"O DESBRAVADOR - A trajetória heroica de Giuseppe Caresia, imigrante trentino-italiano"

Giuseppe Caresia, imigrante do Trento, chegou aqui em maio de 1876, num navio a vapor, numa grande leva de imigrantes, enfrentou um mundo de peripécias e desafios gigantescos construindo - com outros imigrantes - um novo mundo e estruturando uma nova sociedade na Colônia Itajaí-Brusque, interior de Santa Catarina. Longe de seu país, perdendo seus pais tão logo aqui se estabeleceram, sem tutor, sem parentes próximos, viu-se patriarca da família aos 14 anos. Trabalhou arduamente, lutou muito em meio às adversidades e embrenhou-se na floresta em busca da caça e da madeira abundante para sobrevivência. Juntamente com as irmãs Rosina e Marieta, os irmãos Giovanni e Franz, transpuseram incontáveis e apavorantes obstáculos.
Nesse ano de imigração (1876) também aportou aqui o italiano Francesco Pavesi (22 anos) vindo de Crema (Lombardia) com seus pais. Igualmente vítima de desgraças e provações, sozinho em Porto Franco, logo constituiu família, casando-se com Elisabeta Carnevale, que veio a falecer 4 anos depois. Novamente se casou com Josefa Paini (italiana) tiveram seis filhos: Ângela, Agostinha, Agostinho, Fernando, Luiz e Francisco. Bravo guerreiro, trabalhou incansavelmente. A morte trágica em 1902, levou um pedaço de história e de lutas.
Giuseppe Caresia, homem carismático ergueu sua casa e constituiu família casando-se com a jovem viúva Ernesta Demarchi, imigrante italiana de Mantova, em 1885. Com a esposa viveu uma vida digna e religiosa e tiveram quatro filhos: Marianna, Ermínia, Luigi e Elisabeta. Ele venceu as difíceis vicissitudes e intempéries da vida e deixou um legado de muito amor e sabedoria, além da escola que construiu e lecionou aos filhos e netos. Ao final de sua vida, aos 77 anos, esse bravo guerreiro bastante doente, perdeu seu filho Luigi e a filha Ermínia antes dele mesmo partir.
A emocionante narrativa se desenrola espontaneamente, pois a autora privilegiada, ouviu da própria mãe o testemunho dos fatos e acontecimentos, e, os moradores de Botuverá (antiga Porto Franco), conhecedores das histórias dos avós e bisavós, fundadores da cidade, também contribuíram, propiciando beleza, emoções e dramaticidade a essa empolgante trajetória.

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                                                                                         IZABELLA PAVESI