Pautílio Alves Filho é escritor. Vive em Brasília desde 1972. É autor de várias obras, entre as quais “Desafiando a Idade” e “Fragmentos de Inquietude”, que estão na minha pilha de futuras leituras. Em uma das minhas viagens de férias, li um dos seus mais recentes livros – Vidas Paralelas – lançado em 2016, pela Thesaurus editora. Trata-se de obra de ficção, como o próprio autor faz questão de afirmar na primeira linha do seu Prólogo. Fazem parte do cenário o Rio Sapucaia, que percorre alguns Estados, desde o Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro; a cidade fictícia de Marupuru (essa eu não encontrei em território brasileiro), a cidade de Itapitanga e o povoado de Piá, que ficam na Bahia. De Marupuru a única referência encontrada no Dr. Google é de um local na Índia. Mas como se trata de ficção, o cenário me parece perfeito. A história nos leva a uma viagem no tempo e nos costumes do interior como morar em casas de pau a pique, rachar lenha, tramelar as portas apenas para evitar o vento e as surpresas ao acordar com a presença de animais dentro de casa. Há também relatos de suicídio por amor, bandas de música, arvoredos, galinheiro, pasto, etc. Os personagens vão se revezando e contribuindo para a montagem de um quebra-cabeças, em torno de um crime de vingança. Na fazenda de café e outras atividades agropecuárias, o fazendeiro contrata um jovem alemão como capataz, que chama a atenção de sua esposa e passa a ser temido pelos outros empregados da fazenda. Em uma das cavalgadas com o capataz o fazendeiro sofre um questionável acidente e morre. Na sequência a viúva e o capataz casam-se. Novos personagens chegam e vão se juntando na Fazenda de Tabaco, no povoado e na Fazenda do alemão, criando e rompendo vínculos e mistérios ao longo da trama. No final, algumas revelações e surpresas fecham a história, que prende a atenção do leitor do começo ao fim. Recomendo a obra de Pautílio Alves Filho, com admiração por seu trabalho criativo.