Resenha: Alcateia - Lua Carmesim, de Eddie Van Feu
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O Livro da vez por David Thomas
Informações técnicas da obra:
• Título da Obra: Alcateia – Lua Carmesim;
• Autor/Autora da obra: Eddie Van Feu;
• Editora da Obra: Linhas Tortas;
• Data de publicação: Edição de 2013;
• Data de início e término da leitura. (término em: 30/09/2018)
Espírito/ Essência da obra:
• Gênero textual: Literatura Infanto-juvenil/Ficção;
• Escola Literário/Período literário: Literatura Contemporânea;
• Ambiente físico e temporal da obra: França do século XVII;
• Tipo de narrador: Narrador onisciente.
Enredo:
Nesse segundo volume da trilogia, Prateada parte para visitar outras vertentes na esperança de convencê-los a apoiá-la na escolha da rainha dos lobos. Obviamente não é uma vontade dela, mas sim do Duque. Algo que mudou completamente é o contexto social de Philipe que nesse volume passa a morar no castelo junto com o Duque, Celine e Prateada. Apesar do ódio que o Duque nutri pelo garoto, numa visão estrategista, ele convoca Philipe para morar no castelo pois percebe que Prateada se comporta muito melhor na sua presença do que na sua ausência. Outra diferença é que nesse volume teremos não somente a presença de elementais, como gnomos, salamandras e fadas, mas também entra no enredo vampiros, adivinhos e ciganos (que eu particularmente adorei). O Duque do castelo das vertentes apesar de odiar o mestiço, começa a ter sua história aos poucos desvendada e há uma relação sanguínea muito forte entre ele e Philipe (Essa relação é um dos motivos do ódio do Duque para com Philipe), contudo até o Duque adota uma posição mais justa com o mestiço nesse livro e há momentos que podemos perceber um sentimento que ele tenta sempre esconder até de si mesmo. Outra novidade é que Philipe e Prateada assumem ao menos para si mesmos que se amam e começam a viver uma história não mais de amigos, de cão e dono, nem fraternal, mas sim uma história de amor. Nessa viagem que eles fazem às demais vertentes para convencê-los, o Duque propõe que Philipe vá junto para manter um certo controle no temperamento espontâneo de Prateada e não apresentá-lo de forma alguma como mestiço, mas como um lobo órfão. Isso faz com que o ódio de Ravin (que se torna noivo de Celine, mas no final ela acaba sendo obrigada pela vida a encarar a verdadeira índole do noivo e termina com ele) odeie Philipe ainda mais e os conflitos entre os dois é um dos dramas da obra. Nessa viagem de vertente em vertente acontecem fatos curiosos que são apresentados durante o enredo e essas histórias é um dos aspectos mais interessantes e emocionantes do livro. Prateada acaba sendo convida por uma vertente de homens sábios e letrados a passar uma temporada de seis meses estudando e isso causa um afastamento dela e de Philipe. Obviamente Ravin se aproveita dessa oportunidade para causar os maiores problemas para Philipe, no entando algo que particularmente me espantou foi a proteção dada pelo Duque e Celine (que chega a terminar com Ravin por conta das injustiças praticadas por ele) mesmo na ausência de Prateada. Celine no decorrer da narrativa acaba percebendo que está começando a se apaixonar por Philipe e ele que no livro anterior daria sua própria vida para estar com ela, a rejeita (pelo menos até esse momento) por conta do seu amor por Prateada. A obra termina com Philipe sendo sequestrado por vampiros e a união de todos para buscá-lo. Prateada volta de sua viagem (Já que ela foi avisada pela falecida Emily) e vai direto ao encontro do amado. Outro acontecimento (que foi um dos momentos mais emocionantes) é o desencarne de Emily, esposa do Capitão Diderot.
Aspectos externos e influenciadores da obra:
• Contexto histórico: Eddie Van Few como uma praticante de Bruxaria, obviamente uniu aspectos de sua religião, seu conhecimento e até mesmo dom literário para construir não somente o enredo, como o ambiente, o tempo e mais ainda todas as características (internas e externas) do elenco;
• Analogias com demais obras:
Claro que essa obra conversa com inúmeras outras obras da literatura fantástica e infanto-juvenil. Tais como a saga Crepúsculo de Stephanie Meyer e muitas outras. Apesar de eu acreditar que não tenha sido essa a inspiração real de Eddie Van Feu para criação da trilogia, para mim (numa visão particular) essas obras conversam entre si por sua temática e características internas dos personagens.
Minha opinião sobre a obra:
• Aspectos negativas observados:
1. O enredo e a construção do ambiente e do elenco são ótimos, contudo particularmente achei a primeira obra melhor em comparação com a segunda no sentido de nos prender mais na narrativa. Lembrando que essa é meramente minha visão como leitor. Afinal de contas nem eu sei dizer ao certo porque tive essa impressão;
2. Outro detalhe que pode ser minha visão pessoal ou não, é sobre a construção do romance de Preteada e Philipe. Não sei se por conta da dos dois terem começado em uma relação de animal e dono, depois de amigos e até mesmo fraternal. Talvez por conta disso a autora tenha falhado um pouco na construção dessa imagem amorosa da relação dos dois. Honestamente para mim não saiu com muita naturalidade e envolvimento;
3. E por último há uma detalhe que poderia ter sido evitado com maior atenção dos revisores: alguns erros de digitação. É claro que é quase imperceptível, mesmo assim isso já havia acontecido no primeiro volume (muito mais do que no segundo), mas poderia ter sido evitado. Erros de palavras, com subtração de letras em algumas para ser mais exato;
4. Outro detalhe que eu confesso que não gostei foi o fato dos trechos do grimório da Bruxa de Gévaudam não estarem mais presentes no término de cada capítulo como havia no primeiro volume da trilogia.
• Aspectos positivos observados. Eu achei o enredo, o cenário, a época e todo o elenco incríveis. Eddie Van Feu soube criar um romance com temáticas e histórias muito interessantes. Abordando temáticas tanto fantásticas quanto sociais. Tais como preconseito, classes sociais, nos fazendo pensar até quando a classe social e títulos de uma pessoa vai moldar a forma como nos relacionaremos, nos comportaremos e agiremos com ela. É uma obra que vale muito a pena ser lida. Minha nota para essa obra é: Regular