Indianismo redivivo
INDIANISMO REDIVIVO
Miguel Carqueija
Resenha do livro de bolso “A travessia”, por Roberto de Sousa Causo. Nova Coleção Fantástica, 6 – São Bernardo do Campo-SP, fevereiro de 2009. Capa e ilustrações internas do autor. Prefácio e edição de Cesar Silva.
É recomendável ler “A sombra dos homens”, livro de Roberto Causo editado pela Devir, antes de passar para “A travessia” que é a sua sequência.
“A travessia” é uma curiosa noveleta de transição, que conta como o herói mítico indígena Tajarê (de um hipotético Brasil mágico pré-cabralino), após derrotar as icamiabas (amazonas) com a ajuda do boitatá (a cobra de fogo) tenta retornar à sua tribo em companhia da esposa, Sjala, uma feiticeira viking que veio parar em nossa terra.
A história ganharia muito com algumas notas de rodapé ou então um apêndice esclarecedor para alguns termos usados, de natureza tupi. O Mapinguari, animal fantástico e perigoso, é aqui identificado com o antediluviano megatério (preguiça gigante pré-histórica). A Mati-Taperê é uma espécie de espectro. E ainda aparecem umas tartarugas gigantes, cujos interiores seriam portais para outras dimensões.
A figura de Tajarê, espécie de Tarzan brasileiro pré-histórico (com a vantagem de ser um silvícola autêntico, pois o Tarzan de Burroughs é um aristocrata ou lord inglês, “adotado” pela selva africana), foi caprichada pelo Causo, aparecendo como um índio possante, tranquilamente poderoso, não obstante pacífico e até doce com sua esposa, amoroso com o filho. Tajarê é um herói escolhido pelos poderes místicos da Amazônia, mas não quer aceitar tal missão e não teme as forças sobrenaturais.
O desfecho da novela é desconcertante e revela a intenção do autor em prosseguir com a saga.
Rio de Janeiro, 20 e 21 de agosto de 2010.
INDIANISMO REDIVIVO
Miguel Carqueija
Resenha do livro de bolso “A travessia”, por Roberto de Sousa Causo. Nova Coleção Fantástica, 6 – São Bernardo do Campo-SP, fevereiro de 2009. Capa e ilustrações internas do autor. Prefácio e edição de Cesar Silva.
É recomendável ler “A sombra dos homens”, livro de Roberto Causo editado pela Devir, antes de passar para “A travessia” que é a sua sequência.
“A travessia” é uma curiosa noveleta de transição, que conta como o herói mítico indígena Tajarê (de um hipotético Brasil mágico pré-cabralino), após derrotar as icamiabas (amazonas) com a ajuda do boitatá (a cobra de fogo) tenta retornar à sua tribo em companhia da esposa, Sjala, uma feiticeira viking que veio parar em nossa terra.
A história ganharia muito com algumas notas de rodapé ou então um apêndice esclarecedor para alguns termos usados, de natureza tupi. O Mapinguari, animal fantástico e perigoso, é aqui identificado com o antediluviano megatério (preguiça gigante pré-histórica). A Mati-Taperê é uma espécie de espectro. E ainda aparecem umas tartarugas gigantes, cujos interiores seriam portais para outras dimensões.
A figura de Tajarê, espécie de Tarzan brasileiro pré-histórico (com a vantagem de ser um silvícola autêntico, pois o Tarzan de Burroughs é um aristocrata ou lord inglês, “adotado” pela selva africana), foi caprichada pelo Causo, aparecendo como um índio possante, tranquilamente poderoso, não obstante pacífico e até doce com sua esposa, amoroso com o filho. Tajarê é um herói escolhido pelos poderes místicos da Amazônia, mas não quer aceitar tal missão e não teme as forças sobrenaturais.
O desfecho da novela é desconcertante e revela a intenção do autor em prosseguir com a saga.
Rio de Janeiro, 20 e 21 de agosto de 2010.