SEMELHANÇA

SEMELHANÇA.

Da Editora Quatro Ventos, 2019, 1 ed. 184 páginas, uma obra singular, de leitura fácil, porém, de reflexão interessante onde o autor trata do tema “Santificação” que é a proposta do subtítulo nos termos “Ser como Jesus é, para fazer o que Jesus fez” utilizando o texto de Efésios 3:14-21 como ponto de partida (palavras do autor à p.22) para a compreensão do processo de santificação.

Pedro Felizola é um jovem pastor, integrante da Equipe Ministerial da Igreja Batista Capital com sede em Brasília, DF e tem exercido com graça abundante o seu ministério em várias áreas ministeriais da igreja e fora dela, com o reconhecimento de líderes e liderados, a partir do Pastor líder da igreja, Gilberto Wegermann que faz o prefácio da obra e que, com felicidade ímpar resume o propósito do livro ao afirmar que: “Pedro Felizola, nas páginas desse livro não só apresenta o melhor mentor e referencial que alguém poderia escolher, mas também, de forma clara, envolvente e convincente, expõe o fato de que inevitavelmente seremos influenciados por alguém.”

À primeira vista, o subtítulo pode parecer presunçoso e triunfalista. Apenas a leitura completa de todo o livro para dissipar a visão inicial equivocada de presunção e triunfalismo! E, neste sentido, posso assegurar que o esforço valerá a pena. De fato, “ser como Jesus é” implica no reconhecimento de que a vida cristã é um contínuo processo de aproximação do caráter de Jesus na busca da santidade de vida para que o discípulo seja influenciado pela mente de Cristo Jesus, o Mestre por excelência.

Em apenas seis capítulos divididos em duas partes, o autor desenvolve exatamente essa ideia de que o papel do novo convertido implica em permitir que a sua mente e coração sejam inundados pelo conhecimento de Jesus na certeza de que o conhecimento intencional do Mestre e a Sua influência sobre a nova vida do discípulo completarão o que desde sempre foi a intenção e o propósito do Pai, ou seja, tornar o discípulo semelhante à imagem do seu Filho conforme declaração do apóstolo Paulo em Romanos 8:29; “Portanto, aqueles que antecipadamente conheceu, também os predestinou para serem semelhantes à imagem do seu Filho.”

A segunda parte do livro talvez explique melhor a razão do aparente desconforto quando não devidamente compreendida. Ela trata da parte final do axioma proposto no subtítulo, ou seja, “...para fazer o que Jesus fêz!”

O desconforto pressupõe uma certa desconfiança diante da provável indagação: “Então quer dizer que, se alguém se assemelhar ao caráter de Cristo (como algo consumado), poderá fazer o que Jesus fêz?” E, aqui a imaginação começa a criar asas na fantasia de transformar água em vinho, curar leprosos (ou portadores de CA), multiplicar pães e peixes, ou até mesmo os valores da própria conta bancária, e por aí vai, até o cúmulo de ressuscitar mortos.

No livro, respeitadas as convicções pessoais, não é a isso que o autor se refere, mas, talvez por conta dessa interpretação extravagante os termos do subtítulo poderiam ser alterados para, por exemplo, “Ser como Jesus é, para agir como Jesus agiu.” Acredito que isso conduziria o leitor com maior facilidade para a percepção de que “Ser como Jesus é” implica ser apenas e tão somente um instrumento através do qual pessoas serão conduzidas a Deus pelo poder do Espírito Santo que habita no coração do discípulo.

O livro é bom, e recomendável é a sua leitura para todos quantos amam o Mestre e aspiram ser semelhantes a Ele. Isso de fato acontecerá, no cumprimento da Palavra proferida pelo apóstolo em I João 3:2 que afirma: “Amados, agora somos Filhos de Deus e ainda não se manifestou o que havemos de ser, todavia, sabemos que quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, pois O veremos como Ele é.”

Pois bem, aqui e ali algumas definições do autor poderiam ser questionadas. Por exemplo, o último parágrafo da página 49 poderia ser identificada como sendo uma Utopia Possível. Sem dúvida possível na consumação de todas as coisas, no entanto, durante o processo de santificação nesta vida, ainda uma utopia, razão porque o autor refere-se a isso como um sonho.

De igual forma à página 64 o autor afirma que: “O desespero altera nossa postura corporal, nosso tom de voz, nossa disposição de fazermos coisas que, em situações normais jamais teríamos coragem de fazer. O desespero dobra nossos joelhos.”

Sem ousar interferir no pensamento do autor, ressalto o fato de que também o desespero tem levado muita gente ao suicídio, inclusive pastores e lideres evangélicos em geral, no Brasil e no mundo.

Não obstante os apontamentos feitos aqui nesta resenha, acrescido de uma última observação verificada pela ausência da revisão do texto e comprovada ao longo da leitura com a presença de algumas incorreções gramaticais e ortográficas, a obra é recomendável e contribuirá, certamente, para o que se propõe, ou seja, para o desenvolvimento espiritual do leitor persistente.

Finalmente, um conselho a mais para o leitor: não deixe de ler a contracapa do livro. Em seus dois únicos parágrafos, a síntese exata do que foi proposto ao longo das 184 páginas. Permita-se aceitar o convite para descobrir como o Espírito Santo de Deus produzirá em sua vida a semelhança do caráter de Jesus “para agir como Jesus agiu”.

Brasília-DF

Verão de 2020

Oniel Prado

Oniel Prado
Enviado por Oniel Prado em 15/01/2020
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