Perdido no espaço 2
PERDIDO NO ESPAÇO 2
Miguel Carqueija
Resenha de “Invasores da sétima dimensão”, volume 2 (Jorge Luiz Calife)
Coleção Fantástica 5 (Edições Hiperespaço/Megalon, janeiro de 2000)
Prefácio de Cesar Silva. Capa de Cerito (Cesar Silva).
Aqui nós temos duas histórias, dois contos, onde Calife traz de volta Angela Duncan, heroína da trilogia “Padrões de contato”. Dessa maneira, ficou estranho e sem cabimento o titulo genérico para os dois volumes, pois não há prosseguimento ao enredo constante do volume 4.
A primeira história é “Encontro com Posseidon” e nela encontramos Angela casada e com um filho de cinco anos, às voltas com uma invasão dos Nictianos, simbiontes anteriormente aparecidos nas obras de Calife. A intervenção de uma criatura que se identifica como Posseidon (Netuno) e provavelmente criada por outros alienígenas, é grotesca. Mas os problemas dos textos de Calife ultrapassam o simples enredo. Calife pratica sérios cacoetes que prejudicam assaz o seu texto. É comum, por exemplo, a omissão de vírgulas necessárias. Na página 19 temos: “Qual é a situação Marina?” Sem a vírgula, parece que “Marina” é complemento de “situação”. Outro cacoete ocorre nos diálogos, com a substituição do travessão por um ponto. Assim, a não ser pelo sentido do parágrafo, não se distingue a fala de um personagem do comentário narrativo. Exemplo na pagina 10: “Será que não há perigo de precipitação radioativa? Perguntou Carlos.”
A falta de revisão também corre por conta dos editores, com títulos de capítulos aparecendo na última linha.
A segunda história, “A noite do lobisomem”, traz de novo Angela Duncan numa aventura decepcionante onde alienígenas canídeos dão o tom, numa analogia muito forçada com os canídeos da Terra.
A explicação dada para o mito do lobisomem é pueril e apenas justifica mais uma história do universo ficcional de Angela Duncan, que não prima pela clareza ou pela coerência, ou pela densidade psicológica.
Entretanto, o livro é de fácil leitura, pela leveza do enredo, se o leitor se dispuser a aceitar o universo improvável de amazonas espaciais e paraísos tecnológicos além de contatos com criaturas fantásticas. Além disso há uma grande quantidade de especulação tecno-futurista, que pode agradar aos leitores.
Rio de Janeiro, 24 de novembro a 9 de dezembro de 2009.
PERDIDO NO ESPAÇO 2
Miguel Carqueija
Resenha de “Invasores da sétima dimensão”, volume 2 (Jorge Luiz Calife)
Coleção Fantástica 5 (Edições Hiperespaço/Megalon, janeiro de 2000)
Prefácio de Cesar Silva. Capa de Cerito (Cesar Silva).
Aqui nós temos duas histórias, dois contos, onde Calife traz de volta Angela Duncan, heroína da trilogia “Padrões de contato”. Dessa maneira, ficou estranho e sem cabimento o titulo genérico para os dois volumes, pois não há prosseguimento ao enredo constante do volume 4.
A primeira história é “Encontro com Posseidon” e nela encontramos Angela casada e com um filho de cinco anos, às voltas com uma invasão dos Nictianos, simbiontes anteriormente aparecidos nas obras de Calife. A intervenção de uma criatura que se identifica como Posseidon (Netuno) e provavelmente criada por outros alienígenas, é grotesca. Mas os problemas dos textos de Calife ultrapassam o simples enredo. Calife pratica sérios cacoetes que prejudicam assaz o seu texto. É comum, por exemplo, a omissão de vírgulas necessárias. Na página 19 temos: “Qual é a situação Marina?” Sem a vírgula, parece que “Marina” é complemento de “situação”. Outro cacoete ocorre nos diálogos, com a substituição do travessão por um ponto. Assim, a não ser pelo sentido do parágrafo, não se distingue a fala de um personagem do comentário narrativo. Exemplo na pagina 10: “Será que não há perigo de precipitação radioativa? Perguntou Carlos.”
A falta de revisão também corre por conta dos editores, com títulos de capítulos aparecendo na última linha.
A segunda história, “A noite do lobisomem”, traz de novo Angela Duncan numa aventura decepcionante onde alienígenas canídeos dão o tom, numa analogia muito forçada com os canídeos da Terra.
A explicação dada para o mito do lobisomem é pueril e apenas justifica mais uma história do universo ficcional de Angela Duncan, que não prima pela clareza ou pela coerência, ou pela densidade psicológica.
Entretanto, o livro é de fácil leitura, pela leveza do enredo, se o leitor se dispuser a aceitar o universo improvável de amazonas espaciais e paraísos tecnológicos além de contatos com criaturas fantásticas. Além disso há uma grande quantidade de especulação tecno-futurista, que pode agradar aos leitores.
Rio de Janeiro, 24 de novembro a 9 de dezembro de 2009.