PAPISA JOANA: UMA MULHER A FRENTE DO SEU TEMPO

PAPISA JOANA. CROSS, WOOLFOLK WOOL DONNA

Até onde a leitura pode levar

aquele que tem sede de

conhecimento, e até onde o

conhecimento pode levar o

indivíduo. Maria Gerusa Gomes

Santos

A obra Papisa Joana conta a história de uma mulher que possuía sede de leitura, de conhecimento, assim como mostra os caminhos

por ela percorrido até conseguir entrar para a igreja e ter acesso a todo conhecimento que esta instituição poderia oferecer-lhe, (a igreja é utilizada como “pano de fundo” por que na época em que transcorre o enredo, a igreja era quem detinha o poder, e por isso, autoridade maior da época).

O enredo traz em sua grande maioria, fatos reais tais como: a morte de Carlos Magno em 814, dia também em que nasceria Joana, aquela que se tornaria papisa. Joana possuía inquietude na sua alma, não era uma mulher a seu tempo, pelo contrário, foi uma mulher muito a frente do seu tempo, e não só no quesito feminino, foi uma mulher a frente de muitos homens daquela época, Joana viveu numa época de “escuridão” para a mulher, a esta era apenas permitido servir ao homem, mas ela enxergava para além, e não foi atoa que ela foi contra os desmando da igreja e dos homens e chegou a governar a cristandade por dois anos.

O romance contém elementos como: amor, sexo, violência e grandes segredos de um passado imemorável, um passado guardado embaixo do “tapete” da igreja católica, segredos escondidos nas paredes do vaticano, nos resquícios de obras romanas. A obra nos mostra como a leitura é importante, como o conhecimento adquirido por meio dela pode levar o indivíduo a grandes conquistas.

Joana não considerou que chegaria ao papado, mas tua sede conhecimento a levou até Roma sob a identidade de João Ânglico, isso depois de passar por situações de perdas, de violência, de morte, no entanto, nada seria mais importante para ela do que o conhecimento. Joana ainda menina, aprende a ler e a escrever fora das vistas do pai, um homem de gênio forte e violento quando as coisas não saiam do seu agrado. Com o passar dos tempos, Joana se ver cada vez mais intrigante, em busca de saberes que naquela época eram proibidos as mulheres.

A sede de conhecimento da personagem do enredo fascina o leitor com seu jeito de ver as coisas, de agir de manter-se neutra quando necessário, utilizando o nome de João Ânglico, ela chega ao mosteiro beneditino, e lá se destaca como pessoa intelectual e grande conhecedora da medicina. Devido complicações ela é levada a Roma, e lá se vê enveredada numa teia perigosa, com a presença de paixões, interesses políticos, assassinatos, guerras e sangue que ameaça a vida da mesma, ao mesmo tempo em que a eleva ao mais alto posto do Clero o trono do mundo ocidental onde governa a igreja por dois anos.

Ler essa obra é reviver de forma clara e sucinta a selvageria do século IX,(porque não dizer a Idade das Trevas) em todo o seu emaranhado de riqueza e brutalidade, é conhecer resquícios de crueldade escondidos atrás das cortinas vermelha da Roma Ocidental, é conhecer fatos que os livros de história escondem, ou não considera importante saber.

Papisa Joana é uma obra que prende o leitor em seu enredo, mas que também liberta, mostrando como a leitura é o caminho para o conhecimento e a mesma pode nos transpor por infinitos e possíveis caminhos, ler Papisa Joana é inspirador, é perguntar-se até onde eu posso ir, até onde a leitura e a sede de conhecimento podem me levar, a sede de Joana a levou ao trono do papa.

SANTOS. Maria Gerusa Gomes 21/10/2019.

Geusahenrico
Enviado por Geusahenrico em 21/10/2019
Reeditado em 03/04/2020
Código do texto: T6775079
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