Resenha: Harry Potter e a Ordem da Fênix, de J. K. Rowling

Informações técnicas da obra:

• Título da Obra: Harry Potter e a Ordem da Fênix;

• Autor/Autora da obra: J.K Rolling;

• Editora da Obra: Editora Rocco;

• Data de publicação: 21 de junho de 2003;

• Data de início e término da leitura: 12 de outubro à 01 de novembro de 2018.

Espírito/ Essência da obra:

• Gênero textual: Infanto-juvenil;

• Escola Literário/Período literário: Literatura contemporânea;

• Ambiente físico e temporal da obra: Parte da narrativa se passa em Londres e a maior parte se passa na escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts;

• Tipo de narrador: Em 3 pessoa (Narrador observador Onisciente).

Resenha:

Nesse quinto livro da saga, Lord Voldemort (que renasceu no livro anterior) começa sua perseguição contra Harry Potter e um dos seus objetivos (além de matá-lo, é claro!) é continuar sua obra de destruir todos os sangues ruins (Bruxos que são filhos de não-bruxos). No início do livro temos o cenário habitual de todos os livros da saga, ou seja, Harry enfrentando seus inimigos número 1: os tios e o primo. Harry é atacado por dementadores no bairro não-bruxo em que mora e acaba necessitando usar o feitiço do Patrono para se defender e defender o primo. Mas há um questionamento: qual é a razão de dementadores atacarem Harry Potter no seu bairro não-bruxo? E a resposta para isso é óbvio que é seu antagonista. Contudo um dos principais problemas que ele enfrentará nesse volume é a perseguição do próprio Ministério da Magia (que deveria protegê-lo) e do Jornal O Profeta Diário que ataca ele e o diretor Dumbledore constantemente. O Ministério alega que não acredita no garoto e o Jornal diz que a volta do Lord das trevas é apenas uma mentira de Harry para se manter famoso no mundo bruxo. Enquanto Voldemort começa a se levantar e a reunir seguidores, os que lutaram contra ele no passado se reunem também e formam (na verdade, Dumbledore forma) a Ordem da Fênix e também estão correndo contra o tempo e lutando contra o próprio Ministério da Magia para reunir mais seguidores. Logo quando Harry e seus amigos retornam para Hogwarts, se deparam com um dos mistérios que vai perdurar por quase todo o livro: o sumiço de Hagrid. Outro detalhe muito importante nesse volume é o aparecimento de um dos personagens antagônicos mais importantes tanto nesse volumo quanto nos próximos: Dolores Jane Umbridge. Ela que participou do julgamento e da acusação de Harry Potter no início do livro, é convocada pelo próprio Ministro da Magia, Cornélio Fudge, para lecionar Defesa contra as Artes das Trevas na escola. Contudo fica claro que seu objetivo principal (e também do próprio Ministério e do Jornal O Profeta Diário) é perseguir Harry Potter e desmenti-lo quanto ao ressurgimento de Lord Voldemort. Apesar da adaptação fidedigna do livro na dramaturgia, existem algumas pequenas diferenças que podem ser observadas. Uma das que mais me chamou atenção foi a detenção que Umbridge impõe a Harry, fazendo com que ele escrevesse inúmeras vezes num pergaminho a frase: Não devo contar mentiras. A cada vez que que ele escrevia essa frase, ela magisticamente se projetava nas contas de sua mão machucando-a e formando uma cicatriz. No filme temos essa detenção acontecendo uma única noite enquanto no livro temos essa detenção se repetindo por várias noites e até Umbridge aplicando a mesma detenção novamente para puni-lo. Temos também o descubrimento da sala Precisa. No livro Neville Longbottom descobre, já no livro quem informa a Harry sobre essa sala é o Doby (um elfo doméstico). Assim como não se fala dá associação que Hermione Granger criou pela independência dos elfos. Outros acontecimentos que eu achei que poderiam ter aparecido no filme é o período que o Sr.Wesley fica enternado no hospital para bruxos de St.Mungus no qual também se encontra enternado o Professor Gilderoy Lockhart e também a entrevista que Harry Potter concede a revista Pasquim, relatando tudo que aconteceu no último dia do torneio Tribruxo em que o Lord das Trevas retornou. Enfim, são muitos eventos que aconteceram no livro que não foram encenados na dramaturgia. Muito mais do que nos quatro livros anteriores a esse, contudo devemos levar em consideração que esse é o maior livro da saga. Após o momento que Potter tem o sonho com o senhor Sr.Wesley sendo atacado por Naguini, Dumbledore descobre que existe uma ligação entre Harry e Voldemort. Diante disso ele pede para o tão odiado Professor Severo Snape ensinar Oclumência a Harry (disciplina da magia que ensina a impedir que alguém invada nossa mente). Tanto Dumbledore, Snape e Voldemort são excelentes Oclumens. Prisioneiros de Azkaban fogem e fica claro no livro que houve um consentimento do próprio Ministério da Magia. Como as aulas de Dolores Umbridge têm se mostrado uma mentira para não ensiná-los a real Defesa contra as Artes das Trevas, Harry Potter e vários alunos tanto da Grifinória quanto das demais casas (menos da Sonserina, é claro!) se reunem para praticar magia sozinhos na sala Precisa tendo Potter como professor. Mais do que aprenderem a se defender de verdade, os alunos têm nessas aulas uma forma de resistir ao “governo” autoritário que Dolores estabeleceu em Hogwarts. A Armada de Dumbledore (nome que os alunos deram ao grupo) logo é descoberta e Dumbledore para fazer com que Harry Potter não fosse expulso acaba assumindo a responsabilidade e quando Fudge vai até o colégio para prendê-lo em Azkaban, Dumbledore foge com a sua Fênix. Deixando Dolores indignada. Além de conseguir tirar Dumbledore do colégio, Dolores ainda consegue de forma totalitária tirar Hagrid e Minerva Mcgonagall. Como as aulas de Oclumência foram interrompidas por Severo Snape, Harry tem sua mente novamente invadida por Voldemort e assim ele tem uma visão de Sirius Black sendo torturado pela maldição Cruciatus por Voldemort. Imediatamente ele, Hermione Granger, Rony Wesley, Luna Lovegood e Nevile Longbotton vão ao Ministério da Magia para socorrê-lo. Um aspecto muito importante que não apareceu no filme, é o fato da Professora Minerva Mcgonagall ter prometido a Harry Potter que faria todo o possível para prepará-lo para ser um Auror (Caçador de Bruxos das Trevas). Esse aspecto deve ser lembrado quando o oitavo livro da saga (Harry Potter e a Criança Amaldiçoada) for resenhado futuramente. A narrativa termina com Harry sendo enganado por Voldemort e indo até o Ministério da Magia no departamento de Mistérios procurar por Sirius Black. Lá há um confronto entre Harry e seus amigos e os integrantes da Ordem contra os comensais da morte. Porém o confronto principal é contra Dumbledore e Voldemort. Sirius Black é assassinado por Belatriz Lestrange. No final do confronto o Ministro e os demais funcionários vêm Voldemort e assim se convencem do seu retorno, notificando a imprensa e restituindo Dumbledore ao cargo de diretor de Hogwarts e dando razão a Harry. Um fato curioso que também não apareceu no filmo é a traição do monstro. Ele denunciou toda a Ordem, mas mais ainda Sirius. Dando todas as informações a Narcisa Malfoy, irmã de Belatriz Lestrange.

Aspectos externos e influenciadores da obra:

• Contexto histórico: J.K Rolling informou em algumas fontes que se inspirou em escritores dos livros As Crônicas de Nárnia e O Senhor dos Anéis, mas negou que usou essas histórias como referência real para a criação de sua saga. Sendo na minha opinião essas influências muito mais subjetivas do que objetivas. Sendo Harry Potter uma criação muito original e própria e que somente era uma leitora assídua desses escritores. Não podemos descartar também que os contos de fadas famosos como Chapeuzinho vermelho, Cinderela e demais elementos do Folclore (que J.K Rolling gosta) podem ter de uma forma indireta contribuído na construção da saga. Contudo segundo J.K Rolling, a ideia de Harry Potter simplesmente apareceu na cabeça dela inesperadamente num trem de Manchester para Londres. Segundo a própria escritora ela pensou numa imagem de um menino que não sabia que era bruxo viajando para uma escola de Bruxaria. Outro aspecto importante é a criação dos dementadores. Segundo a autora, ela os criou a partir de sua depressão que sempre a acompanhou ao longo de sua vida.

• Analogias com demais obras (podem ser tanto certas como provavéis. Deixando sempre claro essa informação ao leitor/espectador). As Crônicas de Nárnia, O Senhor dos Anéis e alguns alementos do folclore e contos infantis. Contudo existem muitas outras obras épicas e fantásticas de sua época e antecessoras que podem ter influenciado na criação de Harry Potter.

Minha opinião sobre a obra:

• Leitura e apontamento de trechos e páginas. (Deixando claros os minhas reflexões próprias e/ou sentimentos a respeito);

• Aspectos negativos observados: Muitos críticos apontam o fato de Voldemort não aparecer muito ao longo da obra (a não ser na luta dentro do Ministério da Magia no final do livro). Mas devemos nos lembrar que a tão esperada batalha entre Harry Potter e o Lord das Trevas acontece somente no último livro e esse é o ponto tão esperado de toda saga e é claro que a escritora iria deixá-lo somente para o final. Para mim o único ponto da obra que não me agradou foi a morte de Sirius Black. Primeiro porque era o único parente que realmente Harry Potter tinha que gostava dele e que de fato conheceu os seus pais, mas também porque a participação dele na saga foi muito curta e poderia ter sido mais explorada ou nos livros anteriores ou nos sucessores.

• Aspectos positivos observados: Falar de Harry Potter é falar de sonhos, de fantasia e de toda uma época que ficou marcada pelo talento de uma escritora que venceu não somente pela qualidade do seu trabalho, mas também pela sua insistência (já que muitas editoras haviam recusado publicá-lo). A saga é maravilhosa pelo seu todo e na minha opinião não existem palavras que possam demostrar o quanto o trabalha de J.K Rolling trouxe de bom ao universo literário contemporâneo. Podemos dizer que após a publicação de Harry Potter uma nova escola/período literário se iniciou.

Minha nota para a obra é: Excelente

David Thomas Martinez, 01 de novembro de 2018