Eros e Civilização, de Herbert Marcuse
Muitos intelectuais, discorrendo acerca da liberdade, têm em mente realizar o seu propósito inconfessado: a opressão.
Li, recentemente, de Herbert Marcuse, o livro Eros e Civilização. Em tal livro o autor, evocando Freud, Nietzsche, Hegel, e até Platão, exibe-se como um profundo amante da liberdade, uma liberdade sem freios. Ora, ao defender a liberdade como o fez, com certo requinte vernacular e uso do jargão da psiquiatria, Marcuse aponta a civilização (patriarcal), a religião e a razão como as fontes de repressão dos instintos naturais. Não é difícil identificar, nesta tese, a aversão de Marcuse à religião cristã e à civilização ocidental. E com a liberdade sem freios não se obtém a liberdade, e, consequentemente, a felicidade, supostamente desejada, e sim a necesssidade de se instalar um governo totalitário para conter as pessoas, que, sem freios, não têm limites em suas ações. Em nome da liberdade, então, está a se defender a opressão.