"Sangue da Terra": festival de violência
SANGUE DA TERRA: FESTIVAL DE VIOLÊNCIA
Miguel Carqueija
Resenha do romance “Sangue da Terra”, de Keith Laumer e Rosel George Brown. Editora Livros do Brasil, Lisboa-Portugal, sem data, Coleção Argonauta 160. Título do original norte-americano: “Earthblood”. Tradução: Eurico Fonseca. Capa: Lima de Freitas.
Raras vezes eu li um livro tão insuportável no campo da ficção científica. A ação se passa num futuro imensamente distante, onde a Terra é apenas uma lembrança ou uma lenda e a raça humana é desprezada como inferior. Há de tudo no livro, uma salada de criaturas racionais de todas as formas possíveis, sendo a mais curiosa o Roberto de Ferro, um gigante de pedra maciça e força obviamente descomunal. Ele é um dos amigos de Roan, o protagonista.
Este é um humano de estirpe pura e sua vida é acompanhada desde a fase embrionária até o início da maturidade. Ele é visto como uma criança que sofre “bullying”, empregado de um circo cósmico, soldado e capitão de astronave, vive querendo localizar a Terra e quando a descobre é para constatar que o povo que ali habita é alienado e dominado por cães falantes (sic).
O fato é que a história é intragável, repleta de violência, morte, ódio, preconceito e brutalidade; quanto aos personagens, cada um é pior que o outro, o próprio Roan é primário, ainda que apresentado como um tipo determinado, que vai até o fim. Mas as suas soluções no geral também são violentas. É um futuro que não valeria a pena.
Em suma, o livro é tão ruim que foram precisos dois para escrevê-lo.
Rio de Janeiro, 5 de fevereiro de 2019.
SANGUE DA TERRA: FESTIVAL DE VIOLÊNCIA
Miguel Carqueija
Resenha do romance “Sangue da Terra”, de Keith Laumer e Rosel George Brown. Editora Livros do Brasil, Lisboa-Portugal, sem data, Coleção Argonauta 160. Título do original norte-americano: “Earthblood”. Tradução: Eurico Fonseca. Capa: Lima de Freitas.
Raras vezes eu li um livro tão insuportável no campo da ficção científica. A ação se passa num futuro imensamente distante, onde a Terra é apenas uma lembrança ou uma lenda e a raça humana é desprezada como inferior. Há de tudo no livro, uma salada de criaturas racionais de todas as formas possíveis, sendo a mais curiosa o Roberto de Ferro, um gigante de pedra maciça e força obviamente descomunal. Ele é um dos amigos de Roan, o protagonista.
Este é um humano de estirpe pura e sua vida é acompanhada desde a fase embrionária até o início da maturidade. Ele é visto como uma criança que sofre “bullying”, empregado de um circo cósmico, soldado e capitão de astronave, vive querendo localizar a Terra e quando a descobre é para constatar que o povo que ali habita é alienado e dominado por cães falantes (sic).
O fato é que a história é intragável, repleta de violência, morte, ódio, preconceito e brutalidade; quanto aos personagens, cada um é pior que o outro, o próprio Roan é primário, ainda que apresentado como um tipo determinado, que vai até o fim. Mas as suas soluções no geral também são violentas. É um futuro que não valeria a pena.
Em suma, o livro é tão ruim que foram precisos dois para escrevê-lo.
Rio de Janeiro, 5 de fevereiro de 2019.