"1968: o ano que não terminou" de Zuenir Ventura: por dentro de um dos momentos mais terríveis da história brasileira
"1968: o ano que não terminou", do jornalista brasileiro Zuenir Ventura. Trata-se de um verdadeiro clássico da literatura brasileira contemporânea e, sinceramente, vejo como leitura obrigatória para todos que se interessam pela história de nosso problemático e fascinante país.
Zuenir trata sobre os acontecimentos marcantes daquele ano de 1968. O golpe militar já durava quatro anos e a insatisfação do povo com a falta de liberdade e problemas econômicos/sociais fez aumentar a quantidade de protestos. Com estes, veio o aumento da violência do regime, resposta dada pelo Governo à revolta estudantil. Pode-se dizer que a escalada da violência começou no início daquele ano com o assassinato do estudante Edson Luís de Lima e culminou na decretação do AI-5, pelo "presidente" Costa e Silva.
O perfil da juventude intelectual daquele período, a organização do movimento estudantil, o radicalismo utópico tanto de esquerda quanto de direita, as grandes passeatas, os personagens famosos presos, os bastidores do governo... está tudo aí.
De certa forma é irônico analisar o destino que certos personagens tomaram. José Dirceu, por exemplo, de influente líder estudantil no final da década de 60 acabou se tornando um corrupto, um mensaleiro condenado. Uma pena, convenhamos.
(VENTURA, Zuenir: apresentação de Heloisa Buarque de Hollanda. 1968: o ano que não terminou. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2008, 3ª edição, 290 páginas)
P.S.: Resenha escrita em 2013.