Resenha: Alcateia Sol Negro, de Eddie Van Feu.

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O Livro da Vez por David Thomas

Informações técnicas da obra:

• Título da Obra: Alcateia Sol Negro;

• Autor/Autora da obra: Eddie Van Feu;

• Editora da Obra: Linhas Tortas;

• Data de publicação: 04 de agosto de 2018.

Essência da obra:

• Gênero textual: Literatura Infanto-juvenil;

• Escola Literário/Período literário: Literatura Contemporânea;

• Ambiente físico e temporal da obra: França do Século XVII;

• Tipo de narrador: Narrador observador Onisciente.

Enredo:

A narrativa começa com Prateada sonhando exatamente com o fim do último livro: Philipe sendo atacado por inúmeros vampiros e também com a visão de Emily (ou melhor, o espírito de Emily) informando que ele precisava da ajuda dela. Um detalhe muito curioso é que por um momento no ínicio da obra tive uma leve intuição/sensação que a tranformação de Philipe seria em Vampiro e não em Lobisomem como todos aguardamos. O ponto principal desse volume é que o Tratado de Paz entre Vampiros e Lobisomens acaba ruindo. O principal motivo dessa guerra será o fato do Duque das Vertentes arriscar tanto para salvar o mestiço e logo descobrimos que Philipe é sobrinho do Duque, filho de seu irmão que expulso do vilarejo há alguns anos que posteriormente se relacionou com uma humana. Devemos nos lembrar que no livro anterior (Lua Carmesim) Eddie Van Feu já tinha dado a entender que havia um parentesco (que eu particularmente imaginava que Philipe seria filho dele, não sobrinho). Todas as injustiças praticadas contra Philipe por Carlo, Albert e especialmente por Ravin nos dois livros anteriores, recebem o fim merecido nesse volume. Os três antagonistas são presos e cabe agora ao nosso querido Philipe decidir qual a punição para cada um num julgamento chamado no livro de O Concílio das Lamentações. O Duque que nos livros anteriores da saga era tão cruel com Philipe agora se mostra muito justo, um verdadeiro pai para ele. Para protegê-lo o Duque compra uma briga com o próprio Rei de todos os vilarejos do reino e pior ainda com os vampiros que graças a Ravin têm legalmente a posse de Philipe. Como não desejam entregá-lo, o acordo de Paz que manteve a harmonia por tantos séculos se foi e uma guerra épica começa. Algo que a meu ver ficou muito bem narrado é a guerra que ocorre do Duque e dos Lobos contra os guardas da Realeza e também contra os Vampiros. Achei a forma como Eddie Van feu narrou essas batalhas de uma qualidade quase de escritores internacionais conhecidos por criar obras épicas tão conhecidas por todos nós. Outro fato curioso é que a Bruxa de Gevardam aparece novamente nas páginas desse terceiro livro (pois a última aparição dela na saga é no primeiro volume) sendo julgada numa cidade dominada pela igreja por praticar Bruxaria, quem a salva de todo esse embaraço é Philipe. Depois de muitas batalhas com Vampiros, os guardas do Rei e outros seres encantados, eles finalmente chegam no Chateau Real e conseguem a tão esperada audiência no Palácio da Justiça com o Conselho dos Sábios. Lá eles convencem todo o Conselho e recebem apoio ao ponto inclusive de derrubar o atual Rei que acaba sendo acusado por vários outros Duques por estar muito mais ao lado dos Vampiros do que do seu próprio povo: os Lobos. A transformação de Philipe ainda não ocorre nesse livro e a obra termina com o fim do tratado de Paz entre os Lobos e Vampiros que com certeza terá continuação no próximo volume.

Aspectos externos e influenciadores da obra:

• Contexto histórico: Eddie Van Feu é praticante de Wicca/Bruxaria, sendo um dos principais nomes no Brasil ligado a essa religião. Acredito que tanto sua religião, sua formação em Jornalismo e algumas viagens que ela fez à Irlanda podem ter influenciado na construção da obra desde a ambientação, a construção do elenco e de todo o enredo. Além é claro do talento natural para escrever;

• Analogias: No final da obra quando o Duque, Philipe, Prateada e os demais chegam no Palácio da Justica e nas últimas páginas em que Lucien (Príncipe dos Vampiros) e o Duque começam a batalhar, me vieram a mente algumas cenas de Lua Nova de Stephenie Meyer. Algo nessas últimas páginas me lembraram também os Volturi (personagens de Lua Nova).

Minha opinião sobre a obra:

• Aspectos negativas observados:

1. Na resenha do livro anterior já havia criticado a tentativa de Eddie Van Feu de transformar a relação de Prateada e Philipe numa relação amorosa. Se antes a relação “amorosa” deles não passou muita naturalidade, nesse volume ficou ainda pior. Na minha visão não têm como olhar para os dois e ver nem de perto um sentimento amoroso. Há sim uma imagem de amor fraternal e isso ela conseguiu transmitir muito bem;

2. Philipe é bonzinho demais, sofre demais e sempre que a justiça e a sorte aparecem para ele ao longo do enredo, ele joga tudo para o alto em troca dessa bondade e ingenuidade. Como leitor acho que a escritora possa ter exagerado um pouco nessas características;

3. O Antagonista Ravin (que consegue fugir um pouco antes do julgamento no Concílio das Lamentações) simplesmente não aparece mais ao longo de toda a narrativa. Deixando uma dúvida do seu paradeiro e um espaço vago na obra sem explicação.

• Aspectos positivos observados:

1. Os capítulos são curtos e a meu ver isso é um aspecto muito positivo e facilitador da leitura. Capítulos pequenos, muito bem organizados e estruturados sem perder a qualidade da narrativa;

2. As Batalhas que ocorrem contra o Rei e os Vampiros foram muito bem narradas. Um riqueza de detalhes que nos envolve na leitura e como disse ao longo da resenha: quase com a mesma qualidade das batalhas narradas em obras de escritores internacionais;

3. Celine que sempre foi descrita como uma moça delicada, mostra-se no final desse volume uma verdadeira guerreira e confesso que fiquei emocionado com a força e audácia dessa personagem. Com uma coragem magnífica ela bate de frente com os invasores e coloca o próprio peito para defender o seu povo.

Minha nota para essa obra é: Regular

São Paulo, 07 de Novembro de 2018

David Thomas Martinez

O Livro da vez por David Thomas
Enviado por O Livro da vez por David Thomas em 07/11/2018
Reeditado em 19/02/2019
Código do texto: T6497161
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