"A aventura de um cliente ilustre" de Arthur Conan Doyle: bom, mas a imagem popular atrapalha a experiência literária
Pequeno livro do escritor inglês Sir Arhur Conan Doyle. Até hoje nunca tinha lido uma história do detetive Sherlock Holmes e de seu parceiro de investigação Watson, e essa obra serviu como uma pequena introdução literária aos personagens. Doyle possui uma escrita requintada e interessante. Contudo, essa edição da L&PM possui apenas dois contos, o que impossibilita uma análise profundada. Essa série de livros da editora, com apenas 64 páginas, serve como um aperitivo, um convite a conhecer outras obras. O livro possui dois contos: "A aventura de um cliente ilustre" e "O último adeus de Sherlock Holmes". O primeiro, mais interessante, mostra o detetive tentando convencer uma jovem que irá se casar com um psicopata autor de feminicídios. O segundo mostra um sarcástico Holmes lidando com um espião internacional. O personagem Sherlock está tão impregnado na cultura popular que fica fácil criar uma imagem imaginativa baseada nas suas diversas adaptações para cinema e televisão. Isso pode ser interessante mas, em determinados momentos, pode soar decepcionante, principalmente para quem, como eu, esperava um pouco mais de mistério e deduções lógicas que caracterizam o personagem em outras mídias. Olhando apenas por essas duas obras, Conan Doyle soa direto, sem rodeios, o que destoa de outros autores que já li como Edgar Allan Poe, Jeffery Deaver e Agatha Christie. Resumindo: achei interessante, mas não me cativou tanto quanto esperava. Talvez meu problema seja com o gênero em si. Histórias de suspense e/ou policial nunca me conquistaram. Pelo menos, não tanto quanto outros gêneros literários onde a criatividade é mais perceptível, tais como o realismo fantástico, a ficção científica ou até mesmo o horror. Vale a conferida sim mas, nesse caso, prefira os filmes.
(DOYLE, Sir Arhur Conan: tradução de Pedro Gonzaga e William Lagos. A aventura de um cliente ilustre seguido de O último adeus de Sherlock Holmes. Porto Alegre: L&PM, 2012, (Coleção L&PM Pocket, volume 1014), 64 páginas)
P.S.: Resenha escrita em 2017.