HOBSBAWN, Eric J. A Era das Revoluções 1789 - 1848. Editora: Paz e Terra. 2005.
Neste livro Hobsbawm afirma que o século XIX se iniciou com a consolidação e expansão da revolução industrial em 1789 e com a queda da bastilha, evento que marca o início da revolução francesa e encerrado em 1914 com o advento da primeira grande guerra.
A revolução industrial e a revolução francesa Hobsbawm chama de dupla revolução. Nesse período os meios de transporte eram escassos e demorados. Os fisiocratas, eram quem detinham a posse das riquezas e o trabalhador rural, era obrigado a sobrevier diante da aplicação da lei do cercamento que priorizava a produção de lã para a indústria e o êxodo rural provocado pela industrialização.
A produção de lã, junto com o ferro e o carvão foram a força motriz para a expansão da industrialização Uma das principais mudanças ocorridas pela revolução industrial foi o surgimento de uma nova classe social, o proletariado, em 1840 essa classe ganha grande visibilidade, por ser entendida como problemática para o Estado e para a criação de políticas governamentais, inclusive o manifesto comunista de Karl Marx foi publicado nessa época, dando resposta a situação de homens e mulheres que trabalhavam nas fábricas lançado as bases para que as lutas do proletariado se tornasse mais sistemática e organizada.
A revolução francesa teve início após uma série fatos que levou ao caos e ao descontentamento econômico, a burguesia começou a falar em revolução e o primeiro e o segundo estado, clero e a nobreza temiam , para tentar conter qualquer revolta o rei Luís XVI convocou a assembleia dos estados gerais com representantes dos três estamentos, o nobre tentava convencer a nobreza e o clero a pagar impostos, devido a contestação do primeiro, do segundo e do terceiro estado, Luís XVI, transformou os estados gerais em assembleia nacional constituinte, inaugurando um movimento cujo estopim foi a queda da bastilha, uma espécie de prisão e depósito de armas, símbolo do poder do rei da França.
A assembleia foi disputada por três partidos, os jacobinos de orientação mais radical, os girondinos de orientação moderada e a planície ou pântano, que numa ora tende um, ora tende a outro. Desses partidos surgiu a ideia de direita e esquerda, os Jacobinos sentavam-se a esquerda na assembleia, girondinos a direita e a planície no centro.
A monarquia constitucional foi instalada e o voto censitário oficializado. Em 1792 os jacobinos, desejosos de mais expressão popular assume o poder na chamada convenção, opondo-se aos gerondinos que até dirigiram a convenção no primeiro momento, eram burgueses que acreditavam que todas as mudanças já haviam ocorrido, porém, a massa da população continuava tão miserável como antes da revolução. A oposição a Luís XVI aumentava e uma república foi instaurada e em 1793 o rei foi guilhotinado, inaugurando a fase do terror que matou muita gente que se opuseram a revolução.
Após a perda de prestigio dos jacobinos foi instaurado o diretório mais brando e conservador que estabilizou a França política e economicamente e o exército assumiu grande prestigio ao sufocar insurreições dentro da França. De dentro do exército Napoleão aliou-se com a burguesia para dar um golpe de estado e instaurar a era napoleônica Após o golpe dezoito de Brumário Napoleão tornou-se cônsul da França.
Segundo Hobsbawm a revolução francesa é o simbólico do triunfo do liberalismo e fim do antigo regime. A dupla revolução provocou mudanças em muitos países da europa e da américa que motivou o início da primeira grande guerra.
Hobsbawm afirma que a primeira guerra mundial foi motivada por guerras étnicas internas e externas em vários países, anexações disputas por terras, questão de sucessão, substituição de formas de governo, condição do proletariado, etc.
As relações diplomáticas também se intensificaram evitando conflitos bélicos prejudiciais para a população e para a economia geral. Houveram três ondas revolucionárias as revoluções de 1830 e 1848.
A primeira eclodiu na Espanha em Nápoles e na Grécia, na Espanha aboliu-se o absolutismo expandindo-se para as colônias na América que lutavam pela independência, em Napolis a aristocracia perdeu importância e a burguesia entrou na máquina pública, na Grécia houve a libertação dos turcos.
A segunda onda refere-se ao continente europeu e quase toda a sua totalidade e aos estadunidenses, na França resultou na abdicação forçada de Carlos X, que atentou lutar contra o liberalismo e concentrar riqueza e poder, a burguesia já consolidada desde o início do século aliou-se a Luís Felipe para impedir a tentativa de restaurar o poder monárquico.
A terceira onda diz respeito aos levantes de 1848 que na França, resultou na proclamação de uma república movida por burgueses em diversos países, esse levante ficou conhecido como a primavera dos povos.
Em nenhum desses levantes houve a participação do povo do proletariado, que participavam apenas, depois que o levante surgia, sendo uma força para a burguesia.
O nacionalismo foi um dos elementos centrais para o desencadeamento da primeira guerra mundial, devido aos intentos de dominação territorial e política que o império austro-húngaro buscou sobre outras nações, como a sérvia.