de Resende Costa, desde 2014.
A viagem parte do Mosteiro de Santa Maria de Cárquere, fundado por D. Egas Moniz, o primeiro detentor da “Honra de Resende”, concedida pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, pelos seus relevantes serviços à criação do Estado-Nação português. A capela funerária deste mosteiro guarda as arcas tumulares dos primeiros detentores da Honra de Resende, por sucessão e herança: Vasco Martins de Resende, o trovador; Gil Vasques de Resende; Martim Vasques de Resende; e Vasco Martins de Resende.
Ao longo da viagem, é possível conhecer aspectos históricos, culturais e econômicos não apenas da Vila de Resende, portuguesa, como também das demais cidades abordadas no livro. Também é possível saber a diferença entre os Resendes que vieram para Minas Gerais, no início do século 18, e o conde de Resende que foi enviado, como vice-rei, ao Rio de Janeiro para executar a sentença judicial de condenação de Tiradentes e demais integrantes da Inconfidência Mineira, inclusive os Resende Costa (pai e filho).
O livro transita pela ilha de Santa Maria, nos Açores, de onde saiu João de Resende Costa, o primeiro Resende a desembarcar no Brasil, mais precisamente em Lagoa Dourada, que na época pertencia a Prados. Também coloca luz na região onde os Resendes se instalaram, destacando o primeiro solar da família; o estudo de DNA dos restos mortais de José de Resende Costa (pai) e novas informações sobre a origem do nome de Resende Costa.
O livro acompanha os inconfidentes pai e filho ao exílio na África, pormenorizando a descendência de José de Resende Costa (filho) no Cabo Verde. Descendência esta que, posteriormente, se espalhou por Angola e Portugal continental.
Na quinta parte, denominada “Rosalvo Pinto”, o autor faz uma homenagem ao professor e escritor, um dos maiores especialistas do Brasil nos inconfidentes José de Resende Costa (pai e filho). Para isso, publica uma coletânea de artigos de Rosalvo no Jornal das Lajes, em que aborda temas relacionados com as cidades resendenses.
Um dos fios condutores desta história, embora não explicitamente, é o tear manual de madeira – exposto no Museu Municipal de Resende em Portugal – mas que continua sendo utilizado por cooperativa e associação de mulheres na ilha de Santa Maria, para produzir colchas (mantas), tapetes e outros produtos artesanais a partir de retalhos de tecidos usados e novos. Este mesmo tear é um dos responsáveis pelo dinamismo da economia de Resende Costa, nas mãos de milhares de pequenos empreendedores artesanais.
Na parte final, o livro traz uma síntese da “viagem” através de fotos. A obra tem duas apresentações, escritas pelo jornalista e professor Guilherme Rezende - aposentado da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) - e pelo padre, escritor e historiador Joaquim Correia Duarte, o maior especialista dos Resendes em Portugal.
“Este livro reflete onde Venâncio esteve nos últimos anos. Constitui uma sinfonia de discursos ancorada nos múltiplos sentidos da palavra Resende: cidade, família, religião, Arte, História, política, viagem, romance, genealogia”, resume Guilherme Rezende. “Tal qual um construtor de utopias, lá vai ele a articular dados e personagens reais para apresentar um novo mundo de desejos e esperanças. Uma nação meia brasileira, meia africana, meia portuguesa, muito açoriana”, acrescenta.
“O livro revela-se como um manancial infindo de conhecimentos, de natureza geográfica, etnológica, histórica e genealógica, onde podemos beber com prazer e abundância a frescura da verdade e o gosto da sabedoria”, diz Joaquim Correia Duarte. “Foi o seu autor que me fez viajar daqui, de Resende de Portugal, para Resende Costa, do Brasil, por caminhos que não conhecia e por trilhos que nem sequer imaginava”, complementa.
Link para compra
Chiado:
https://www.chiadoeditora.com/livraria/cidades-e-resendes-uma-viagem-por-portugal-continental-arquipelago-dos-acores-minas-gerais-e-cabo-verde
Livraria Florence
https://www.livrariaflorence.com.br/produto/livro-cidades-e-resendes-de-resende-1-edicao-197350
Desafios
Na “Carta de Lisboa”, publicada no Jornal das Lajes (28.11.2019), o autor levanta três questões presentes neste livro. Uma delas é como tirar do papel o acordo de cidades-irmãs (ou geminadas) entre Resende Costa e Vila do Porto, firmado em 2018. O autor reafirma a opinião do jornalista Domingos Barbosa, editor do Jornal O Baluarte de Santa Maria, para quem as lideranças políticas precisam agir para dar sequência a este acordo. “O impulso ao intercâmbio histórico-cultural entre os dois municípios certamente gerará frutos.”
Outra questão é o pouco conhecimento da origem dos Resendes dos Açores. “Sabemos que emigraram do continente. Com o auxílio do historiador e genealogista José de Almeida Mello, de Ponta Delgada, chegamos ao casal Francisco Curvello e Felipa Faleiro de Resendes, do final do século XVI. Francisco era neto de Antônio Curvello, mestre catalão que foi enviado a Santa Maria pelo Infante D. Henrique, para introduzir na ilha a cana-de-açúcar e seu processamento. Resta saber a origem de Felipa, daí a necessidade de novas pesquisas.”
Em suas pesquisas genealógicas, o professor Guilherme Rezende avançou a partir deste ponto. “Verificando a questão da lacuna entre os Resende do continente e os primeiros que aparecem nos Açores, particularmente Filipa Reszendes Vaz Faleiro, “descobri algumas pistas, inclusive uma que relaciona os Reszendes açorianos e João Afonso Pimentel, Conde de Benavente. Na outra ponta, surgiu uma possibilidade de encontrar um caminho, através de Maria de Resende, irmã de Vasco Martins de Resende, o último dos Senhores de Resende, no século XV, antes do título passar a ser ostentado pelos Castro, indevidamente.”
Por fim, José Venâncio diz esperar que seja colocada em movimento sua proposta (na introdução do livro) de criação de uma rede de cidades resendenses. “Algo simples, sem burocracia e grandes custos, a começar por um espaço, a ser inserido nos portais de prefeituras e câmaras municipais, com informações básicas (breve histórico de cada município, agenda anual dos principais eventos e informações de hoteis, restaurantes, transporte etc.).”
A viagem parte do Mosteiro de Santa Maria de Cárquere, fundado por D. Egas Moniz, o primeiro detentor da “Honra de Resende”, concedida pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, pelos seus relevantes serviços à criação do Estado-Nação português. A capela funerária deste mosteiro guarda as arcas tumulares dos primeiros detentores da Honra de Resende, por sucessão e herança: Vasco Martins de Resende, o trovador; Gil Vasques de Resende; Martim Vasques de Resende; e Vasco Martins de Resende.
Ao longo da viagem, é possível conhecer aspectos históricos, culturais e econômicos não apenas da Vila de Resende, portuguesa, como também das demais cidades abordadas no livro. Também é possível saber a diferença entre os Resendes que vieram para Minas Gerais, no início do século 18, e o conde de Resende que foi enviado, como vice-rei, ao Rio de Janeiro para executar a sentença judicial de condenação de Tiradentes e demais integrantes da Inconfidência Mineira, inclusive os Resende Costa (pai e filho).
O livro transita pela ilha de Santa Maria, nos Açores, de onde saiu João de Resende Costa, o primeiro Resende a desembarcar no Brasil, mais precisamente em Lagoa Dourada, que na época pertencia a Prados. Também coloca luz na região onde os Resendes se instalaram, destacando o primeiro solar da família; o estudo de DNA dos restos mortais de José de Resende Costa (pai) e novas informações sobre a origem do nome de Resende Costa.
O livro acompanha os inconfidentes pai e filho ao exílio na África, pormenorizando a descendência de José de Resende Costa (filho) no Cabo Verde. Descendência esta que, posteriormente, se espalhou por Angola e Portugal continental.
Na quinta parte, denominada “Rosalvo Pinto”, o autor faz uma homenagem ao professor e escritor, um dos maiores especialistas do Brasil nos inconfidentes José de Resende Costa (pai e filho). Para isso, publica uma coletânea de artigos de Rosalvo no Jornal das Lajes, em que aborda temas relacionados com as cidades resendenses.
Um dos fios condutores desta história, embora não explicitamente, é o tear manual de madeira – exposto no Museu Municipal de Resende em Portugal – mas que continua sendo utilizado por cooperativa e associação de mulheres na ilha de Santa Maria, para produzir colchas (mantas), tapetes e outros produtos artesanais a partir de retalhos de tecidos usados e novos. Este mesmo tear é um dos responsáveis pelo dinamismo da economia de Resende Costa, nas mãos de milhares de pequenos empreendedores artesanais.
Na parte final, o livro traz uma síntese da “viagem” através de fotos. A obra tem duas apresentações, escritas pelo jornalista e professor Guilherme Rezende - aposentado da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) - e pelo padre, escritor e historiador Joaquim Correia Duarte, o maior especialista dos Resendes em Portugal.
“Este livro reflete onde Venâncio esteve nos últimos anos. Constitui uma sinfonia de discursos ancorada nos múltiplos sentidos da palavra Resende: cidade, família, religião, Arte, História, política, viagem, romance, genealogia”, resume Guilherme Rezende. “Tal qual um construtor de utopias, lá vai ele a articular dados e personagens reais para apresentar um novo mundo de desejos e esperanças. Uma nação meia brasileira, meia africana, meia portuguesa, muito açoriana”, acrescenta.
“O livro revela-se como um manancial infindo de conhecimentos, de natureza geográfica, etnológica, histórica e genealógica, onde podemos beber com prazer e abundância a frescura da verdade e o gosto da sabedoria”, diz Joaquim Correia Duarte. “Foi o seu autor que me fez viajar daqui, de Resende de Portugal, para Resende Costa, do Brasil, por caminhos que não conhecia e por trilhos que nem sequer imaginava”, complementa.
Link para compra
Chiado:
https://www.chiadoeditora.com/livraria/cidades-e-resendes-uma-viagem-por-portugal-continental-arquipelago-dos-acores-minas-gerais-e-cabo-verde
Livraria Florence
https://www.livrariaflorence.com.br/produto/livro-cidades-e-resendes-de-resende-1-edicao-197350
Desafios
Na “Carta de Lisboa”, publicada no Jornal das Lajes (28.11.2019), o autor levanta três questões presentes neste livro. Uma delas é como tirar do papel o acordo de cidades-irmãs (ou geminadas) entre Resende Costa e Vila do Porto, firmado em 2018. O autor reafirma a opinião do jornalista Domingos Barbosa, editor do Jornal O Baluarte de Santa Maria, para quem as lideranças políticas precisam agir para dar sequência a este acordo. “O impulso ao intercâmbio histórico-cultural entre os dois municípios certamente gerará frutos.”
Outra questão é o pouco conhecimento da origem dos Resendes dos Açores. “Sabemos que emigraram do continente. Com o auxílio do historiador e genealogista José de Almeida Mello, de Ponta Delgada, chegamos ao casal Francisco Curvello e Felipa Faleiro de Resendes, do final do século XVI. Francisco era neto de Antônio Curvello, mestre catalão que foi enviado a Santa Maria pelo Infante D. Henrique, para introduzir na ilha a cana-de-açúcar e seu processamento. Resta saber a origem de Felipa, daí a necessidade de novas pesquisas.”
Em suas pesquisas genealógicas, o professor Guilherme Rezende avançou a partir deste ponto. “Verificando a questão da lacuna entre os Resende do continente e os primeiros que aparecem nos Açores, particularmente Filipa Reszendes Vaz Faleiro, “descobri algumas pistas, inclusive uma que relaciona os Reszendes açorianos e João Afonso Pimentel, Conde de Benavente. Na outra ponta, surgiu uma possibilidade de encontrar um caminho, através de Maria de Resende, irmã de Vasco Martins de Resende, o último dos Senhores de Resende, no século XV, antes do título passar a ser ostentado pelos Castro, indevidamente.”
Por fim, José Venâncio diz esperar que seja colocada em movimento sua proposta (na introdução do livro) de criação de uma rede de cidades resendenses. “Algo simples, sem burocracia e grandes custos, a começar por um espaço, a ser inserido nos portais de prefeituras e câmaras municipais, com informações básicas (breve histórico de cada município, agenda anual dos principais eventos e informações de hoteis, restaurantes, transporte etc.).”