RESENHA ‘KINDRED – LAÇOS DE SANGUE’

Título:

KINDRED – LAÇOS DE SANGUE

Autor:

OCTAVIA E. BUTLER

Categoria:

FICÇÃO

Tradução:

CAROLINA CAIRES COELHO

Edição:

1979

Editora:

MORRO BRANCO

MÁQUINA DO TEMPO

Quem já não pensou em viajar no tempo e poder presenciar pessoalmente um momento histórico? E até, quem sabe, mudar o rumo da história?

Eu mesma gostaria de voltar ao começo do mundo e conhecer pessoalmente os magníficos dinossauros, nem que fosse por um segundo. Mas será que eu conseguiria sobreviver?

Ou, talvez, quem sabe, viver um momento mais recente, em que as mulheres vestiam lindos vestidos e usavam cabelos como se fossem uma obra de arte. Uma aventura romântica. Mas isso implicaria em ter que aceitar uma sociedade machista, onde a mulher não tinha voz, não passava de simples objeto.

Como vê, em qualquer mudança de tempo, poderíamos nos encontrar em uma situação complicada, constrangedora ou até fatal.

Agora imagine, por exemplo, se, de repente, uma mulher negra que vive nas condições atuais, já tão conturbadas, fosse transportada para uma época hostil em que se escravizavam pessoas. Como ela superaria o fato de ter seus direitos usurpados, de não ter um lugar seguro para morar e nem ter ninguém confiável a quem recorrer? Como se sentiria essa pessoa que nasceu livre e ter, de repente, sua liberdade sequestrada?

Será que estaríamos preparados para voltar ao passado e viver um momento em que os costumes e regras de sobrevivência eram outros? Será que, com todo o conhecimento que adquirimos, seriamos capazes de fazer a diferença em remotos tempos?

Dana teve uma experiência de viajar no tempo, não que desejasse. Mas, de repente, se viu transportada para o passado. E viveu com tanta intensidade a história que nenhum historiador jamais conseguiria lhe ensinar, que deixou profundas marcas em seu corpo e em sua alma.

Porque uma coisa é você saber o que aconteceu, e a outra é vivenciar. Sentir na pele o que nossos ancestrais sofreram e lutaram. E que hoje muitos ignoram ou não valorizam como deveriam valorizar; a conquista dos direitos mais banais: de falar, de ir e vir e de dizer não para o que não concordam, de ser dono de seu próprio nariz, da sua mente e de sua alma. A conquista da liberdade!

Mas será que estamos realmente libertos do passado?

Laços de Sangue, uma louca aventura que ninguém deveria deixar de ler

Jussara Pires
Enviado por Jussara Pires em 05/01/2020
Código do texto: T6834550
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