Ellery Queen e o caçador de beldades

ELLERY QUEEN E O CAÇADOR DE BELDADES
Miguel Carqueija

Resenha do romance “Caçador de beldades”, de Ellery Queen. Editora Livros do Brasil, Lisboa-Portugal, Coleção Vampiro 283, sem data. Tradução: Fernanda Pinto Rodrigues. Capa: Lima de Freitas. Título original: “The last woman in his life”, copyright 1970 by Ellery Queen; Scott Meredith Literary Agency, Inc., New York-N.Y., Estados Unidos.

Ellery Queen é o pseudônimo de dois primos (Frederic Dannay e Manfred B. Lee) que, em seus romances policiais, contam as aventuras investigativas do romancista Ellery Queen (sic), filho do Inspetor Queen, da polícia de Nova Iorque. São histórias policiais clássicas onde o que predomina não são lutas físicas, perseguições e tiroteios, mas o entendimento dos fatos, das pistas e indícios, ou seja, a armação de um quebra-cabeças, até chegar à identificação do assassino. É a linha de Conan Doyle, Agatha Christie, Dorothy L. Sayers, Carter Dickson.
Esta história é um tanto atípica, pois entra na delicada questão do homossexualismo e travestismo. Ellery e seu pai são convidados por um amigo do romancista a passarem uns dias num chalé na localidade de Wightsville. Acontece que sempre que Ellery vai a esse local algum crime acontece, e não é diferente desta vez.
Ficamos conhecendo o excêntrico milionário John Levering Benedict III, que tem de resolver um assunto de herança com suas três ex-esposas, e seu complexado advogado Al Marsh, e também as três mulheres, cada qual com seu tipo e história. O final é realmente inesperado e surpreendente.
Os romances de Ellery Queen são sempre interessantes, ainda que o detetive (como são intitulados os personagens investigadores, mesmo quando não são detetives profissionais) não possua uma personalidade tão forte quanto a de Hercule Poirot, por exemplo.
Alguns bastidores da sociedade norte-americana da época são mostrados, a trama é detalhista como costumam ser os romances de mistério e a solução final, como de hábito, vem com um pequeno detalhe que estava à vista de todos mas passara despercebido.

Rio de Janeiro, 3 de fevereiro de 2019.