CATECISMO: PECADOS contra O ESPÍRITO SANTO - Pecados que bradam ao Céu; 7 pecados capitais X 7 virtudes opostas; Morte e Maria; O JUÍZO PARTICULAR; A felicidade do Céu por toda eternidade (Fé); O que é o pecado? POR QUE criou DEUS o inferno? O Purgatório

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Elza Maria Franco Soares

Vice-presidente da Associação

Apostolado do Sagrado Coração de Jesus

Sagrado Coração" <atendimento@relacionamento.aascj.org.br>

_________________

Compendio di tutte le meditazioni

del p. Luigi da Ponte

della Compagnia di Giesu;

tradotto dal Sig. Tiberio Futignano

Luis de la PuenteFutignano1 de janeiro de 1636

https://play.google.com/store/books/details/Compendio_di_tutte_le_meditazioni_del_p_Luigi_da_P?id=tTrT-wSGB6UC&hl=pt

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CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

ÍNDICE GERAL

PRÓLOGO

I. A Vida do homem conhecer e amar a Deus

II. Transmitir a fé – a catequese

III. Finalidade e destinatários deste Catecismo

IV. Estrutura deste Catecismo

V. Indicações práticas para o uso deste Catecismo

VI. Adaptações necessárias

PRIMEIRA PARTE

A PROFISSÃO DA FÉ

PRIMEIRA SECÇÃO

«EU CREIO» – «NÓS CREMOS»

CAPÍTULO PRIMEIRO

O HOMEM É «CAPAZ» DE DEUS

I. O desejo de Deus

II. Os caminhos de acesso ao conhecimento de Deus

III. O conhecimento de Deus segundo a Igreja

IV. Como falar de Deus?

CAPÍTULO SEGUNDO

DEUS AO ENCONTRO DO HOMEM

ARTIGO 1

A Revelação de Deus

I. Deus revela o seu "desígnio benevolente"

II. As etapas da Revelação

III. Jesus Cristo – "Mediador e plenitude de toda a Revelação"

ARTIGO 2

A transmissão da Revelação divina

I. A Tradição apostólica

II. A relação entre Tradição e a Sagrada Escritura

III. A interpretação da herança da fé

ARTIGO 3

A Sagrada Escritura

I. Cristo – Palavra única da Escritura santa

II. Inspiração e verdade da Sagrada Escritura

III. O Espírito Santo, intérprete da Escritura

IV. O Cânon das Escrituras

V. A Sagrada Escritura na vida da Igreja

CAPÍTULO TERCEIRO

A RESPOSTA DO HOMEM A DEUS

ARTIGO 1

Eu creio

I. A «obediência da fé»

II. «Eu sei em quem pus a minha fé?» (2 Tm 1, 12)

III. As características da fé

ARTIGO 2

Nós cremos

I. «Olhai, Senhor, para a fé da vossa Igreja»

II. A linguagem da fé

III. Uma só fé

CREDO

SEGUNDA SECÇÃO

A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ

OS SÍMBOLOS DA FÉ

CAPÍTULO PRIMEIRO

CREIO EM DEUS PAI

ARTIGO 1

«Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra»

PARÁGRAFO 1

Creio em Deus

I. «Creio em um só Deus»

II. Deus revela o seu nome

III. Deus, «Aquele que é», é Verdade e Amor

IV. Consequências da fé em Deus único

PARÁGRAFO 2

O Pai

I. «Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo»

II. A revelação de Deus como Trindade

III. A Santíssima Trindade na doutrina da fé

IV. As obras divinas e as missões trinitárias

PARÁGRAFO 3

O Todo-Poderoso

PARÁGRAFO 4

O Criador

I. A catequese sobre a Criação

II. A Criação – obra da Santíssima Trindade

III. «O mundo foi criado para a glória de Deus»

IV. O mistério da Criação

V. Deus realiza o seu desígnio: a Divina Providência

PARÁGRAFO 5

O céu e a terra

I. Os anjos

II. O mundo visível

PARÁGRAFO 6

O homem

I «À imagem de Deus»

II «Corpore et anima unus»

III «Homem e mulher os criou»

IV O homem no Paraíso

PARÁGRAFO 7

A queda

I. «Onde abundou o pecado, sobreabundou a graça»

II. A queda dos anjos

III. O pecado original

IV. «Vós não o abandonastes ao poder da morte»

CAPÍTULO SEGUNDO

CREIO EM JESUS CRISTO, FILHO ÚNICO DE DEUS

ARTIGO 2

«E em Jesus Cristo, seu Filho único, Nosso Senhor»

I. Jesus

II. Cristo

III. Filho Único de Deus

IV. Senhor

ARTIGO 3

«Jesus Cristo foi concebido pelo Espírito Santo e nasceu da Virgem Maria»

PARÁGRAFO 1

O Filho de Deus fez-Se homem

I. Porque é que o Verbo encarnou

II. A Encarnação

III. Verdadeiro Deus e verdadeiro homem

IV. Como é que o Filho de Deus é homem

PARÁGRAFO 2

«... Concebido pelo Espírito Santo, nascido da Virgem Maria»

I. Concebido pelo poder do Espírito Santo

II. Nascido da Virgem Maria

PARÁGRAFO 3

Os Mistérios da vida de Cristo

I. Toda a vida de Cristo é mistério

II. Os Mistérios da infância e da vida oculta de Jesus

III. Os Mistérios da vida pública de Jesus

ARTIGO 4

«Jesus Cristo padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado»

PARÁGRAFO 1

Jesus e Israel

I. Jesus e a Lei

II. Jesus e o templo

III. Jesus e a fé de Israel em Deus Único e Salvador

PARÁGRAFO 2

Jesus morreu crucificado .

I. O processo de Jesus

II. A morte redentora de Cristo no desígnio divino de salvação

III. Cristo a Si mesmo Se ofereceu ao Pai por nossos pecados

PARÁGRAFO 3

Jesus Cristo foi sepultado

ARTIGO 5

«Jesus Cristo desceu à mansão dos mortos, ao terceiro dia ressuscitou dos mortos»

PARÁGRAFO I

Cristo desceu à mansão dos mortos

PARÁGRAFO 2

Ao terceiro dia ressuscitou dos mortos

I. Acontecimento histórico e transcendente

II. A Ressurreição – obra da Santíssima Trindade

III. Sentido e alcance salvífico da ressurreição

ARTIGO 6

«Jesus subiu aos céus e está sentado à direita de Deus, Pai Todo-poderoso

ARTIGO 7

«Donde há-de vir julgar os vivos e os mortos»

I. Voltará na sua glória

II. Para julgar os vivos e os mortos

CAPÍTULO TERCEIRO

CREIO NO ESPÍRITO SANTO

ARTIGO 8

«Creio no Espírito Santo»

I. A missão conjunta do Filho e do Espírito

II. O nome, as designações e os símbolos do Espírito Santo

III. O Espírito e a Palavra de Deus no tempo das promessas

IV. O Espírito de Cristo na plenitude do tempo

V. O Espírito e a Igreja nos últimos tempos

ARTIGO 9

«Creio na Santa Igreja Católica»

PARÁGRAFO 1

A Igreja no Desígnio de Deus

I. Os nomes e as imagens da Igreja

II. Origem, fundação e missão da Igreja

III. O mistério da Igreja

PARÁGRAFO 2

A Igreja – Povo de Deus, Corpo de Cristo, Templo do Espírito Santo

I. A Igreja – povo de Deus

II. A Igreja – Corpo de Cristo

III. A Igreja – templo do Espírito Santo

PARÁGRAFO 3

A Igreja é una, santa, católica e apostólica

I. A Igreja é una

II. A Igreja é santa

III. A Igreja é católica

IV. A Igreja é apostólica

PARÁGRAFO 4

Os fiéis de Cristo – Hierarquia, leigos, Vida consagrada

I. A constituição hieráquica da Igreja

II. Os fiéis leigos

III. A vida consagrada

PARÁGRAFO 5

A comunhão dos santos

I. A comunhão dos bens espirituais

II. A comunhão da Igreja do céu e da terra

PARÁGRAFO 6

Maria – Mãe de Cristo, Mãe da Igreja

I. A Maternidade de Maria em relação à Igreja

II. O culto à Santíssima Virgem

III. Maria – imagem escatológica da Igreja

ARTIGO 10

«Creio na remissão dos pecados»

I. Um só Baptismo para a remissão dos pecados

II. O poder das chaves

ARTIGO 11

«Creio na ressurreição da carne»

I. A ressurreição de Cristo e a nossa ressurreição

II. Morrer em Cristo Jesus

ARTIGO 12

«Creio na vida eterna»

I. O juízo particular

II. O Céu

III. A purificação final ou Purgatório

IV. O inferno

V. O juízo final

VI. A esperança dos novos céus e da nova terra

«Amen»

SEGUNDA PARTE

A CELEBRAÇÃO DO MISTÉRIO CRISTÃO

INTRODUÇÃO

Porquê a liturgia?

Qual o significado da palavra liturgia?

A liturgia como fonte de vida

Oração e liturgia

Catequese e liturgia

PRIMEIRA SECÇÃO

A ECONOMIA SACRAMENTAL

CAPÍTULO PRIMEIRO

O MISTÉRIO PASCAL NO TEMPO DA IGREJA

ARTIGO 1

A Liturgia – obra da Santíssima Trindade

I. O Pai, fonte e fim da liturgia

II. A acção de Cristo na liturgia

III. O Espírito Santo e a Igreja na liturgia .

ARTIGO 2

O Mistério Pascal nos sacramentos da Igreja

I. Os sacramentos de Cristo

II. Os sacramentos da Igreja

III. Os sacramentos da fé

IV. Os sacramentos da salvação

V. Os sacramentos da vida eterna

CAPÍTULO SEGUNDO

A CELEBRAÇÃO SACRAMENTAL DO MISTÉRIO PASCAL

ARTIGO 1

Celebrar a liturgia da Igreja

I. Quem celebra?

II. Como celebrar?

III. Quando celebrar?

IV. Onde celebrar?

ARTIGO 2

Diversidade litúrgica e unidade do mistério

SEGUNDA SECÇÃO

OS SETE SACRAMENTOS DA IGREJA

CAPÍTULO PRIMEIRO

OS SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO CRISTÃ

ARTIGO 1

O sacramento do Baptismo

I. Como se chama este sacramento?

II. O Baptismo na economia da salvação

III. Como se celebra o sacramento do Baptismo?

IV. Quem pode receber o Baptismo?

V. Quem pode baptizar?

VI. A necessidade do Baptismo

VII. A graça do Baptismo

ARTIGO 2

O sacramento da Confirmação

I. A Confirmação na economia da salvação

II. Os sinais e o rito da Confirmação

III. Os efeitos da Confirmação

IV. Quem pode receber este sacramento?

V. O ministro da Confirmação

ARTIGO 3

O sacramento da Eucaristia

I. A Eucaristia fonte e cume da vida eclesial

II. Como é chamado este sacramento?

III. A Eucaristia na economia da salvação

IV. A celebração litúrgica da Eucaristia

V. O sacrifício sacramental: acção de graças. memorial, presença

VI. O banquete pascal

VII. A Eucaristia - «penhor da futura glória»

CAPÍTULO SEGUNDO

OS SACRAMENTOS DE CURA

ARTIGO 4

O sacramento da Penitência e da Reconciliação

I. Como se chama este sacramento?

II. Porquê, um sacramento da Reconciliação depois do Baptismo'?

III. A conversão dos baptizados

IV. A penitência interior

V. As múltiplas formas da penitência na vida cristã

VI. O sacramento da Penitência e da Reconciliação

VII. Os actos do penitente

VIII. O ministro deste sacramento

IX. Os efeitos deste sacramento

X. As indulgências

XI. A celebração do sacramento da penitência

ARTIGO 5

A Unção dos doentes

I. Os seus fundamentos na economia da salvação

II. Quem recebe e quem administra este sacramento?

III. Como se celebra este sacramento

IV. Os efeitos da celebração deste sacramento

V. O Viático, último sacramento do cristão

CAPÍTULO TERCEIRO

OS SACRAMENTOS DO SERVIÇO DA COMUNHÃO

ARTIGO 6

O sacramento da Ordem

I. Porquê este nome de sacramento da Ordem?

II. O sacramento da Ordem na economia da salvação

III. Os três graus do sacramento da Ordem

IV. A celebração deste sacramento

V. Quem pode conferir este sacramento'?

VI. Quem pode receber este sacramento?

VII. Os efeitos do sacramento da Ordem

ARTIGO 7

O sacramento do Matrimónio

I. O Matrimónio no designio de Deus

II. A celebração do Matrimónio

III. O consentimento matrimonial

IV. Os efeitos do sacramento do Matrimónio

V. Os bens e as exigências do amor conjugal

VI. A Igreja doméstica

CAPÍTULO QUARTO

AS OUTRAS CELEBRAÇÕES LITÚRGICAS

ARTIGO 1

Os sacramentais

ARTIGO 2

As exéquias cristãs

I. A última páscoa do cristão

II. A celebração das exéquias

TERCEIRA PARTE

A VIDA EM CRISTO

INTRODUÇÃO

PRIMEIRA SECÇÃO

A VOCAÇÃO DO HOMEM: A VIDA NO ESPÍRITO

CAPÍTULO PRIMEIRO

A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

ARTIGO 1

O homem, imagem de Deus

ARTIGO 2

A nossa vocação à bem-aventurança

I. As bem-aventuranças

II. O desejo de felicidade

III. A bem-aventurança cristã

ARTIGO 3.

A liberdade do homem

I. Liberdade e responsabilidade

II. A liberdade humana na economia da salvação

ARTIGO 4

A moralidade dos actos humanos

I. As fontes da moralidade

II. Os actos bons e os actos maus

ARTIGO 5

A moralidade das paixões

I. As paixões

II. Paixões e vida moral

ARTIGO 6

A consciência moral

I. O juízo da consciência

II. A formação da consciência

III. As opções da consciência

IV. O juízo erróneo

ARTIGO 7

As virtudes

I. As virtudes humanas

II. As virtudes teologais

III. Os dons e os frutos do Espírito Santo

ARTIGO 8

O pecado

I. A misericórdia e o pecado

II. A definição do pecado

III. A diversidade dos pecados

IV. A gravidade do pecado: pecado mortal e venial

V. A proliferação do pecado

CAPÍTULO SEGUNDO

A COMUNIDADE HUMANA

ARTIGO 1

A Pessoa e a Sociedade

I. O carácter comunitário da vocação humana

II. A conversão e a sociedade

ARTIGO 2

A participação na vida social

I. A autoridade

II. O bem comum

III. Responsabilidade e participação

ARTIGO 3

A Justiça Social

I. O respeito pela pessoa humana

II. Igualdade e diferença entre os homens

III. A Solidariedade humana

CAPITULO TERCEIRO

A SALVAÇÃO DE DEUS: A LEI E A GRAÇA

ARTIGO 1

A lei moral

I. A lei moral natural

II. A Lei antiga

III. A nova Lei ou Lei Evangélica

ARTIGO 2

Graça e justificação

I. A justificação

II. A graça

III. O mérito

IV. A santidade cristã

ARTIGO 3

A Igreja. Mãe e educadora

I. Vida moral e Magistério da Igreja

II. Os preceitos da Igreja

III. Vida moral e testemunho missionário

OS DEZ MANDAMENTOS

SEGUNDA SECÇÃO

OS DEZ MANDAMENTOS

CAPÍTULO PRIMEIRO

«AMARÁS O SENHOR TEU DEUS COM TODO O TEU CORAÇÃO,

COM TODA A TUA ALMA E COM TODAS AS TUAS FORÇAS»

ARTIGO I

O primeiro mandamento

I. «Ao Senhor teu Deus adorarás. a Ele servirás»

II. «Só a Ele prestarás culto»

III. «Não terás outros deuses perante Mim»

IV. «Não farás para ti nenhuma imagem esculpida»

ARTIGO 2

O segundo mandamento

I. O nome do Senhor é Santo

II. O nome do Senhor invocado em vão

III. O nome cristão

ARTIGO 3

O terceiro mandamento

I. O dia do Sábado

II. O Dia do Senhor

CAPÍTULO SEGUNDO

«AMARÁS O TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO»

ARTIGO 4

O quarto mandamento

I. A família no plano de Deus

II. A família e a sociedade

III. Deveres dos membros da família

IV. A família e o Reino

V. As autoridades na sociedade civil

ARTIGO 5

O quinto mandamento

I. O respeito pela vida humana

II. O respeito pela dignidade das pessoas

III. Salvaguarda da paz

ARTIGO 6

O sexto mandamento

I. «Homem e mulher os criou...»

II. A vocação à castidade

III. O amor dos esposos

IV. As ofensas à dignidade do Matrimónio

ARTIGO 7

O sétimo mandamento

I. O destino universal e a propriedade privada dos bens

II. O respeito pelas pessoas e seu bens

III. A doutrina social da Igreja

IV. A actividade económica e a justiça social

V. Justiça e solidariedade entre as nações

VI. O amor dos pobres

ARTIGO 8

O oitavo mandamento

I. Viver na verdade

II. «Dar testemunho da verdade»

III. As ofensas à verdade

IV. O respeito pela verdade

V. O uso dos meios de comunicação social

VI. Verdade, beleza e arte sacra

ARTIGO 9

O nono mandamento

I. A purificação do coração

II. O combate pela pureza

ARTIGO 10

O décimo mandamento

I. A desordem das cobiças

II. Os desejos do espírito

III. A pobreza de coração

IV. »Quero ver a Deus»

QUARTA PARTE

A ORAÇÃO CRISTÃ

PRIMEIRA SECÇÃO

ORAÇÃO NA VIDA CRISTÃ

Que é a oração?

CAPÍTULO PRIMEIRO

REVELAÇÃO DA ORAÇÃO

O apelo universal à oração

ARTIGO I

No Antigo Testamento

ARTIGO 2

Na plenitude do tempo

ARTIGO 3

No tempo da Igreja

I. A bênção e a adoração

II. A oração de petição

III. A orarão de intercessão

IV. A oração de acção de graças

V. A oração de louvor

CAPÍTULO SEGUNDO

A TRADIÇÃO DA ORAÇÃO

ARTIGO 1

Nas fontes da oração

ARTIGO 2

O caminho da oração

ARTIGO 3

Guias para a oração

CAPÍTULO TERCEIRO

A VIDA DE ORAÇÃO

ARTIGO l

As expressões da oração

I. A oração vocal

II. A meditação

III. A contemplação

ARTIGO 2

O combate da oração

I. As objecções à oração

II. A humilde vigilância do coração

III. A confiança filial

SEGUNDA SECÇÃO

A ORAÇÃO DO SENHOR: «PAI NOSSO»

ARTIGO 1

«O resumo de todo o Evangelho»

I. No centro da Sagrada Escritura

II. A «Oração do Senhor»

III. A oração da Igreja

ARTIGO 2

«Pai nosso, que estais nos céus»

I. «Ousar aproximar-se com toda a confiança»

II. «Pai!»

III. Pai «nosso»

IV. «Que estais nos céus»

ARTIGO 3

As sete petições

I. Santificado seja o vosso nome

II. Venha a nós o vosso Reino

III. Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu

IV. O pão nosso de cada dia nos dai hoje

V. Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido

VI. Não nos deixeis cair em tentação

VII. Mas livrai-nos do Mal

A doxologia final

http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/indice_po.html

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CATECISMO DE SÃO PIO X –

PECADOS QUE BRADAM AO CÉU E PEDEM VINGANÇA A DEUS

Pecados que bradam ao Céu

Os pecados que bradam ao Céu e pedem vingança a Deus são quatro:

https://www.liturgiacatolica.com/pecados-que-bradam-ao-ceu.html

1. Homicídio voluntário;

2. Pecado sensual contra a natureza;

3. Oprimir os pobres, órfãos e viúvas;

4. Negar o salário aos que trabalham.

Por que se diz que estes pecados pedem vingança a Deus?

Diz-se que estes pecados pedem vingança a Deus, porque o diz

o Espírito Santo, e porque a sua malícia é tão grave e manifesta,

que provoca o mesmo Deus a puni-los com os mais severos castigos.

http://www.catolicismoromano.com.br/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=6959

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OS SEIS PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO

CATECISMO MAIOR DE SÃO PIO X

TODO O QUE TIVER FALADO CONTRA O FILHO DO HOMEM SERÁ PERDOADO. SE, PORÉM, FALAR CONTRA O ESPÍRITO SANTO, NÃO ALCANÇARÁ PERDÃO NEM NESTE SÉCULO NEM NO SÉCULO VINDOURO. (MT. 12,32).

QUANTO PIOR CASTIGO JULGAIS QUE MERECE QUEM CALCAR AOS PÉS O FILHO DE DEUS, PROFANAR O SANGUE DA ALIANÇA, EM QUE FOI SANTIFICADO, E ULTRAJAR O ESPÍRITO SANTO, AUTOR DA GRAÇA! (HB. 10,29)

Como Deus poderá perdoar alguém que não quer ser perdoado? Ora, a blasfêmia contra o espírito santo é o pecado cometido pelo homem, que reivindica seu pretenso ‘direito’ de perseverar no mal – em qualquer pecado – e recusa por isso mesmo a redenção. O homem fica fechado no seu pecado, tornando impossível da sua parte a própria conversão e também, conseqüentemente, a remissão dos pecados, que considera não essencial ou não importante para a sua vida”(10). Santo tomás de Aquino responde que se trata da um pecado «imperdoável por sua própria natureza, porque exclui aqueles elementos graças aos quais é concedida a remissão dos pecados. Blasfemar contra o espírito santo é desprezar as inúmeras evidências bíblicas sobre sua obra e natureza. É se agarrar a conceitos pré-estabelecidos desprezando a luz que emana do espírito santo de Deus. A bíblia é clara sobre o pecado imperdoável: blasfemar contra o espírito santo é desprezar as abundantes evidências que temos à nossa disposição. Só blasfema contra o espírito santo quem resiste contra o poder de Deus revelado em suas palavras e obras e os atribui ao inimigo. Deus não leva em conta os tempos de ignorância (atos 17:30), mas exige um posicionamento firme daqueles que recebem a luz. “a condenação é esta: a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz porque as obras deles eram más.” - joão 3:19. O pontificado do papa são pio x de 1903 a 1914 - em seu catecismo maior, ensinou que são seis os pecados contra o espírito santo: o pecado contra o espírito santo consiste na rejeição da graça de Deus; é a recusa da salvação. Implica numa rejeição completa à ação, ao convite e à advertência do espírito santo. 1º - desesperar da salvação: quando a pessoa perde as esperanças na salvação, achando que sua vida já está perdida e que ela se encontra condenada antes mesmo do juízo. Julga que a misericórdia divina é pequena. Não crê no poder e na justiça de Deus. 2º - presunção de salvação, ou seja, a pessoa cultiva em sua alma uma idéia de perfeição que implica num sentimento de orgulho. Ela se considera salva, pelo que já fez. Somente Deus sabe se aquilo que fizemos merece o prêmio da salvação ou não. A nossa salvação pode ser perdida, até o último momento da nossa vida, e Deus é o nosso juiz eterno. Devemos crer na misericórdia divina, mas não podemos usurpar o atributo divino inalienável do juízo. O simples fato de já se considerar eleito é uma atitude que indica a debilidade da virtude da humildade diante de Deus. Devemos ter a convicção moral de que estamos certos em nossas ações, mas não podemos dizer que aos olhos de Deus já estamos definitivamente salvos. Os calvinistas, por exemplo, afirmam a eleição definitiva do fiel, por decreto eterno e imutável de Deus. A igreja católica ensina que, normalmente, os homens nada sabem sobre o seu destino, exceto se houver uma revelação privada, aceita pelo sagrado magistério. Por essa razão, os homens não podem se considerar salvos antes do juízo. 3º - negar a verdade conhecida como tal pelo magistério da santa igreja, ou seja , quando a pessoa não aceita as verdades de fé (dogmas de fé), mesmo após exaustiva explicação doutrinária. É o caso dos hereges. Considera o seu entendimento pessoal superior ao da igreja e ao ensinamento do espírito santo que auxilia o sagrado magistério. 4º - inveja da graça que Deus dá aos outros. A inveja é um sentimento que consiste em irritar-se porque o outro

Conseguiu algo de bom. Mesmo que você possua aquilo ou possa ganhar um dia. É o ato de não querer o bem do semelhante. Se eu invejo a graça que Deus dá a

alguém, estou dizendo que aquela pessoa não merece tal graça, me tornando assim o juiz do mundo. Estou me voltando contra a vontade divina imposta no governo do mundo. Estou me voltando contra a lei do amor ao próximo. Não devemos invejar um bem conquistado por alguém. Se este bem é fruto de trabalho honrado e perseverante, é vontade de Deus que a pessoa desfrute daquela graça. 5º - a obstinação no pecado é a vontade firme de permanecer no erro mesmo após a ação de convencimento do espírito santo. É não aceitar a ética cristã. Você cria o seu critério de julgamento ético. Ou simplesmente não adota ética nenhuma e assim se aparta da vontade de Deus e rejeita a salvação. 6º - a impenitência final é o resultado de toda uma vida de rejeição a Deus : o indivíduo persiste no erro até o final, recusando arrepender-se e penitenciar-se, recusa a salvação até o fim. Consagra-se ao adversário de cristo. Nem mesmo na hora da morte tenta se aproximar do pai, manifestando humildade e compaixão. Não se abre ao convite do espírito santo definitivamente. Deus não condena ninguém. Ao contrário, “Deus não quer que ninguém se perca, mas que todos cheguem a se converter”(11). No entanto, Deus não criou os seres humanos como irracionais, mas os criou à sua ‘imagem e semelhança”, que quer dizer: nos deu inteligência, para separar o bem do mal; liberdade, para escolher o bem ou o mal; e vontade, para vivenciar o bem ou o mal. A escolha é nossa, é de cada um. Assim, vivemos a nossa vida direcionados pelos três pilares da imagem e semelhança de Deus: inteligência, liberdade e vontade, para que assim decidamos o que queremos trilhar. No fim da vida terrena, a morte confirmará a nossa decisão, dando-nos aquilo que escolhemos. Por isso, a conclusão torna-se óbvia: só está no inferno aqueles que realmente querem estar lá, aqueles que não querem a presença de Deus que ilumina suas imundícies. Por outro lado, Deus, que “não quer que ninguém se perca”, continua a amar sua criatura, mesmo esta preferindo estar longe. Como já disse, o amor de Deus não impõe condições, assim, onde quer que a criatura esteja, Deus a amará sempre, embora respeitando aquilo que a faz ser uma pessoa: sua inteligência, sua liberdade e sua vontade. Em suma: o pecado contra o espírito santo consiste na rejeição consciente da graça de Deus; é a recusa da salvação que, conseqüentemente, impede Deus de agir, pois ele está à porta e bate(12), e a abre quem quiser. A persistência neste pecado, que é contra o espírito santo, pois este tem a missão de mostrar a verdade, levará o pecador para longe de Deus, para onde ele escolheu estar. Apesar disso, o senhor continuará a amá-lo com o mesmo amor de pai que tem para com todos, porém respeitando a decisão de seu filho que é inteligente e livre.“ a igreja implora que o perigoso pecado contra o espírito santo ceda o lugar a uma santa disponibilidade para aceitar a missão do consolador, quando ele vier para «convencer o mundo quanto ao pecado, quanto à justiça e quanto ao juízo”.

João paulo II , artigo extraído do documento

"dominum et vivificantem"- 16/03/2007

http://apologeticadafecatolica.blogspot.com/2012/05/os-seis-pecados-contra-o-espirito-santo.html

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OS 7 PECADOS CAPITAIS E AS 7 VIRTUDES OPOSTAS

Todo ser humano é, em essência, bom. Todos nó trazemos inscritas em nossa mente e na nossa consciência a moral e as leis de Deus. Mas nós podemos anestesiar esse instinto divino a partir do pecado ( Rom 7, 16-20 ), que está presente como um mácula em nossa alma desde Adão e Eva, como nos mostra a Bíblia ( Gen 3, 1-13 )

Quando pecamos, nós preferimos a nossa lei à lei de Deus, fazer o que bem entendemos, muitas vezes não levando em conta as conseqüências.

Pecado Capital ( de ?capita? = cabeça, o pecado que é a cabeça ) é o pecado que leva a outros pecados, outros vícios

Virtude ( de ?vir? = varão, homem, que significa firmeza ) é uma disposição habitual e firme para fazer o bem. Não apenas pratiquemos atos bons ( pois até o pior criminoso é capaz de ter atos bons ocasionalmente ), mas sim sejamos bom, verdadeiros cristãos.

A Igreja ensina: temos 7 pecados capitais e 7 virtudes opostas.

7 Pecados Capitais 7 Virtudes Opostas

Orgulho ou soberba Humildade

Avareza Generosidade

Inveja Caridade

Ira Mansidão

Luxúria ou Impureza Castidade

Gula Temperança

Preguiça Diligência

1 Orgulho

O Princípio de todo pecado é o orgulho, a vaidade, pois é a tentativa de se igualar a Deus de ser auto-suficiente senhor de si, passando por cima da autoridade de Deus. O Orgulho caracteriza-se por acharmos que os dons de Deus vêm de nós mesmos. Leva aos pecados da presunção, da vanglória ( Gn 11 ? O episódio de Babel ). Nós passamos a procurar sempre reconhecimento, elogios, por nossos atos e acabamos nos gabando das coisas que fazemos. Com orgulho, a pessoa desanima no fracasso, pois acha-o impossível.

Veja também DIFERENÇA ENTRE ORDEM E CONGREGAÇÃO RELGIOSA

Humildade

É o reconhecimento de nossa pequenez. No final das contas. É e verdade sobre nó mesmos, sabendo que tudo é Dom de Deus. Devemos recorrer a Nossa Senhora, que foi exemplo de humildade, para pedir essa virtude.

2 Avareza

Desejo desordenado dos bens deste mundo. Os bens deste mundo foram feitos pra suprir nossas necessidades e a de nossos irmãos. A avareza é a síndrome de acumular, juntar, empilhar coisas. É o culto ao dinheiro. Leva a fraudes, roubos, mesquinharia e ambição ? passar por cima dos outros. Em vez de senhores das coisas passamos a ser escravos delas (Mt 6, 23-34 )

Generosidade

É o despojamento quanto aos bens materiais, compartilhando-os com aqueles que necessitam. Daí e vos será dado-disse Jesus. Deus ama o que dá com alegria. Deus é generoso com seus filhos, portanto, todo cristão deve ser generoso com seu próximo.

3 Inveja

É a tristeza diante do bem próximo. O invejoso está sempre de olho nos outros, no bem dos outros. O invejoso:

• Não valoriza seus bens

• Desenvolve o espírito critico, diminuindo o outro

• Calunia aquele que inveja

Histórias de inveja na Bíblia: Caim e Abel, José e seus irmãos, Saul e David

Caridade

É o olhar bom para o próximo, o amor para o próximo. Amar nosso irmão sem julgá-lo. Ter paciência, perdoar sempre o irmão e a comunidade.

O desafio da caridade é se alegrar com o bem do irmão. Devemos amar nosso irmão com palavras e obras.

4 Ira

Estado emocional desordenado, é a raiva excessiva. A ira é um mal em si mesma, pois tira a paz do indivíduo. Leva à impaciência, furor, violência, ódio e assassinato. Devemos deixar bem claro que força é diferente de violência. Ser violento não significa que a pessoa seja forte. A paciência é a maior prova de força.

Veja também: O que são as "virtudes teologais"?

Mansidão

É a força revestida de veludo. É a calma, a tranqüilidade e o equilíbrio emocional. A mansidão é necessária para agradar a Deus, para a convivência e para manter a paz.

5 Luxúria ou Impureza

É a erotização exacerbada e o mal uso da sexualidade. Vivemos num mundo altamente erotizado. A moda, os espetáculos, os shows, os programas televisivos tem sempre apelo sexual.

"Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo?? Somos templo da Santíssima Trindade. A sexualidade deve ser governada pelo amor. O sexo, o amor e a transmissão da vida são três coisas que estão intimamente ligadas, mas forram separadas de forma lastimável pelo homem moderno.

Castidade

É o respeito de nosso corpo e ao corpo do próximo. É o 6º mandamento da Lei de Deus.

6 Gula

É um vício em que há busca de um prazer desordenado na comida e na bebida.

• Comer excessivamente

• Comer com os olhos

• Comer se preocupando com gostos requintados

• Vícios como o fumo, álcool, tranqüilizantes, etc.

Perde-se a força de vontade de se livrar dos vícios.

Temperança

Consiste em conservar o nosso corpo,a paz interior, a saúde. Por exemplo, ter uma alimentação balanceada, se livrar de substâncias que envenenem nosso organismo, etc.

7 Preguiça

É a negação do esforço, é o comodismo:

• Fazer tudo de qualquer jeito

• Não fazer as coisas com amor

• Cansaço constante

• Pelo fato de não podre fazer o excelente, não faz nada

• Falta de Tempo

Diligência

A palavra diligência vem de diliger = amar. É não se cansar de fazer as coisas, valorizando-as sempre. Caracteriza-se pela garra, força e amor.

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doutrina pecados capitais virtudes

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Simbolismos culturais e tolerância

Isto é o meu corpo, fazei isso em memória de mim

https://www.veritatis.com.br/os-7-pecados-capitais-e-as-7-virtudes-opostas/

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OS SEIS PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO

http://www.padrerodrigomaria.com.br/os-seis-pecados-contra-o-espirito-santo/

Os pecados mortais (que são pecados graves) nos afastam de Deus e nos levam ao inferno.Somente através de uma boa e sincera confissão, é que somos perdoados. Para se fazer uma boa confissão é preciso ter fé que o padre tem o poder de absolver-te (poder esse dado pelo próprio Jesus Cristo: "Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos."

São João 20, versículo 23.

É preciso também estar arrependido de ter pecado e prometer

nunca mais fazê-lo novamente.

Equipe Padre Rodrigo Maria

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O Divino Espírito Santo.

www.obradoespiritosanto.com

"Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro se no fim perde a sua alma". Mt 16,26

"Em tudo o que fazes lembra-te do teu fim e jamais pecarás." Ecle 7,4

"É bom pensar nos novíssimos todos os dias... porque este pensamento é eficacíssimo para nos fazer evitar o pecado." S.Pio X, Catecismo Maior.

A MORTE

A origem da Morte

O que é a morte

Significado da Morte

A Morte e Maria

A Morte, o Moribundo e a Família.

O JUÍZO PARTICULAR

O CÉU

A Eternidade

A Desigualdade

O INFERNO

Doutrina da Igreja Católica

O Pecado Mortal

A Eternidade do Inferno

Desigualdade do sofrimento dos condenados

O inferno segundo S. Faustina Kowalska (canonizada por João Paulo II)

O inferno segundo os videntes de Fátima, Portugal.

O inferno segundo S.Teresa de Ávila, doutora da Igreja

O inferno segundo S.Josefa Menendez.

O inferno segundo Santa Catarina de Sena

Porque Deus criou o inferno?

O que fazer para não ir para o inferno

A Imaculada Virgem Maria e o Inferno

Síntese sobre o Inferno.

Conclusão

O PURGATÓRIO

Natureza do Suplício do purgatório

Objeto da Purificação

Duração do purgatório

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A MORTE

Origem da Morte

A morte na ordem atual de salvação é conseqüência punitiva do pecado (de fé)

Em seu decreto sobre o pecado original nos ensina o concílio de Trento que Adão, por ter transgredido o preceito de Deus, atraiu sobre si o castigo da morte com que Deus o tinha ameaçado e transmitiu esse castigo a todo o gênero humano. cf Dz788 s ; Dz 101, 175.

Dz 788. « Se alguém não confessar que o primeiro homem Adão, depois de transgredir o preceito de Deus no paraíso, perdeu imediatamente a santidade e a justiça em que havia sido constituído; e que pela sua prevaricação incorreu na ira e indignação de Deus e por isso na morte que Deus antes lhe havia ameaçado e com a morte na escravidão e, debaixo do poder daquele que tem o império da morte (Heb 2, 14), isto é, o demônio, e que Adão por aquela ofensa foi segundo o corpo e a alma mudado para pior – seja excomungado.»

Dz 789. « Se alguém afirmar que a prevaricação de Adão prejudicou a ele só e não à sua descendência; e que a santidade e justiça recebidas de Deus, e por ele perdidas, as perdeu só para si e não também para nós; ou [disser] que, manchado ele pelo pecado de desobediência, transmitiu a todo o gênero humano somente a morte e as penas do corpo, não porém o mesmo pecado, que é a morte da alma – seja excomungado, porque contradiz o Apóstolo que diz: Por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte e assim a morte passou para todos os homens, no qual todos pecaram. (Rom 5, 12).»

Ainda que o homem seja mortal pela sua natureza já que o seu ser está composto por partes distintas, sabemos pelo testemunho da revelação que Deus dotou o homem, no paraíso, do dom preternatural da imortalidade corporal. Mas, no castigo de ter quebrado a ordem que tinha imposto para o provar, o Senhor infligiu-lhe a morte, com que já antes o tinha intimidado. Gen2,16-17 «Podes comer do fruto de todas as arvores do jardim; mas não comas o da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que o comeres, certamente morrerás»

S.Paulo ensina que a morte é castigo do pecado de Adão; « Por isso, tal como por um só entrou o pecado no mundo e, pelo pecado, a morte, assim a morte atingiu todos os homens, uma vez que todos pecaram...» Rom 5,12 « Portanto como pela falta de um só, veio a condenação para todos os homens, assim também pela obra de justiça de um só veio para todos os homens a justificação que dá a vida.» Rom 5,18 « É que o salário do pecado é a morte;» Rom 6,23.

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O que é a morte?

A morte é a separação da alma do corpo.

O corpo é entregue à terra e aí se desfaz. Regressa ao pó donde saiu. Gn 3,19. Mas a nossa alma, não se desfaz, é imortal. Imediatamente depois da morte, a nossa alma comparecerá perante o Deus vivo Criador supremo de tudo quanto existe e aí será julgada. « Está determinado que os homens morram uma só vez, e depois disto será o juízo» Heb 9,27.

Pertence ao depósito da fé que a alma é a forma substancial do corpo (Denz 481). Pois bem, na morte rompe-se essa união substancial existente entre a alma e o corpo. O corpo sem o seu principio vital, do qual depende intrinsecamente fica sem vida e converte-se automaticamente em cadáver...Diz a sagrada escritura: « Lembra-te do teu Criador nos dias da mocidade, antes que venham os dias da desgraça...Antes que o fio de prata se rompa e o copo de ouro se parta, antes que o jarro se quebre na fonte a roldana rebente no poço, antes que o pó volte à terra de onde veio e o espírito [=alma] volte a Deus que o concedeu.» (Eclesiastes 12,1,6-7)

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Significado da morte.

Com a chegada da morte cessa o tempo de merecer e desmerecer e a possibilidade de converter-se (sentença certa).

Esta doutrina da Igreja elimina a doutrina dos "origenistas" que defendiam que os homens e os anjos condenados acabariam por se converter e finalmente possuiriam a Deus.

Diz o Magistério da Igreja em Denz. 211 « Se alguém disser ou sentir que o suplício dos demônios e dos homens é temporal e que terá fim algum dia, verificando-se a restituição e reintegração dos demônios e dos homens ímpios, seja anátema.»Vigilio, Papa (contra Origenes)

Também elimina a doutrina da "transmigração das almas" ou reencarnação muito difundida, segundo a qual a alma depois de abandonar o corpo atual, entra noutro corpo distinto até encontrar-se totalmente purificada para conseguir a bem-aventurança.

O sínodo de Constantinopla no ano 543 DC reprovou esta doutrina; Dz 211. É doutrina fundamental da Sagrada Escritura que a retribuição que se recebe na vida futura dependerá dos merecimentos ou desmerecimentos adquiridos durante a vida terrena. Segundo Mt, 25,34ss o soberano Juíz faz depender a sua sentença do cumprimento ou omissão das boas obras na terra. O rico Epulão e o pobre Lázaro acham-se separados no mais além por um abismo insuperável (Lc 16,26). O tempo que se vive sobre a terra é "o dia", o tempo de trabalhar; depois da morte vem a "noite", quando já ninguém pode trabalhar" (Jo 9,4).

S.Paulo ensina : «Porquanto todos nós teremos de comparecer manifestamente perante o tribunal de Cristo, a fim de que cada um receba a retribuição do que tiver feito durante a sua vida no corpo, seja para o bem, seja para o mal» 2 Cor 5,10. Por isso nos exorta o Apóstolo a fazer o bem «enquanto temos tempo» Gal 6,10; cf Ap. 2,10.

Assim com a morte termina para a alma o tempo de proba ou o "estado de viajante" e penetra para sempre no "estado final ou eterno" aonde já não pode merecer nem pecar. Com a morte se chega ao estado de término, que permanecerá imutável por toda a eternidade. Mais além da morte não existe possibilidade de mudar o destino que o homem mereceu ao morrer.

A Morte e Maria

Diz-se que um dia uma alma eleita, perguntou ao Bom Deus:- Porque certas almas que vivem no vosso amor, temem a morte? Não é ela a porta do Paraíso? Eis o que Jesus respondeu:

" Minha Filha, a morte é temível porque é o castigo do pecador. Mas há uma luz que ilumina: minha Mãe! Na agonia da morte, quando o inimigo se levanta para roubar-me almas, eis que minha Mãe brilha, qual luzeiro luminoso e mostra-lhes que é mãe também dos pecadores e que há de advogar por eles ante o tribunal divino!

Se meus filhos, quando recitam " Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte" rezassem bem na vida, não teriam medo de morrer.

Quem é verdadeiro devoto de minha Mãe, morre com um sorriso nos lábios, porque Ela assiste a todos os meus filhos na hora da morte. Nesta hora suprema Ela vem assistir aos pobres pecadores para ver se ainda consegue abrandar os seus corações endurecidos. Como Me alegram os corações que nela confiam, porque ainda tenho esperança de salvá-los!

Quem conhecer esta Mãe amável e a invocar na vida com confiança, no meio da agonia, encontrará este farol luminoso, que lhe mostrará as portas do paraíso"

Maria! é a mais Bela Flor do altíssimo. Ela é a mais bela flor do Céu e da Terra, « humilde e elevada acima de qualquer criatura». Nenhum outro ser a poderá jamais igualar. Ela é a loucura de Deus, o delírio de Deus. Objeto da complacência divina. Ela nunca conheceu, mesmo por um instante, a escravidão de Satanás. Satanás odeia Maria, a Filha de Deus, a Mãe de Deus, o objeto das delícias divinas, a obra prima da Omnipotência, da Omnisciência e da Omnipresença Divina. Diante dela se inclinam as tropas angélicas e todos os santos do Paraíso. Maria põe em fuga todas as potências tenebrosas e com o seu pé esmaga, todas as vezes que quer, a cabeça da serpente venenosa, Satanás. « Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre a tua linhagem e a linhagem dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar.» Gn 3,15

Feliz de ti se invocas a Virgem Imaculada, a Porta do Céu no momento da tua morte e lhe suplicas que interceda por ti junto do Altíssimo. Sim, feliz de ti! Pois já estás a caminho do Paraíso. Se conhecêssemos o poder da Oração de Maria, junto do trono do Altíssimo! Por isso recomendo-te. Pensa em Maria, fala com Maria, Ora a Maria, suspira por Maria e entrega-te a Maria, durante toda a tua vida, mas de forma especial na hora da morte! E quando chegar a tua hora final sobre esta terra, invoca Aquela que é o Refúgio dos Pecadores e serás salvo.

Lembra-te de Maria e Ela lembrar-se-á de ti junto do Altíssimo.

Diz Santo Afonso Maria de Ligório que: « é impossível que alguém devoto de Maria se condene, se procura obsequiá-la e encomendar-se ao seu patrocínio... Aqueles devotos com desejo de emenda, juntam a fidelidade em obsequiar e encomendar-se à Mãe de Deus. Destes afirmo, que moralmente falando, não é possível que se condenem.» e Acrescenta: «...Oh Virgem benditissíma! Tão impossível é que se salve, o que de Ti se aparta, como perder-se o que se vale de Ti.» Glórias de Maria, Cap VIII.

A Morte, o Moribundo e a Família.

É dever dos familiares fazer tudo quanto é possível e está ao seu alcance para salvar a alma do moribundo sob pena de pecado grave ou mesmo mortal.

É conveniente chamar o Sacerdote para que o enfermo ou moribundo receba a absolvição dos seus pecados, apenas iniciada a gravidade da situação ainda que não exista, todavia, perigo de morte próxima.

Infelizmente, existe um miserável e estúpido costume, anti-cristão [ que a tantas almas terá custado a sua salvação eterna] de só chamar o Sacerdote no último instante, alegando os familiares que não se pode melindrar o enfermo falando-lhe de confissão ou extrema unção, chamando para isso o sacerdote pois poderia induzir o doente que está próxima a sua morte. Este é um dos maiores crimes que se podem cometer, daqueles que clamam vingança ao Céu e que não ficarão sem castigo já neste mundo e depois no outro. Existem famílias tão néscias e insensatas que preferem que o enfermo vá tranquilamente para o inferno sem assustar-se, do que ir para o Céu, mesmo que para isso se lhe deva dizer, caritativamente, a verdade. Isto é o cúmulo da cegueira e insensatez! Ai dos que tenham sobre a sua consciência semelhante crime. Terão que dar contas terríveis a Deus...

«... Morrirás sem te dares conta? Quem são os moribundos inconscientes? Chamo eu assim, aqueles desgraçados que, gravemente enfermos, mas enganados pelos seus parentes, ocultam-lhes a gravidade da sua enfermidade e a aproximação do seu fim, não sabem que vão morrer até que morrem; nem caiem na conta que vão ao Juízo de Deus até que estão nele. Seus parentes e amigos, seu Pai, sua Mãe, seus irmãos, cruéis e ímpios apesar de vê-lo a caminhar para a morte, para não alarmá-lo, não o avisam, nem lhe trazem um Sacerdote, nem lhe procuram os últimos sacramentos, nem o avisam que se prepare. Oh, Que terrível desgraça e terrível castigo do Justo Juíz, que permite que os próprios amigos e parentes sejam cúmplices criminais da condenação de tantos moribundos! Quem dirá os que se condenaram porque seus parentes não lhes avisaram a tempo que recebessem os sacramentos?...» P.Vilarinho, Caminhos da Vida, nº 11, Como se morre.

Advertimos, por outro lado, que a recepção dos santos sacramentos em perigo de vida é um verdadeiro mandamento da Santa Igreja, que obriga tão gravemente, como ouvir missa aos domingos e dias festivos. De maneira que o enfermo grave que recusa recebê-los ou os familiares que para não o assustar ou por qualquer outro pretexto estúpido não o avisam a tempo - sobretudo se o enfermo não se dá conta por si mesmo de que está gravemente enfermo - cometem, sem dúvida alguma, um verdadeiro pecado mortal. Cf Royo Marin , Teologia da Salvação, A morte, nº 179.

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O JUÍZO PARTICULAR

Imediatamente depois da morte tem lugar o Juízo particular no qual a Justiça divina decide a sorte eterna dos que faleceram (sentença próxima da fé). Ao separar-se do corpo a alma humana é imediatamente julgada por Deus.

Em substância o juízo, consiste na apreciação dos méritos ou desméritos contraídos durante a vida terrestre, em virtude dos quais o Supremo Juiz pronuncia a sentença que decide o nosso destino eterno. As almas não comparecem perante o Divino Juiz localmente, à maneira de um tribunal terrestre, mas intelectualmente, não para ser objeto de debates contraditórios, mas para receber a correspondente sanção.

Não haverá juízos de discussão, mas somente de retribuição. O Deus vivo, dá à alma a consciência clara dos seus méritos ou desméritos. Da mesma forma a sentença será puramente interior, de forma que fica impressa na inteligência de cada um. Ir a tribunal diante de Deus significa que a alma reconhece interiormente diante de Deus o que ela é, o que vale, o que fez, o que usou bem ou mal e disto se segue, por conseguinte a sua sorte eterna.

Opõem-se esta doutrina à teoria ensinada por diversas seitas antigas e modernas segundo a qual, apoiando-se em (Ap. 20, 1ss) e nas profecias do Antigo Testamento sobre o futuro reino do Messias, sustinha que Cristo e os justos estabeleceriam sobre a terra um reinado de mil anos antes de venha a ressurreição universal e só então virá a bem-aventurança definitiva.

A doutrina do Juízo particular não foi definida diretamente, mas é pressuposto do dogma de que as almas dos defuntos vão imediatamente depois da morte ao céu ou ao inferno ou ao purgatório.

O Catecismo da Igreja Católica diz no nº 1022 «Cada homem recebe, na sua alma imortal, a retribuição eterna logo depois da sua morte, num juízo particular que põe a sua vida na referência de Cristo, quer através duma purificação, quer para entrar imediatamente na felicidade do Céu, quer para se condenar imediatamente para sempre.

No entardecer da nossa vida, seremos julgados sobre o amor S.João da Cruz, Ditos 64 »

A Sagrada Escritura fornece-nos um testemunho indireto do juízo particular, pois ensina que as almas dos defuntos recebem a sua recompensa ou o seu castigo imediatamente depois da morte; cf Eclo. 1,13; 11,28s. O pobre Lázaro é levado ao seio de Abraão imediatamente depois da sua morte, enquanto o rico epulão é entregado também imediatamente aos tormentos do inferno (Lc 16,22s).

O Redentor moribundo diz ao bom ladrão: «Hoje estarás comigo no paraíso» Lc 23,43. Judas foi ao "lugar que lhe correspondia" At 1,25. Em Ezequiel, diz Deus « Por isso, Eu vos julgarei a cada um segundo a sua maneira de agir.» Ez 18,30. Para S.Paulo, a morte é a porta da bem aventurança em união com Cristo. Fl, 1,23: «desejo morrer para estar com Cristo»

Impressionante mas é verdade! Por detrás de meia dúzia de dezenas de anos, neste mundo, esconde-se uma Eternidade formidável... E já não existe retorno. Estamos já a caminho. A felicidade em Deus é a nossa vocação.

Renunciar a ela é um crime punido com a infelicidade eterna, pois significa renunciar a Deus e ao Amor Infinito que nos é oferecido em Cristo Crucificado.

Deus não morreu numa cruz, no meio de tormentos inarráveis para a inteligência humana, para que o homem vivesse como um demônio, isto é, separado de Deus... Quem Ama é grato. E quem ama a Deus sabe dizer obrigado, com a vida e com a inteligência. Se Deus nos pede que obedeçamos à sua Lei para nos dar a vida eterna, porque não fazê-lo, em lugar de arriscar uma eternidade maldita? Para quê tentar a Deus? Quem como Deus? Ai daqueles que resolvem enfrentar Deus. Sabemos o que aconteceu a Satanás!

Acreditemos ou não, estamos a caminho e dentro em breve encontrar-nos-emos com Aquele que nos moldou e criou à sua imagem e semelhança. Ai daqueles que nada quiseram com Deus em Vida.

O Deus que não quiseram conhecer em Vida, dizia Sto Agostinho,

não os reconhecerá na Morte e para eles será a sentença:

«Não vos conheço!» Mt 25,12

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O CÉU

As almas dos justos que no instante da morte se encontram livres

de todo a culpa e pena de pecado entram no Céu (de Fé).

O papa Benedito XII declarou na sua constituição dogmática Benedictus Deus (1336) que as almas completamente purificadas entram no céu e contemplam imediatamente a Deus, vendo-O "cara a cara", pois o Deus Vivo, se lhes manifesta aberta e imediatamente, de maneira clara e sem velos. As almas em virtude dessa visão - visão beatífica - são verdadeiramente felizes e têm a vida eterna e eterno descanso; Dz 530; cf Dz 40,86,693,696.

O Concilio de Florença ensina que «... as almas dos que morrem sem necessidade de purificação, ou depois de realizá-la no purgatório, são imediatamente recebidas no Céu e vêm claramente a Deus uno e trino, tal como é; uns, no entanto, com mais perfeição do que outros, conforme a diversidade de merecimentos» Denz 693

A título de exemplo, se alguém contemplar o mar da praia, não o vê em toda a sua imensidade e profundidade; mas é evidente que vê o mar, tal e qual ele é em si mesmo. Apesar de tudo, este exemplo é bastante imperfeito, pois o que contempla o mar desde a praia não vê o mar em toda a sua imensidade, mas os bem-aventurados no céu vêm toda a essência divina, mas sem esgotar a sua infinita cognoscibilidade, isto é, os infinitos modos de conhecer a Deus. É como que, se elevados acima do mar, pudessem contemplar todo o mar, mas penetrando na profundidade do mar em grau desigual.

Os eleitos do céu vêm a Deus na sua totalidade, mas não totalmente. Assim, os eleitos no Céu vêm claramente a Deus tal como é em si mesmo: uno em essência e trino em pessoas, com todos os seus atributos essenciais. Contudo, uns contemplam-no com mais perfeição que outros, em função dos méritos adquiridos na vida humana.

O Céu consiste na visão imediata de Deus: 1Jo 3,2: «seremos semelhantes a Ele porque o veremos tal qual é». A escolástica insiste no caráter sobrenatural da visão beatifica e exige uma especial iluminação de entendimento a que chamou a "lumen gloriae", ou luz de glória que seria um dom sobrenatural e habitual do entendimento que o capacita para o ato da visão de Deus. Cf Sum. Th. I 12, 4 e 5

Jesus apresenta a felicidade celeste debaixo de uma imagem de um banquete de bodas, Mt 25,10; cf Mt 22, 1 ss; Lc 14,15ss, qualificando esta bem-aventurança de «vida» ou «vida eterna»; cf Mt 18, 8s;19,29;25,46;Jo 3,15ss;

A condição para alcançar a vida eterna e conhecer a Deus e a Cristo: «esta é a vida eterna, que te conheçam a ti, único Deus verdadeiro, e ao teu enviado Jesus Cristo»Jo, 17,3. Aos limpos de coração, lhes promete que verão a Deus: «Bem Aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus» (Mt 5,8).

S.Paulo insiste no caráter misterioso do Céu : «Nem olho viu, nem ouvido ouviu, nem veio à mente do homem o que Deus preparou para os que o amam» 1Cor 2,9;cf 2 Cor 12,4

S. Pio X no seu Catecismo dizia "O Céu é o gozo eterno de Deus, nossa felicidade e nele a posse de todos os outros bens sem mal algum; e merece o Céu quem é bom, isto é, quem ama e serve fielmente a Deus e morre na sua graça."

A visão direta de Deus, "cara a cara, tal como é em si mesmo" (1Jo 3,2) enche a alma de uma felicidade tão imensa e inarrável que nenhuma mente humana a pode conceber e da qual, neste mundo jamais teremos a menor idéia.

A felicidade celestial consiste na possessão e gozo fruitivo do Bem absoluto e infinito que é Deus. O bem aventurado torna-se participante da natureza divina. E é tal essa felicidade que todos os outros prazeres, e que são imensos, são uma gota de água no oceano. É como se a um multimilionário lhe dessem alguns cêntimos.

Pois bem, a felicidade humana, no seu gozo e prazer máximos aqui na terra..., não passam de átomos de felicidade, quando comparados com o universo desses cêntimos... E pensemos nos cêntimos que é possuirmos um corpo glorioso, que brilhará mais do que o nosso sol natural « Então os Justos brilharão como o sol no reino de seu Pai. O que tem ouvidos, ouça.» Mt 13,43.

O corpo dos eleitos brilhará com um resplendor único, uns mais do que outros, segundo o grau de glória que tiverem alcançado, nesta vida. O dote da claridade manifestou-o também o Senhor no dia de sua Transfiguração, em que os três apóstolos lhe viram o rosto mais resplandecente que o sol, (Mt. 17,2.)

Relembro que o grau de glória no céu redundará do grau de graça santificante atingido nesta vida ou se quisermos, quem mais se pareceu com Cristo na terra, maior participação terá na sua glória, no céu.

Além disso os corpos dos eleitos possuirão o dom da Agilidade, em virtude do qual, poderão deslocar-se à velocidade do pensamento a locais remotíssimos, atravessando distâncias fabulosas em um instante: « Mas os que põem a sua esperança em Iahweh renovam as suas forças. abrem asas como as águias, correm e não se fatigam, caminham e não se cansam.» Is 40,31.

Este dote do corpo glorioso, permitirá aos bem aventurados, deslocarem-se sem estar presos às leis da gravidade ou quaisquer outras leis materiais. Voarão diríamos nós, na nossa linguagem humana. Mas voarão de forma perfeitíssima, com completa e total liberdade!

A Sutileza será outro dom espantoso que os bem aventurados possuirão, pois o corpo glorioso dos eleitos estará completamente espiritualizado, « O mesmo se dá com a ressurreição dos mortos; semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível; semeado desprezível, ressuscita reluzente de glória; semeado na fraqueza, ressuscita cheio de força; semeado corpo psíquico, ressuscita corpo espiritual.» 1 Cor 15,42-43.

Significa a "espiritualização" do corpo glorificado. Existirá um domínio absoluto da alma sobre a matéria; o corpo não oferecerá a menor resistência à alma. O corpo que antes era grosseiro e compacto, despirá no céu a mortalidade e tornar-se-á sutil e espiritual e assim já não precisará de alimentação ou sono ou de outras funções animais.

A matéria corporal, perderá a sua pesadez e torpeza, ficando espiritualizada, aptíssima para seguir em tudo os vôos ou exigências da alma.

Além disso o corpo dos bem aventurados será um corpo impassível; esse dom da impassibilidade impedirá que os corpos sintam qualquer dor, sofrimento ou incomodo. Tanto o fogo, como o frio em graus absolutos não terão qualquer efeito sobre o corpo glorioso dos eleitos, pelo que poderiam, literalmente andar no sol, sem sofrerem qualquer incomodo com isso. Serão corpos incorruptíveis e como tal impassíveis a qualquer dor ou sofrimento.

Mas repito, todos estes dotes do corpo glorioso, assim como todos os deleites nos sentidos que os eleitos experimentarão no seu corpo em completo delírio de felicidade e prazer, serão meras sombras com aquela felicidade que advirá da nossa união com a essência divina, que elevando misteriosamente a nossas faculdades intelectuais, permitir-nos-á, contemplar aquele que é o Amor e a Beleza infinita...O nosso DEUS e PAI.

A felicidade essencial do Céu que brota da visão imediata de Deus acrescenta-se uma felicidade acidental procedente do conhecimento natural e amor dos bens criados (sentença comum)

É também motivo de felicidade acidental para os bem aventurados, conhecer as obras maravilhosas de Deus, encontrar-se na companhia de Cristo (referente à sua humanidade), da Virgem Imaculada, dos anjos e santos, e tornar a encontrar-se com os seres queridos e com os amigos que se tiveram durante a vida terrena. A união da alma com o corpo glorioso no dia da ressurreição final significará um aumento acidental de gloria celestial.

Eternidade

A felicidade do Céu dura por toda a eternidade (de Fé )

O Papa Benedito XII declarou « uma vez que haja começado neles essa visão intuitiva, face a face, e esse gozo, subsistirão continuamente neles essa mesma visão e esse mesmo gozo sem interrupção, nem tédio de nenhuma classe, e durará até ao Juízo Final e desde aí, indefinidamente, por toda a eternidade» Dz 530

Jesus compara a recompensa pelas boas obras aos tesouros guardados no céu, aonde não se podem perder (Mt 6,20; Lc 12,33). Os justos irão à «vida eterna»(Mt 25,46; cf Mt 19,29; Rom 2,7; Jo 3,15s.)

«Agora vemos através de espelho, de modo obscuro, mas então veremos face a face» 1 Cor 13,12 ; «Alegrai-vos e exultai pois é grande a vossa recompensa nos céus» Mt 5,12 ; «Dai e dar-se-vos-á: retribuir-se-vos-á uma medida boa, batida, sacudida e transbordante» Lc 6,38

Sto Agostinho acrescenta : «Como podia falar-se de verdadeira felicidade se faltasse a confiança da duração eterna da mesma?» De Civ. Dei XII 13,1

A vontade dos bem aventurados se encontra de tal modo confirmada no bem por uma intima união de amor com Deus, que lhes é moralmente impossível afastar-se Dele pelo pecado Impecabilidade Moral.

Desigualdade

O grau de felicidade celestial é distinto em cada um dos bem-aventurados segundo a diversidade dos seus méritos (de Fé)

As alegrias do Céu não são igualmente intensas para todos os bem-aventurados. Quem aqui na terra, amou mais a Deus e o serviu mais fielmente, receberá no céu o amor de Deus em medida mais abundante.

Jesus nos assegura: « o Filho do Homem dará a cada um segundo as suas obras» Mt 16,27. S. Paulo afirma, «cada um receberá a sua recompensa conforme o seu trabalho» 1 Cor 3,8. «O que semeia com largura, com largura colherá» 2 Cor 9,6; cf 1 Cor 15,41s.

Jesus fala-nos das muitas moradas que existem na casa do Pai ( Jo,14,2).

A Igreja afirma no decreto " Decretum pro Graecis" do concílio de Florença (1439) que as almas dos justos «intuem claramente ao Deus Trino e Uno, tal qual é, ainda que uns com mais perfeição do que outros, segundo a diversidade dos seus merecimentos»; Dz 693, Dz 842.

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O INFERNO

DOUTRINA DA IGREJA CATÓLICA

As almas dos que morrem em estado de pecado mortal vão ao inferno (de fé)

«Morrer em pecado mortal sem arrependimento e sem dar acolhimento ao amor misericordioso de Deus é a mesma coisa que morrer separado d'Ele para sempre, por livre escolha própria. E é este estado de auto-exclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem aventurados que se designa pela palavra «inferno». Catecismo da Igreja Católica nº 1033.

«A doutrina da Igreja afirma a existência do inferno e a sua eternidade. As almas dos que morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente depois da morte, aos infernos, onde sofrem as penas do inferno, «o fogo eterno». A principal pena do inferno consiste na separação eterna de Deus, único em quem o homem pode ter a vida e felicidade para que foi criado e a que aspira» Catecismo da Igreja Católica nº 1035.

Quem até ao último instante da sua vida na terra rejeita o amor e a misericórdia de Deus e morre em pecado mortal separa-se de Deus para sempre. O inferno aparece então como a «última conseqüência do próprio pecado, que se vira contra quem o cometeu. É a situação em que se coloca quem rejeita a misericórdia do Pai, também no último instante da sua vida... O inferno é o lugar de pena definitiva, sem possibilidade de retorno ou de mitigação do sofrimento. cf Lc 16,19-31»João Paulo II, Audiência Geral de 28 de Julho de 1999.

Jesus ameaça os pecadores com o castigo eterno do inferno. Chama-lhe Geena (Mt 5,29s;10,28;23,15 e 33;Mc 9,43,45 e 47; Originariamente significa vale de Ennom), geena de fogo Mt 5,22;18,9; geena aonde o verme não morre nem o fogo se extingue Mc 9,46s; fogo eterno ;Mt 25,41; fogo inextinguível Mt 3,12; Mc9,42; forno de fogo Mt 13,42 e 50; Suplicio eterno Mt 25,46. Ali existem trevas Mt 8,12; gritos e ranger de dentes Mt 13 42 e 50; 24,51; Lc 13,28. S. Paulo dá o seguinte testemunho: « esses [os que não conhecem a Deus nem obedecem ao Evangelho] serão castigados a ruína eterna, longe da face do Senhor e da glória do seu poder» 2 Tess 1,9; cf Rom 2, 6-9; Heb 10, 26-31.

Segundo Ap. 21,8 os ímpios [os sem Deus na Sagrada Escritura] terão a sua parte no «lago de fogo e de enxofre... Aí serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos» Ap. 20,10; cf 2 Pd 2,4 «Com efeito, Deus não poupou os anjos que pecaram mas, precipitando-os no Inferno, entregou-os a um fosso de trevas...»; Lc 12,4-5.« Não temais os que matam o corpo e depois nada mais podem fazer. Vou mostrar-vos a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem o poder de lançar na Geena. Sim, eu vo-lo digo, a esse é que deveis temer.»

No inicio do séc. II, S. Inácio da Antioquia (110 DC) afirma :« Todo aquele que pela sua péssima doutrina, corromper a fé de Deus pela qual foi crucificado Jesus Cristo, irá ao fogo inextinguível, ele e aqueles que o escutam» (Eph 16,2).

A Igreja ao longo dos séculos definiu dois elementos no suplicio eterno do inferno: A "pena de dano" (suplicio da privação) e a "pena dos sentidos" (suplicio dos sentidos). A "pena de dano" é o que constitui propriamente a essência do castigo do inferno e consiste em ver-se privado da visão de Deus e de todos os bens que se seguem dela; cf Mt 25,41 « Apartai-vos de mim, malditos!»; Mt 25,12 « não vos conheço».

A "pena dos sentidos" consiste nos tormentos causados externamente pelos meios sensíveis. A Sagrada Escritura fala com freqüência do fogo do inferno, aonde são lançados os condenados; designa o inferno como um lugar aonde reinam os gritos e ranger de dentes, imagem de dor e desesperação.

O Magistério da Igreja nunca se pronunciou abertamente sobre a natureza do fogo do inferno, mas a maior parte dos padres, escolásticos e quase todos os santos e teólogos supõem a existência de um fogo físico ou agente de ordem material, ainda que insistem que a sua natureza é distinta do fogo atual.

A ação do fogo físico, sobre os seres puramente espirituais a explica S. Tomas de Aquino - seguindo o exemplo de S. Agostinho e S.Gregório Magno - como sujeição dos espíritos ao fogo material que é instrumento da Justiça Divina. Os espíritos ficam sujeitos desta maneira à matéria não dispondo de livre movimento; Suppl. 70,3.

É impressionante, mas é de fé, que a pena de sentido principal consiste no tormento do fogo e que este não é metafórico, mas verdadeiro e real, apesar de desconhecermos a natureza do mesmo. De qualquer natureza que seja o fogo do inferno atormenta não somente as almas dos condenados, mas também atormentará os corpos após a ressurreição final.

O fato que o fogo do inferno atormenta as almas e após a ressurreição final os corpos é uma verdade de fé! Consta claramente na Sagrada Escritura que os demônios padecem a pena do fogo (Mt 25,41) e o mesmo as almas separadas (Lc 16,24). A Igreja definiu que « as almas dos que morrem em pecado mortal descem imediatamente ao inferno, aonde são atormentadas com penas infernais» Dz 531

S. Afonso Maria de Ligório afirma « ...e ainda diz algum insensato : " Se vou para o inferno, não irei só..." Infeliz! Quantos mais réprobos haja ali, maiores serão os teus tormentos. Ali - diz S.Tomás - a companhia dos outros condenados não alivia, antes aumenta a infelicidade comum. Muito mais sofrerão, sem dúvida, pela fetidez asquerosa, pelos lamentos daquela multidão desesperada e pela estreitez em que se encontrarão amontoados e oprimidos, como ovelhas em tempo de inverno (Sl 48,15), como uvas prensadas no lagar da Ira de Deus (Ap 19,15).

Padecerão do tormento da imobilidade (Ex 15,16). Tal como cai o condenado no inferno, assim há de permanecer imóvel, sem que lhe seja dado mudar de local nem mover uma mão ou pé enquanto Deus seja Deus.» Preparação para a Morte, cap.26, Das penas do inferno.

Diz a Sagrada Escritura: « Quando o rei entrou para ver os convidados, viu um homem que não trazia o traje nupcial. E disse-lhe: "Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?" Mas ele emudeceu. O rei disse, então aos servos: Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.» Mt 22,11-13; « É coisa terrível cair nas mãos do Deus vivo» Heb 10,31; « Então o Rei dirá também aos da esquerda: Apartai-vos de mim, malditos para o fogo eterno, preparado para o diabo e os seus anjos. E estes irão para o tormento eterno; mas os justos, para a vida eterna» Mt 25,41,46

Muitos infelizes minimizam as palavras de Cristo porque segundo eles a Justiça Divina deveria ser do tamanho da sua tacanha inteligência e fazem de Deus um "super-homem" ou um "um deus à imagem da terra"... Esquecem-se que a Majestade de Deus e a sua Santidade são infinitas e que o pecado é o supremo dos males. A todos os infelizes que não querem pensar na Justiça divina para poderem continuar a pecar, aplica-se a máxima de Eusébio de Cesareia:

« Infeliz daquele que agora se ri do inferno porque deverá experimentá-lo pessoalmente antes mesmo de crer nele»

O inferno é um lugar de tormentos (cf Lc 16, 19-31) é o conjunto de todos os males sem mistura de bem algum e sem fim; ou como dizia S.Pio X "o inferno é o sofrimento eterno, que consiste na privação de Deus, nossa felicidade, e no fogo com todos os outros males sem bem algum."

O PECADO MORTAL

«Deus não predestina ninguém para o inferno. Para ter semelhante destino, é preciso haver uma aversão voluntária a Deus

(pecado mortal) e persistir nela até ao fim.»

Catecismo da Igreja Católica nº 1037

«...Que quer que todos os homens sejam salvos e cheguem

ao conhecimento da verdade.» 1Tim 2,4

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O que é o pecado?

O pecado é «uma transgressão voluntária da Lei de Deus».

Supõe sempre 3 elementos essenciais:

Matéria Proibida ou ao menos estimada como tal.

Advertência por parte do entendimento, isto é, conhecimento que a matéria é grave.

Consentimento ou aceitação por parte da vontade, isto é, querer o mal, sabendo que é mal e que é grave.

Se a matéria é grave e a advertência e o consentimento são plenos, comete-se pecado mortal. Só se comete pecado mortal quando se peca em matéria grave. Mas também se requer que se conheça claramente que se trata de uma coisa grave e que se consinta plenamente. Só comete pecado mortal quem peca voluntariamente, isto é, com pleno conhecimento e inteiro consentimento, em matéria grave. Sem liberdade não existe pecado.

Segundo S.Tomás de Aquino o pecado é « um ato pelo qual nos afastamos de Deus, nosso último fim, prendendo-nos livre e desordenadamente a qualquer bem criado» S. Thom. I,II, q.71-73. E diz-nos Santo Afonso Maria de Ligório, na sua preparação para a morte, cap.26, das penas do inferno.

«Dois males comete o pecador quando peca: abandona Deus, Bem infinito e entrega-se às criaturas. «Porque o meu povo cometeu um duplo crime: abandonou-me a Mim, nascente das águas vivas, e construiu cisternas para si, cisternas rotas, que não podem reter as águas» Jr 2,13. E porque o pecador se entregou às criaturas, com ofensa a Deus, justamente será atormentado no inferno por essas mesmas criaturas, fogo, e os demônios; esta é a pena de sentido. Mas como a sua maior culpa, na qual consiste a maldade do pecado é afastar-se de Deus, a pena maior que há no inferno é a pena de dano, o carecer da vista de Deus e tê-lo perdido para sempre». (cf Antonio Royo Marin, Teologia da Perfeição Cristã, acerca do pecado mortal)

O pecado Mortal é um mal gravíssimo - o supremo dos males - pois Deus o castiga terrivelmente. Porque tendo presente que Deus é infinitamente justo não pode infligir aos culpados castigo maior do que merecem; e que é infinitamente misericordioso e que por sê-lo, castiga sempre os culpados menos do que merecem, pois tempera o rigor com a Bondade.

É necessário, pois, que o pecado seja a suprema abominação, para ser punido tão rigorosamente.

Assim por um só pecado mortal:

Milhões de anjos do paraíso converteram-se em horríveis demônios para toda a eternidade.

Expulsou do paraíso aos nossos primeiros pais e submergiu a humanidade num mar de lágrimas, doenças, guerras e morte.

Manterá por toda a eternidade no fogo do inferno em castigo os culpados a quem a morte surpreendeu em pecado mortal. É de fé.

O Verbo de Deus, Jesus cristo, o Filho muito amado, em quem o Pai coloca todas as suas complacências (Mt 17,5) quando quis ser fiador do homem culpável teve de sofrer os terríveis tormentos da paixão e, sobretudo experimentado em si mesmo - enquanto representante da humanidade pecadora - a indignação da justiça divina, até ao ponto de fazê-lo exclamar no meio de uma dor incompreensível : « Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonas-te?» Mt 27,46.

A razão de tudo isto é porque o pecado é uma injúria tremenda, contra Deus, cuja majestade é infinita e existe uma distância infinita entre Deus e a criatura. Ora tendo em conta a dignidade de Deus que é infinita, o pecado encerra em si um malícia de certo modo infinita, porque a dignidade do ofendido é infinita.

Daí o castigo terrível que pesa sobre o pecador, quando este livremente escolhe o pecado por malícia. Em lugar de amar e adorar o Criador, este ama e reverencia as criaturas e as coisas criadas fora do seu Criador e da sua Lei, porque aspira a ser «como Deus» isto é a ser "livre" fora do seu Criador, estabelecendo ele as «leis» pelas quais quer existir, na sua sede de prazer e liberdade. Isto é, quer ele próprio ser deus, pois quer definir o que deve ou não deve fazer e dessa forma cai na velha tentação do Diabo « Não, não morrereis; Porque Deus sabe que, no dia em que o comerdes, abrir-se-ão os vossos olhos e sereis como Deus, ficareis a conhecer o bem e o mal» Gn 3,4.

O homem é criatura de Deus e como tal deve obedecer, pois se têm algo de bom, deve-o ao seu Criador. Mas na sua soberba, este para não ser confrontado com o seu crime de desobediência às leis do seu Criador - que é uma lei de amor e foi colocada para garantir a felicidade de todos e não só de alguns - opta por fazer-se a si mesmo de deus e definir o que é bem e o que é mal. O pecado pressupõe uma ingratidão espantosa, pois por ele, o homem usurpa os direitos divinos de honra e glória, substituindo-se a Deus. Que aquele que é menos que um átomo, se ensoberbeça perante o Criador Supremo de tudo e de todos, é o supremo dos males e merece o supremo dos castigos: o inferno.

«Todo aquele que permanece em Deus não se entrega ao pecado; e todo aquele que se entrega ao pecado não o viu nem o conheceu... quem comete o pecado é do diabo, porque o diabo peca desde a origem. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo... Nisto é que se distinguem os filhos de Deus e os filhos do diabo» Cf 1Jo 3,6-10.

« Se alguém vir que o seu irmão comete um pecado que não leva à morte, peça, e dar-lhe-á vida. Não me refiro aos que cometem um pecado que não leva à morte; é que existe um pecado que conduz à morte; por esse pecado não digo que se reze. Toda a iniqüidade é pecado, mas há pecados que não conduzem à morte» 1 Jo 5,16-17.

Logo, segundo S. João existe um pecado que conduz à morte! É a este pecado que conduz à morte eterna da alma, que a Igreja, desde o inicio da era cristã, chama o «pecado mortal» - porque dá a morte à alma, fazendo-a perder a graça santificante que é a vida da alma como a alma é a vida do corpo. Aliás já dizia S.Paulo ao Hebreus «Pois, se pecarmos voluntariamente e com pleno conhecimento da verdade, já não há sacrifícios pelos pecados. Aguarda-nos apenas um julgamento tremendo e o ardor de um fogo que consumirá os adversários.» Hb. 10,26-27.

Eis os efeitos que o pecado Mortal produz na alma do pecador:

1. Perda da graça santificante, das virtudes infusas e dons do Espírito Santo. Supressão do influxo vital de Cristo, como o sarmento separado da vide. Priva a alma da graça de Deus e da amizade de Deus.

2. Perda de presença amorosa da Ssma. Trindade na alma.

3. Perda dos méritos adquiridos em toda a vida passada e torna-a incapaz de adquirir novos.

4. Feíssima mancha na alma «mácula animae» que a deixa tenebrosa e horrível, à visão divina.

5. Torna a alma escrava de Satanás, aumento das más inclinações e remorsos de consciência.

6. Fá-la merecer o inferno e também os castigos desta vida. O pecado mortal é o inferno em potência. É um verdadeiro suicídio da alma e da vida da graça de Deus em nós.

A Eternidade do Inferno

As penas do Inferno duram por toda a eternidade (de Fé)

O capítulo Firmiter do concílio de Latrão (1215) declarou: «Aqueles [os réprobos] receberão com o Diabo o suplício eterno» Dz 429; cf Dz 40, 835, 840.

A Sagrada Escritura coloca muitas vezes em relevo o caráter "eterno" das penas do inferno, pois nos fala de «eterna vergonha e confusão» Dn 12,2; cf Sb 4,19, de «fogo eterno» Mt 18,8;25,41; de «suplício eterno» Mt 25,46 e de «ruína eterna» 2 Tess 1,9; O epíteto «eterno» não pode ser entender-se no sentido de uma duração muito prolongada, mas ao final de contas limitada. Assim o provam os lugares paralelos que se fala de «fogo inextinguível» Mt 3,12; Mc 9,42,46. E igualmente o evidencia a antítese «suplício eterno» e «vida eterna» em Mt 25,46. Segundo o Ap 14,11(19,3) «o fumo do seu tormento [do condenado] subirá pelos séculos dos séculos», isto é, sem fim; cf Ap. 20,10.

A «restauração de todas as coisas» da que se nos fala em At 3,21 não se refere à sorte dos condenados, mas à renovação do mundo que terá lugar com a segunda vinda de Cristo.

Desigualdade do sofrimento dos condenados

A quantidade da pena de cada um dos condenados é diversa segundo o grau diverso da sua culpa. (sentença comum)

Os concílios de Lyon e Florença declararam que as almas dos condenados são afligidas com penas desiguais. Dz 464,493.

Jesus ameaça os habitantes de Corozain e Betsaida assegurando que por sua impenitência hão de ter um castigo muito mais severo que os habitantes de Tiro e Sidon; Mt 11,22; Lc 10,12-15. Os escribas terão um juízo mais severo; Lc 20,47. Ver também Lc 12,47-48 ; Jo 19,11 ; Tg 3,1

S. Agostinho ensina-nos que « a infelicidade será mais suportável a uns condenados do que a outros» (Enchir. III).

A justiça exige que à magnitude do castigo corresponda à da gravidade da culpa. E Deus, como diz S. Pio X, "premeia os bons e castiga os maus porque é Justiça Infinita".

INFERNO SEGUNDO S. FAUSTINA KOWALSKA

« Hoje, conduzida por um Anjo, fui levada às profundezas do Inferno. É um cavernoso lugar de grandes suplícios - e como é abissal a sua vastidão! Eis os diferentes tormentos que vi:

O primeiro castigo que constitui o inferno é a perda de Deus; o segundo é o perpétuo remorso da consciência; o terceiro o de que essa condição nunca mudará; o quarto, é o fogo que penetra a alma embora sem a destruir - é um sofrimento terrível, um fogo puramente espiritual, aceso pela Ira de Deus; o quinto, é a contínua treva, um horrível cheiro sufocante - e, embora haja escuridão, os demônios e as almas danadas vêem-se mutuamente e reconhecem todo o mal quer dos outros, quer seu; o sexto é a constante companhia de Satã; o sétimo, o tremendo desespero, ódio a Deus, maldições, pragas e blasfêmias.

Estes são os tormentos por que todos os condenados em conjunto passam, mas não se acabam aqui os suplícios. Há outros dirigidos a algumas almas em especial: são as penas dos sentidos. Cada alma e atormentada com o que pecou, de maneira horrível e indescritível. Existem pavorosas prisões subterrâneas, cavernas e poços de tormento, onde cada tortura difere da outra. Eu teria morrido só de ver essas terríveis expiações, senão fora a Onipotência de Deus haver-me amparado. Que cada pecador saiba que, naquele dos seus sentidos, com que pecou, há de vir a ser atormentado por toda a eternidade. Escrevo isto por ordem de Deus, para que nenhuma alma se desculpe, dizendo, que não há inferno, ou que ninguém lá esteve e não sabe como é.

Eu irmã Faustina, por desígnio de Deus, visitei os abismos do inferno, para que o possa noticiar às almas e testemunhar que ele existe. Sobre ele, não me é permitido falar agora, mas tenho ordem de Deus para deixar isto por escrito. Os demônios estavam cheios de ódio por mim, todavia pela vontade de Deus eram obrigados a obedecer-me. E o que acabei de descrever dá apenas uma pálida imagem das coisas que vi. Notei no entanto, uma coisa: a maior parte das almas que lá estão é justamente daqueles que não acreditavam que o inferno existia.

Quando voltei a mim quase que não podia refazer-me do terror daquela visão. Como as almas sofrem horrores ali! Por isso, rezo com mais fervor ainda pela conversão dos pecadores. Rogo incessantemente a Misericórdia de Deus para eles. Ó meu Jesus, preferia sofrer a maior agonia, até ao fim do mundo do que vos ofender com o menor que fosse dos pecados.» Diário da Irmã Faustina, caderno II, 741.

A VISÃO DO INFERNO SEGUNDO OS VIDENTES DE FÁTIMA, PORTUGAL

« - Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: Ó Jesus, é por vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria.

Ao dizer estas últimas palavras, abriu de novo as mãos como nos dois meses passados. O reflexo pareceu penetrar a terra e vimos como que um mar de fogo, mergulhados nesse fogo os demônios e as almas como se fossem brasas transparentes e negras ou bronzeadas, com forma humana, que flutuavam no incêndio, levadas pelas chamas que delas mesmas saiam, juntamente com nuvens de fumo caindo para todos os lados, - semelhante ao cair das fagulhas em grandes incêndios - sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero, que horrorizava e fazia estremecer de pavor (devia ser ao deparar-me com essa vista que dei esse «ai» que dizem ter-me ouvido). Os demônios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes como negros carvões em brasa.

Assustados e como a pedir socorro levantamos a vista para Nossa Senhora, que nos disse com bondade e tristeza:

Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar, mas, se não deixarem de ofender a Deus... Começará outra pior. Quando virdes uma noite alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo de seus crimes por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir, virei pedia a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; senão, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja; os bons serão martirizados; o Santo Padre terá muito de sofrer; várias nações serão aniquiladas. Por fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia que se converterá e será concedido ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal, conservar-se-á sempre o Dogma da Fé, etc. Isto não o digais a ninguém. Ao Francisco, sim, podeis dizê-lo.

Quando rezais o terço, dizei depois de cada mistério: - Ó meu Jesus perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem. » Aparição de 13 de Julho - Sexta Feira.

O INFERNO SEGUNDO S.Teresa de Ávila, Doutora da Igreja

Estando um dia em oração achei-me de repente, sem saber como, e segundo me parece, toda metida no inferno. Entendi que o Senhor queria que visse o lugar que os demônios lá me tinham preparado, e eu merecido, por meus pecados.

Foi de brevíssima duração, mas embora eu vivesse muitos anos, parece-me impossível esquecê-lo. Parecia-me a entrada à maneira de um beco muito comprido e estreito, semelhante a um forno muito baixo e escuro e apertado. O chão pareceu-me duma água com lodo muito sujo e de cheiro pestilencial e cheio de muitas sevandijas peçonhentas. No fundo havia uma concavidade aberta numa parede a modo dum armário, aonde me vi meter em muita estreiteza.

Tudo isto era deleitoso à vista em comparação do que ali senti... Senti um grande fogo na alma que eu não chego a entender como poder dizer de que maneira é. As dores corporais são tão insuportáveis que, apesar de eu as ter passado nesta vida gravíssimas, tudo é nada em comparação do que ali senti. E, segundo dizem os médicos, tive as maiores que aqui se podem passar. Foi encolherem-se-me todos os nervos quando fiquei tolhida, além de outras muitas e de muitas maneiras, e até algumas, como tenho dito, causadas pelo demônio. Pois tudo isso é nada em comparação do que ali senti e ver que havia de ser sem fim e sem jamais cessar. E do agonizar da alma: um aperto, uma sufocação, uma aflição tão sensível e com um tão desesperado e aflitivo descontentamento, que eu não sei explicar. Porque dizer que é um estar sempre arrancando-se a alma, é pouco, pois que então ainda parece que outro vos acaba com a vida; mas aqui é a própria alma que se despedaça. O caso é que eu não sei como encarecer aquele fogo interior e aquela desesperação sobrepostos a tão gravíssimos tormentos e dores. Não via eu quem mos dava, mas sentia-me queimar e retalhar, ao que me parece; e digo que aquele fogo e desesperação interior é o pior.

Estando em tão pestilencial lugar, tão desesperada de toda a consolação, não há sentar-se, nem deitar-se, nem há lugar porquanto me puseram neste como que buraco feito na parede; porque estas paredes, que são espantosas à vista apertam por si mesmas e tudo sufoca. Não há luz, mas tudo trevas escuríssimas. Eu não entendo como pode ser isto, que, não havendo luz, se vê tudo o que à vista há de causar pena.

Não quis o Senhor que eu então visse mais nada de todo o inferno; depois, porém, tive outra visão de coisas espantosas: o castigo de alguns vícios. Quanto à vista, pareceram-me muito mais espantosos, mas como não sentia a pena, não me fizera tanto temor como na visão em que o Senhor quis que eu verdadeiramente sentisse aqueles tormentos e aflição no espírito, como se o corpo o estivesse padecendo. Eu não sei como isso foi, mas bem compreendi ser grande mercê e que o Senhor quis que eu visse - numa vista de olhos - donde me tinha livrado a Sua misericórdia. Porque não é nada o ouvi-lo dizer, nem eu ter meditado de outras vezes sobre diversos tormentos - embora poucas vezes o fizesse, pois que por caminho de temor, não ia bem a minha alma -, nem que os demônios atanazem, nem outros diferentes suplícios que tenho tido. Não, nada é como esta pena, porque é outra coisa. Enfim, é tão diferente como a pintura o é da realidade; e o queimar-se aqui na terra é muito pouco em comparação com este fogo de lá...

E assim não me recordo vez alguma em que tenha trabalhos ou dores que tudo quanto cá na terra se pode passar não me pareça ninharia e assim julgo que, em parte, nos queixamos sem razão. Torno pois, a dizer que foi uma das maiores mercês que o Senhor me tem feito, e me tem aproveitado muitíssimo, tanto para perder o medo às tribulações e contradições desta vida, como para esforçar-me a padecê-las e dar graças ao Senhor que me livrou, ao que agora me parece, de males tão perpétuos e terríveis.

De então para cá, como digo, tudo me parece fácil em comparação dum momento que se haja de sofrer o que eu ali padeci. Espanta-me como, tendo lido muitas vezes livros que dão alguma idéia das penas do inferno, como não as temia nem as tinha no que elas são... Daqui cobrei a grandíssima pena que me dão as almas que se condenam (destes luteranos em especial, porque já eram pelo batismo membros da Igreja) e os grandes ímpetos de salvar almas, que a mim me parece certo que, para livrar uma só de tão gravíssimos tormentos, padeceria eu muitas mortes de muito boa vontade.» Santa Teresa de Jesus, Livro da Vida, cap. XXXII.

O INFERNO SEGUNDO SANTA JOSEFA MENENDEZ

«...Vi muita gente do mundo cair dentro do inferno e agora as palavras não podem descrever, nem por assombro, seus horríveis e espantosos gritos: " Condenado para sempre...Eu me enganava a mim mesmo...Estou perdido...Estou aqui para sempre, jamais!"

«...Os ruídos de confusão e blasfêmias não cessam por um instante. Um nauseabundo odor asfixia e corrompe tudo; é como queimar carne putrefata, misturada com alcatrão e enxofre... Uma mistura a que nada na terra pode ser comparável.»

«...comecei a ouvir muitos gritos e de seguida encontrei-me numa passagem muito estreita. Na parede existiam uma espécie de nichos, donde sai muito fumo mas sem chama e muito mau odor. Eu não posso dizer o que se ouve, toda a classe de blasfêmias e de palavras impuras e terríveis. Uns maldizem o corpo... Outros maldizem seu pai ou mãe... Outros reprovam-se a si mesmos, não ter aproveitado tal ocasião, tal luz, para abandonar o pecado. Enfim, é uma confusão tremenda de gritos de raiva e desesperação... Mas o que não têm comparação com nenhum tormento é a angústia que sente a alma, vendo-se separada de Deus. Para poder livrar-me do inferno, e eu sou tão medrosa para sofrer, eu não sei a que estou disposta. »

«...Não sei dizer o que sofro...É tremendo tanta dor...Parece que os olhos saírem do seu lugar, é como se os tirassem, arrancando-os...Os nervos contraem-se. O corpo está como dobrado, não pode mover-se, nem um dedo... O odor que existe é horrível, não se pode respirar, mas tudo isso é nada em comparação da alma, que conhecendo a bondade de Deus, vê-se obrigada a odiá-LO e sobretudo se o conheceu e amou, sofre muito mais...» cf Josefa Menendez, Convite ao Amor Divino.

O inferno segundo Santa Catarina de Sena

«... Filha, tua linguagem é incapaz de descrever os sofrimentos destes infelizes..., no inferno os pecadores padecem quatro tormentos principais. Primeiro tormento é a ausência da minha visão.

Um sofrimento tão grande que os condenados, se fosse possível, prefeririam sofrer o fogo vendo-me, que ficar fora dele sem me ver.

Segundo tormento, como conseqüência, é o remorso que corrói interiormente o pecador privado de mim longe da conversação dos anjos, a conviver com os demônios. Aliás, a visão do diabo constitui o terceiro tormento. Ao vê-lo, duplica-se o sofrer... Os infelizes danados vêem crescer seus padecimentos ao verem os demônios. Nestes, eles se conhecem melhor, entendendo que por própria culpa mereceram o castigo.

Assim o remorso os martiriza e jamais cessará o ardor da consciência. Muito grande é este tormento porque o diabo é visto no próprio ser; tão horrível é sua fealdade, que a mente humana não consegue imaginar... Segundo a Justiça Divina ele é visto mais ou menos horrível pelos condenados, segundo a gravidade das suas culpas. O quarto tormento é o fogo. Um fogo que arde sem consumir, sem destruir o ser humano.

É algo imaterial, que não destrói a alma incorpórea. Na minha Justiça, permito que tal fogo queime, faça padecer, aflija; mas não destrua.

É ardente e fere de modo crudelíssimo em muitas maneiras.

A uns mais, a outros menos, segundo a gravidade dos pecados.»

Santa Catarina de Sena, O Diálogo, 14.3.2

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PORQUE CRIOU DEUS O INFERNO?

Argumentos Teológicos e Racionais.

« Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo do inferno, preparado para o diabo e os seus anjos... E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna» Mt 25,41,46.

Aquele que afirmou «Porque não entendeis a minha linguagem? Porque não podeis ouvir a minha palavra? Vós tendes por pai o diabo, e quereis realizar os desejos o vosso pai. Ele foi assassino desde o principio, e não esteve pela verdade, porque nele não à verdade... Por isso não acreditais em mim, porque vos digo a verdade...Se digo a verdade, porque não em acreditais? Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; vós não as escutais porque não sois de Deus.» Jo, 8,42-47.

Jesus não mente. Ele é a Verdade. Se ele afirmou que o inferno é uma realidade, por que duvidar? Todo aquele que nega a realidade do inferno, nega que Jesus seja a Verdade e todo aquele que não crê em Jesus, está dito:

«Quem crê no Filho têm a vida eterna; quem se nega a crer no Filho não verá a vida, mas sobre ele pesa a ira de Deus.» Jo 3,36. E ainda « Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no Filho Unigênito de Deus» Jo3,18

Quem é que não acredita no inferno? Quem lhe convém que ele não exista!

« De fato quem pratica o mal odeia a Luz e não se aproxima da Luz para que as suas ações não sejam desmascaradas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da Luz, de modo a tornar-se claro que os seus atos são feitos segundo Deus» Jo 3,20-21.

Jesus referencia aproximadamente 20 vezes o inferno no evangelho S. Mateus e em cerca de 10 vezes fala em Fogo! E no Novo Testamento afirma-se cerca de 23 vezes que existe fogo. Porque esta preocupação, diria quase obsessiva, em alertar-nos para a terrível realidade do inferno, se ele não existisse?

Deus, o Sumo Bem, afirma: « Porque quereis morrer, casa de Israel? Pois eu não me comprazo com a morte de quem quer que seja - oráculo do Senhor Deus. Convertei-vos e vivei.» Ez 18,32. « Porventura me hei de comprazer com a morte do pecador - oráculo do Senhor Deus - e não com o fato de ele se converter e viver?»Ez 18,23.

Pergunta: Deus quis o inferno?

R: O Inferno existe, porque existe o Pecado! O pecado é obra do homem e do demônio; o inferno é o fruto do pecado. Deus não quer o inferno, como nós não queremos as prisões, mas assim como estas devem existir, pelo fato de os homens serem livres e de poderem abusar dessa liberdade, da mesma forma Deus teve de criar o inferno, para garantir a ordem e a justiça. Caso contrário, Deus não seria Justo e se Deus não fosse justo, seria injusto e como tal não seria Deus, o que não faz sentido algum! Existe um abismo infinito entre a criatura e o Criador.

Pergunta: Porque Deus criou o Inferno?

R: Para castigar o Pecado

Pergunta: Porque o inferno é tão terrível?

R: A justiça perfeita exige que exista uma proporção entre a magnitude do crime e a magnitude do castigo. Sendo Deus, um Deus de natureza infinita, e sendo o pecado mortal uma ofensa voluntária contra Deus, encerra em si uma gravidade e uma malícia infinitas; Logo mereceria um castigo infinito. Como a criatura é finita, e não suportaria tal castigo, proporcional à gravidade da sua culpa, este em lugar de ser infinito em intensidade, por permissão divina, será infinito na sua duração. Além disso, se Deus fizesse um inferno «light» ou suave, como se diz agora, o pecador seria induzido a pecar indiretamente pois seria induzido a não temer o Senhor, nem os seus juízos, já que o castigo seria um «castigo» light. E nesse caso Deus, de forma indireta, seria agente de pecado. E se fosse assim, como poderia castigar o pecado que ele próprio induziu? Deus já não seria Justo e como tal não seria Deus.

Pergunta: Então o inferno é eterno?

R: Sim é eterno. Deus não pode perdoar a quem não quer ser perdoado. Seria uma monstruosidade e uma tirania. E como o pecador não quis aceitar o perdão de Deus e dessa forma ultrajou a Misericórdia Divina, pois a recusou, Deus deverá exercer a sua Justiça. Ora Justiça é dar a alguém, aquilo que é seu e que merece por direito. Como o pecador ofendeu a Deus, Deus pela sua Justiça, retira ao pecador tudo aquilo que Lhe pertence, ficando o pecador com aquilo que é seu por direito, isto é o seu pecado. Como o fruto do pecado é o inferno, e este têm uma gravidade infinita, tendo presente a dignidade do ofendido, o pecador merece um inferno eterno.

Além disso, faria algum sentido que depois de ser condenado, o Diabo, que é a personificação da soberba, dissesse: «condenaste-me a um milhão de milênios no inferno, mas quando eu sair, ajustaremos contas...» Poderia uma justiça assim ficar satisfeita? Nem a justiça humana, quanto mais a divina. Além de que se as penas do inferno não fossem eternas, por analogia a felicidade dos eleitos não seria eterna, e estes ao saberem que o Céu não seria eterno, não teriam felicidade perfeita, logo o céu deixaria de ser Céu, o que não faz sentido algum.

Pergunta: Mas não existe proporção alguma entre 50 ou 60 anos de pecado e uma eternidade no inferno?

R: Quando o assassino mata alguém e demora 5 segundos, significa isso que só mereceria ser castigado por 5 segundos. E se um violador demora-se uma hora a violar uma criança, mereceria ser castigado uma hora? A Justiça humana diz que não e isso repugna à inteligência humana. Então o castigo é dado não em função do tempo que demorou a ser executado o crime, mas em atenção à gravidade intrínseca do crime. Como um crime [pecado mortal] cometido contra Deus é de gravidade infinita, merece uma condenação proporcional à magnitude do crime cometido.

Pergunta:

Mas o objeto de um castigo não é a reforma daquele que faz o mal?

R: Não. Existem duas espécies de castigo: Um para corrigir e outro para satisfazer a Justiça. Para corrigir, serve-se Deus das tribulações desta vida « Meu filho, não desprezes a disciplina de Iahweh, nem te canses com a sua exortação; porque Iahweh repreende os que ele ama, como um pai ao filho preferido» Pr. 3, 11-12; mas se mesmo assim o pecador faz-se surdo ao apelos divinos, e despreza o seu Criador e as sua Leis, implícita ou explicitamente a Justiça exige que o mal efetuado seja satisfeito.

Se o pecador não quis reparar o seu pecado, no tempo ,enquanto podia, então deve satisfazê-lo na eternidade. Se Deus ameaça o homem com as penas do inferno, Ele deve levar a cabo a Sua ameaça se o homem não observa a sua Lei e continua a pecar. Deus não é só Infinitamente Bom e Santo. É também Infinitamente Justo e Sábio «...o senhor daquele servo virá em dia imprevisto e hora ignorada. Ele o partirá ao meio e lhe imporá a sorte dos hipócritas. Ali haverá choro e ranger de dentes» Mt 24,50.

Pergunta: Mas a maioria dos homens só peca provisoriamente, esperando arrepender-se depois. Por que condená-lo?

R: Quem morre em pecado mortal significa que não se arrependeu. No entanto essa esperança num arrependimento futuro é uma ilusão vã e imoral. Vã, porque sem a graça de Deus o pecador não pode sair do seu pecado, isto é, sem a graça do arrependimento, que Deus não está obrigado a dar a ninguém e que pode inclusive negá-la em face de tanta ingratidão do pecador. O que se lança a um poço do qual não pode sair sem que lhe estendam uma corda, resigna-se a permanecer nele eternamente, se alguém de cima não lhe estender uma corda, corda essa que ninguém está obrigado a estender em função da sua temeridade. Imoral, porque se apóia precisamente na misericórdia de Deus para ofendê-lo com maior tranqüilidade.

Pergunta: Mas Deus não é Infinitamente Bom e Pai de todos os homens. Como pode então condenar alguém ao inferno?

R: Deus é infinitamente Bom, mas também é infinitamente Justo e a sua Justiça é infinitamente séria. A Justiça Divina assinalou um prazo para o exercício incondicional e total da sua misericórdia: a hora da morte. E a infinita Seriedade de Deus o impede de voltar atrás, oferecendo ao pecador uma nova oportunidade de salvação, depois deste ter injuriado a Misericórdia Divina. Se Deus voltasse atrás na sua decisão, estava a autorizar os pecadores a injuriá-Lo indefinidamente. Se Deus perdoasse de todas as formas mesmo para lá da morte, estava a induzir o pecador a pecar a rir-se Dele eternamente, e então era um Deus pouco sério e nada Justo, isto é, não era Deus.

Além disso não é verdade que todos somos filhos de Deus: Todos somos criaturas de Deus, mas não filhos. Jesus é bem claro em Jo 8, 42,44,47 «...Se Deus fosse vosso pai, vós me amaríeis, porque saí de Deus e dele venho...Vós sois do Diabo, vosso pai, e quereis realizar os desejos do vosso pai...Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso não as ouvis: porque não sois de Deus»

E diz S.João em 1 Jo 3, 8,10 «...Aquele que comete o pecado é do diabo, porque o diabo é pecador desde o principio. Para isto é que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo... Nisto se revelam os filhos de Deus e os filhos do Diabo: todo o que não pratica a justiça não é de Deus nem aquele que não ama o seu irmão.»

Então existem os filhos do diabo e os filhos de Deus. Quem comete o pecado mortal e nele morre, renuncia voluntariamente à paternidade divina, mesmo sabendo que fere Deus infinitamente - Ver o Deus Vivo Crucificado no meio de tormentos inarráveis numa cruz - e por isso não é Filho. Não é filho porque não quis e para sempre será filho do Diabo. Só é Filho de Deus, quem está na graça de Deus, quem se esforça em cumprir os mandamentos de Deus e o invoca como seu Pai.

Pergunta: Porque é que Deus então, sendo infinitamente Bom e prevendo que uma alma iria para o inferno, a criou?

R: Assumamos que Deus não tinha criado os "maus", mas só os "bons"! Estes, "os bons", não poderiam ser livres, pois não teriam possibilidade de escolha. Teriam de ser "bons" quer quisessem ou não! Ora, isso significaria que Deus seria um tirano e que tinha criado robôs, desprovidos de liberdade e de livre arbítrio.

Aonde pára a dignidade humana de sermos criados à imagem e semelhança de Deus e de sermos livres? Qual a glória de Deus em ser servido por seres desprovidos de vontade?

Ao argumentarmos assim, estamos a colocar o homem ao nível do animal irracional e repugna à inteligência humana e divina. Além de que, se Deus levado pela sua infinita misericórdia não criasse senão aqueles que se iriam salvar, mesmo que estes fossem criados livres, se seguiria que os homens podiam burlar-se de Deus, pecando incessantemente contra cada um dos mandamentos divinos.

Não seria necessário sequer arrepender-se dos seus pecados, já que Deus teria forçosamente que perdoar-lhe mais tarde ou mais cedo. Pelo que, depois de ter sofrido uma pena, mais ou menos larga no purgatório, entraria finalmente no Céu sem ter-se arrependido e sem ter pedido perdão a Deus! Quem não vê nisto uma monstruosidade espantosa! Deus ficaria escravo do pecador, pois estaria à mercê dos seus caprichos... Que triste Deus seria o nosso. Um Deus escravo da sua criatura! Numa palavra, deixava de ser Deus!

Pergunta: Então Deus não criava/criaria os homens e o mundo.

R: Mas aí seria Deus que não seria livre...

Pois para evitar que algumas almas cometessem alguns crimes e fossem para o Inferno, deixaria de criar aqueles que o serviriam e amariam por toda a eternidade, voluntariamente, por sua livre escolha. O mal triunfava sobre o bem. Para evitar o mal, aniquilava-se o bem.

Onde estaria liberdade divina? Seria Deus escravo do mal, que em atenção a este não poderia criar o bem. Este argumento também ele, repugna à nossa inteligência.

Pergunta: Nesse caso Deus deveria aniquilar o pecador, isto é, fazê-lo voltar ao nada, de onde foi criado.

R: Com este argumento, colocamos Deus abaixo de Hitler. Este matava os corpos, mas Deus, por esta forma de pensar, mataria os corpos e as almas, ao aniquilar o pecador. O Aniquilamento pressupõe uma retificação da obra de Deus por parte de Deus, e é a criatura culpável e não o Criador quem deve retificar. Além de que Deus seria injusto ao dar o mesmo castigo a todos os condenados que pecaram em graus muitos diferentes de maldade e malícia.

O aniquilamento, igualaria todos os condenados num mesmo castigo e idêntico para todos. Ora a Justiça, exige que não se castigue por igual aos que fizeram pecados em graus desiguais variadíssimos.

Paralelamente, o aniquilamento impossibilitaria a glória de Deus através da sua Justiça diante de toda a criação. Deus nunca poderia receber Glória pelo fato de ser justo já que esta com o aniquilamento não poderia ser exercida. O nosso Deus seria um Deus finito e limitado e como tal não seria Deus.

O problema deste argumento é que desconhece na totalidade a natureza divina. Deus é um ser infinito em todos os seus atributos. Se é infinito em todos os seus atributos, também o é na sua Bondade e Justiça. Assim quando Deus criou o homem, criou-o à sua imagem e semelhança" Depois, Deus disse: « façamos o ser humano à nossa imagem, à nossa semelhança...» Gn 1,26.

Como Deus é eterno, Deus ao criar o homem, não o criou para o tempo, mas para a eternidade, pois criou-o à sua imagem e semelhança, isto é, criou-o com uma alma imortal. Criou-o no tempo, para eternidade.

«Assim raciocinam [os ímpios= os sem Deus], mas se enganam porque a sua maldade os cega. Eles ignoram os segredos de Deus, não esperam o prêmio pela santidade, não crêem na recompensa das vidas puras. Deus criou o homem para a incorruptibilidade e o fez imagem de sua própria natureza; foi por inveja do diabo que a morte entrou no mundo: experimentam-na quantos são do seu partido!» Sb 2,21-24

Deus não se contradiz a si mesmo. Depois de dar, Deus jamais volta atrás. « Porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento» Rom 11,29 e em 1 Sm 15,29 diz «A Glória de Israel não mente nem se arrepende, porque não é homem para se arrepender».

Jamais poderia chamar à existência um ser para a incorruptibilidade, sua imagem e semelhança e de seguida, porque as suas opções livres - liberdade oferecida por Deus - não foram de acordo com a sua vontade, aniquilava o pecador. Mas então não seria um Deus infinitamente Bom e Justo, mas um déspota, pois que criava e destruía por capricho... Se assim fosse o nosso Deus seria imperfeito e como tal não seria Deus.

A morte de que fala a Sagrada escritura quando fala dos ímpios ou "sem Deus", não é o aniquilamento, mas a morte espiritual, mais conhecida como, "morte eterna" ou inferno, na linguagem cristã.

Paralelamente, se fosse verdade o aniquilamento dos ímpios a bíblia estaria a mentir, pois afirma claramente : «O fumo do seu tormento subirá pelos séculos dos séculos»Ap 14,11 ; «O diabo, que os tinha enganado, foi precipitado no lago de fogo e enxofre, onde também estão a besta e o falso profeta. Aí serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos» Ap 20,10

Se serão atormentados pelos séculos dos séculos é sinal que não foram aniquilados. Se fossem aniquilados, como defendem alguns hereges e apóstatas, então a Palavra de Deus é mentirosa, pois afirma o contrário. Em Mt 25,46 diz Jesus: « E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna». Como poderia o seu tormento ser eterno se foram aniquilados por Deus. Além disso porque é que Deus não destruiu o Diabo e os demônios?

Em lugar, de os destruir, criou para eles um inferno...«Apartai-vos de mim malditos, para o fogo eterno preparado para o diabo e os seus anjos.» Mt 25,41. O homem foi criado livre, à imagem e semelhança de Deus e como tal foi criado para o mérito ou desmérito. Deus manifesta mais, o seu Poder e a sua Glória, na conservação dos seres que criou do que na sua destruição.

Só acredita na aniquilação do pecador, quem está fora da verdade e a caminho do inferno, pois um dos pecados contra o Espírito Santo, que não têm perdão neste mundo nem no outro é "negar a verdade conhecida como tal". Foi o pecado dos Fariseus, pois conheciam a verdade mas não a queriam aceitar enquanto tal...

« Todos os pecados e todas as blasfêmias que proferirem os filhos dos homens, tudo lhes será perdoado; mas quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca mais terá perdão; é réu de pecado eterno» Mc 3,28-29

« A todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do Homem, há-de perdoar-se; mas, a quem tiver blasfemado contra o Espírito Santo, jamais se perdoará» Lc 12,10. E ainda

« Se alguém disser uma palavra contra o filho do homem ser-lhe-á perdoado, mas se disser contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo nem no vindouro» Mt 12,32.

Reparem na expressão, «nem no vindouro». Significa que no mundo que há de vir estes infelizes, nem aí terão perdão! E para ter perdão terão de existir, pois não se perdoa algo ao que não existe!

O grande mal, de alguns homens é a sua soberba descomunal! Julgam-se melhores do que Deus. E querem impor ao Criador o que é ou não é justiça, segundo a sua tacanha inteligência. Se Deus nos revelou que o inferno existe e nos colocou de sobreaviso em relação a ele, mais vale escutá-LO, do que construir teorias no ar, e acabarmos por cair naquele abismo que não têm fim, porque nos recusamos a crer no óbvio.

É impressionante o relato da Irmã Faustina, pois constatou que a maior parte dos que estavam no inferno não acreditavam nele...E é lógico, pois como não acreditavam, não procuraram evitá-lo e quando acreditaram já foi tarde demais.

O inferno é um mistério! Mas um mistério é algo que existe, mas que não pode caber na nossa inteligência limitada ou que não é explicável por esta. O fato de eu não saber explicar o que é o Amor, não significa que ele não exista. Sinto-o, mas não sei explicá-lo. E no entanto o Amor existe. O Amor, é um grande mistério e no entanto é profundamente real. O inferno, segundo a revelação divina é algo real, mas como desconhecemos os termos infinito, natureza divina, fealdade do pecado, não conseguimos senão dar pálidas imagens que ajudam a perceber o porquê da sua existência.

O grande mistério do inferno é que apesar de Deus desejar loucamente a nossa salvação - contemplemos Jesus Crucificado -, nós somos capazes de nos condenar. Deus criou-nos livres e quer que nos comportemos como tais. Negar a possibilidade de alguém se condenar é negar a liberdade do homem. É anular o homem. Se o homem não é livre para dizer NÃO a Deus também não o seria para dizer SIM.

A possibilidade de optar por Deus inclui a possibilidade de o rejeitar. Afirmar que existe o inferno é levar a sério a liberdade humana. Deus oferece a salvação, não a impõe. O inferno é o respeito de Deus pela última vontade do homem. Se o pecador livremente elege o pecado, Deus o respeita, enquanto não se arrepende. E como com a morte acaba a liberdade, assim o pecador ficará por toda a eternidade.

O que fazer para não ir para o inferno

Jesus disse: « Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim.» Jo 14,6

« Pilatos lhe disse: "Então, tu és rei?" Respondeu-lhe Jesus: "Tu o dizes: eu sou rei. Para isso nasci e para isto vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Quem é da verdade escuta a minha voz."» Jo 18,37

Jesus o Filho de Deus Vivo, foi claro como a água, ao afirmar que era a Verdade e o Caminho. Ele próprio acrescentou : «Disse-vos que morrereis em vossos pecados, porque se não crerdes que EU SOU, morrereis em vossos pecados» Jo 8,24 e « Se alguém guardar a minha palavra , jamais provará a morte» Jo 8,52 e ainda « Eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim jamais morrerá. Crês nisso?» Jo 11,25-16.

S.Paulo afirma em Hb 11,6 « Ora, sem a fé é impossível ser-lhe agradável. Pois aquele que se aproxima de Deus deve crer que ele existe e que recompensa os que o procuram.»

Então o que é preciso fazer para não ir para o Inferno?

Se Jesus é a Verdade, ele não mente. Ele disse : « E o que pedirdes em meu nome, eu o farei a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes algo em meu nome, eu o farei» Jo 14,13-14

« Em verdade, em verdade, vos digo: o que pedirdes ao Pai, ele vos dará em meu nome. Até agora, nada pedistes em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa.» Jo 16 23-24

« Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto; pois todo o que pede recebe; o que busca acha e ao que bate se lhe abrirá. Quem dentre vós, dará uma pedra a seu filho, se este lhe pedir pão? Ou lhe dará uma cobra, se este lhe pedir peixe? Ora, se vós que sois maus sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que lhe pedem.» Mt 7,7-10

«E tudo o que pedirdes com fé, em oração, vós o recebereis.» Mt 21,22

« ...a fim de que tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome ele vos dê.» Jo 15,16

Então para não ir para o inferno devemos pedir ao Pai, em Nome de Jesus, que salve eternamente a nossa alma.

É tão simples como isso. Isto é, devemos rezar. Dizia S.João Crisóstomo que « a oração é falar com Deus» Orat I de. orat. dominic: MG 44,1125.

Então devemos nas nossas «conversas com Deus» pedir a graça da salvação eterna da nossa alma.

Pedir e pedir incessantemente, eis o que Deus pede ao homem adulto que faça, se quer salvar-se. Dizia Santo Afonso Maria de Ligório que todos os condenados se perderam porque não rezaram. Se tivessem rezado ter-se-iam salvo. E acrescentava:

« Quem reza salva-se, quem não reza perde-se». E por que pedir? Porque a oração pressupõe humildade. Só reza quem é humilde e se sente criatura de Deus. O pecador não quer rezar, porque isso seria reconhecer-se criatura de Deus e isso ele não suporta... Por isso não reza e por isso se perde. Já dizia Santa Teresa de Ávila, « Quem pede alcança, quem não pede, não alcança!».

Não resisto a citar completamente Santo Afonso Maria de Ligório, no seu tratado da "Preparação para a Morte" : «Coloquemos, portanto, fim a este importante capítulo resumindo todo o dito e deixando bem claro esta afirmação: que o que reza, se salva certamente, e o que não reza, certamente se condena».

Se deixarmos de lado as crianças, «... todos os bem aventurados se salvarão porque rezaram e os condenados se condenaram porque não rezaram. E nenhuma outra coisa lhes produzirá no inferno mais espantosa desesperação que pensar que lhes tinha sido coisa fácil o salvar-se, pois o teriam conseguido pedindo a Deus suas graças e que serão eternamente desgraçados, porque passou o tempo da oração.»cf Preparação para a morte, cap XXX, 2

Muitos pedem, mas não pedem o essencial. Pedem dinheiro, riquezas, saúde, amor, felicidade, solução para os problemas, mas não pedem o essencial: a salvação eterna da sua alma. E como não pedem o Deus das coisas criadas, mas as coisas criadas de Deus, não terão umas nem as outras. « Buscai , em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.» Mt 6,33 e « Pois onde está o teu tesouro aí estará também teu coração» Mt 6,21

Pedir a graça da salvação eterna, pedir a graça de ser santo e de ir para o céu. E pedir incessantemente, enquanto durar a nossa vida sobre a terra. Eis o que devemos fazer para não ir para o inferno, isto é, ir para o Céu.

« E quando orardes..., entra no teu quarto e, fechando tua porta, ora ao teu Pai que está lá, no segredo; e o teu Pai, que vê no segredo, te recompensará.» Mt 6, 5-6

« Entrai pela porta estreita, porque largo e espaçoso é o caminho que conduz à perdição. E muitos são os que entram por ele. Estreita porém, é a porta e apertado o caminho que conduz à Vida. e poucos são os que o encontram.» Mt 7,13-14

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A Virgem Maria e o Inferno

« Amar Maria é sinal de predestinação eterna.» S.Bernardo de Claraval.

Maria é Mãe de Jesus, o filho do Deus Vivo. Qual seria o filho que amasse a sua Mãe, e que podendo contentá-la, não o faria? Jesus, porque é a Deus podendo fazer sua Mãe feliz, não pode recusar nada, Aquela que nada lhe recusou. Faria sentido que Jesus recusasse algo Aquela que venera e ama acima de todas as criaturas a ponto de a ter escolhido para sua Mãe? Não faria. Por isso dizemos que Maria é onipotente junto de Deus, pelas suas súplicas.

Diz o evangelho, «Desceu então com eles para Nazaré e era-lhes submisso.» Se Jesus era submisso a Maria e José, na sua vida terrena, porque razão agora que está glorificado, à direita do Pai, não o continuará a ser na ordem divina? Será que seria tão ingrato a ponto de se ter esquecido de Maria e de José?

A grandeza de Jesus, diz S.Paulo reside no fato de que «Ele tinha condição divina, e não se considerou o ser igual a Deus como algo a que se apegar ciosamente. Mas esvaziou-se a si mesmo, e assumiu a condição de servo, tomando a semelhança humana. E, achado em figura de homem, humilhou-se e foi obediente até à morte e morte de cruz! Por isso Deus o sobre exaltou grandemente e o agraciou com o Nome que é sobre todo o Nome, para que ao nome de Jesus... toda a língua confesse que Jesus é o Senhor» Fip 2,6-11

E se Jesus é o Senhor, Maria a Mãe de Jesus, é a Mãe do Senhor. Ora a Mãe de um Rei [ « Então, tu és Rei? Respondeu Jesus: " Tu o dizes: eu sou rei"» Jo 18,37 ] é uma Rainha. E é de senso comum, que o poder de uma Rainha junto do coração de um Rei, é tremendo. Por isso, repito, os cristãos afirmam que Maria é toda poderosa junto do coração de Deus, isto é, junto de Jesus, pois Jesus, como filho perfeito, deve obediência, no sentido estrito, à sua Mãe, mesmo no Céu. Não porque Maria tenha poder algum por si só. Mas o Poder de Maria, vem não dela mesmo, mas do seu poder de intercessão, já que Deus não quer recusar nada de legítimo, Aquela que venera e ama acima de todas as suas criaturas. Assim, Não devemos recear venerar Maria, pois é Deus que veneramos em Maria.

Então se Maria é Onipotente nas suas súplicas junto do Deus Altíssimo, quem melhor do que Ela, para livrar o pecador do Inferno, senão aquela que imolou o próprio filho, para satisfazer a Justiça Divina pelo pecado.

Por isso dizia S.Bernardo: «Se levantam as tempestades das tentações, se vos encontrais no meio dos escolhos das tribulações, erguei os olhos para a estrela do mar, chamai Maria em vosso auxílio; se sois sacudidos à mercê das vagas da soberba, da ambição, da maledicência, da inveja, olhai para a Estrela, invocai a Maria. Se, perturbados pela grandeza dos vossos crimes, confusos pelo estado miserável da vossa consciência, transpassados de horror com o pensamento do juízo, começais a soçobrar no abismo da tristeza e do desespero, pensai em Maria, invocai a Maria. A sua invocação, o pensamento dela não se afastem nem do vosso coração, nem dos vossos lábios; e para obterdes mais seguramente o auxílio das suas preces, não vos descuideis de imitar os seus exemplos. Seguindo-A, não vos extraviareis; suplicando-A, não desesperais; pensando nela, não vos perdeis. Enquanto Ela vos tem de sua mão, não podeis cair; sob a sua proteção, não tendes nada que temer, sob a sua guia, não há cansaço; com o seu favor, chega-se seguramente ao termo» Homil. II. De Laudibus Virg.Matris,17

Então, apoiemo-nos em Maria e supliquemos Aquela que é a nossa Mãe na ordem da Graça, pois se «Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por Jesus Cristo» Ef 1, 5 , então significa que somos irmãos de Jesus e se somos irmãos de Jesus, somos filhos de Maria, pois Maria nos tomou como seus filhos, quando Jesus disse:« Eis a tua Mãe!» Jo 19,27 Em João, estavas tu e eu! Se somos filhos de Maria, invoquemo-LA como Mãe, que o é. E qual é a Mãe quer permanece surda às súplicas de um filho em perigo de morte?

Então, supliquemos a Maria, dia e noite, que interceda por nós junto do seu Divino Filho, para que sejamos contados no número dos eleitos e dessa forma não caiamos naquele sítio que a sagrada escritura descreve como o "horror eterno": «O Senhor Todo-Poderoso as punirá no dia do juízo. Porá fogo e vermes em suas carnes, e chorarão de dor eternamente» Judite (Jt. 16,17)

Por isso digamos como Jó « O Temor do Senhor, eis a Sabedoria; fugir do mal, eis a Inteligência.» Jó 28,28. Pois os olhos do Senhor estão voltados para « o pobre e para o abatido, para aquele que treme diante da minha palavra» Is 66,2

Síntese sobre o Inferno

Deus não é amor, para que nós sejamos maus. Se Deus fosse bom para que nós fossemos maus, Deus não seria bom. O «Temor do Senhor é o principio da sabedoria»Prov 1,7. Muitos, esquecem-se que « a sua misericórdia perdura de geração em geração, para aqueles que o temem.» Lc 1,50 E não para aqueles que abusam dessa mesma misericórdia. Errar e pecar é humano. Amar o pecado e o erro e nele persistir é diabólico. O Amor de Deus não é um jogo. Não se é amado impunentemente por um Deus Infinito até à morte de Cruz. Quem não está convencido da seriedade da eternidade, não convence ninguém e prega um evangelho que não é o de Cristo.

Alguns dizem-se tão misericordiosos, mas no fundo são cruéis pois ao não pregarem abertamente sobre o inferno e sobre as conseqüências do pecado induzem o pecador em erro, levando-o a adiar a sua conversão e dessa forma conduzem-no ao inferno, pois este acumula, pecados sobre pecados, obstinando-se no pecado, esperançado que um dia terá perdão... Só que a muitos, a morte surpreende-os sem terem tempo de se preparar convenientemente... Já dizia Deus a Santa Catarina de Sena: « por presunção, erroneamente, firmam-se na esperança de serem perdoados, continuam a ofender-Me. Pensam poder contar com a misericórdia. Jamais ofereci ou ofereço minha misericórdia para que me ofendam. A finalidade do meu perdão é que, pela misericórdia, os pecadores se defendam do demônio e da confusão de espírito. Agem diversamente! Ofendem-Me porque sou bom!...» S.Catarina de Sena, O diálogo, 14.14

Uma eternidade sem ninguém que de fato se condenou ou se vá condenar, é uma eternidade frívola, não séria, é um inferno «light», suave . Não vale a pena lutar para evitá-lo. A proposta dos modernistas é uma proposta demagógica e autoritária. Autoritária, porque todos se salvam, ainda que não queiram. Demagógica, porque como os políticos atuais fazem promessas fáceis de eterna salvação, que logo não cumprirão, muitos descobrirão o engano quando já seja tarde; e a quem reclamarão? Não que não devamos ter esperança. Mas esta, deve ser fundamentada numa procura incessante pelo Rosto de Deus e um afastamento do pecado e das ocasiões que levam a ele. Apelar à esperança, sem apelar para uma vida séria segundo a moral cristã, longe do pecado e das suas ocasiões é pura demagogia.

Se Deus fosse misericordioso com todos os homens bons e maus, se concedesse a todos a graça da conversão antes da morte, seria ocasião de pecado até para os bons, pois induziria estes a pecar e a esperar na sua misericórdia. Mas não, quando chega ao fim das suas misericórdias, castiga e não perdoa mais « Agora chegou o teu fim: vou desencadear a minha ira contra ti e te julgarei de acordo com o teu comportamento; farei cair sobre ti as tuas abominações de acordo com o teu comportamento; farei cair sobre ti as tuas abominações. Já não terei um olhar de compaixão para ti; não te pouparei; antes, farei cair sobre ti o teu comportamento e as tuas abominações ficarão expostas no meio de ti. então sabereis que eu sou Iahweh.» Ez 7,3-4 e acrescenta « O meu olhar não se compadecerá; eu não pouparei, antes, pagar-te-ei de acordo com o teu comportamento» Ez 7,9

Se Deus quisesse com vontade eficaz a salvação de todos os homens, para quê a encarnação de seu Filho? Para quê a morte na cruz? Para quê a Igreja? Para quê o Papa, os bispos, os padres, os diáconos? Para quê os sacramentos, a liturgia, a palavra de Deus, a Bíblia...

O inferno povoa-se mais com a Misericórdia do que com a Justiça. Os modernistas de agora querem o inferno vazio até evitam falar dele - e tudo o que conseguem fazer é povoá-lo mais. São os colonizadores do inferno, pois como não avisam o homem do perigo que é transgredir a Lei de Deus, induzem este a pecar indiretamente e por isso mesmo a perder-se.

Escreve Santo Afonso Maria de Ligório « Certo autor indicava que o inferno se povoa mais pela Misericórdia do que pela Justiça divina; e assim é, porque, contando temerariamente com a misericórdia, prosseguem pecando e se condenam. Deus é misericordioso, quem o nega? E apesar de isso, a quantos hoje em dia manda a misericórdia ao inferno. Deus é misericordioso mas também é justo e por isso está obrigado a castigar a quem o ofende. Ele usa de misericórdia com os pecadores, mas só com quem após o ofender o lamenta e temem ofendê-LO outra vez: «a Sua Misericórdia perdura de geração em geração, para aqueles que o temem.» cantou a Mãe de Deus. Com os que abusam da sua misericórdia para desprezá-lo, usa de justiça. O Senhor perdoa os pecados, mas não pode perdoar a vontade de pecar.

Escreve S. Agostinho que quem peca com esperança de arrepender-se depois de pecar, não é penitente, mas ri-se de Deus. Ora S.Paulo advertiu-nos que «de Deus não se zomba» Gl 6,7 . Seria gozar Deus ofendê-lo como e quanto um quer e depois ir ao céu.

Por muito incômodo que seja para o homem moderno, o que está revelado, revelado está. E não existe forma de nos evadirmos desta realidade. Não é pelo fato de não falarmos no inferno que este deixa de existir e de ser uma realidade assombrosa.

Infelizmente hoje ouvimos muitos cristãos e inclusive padres dizer em matéria de fé e moral: « a minha opinião é que...», « eu acho que...» « parece-me que...» « eu penso que...»... A esses digo:

- Mas amigo, que nos interessa a tua opinião, o teu pensamento, o teu... A nós cristãos interessa-nos o que Deus pensa, o que Deus acha e o que Deus diz. E se Deus nos diz que há inferno é porque há! ou achas que vamos ser estúpidos e fazer mais caso das tuas "filosofias de treta " do que da Palavra de Deus?

O Relativismo é fruto da soberba humana! Deus é Eterno. O que disse, está dito, quer gostemos ou não. Assim, estamos a caminho ou do Céu ou do inferno... Não há meios «que» nem «mas». Se não estamos a caminho do Céu, para o inferno iremos... Por isso, trabalhemos na nossa salvação com Amor e Temor a Deus, pois como diz S.Paulo, « meus amados... operai a vossa salvação com temor e tremor» Fil 2,12.

Que diferença! Antes dizia-se: "os que aqui entrais abandonai toda a esperança" agora afirma-se "Proibido aqui entrar". Antes os maus iam para o inferno. Agora, se existe inferno, Deus é mau! Agora, não são os homens que têm que obedecer a Deus, Deus é que têm que se adaptar aos homens.

Os modernistas de agora, resolveram re-inventar o evangelho e suprimiram a doutrina do Inferno dos púlpitos e das catequeses pois não querem "ferir susceptibilidades" ou " instalar psicoses de medo"... Numa palavra, não querem desagradar ao mundo, pois correriam o risco de serem chamados de "loucos" e de "ultrapassados"! Não percebem que a «sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus» 1 Cor 3,19.

Mas como se identificaram com o mundo, a eles aplica-se aquela palavra de Deus «Não ameis o mundo nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. » Jo 2,15 E senão está nele o amor do Pai, diz Jesus: «Se alguém não permanece em mim é lançado fora, como o ramo e seca; tais ramos são recolhidos, lançados ao fogo e se queimam.» Jo 15,6 .

Hoje prega-se um evangelho manco, um evangelho de moeda com uma face, isto é, um evangelho deficiente pois já não se fala dos novíssimos do homem " salvo raras exceções", da graça santificante e atual, do pecado mortal... E que se conseguiu com isso? Sempre que a luz se ofusca, avançam as trevas! Queixam-se que, as igrejas estão vazias, há falta de vocações, que os seminários estão vazios... Mas senão acreditam na eternidade, como podem convencer alguém a abandonar tudo por Cristo?

Sem eternidade é impossível existir vocações à vida consagrada. Humanizaram de tal maneira Jesus, que se esqueceram que ele é Deus. Assim fizeram um cristianismo horizontal: do homem para o homem. E se o homem é relativo nas suas posições morais e de fé, Jesus Cristo porque é homem, também o é. Então, segundo essa forma de pensar, tudo é relativo. E tudo é de tal forma relativo que absolutizaram a relatividade. É a ditadura de relatividade. A verdade é relativa, mesmo a verdade de Cristo!!! E aí de quem prega novamente as verdades eternas e os dogmas da Santa Igreja de Deus! Esse é um fundamentalista, um tradicionalista, numa palavra, um retógrado, estagnou no tempo...

Hoje só se fala de amor mas esquecem-se os cupidos do Amor, que amar para Deus têm significado diferente do que têm para o homem « Quem tem meus mandamentos e os observa é que me ama» Jo 14,21 Isto é: quem não os guarda e observa não me ama e engana-se a si próprio! É claro como a água.

Sempre existiram dois caminhos para chegar até Deus. Um mais perfeito do que o outro. O Amor e o Temor. Da mesma forma que um carro tem um acelerador e um freio. Da mesma forma, na estrada da vida, devemos acelerar no Amor de Deus e travar perante o pecado, pelo temor de Deus. O que seria de um carro só com acelerador? Na primeira curva despistava-se. De mesma forma, não existe outra forma de caminharmos para Deus. Evitar o pecado, pelo temor de ofender a Deus, Pai Infinitamente Bom e se isso não chegar, pelo medo dos castigos do inferno, com que nos ameaça a justiça divina; e pelo amor a Deus e aos irmãos levado ao sacrifício.

«Se Deus pudesse mudar os Seus ensinamentos não seria Deus. A palavra de Deus não se modifica, não muda, não mudará jamais; ela é eterna como Deus. Ora, Deus deu aos homens uma norma de vida, o mandamento do Amor, mas disse também que o amor a Deus deve estar unido ao Temor de Deus. Tal como o amor é um dom que se deve pedir sem cessar, também o temor de Deus é um grande dom. Teme o Senhor que passa! Mas os homens desta geração verdadeiramente perversa deformaram tudo e tentam demolir tudo. Do temor de Deus, hoje já não se fala, fala-se de amor a Deus, mas do temor, não, porque eles dizem que o temor não se concilia e não se pode conciliar com o amor. Tal como na sua insensatez acham inconciliáveis Misericórdia e Justiça, assim acham inconciliáveis o amor e o Temor de Deus. Em suma, hoje aceitam-se as coisas que convêm e repudiam-se as que perturbam...Quem fala ainda do Temor de Deus? Quem fala ainda da Justiça Divina? Quem fala ainda da presença de Satanás no mundo?... Deus é terrível na sua Cólera. Ai dos que desafiam a cólera de Deus, repousando na cômoda idéia de que em Deus não há senão Amor e Misericórdia! Muitos condenados quereriam poder voltar atrás para reformar as suas idéias, pois agora vêem e compreendem claramente o astucioso engano de Satanás e a sua feroz maldade... Os homens dizem que não temem a Deus; isto é uma terrível blasfêmia, de que se pode prever as terríveis conseqüências nesta Terra e para além da vida terrena, ...» Jesus a D.Ottavio Michellini, Jesus aos seus Sacedotes e fieis.

Assim, citando dois grande papas:

Ensinava Pio XII « A pregação das primeiras verdades da fé e dos fins últimos não só não perdeu oportunidade nos nossos tempos, mas está a ser mais necessária e urgente do que nunca. Incluindo a pregação sobre o inferno. Sem dúvida que devemos tratar este assunto com dignidade e sabedoria. Mas quanto à substância mesma dessa verdade, a Igreja tem, diante de Deus e dos homens, o sagrado dever de anunciá-la, de ensiná-la sem nenhuma atenuação, como Cristo a revelou e não existe nenhuma condição temporal que possa diminuir o rigor desta obrigação. Isto obriga em consciência a todo o sacerdote a quem, no ministério ordinário ou extraordinário, confiou-se o cuidado de governar, avisar e guiar os fiéis. É verdade que o desejo do céu é um motivo em si mais perfeito que o temor da pena eterna; mas de isso, não se segue que seja também para todos os homens o motivo mais eficaz para tê-los longe do pecado e convertê-los a Deus.» PIO XII Exortação aos párocos e pregadores na Quaresma de 1949.

E João Paulo II na Exortação Apostólica pós sinodal " Reconciliatio et paenitencia" 26, diz: « A Igreja tampouco pode omitir, sem grave mutilação da sua mensagem essencial, uma constante catequese sobre o que a linguagem do cristão tradicional designa como os quatro novíssimos do homem: morte, juízo (particular e universal), inferno e glória. Numa cultura, que tende a encerrar o homem na sua vicissitude terrena mais ou menos acessível, se pede aos pastores da Igreja uma catequese que abra e ilumine com a certeza da fé no mais além da vida presente; mais além das misteriosas portas da morte se perfila uma eternidade de gozo na comunhão com Deus ou de dor longe dele. Somente nesta visão escatológica se pode ter uma medida exata do pecado e sentir-se impulsionado decididamente à penitência e à reconciliação.»

Então há que catequizar sobre estes temas de forma a que aqueles que nos ouvem percebam que não queremos que vão para o inferno, mas que a isso nos obriga por dever de sermos fiéis ao evangelho e a Cristo. Pois como dizia S.João Crisóstomo « Deus não nos ameaça com o inferno porque quer condenar-nos, mas para que nos livremos de ele» De poenit.hom.3

E termino com a Palavra do Deus Vivo « Teme a Deus e observa seus mandamentos, porque este é o dever de todo o homem. Porque Deus julgará toda obra, até mesmo a que está escondida, para ver se é boa ou má» Ecles 12,13-14.

Conclusão

Para terminar quero só citar as revelações de Jesus a Santa Josefa Menedez, tiradas da sua obra, "Convite a uma vida de Amor", de Soror Josefa Menendez, que pela sua seriedade e beleza fazem pensar...

(Revelações tiradas de Convite a uma Vida de Amor,

de Sóror Josefa Menendez, 2a. ed., 1948, das págs. 94 a 133).

Ensinar-te-ei os meus segredos de amor, e tu serás exemplo vivo da minha Misericórdia, porque, se tenho tanto amor e predileção por ti que não és mais que miséria e nada, que não farei Eu por muitas outras almas mais generosas do que tu?

Farei conhecer que a minha obra repousa sobre o nada e a miséria, e que esse é o primeiro anel da cadeia de amor que desde toda a eternidade preparo às almas.

Farei conhecer até que ponto o meu Coração as ama e lhes perdoa. Vejo o íntimo das almas. .... O ato de humildade que fazem reconhecendo sua fraqueza. .... Pouco se Me dá a fraqueza delas. .... Supro o que lhes falta.

Farei conhecer como é que o meu Coração se serve dessa fraqueza para dar a vida a muitas almas que a perderam. Farei conhecer que a medida do meu Amor e da minha Misericórdia para com as almas caídas não tem limites. ....

Se tu és um abismo de miséria, Eu sou um abismo de Bondade e Misericórdia. O meu Coração é teu refúgio. Vem procurar nele tudo aquilo de que precisas, ainda mesmo que se trate de coisa que Eu te peça.

Não julgues que deixarei de amar-te por causa das tuas misérias, não: meu Coração ama-te e não te abandonará jamais. Bem sabes que é propriedade do fogo abrasar e destruir: assim é próprio do meu Coração perdoar, purificar e amar.

Não te disse muitas vezes que o meu único desejo é que as almas Me dêem as suas misérias? Se não ousas aproximar-te de Mim, aproximar-Me-ei Eu de ti.

Quanto mais fraquezas encontrares em ti, tanto mais Amor encontrarás em Mim. Pouco Me importam as tuas misérias, o que Eu quero é ser o Dono de tua miséria.

A tua pequenez dá lugar à minha grandeza. .... A tua miséria e mesmo os teus pecados dão lugar à minha Misericórdia. .... A tua confiança atrai o meu Amor e a minha Bondade.

Não vos peço senão aquilo que tendes. Dai-Me o vosso coração vazio e Eu o encherei; dai-Mo despido de tudo e Eu o revestirei; dai-Me as vossas misérias e Eu as consumirei. O que não vedes, Eu vo-lo mostrarei ... Pelo que não tendes, responderei Eu.

Há muitas almas que crêem em Mim, mas poucas que acreditam no meu Amor; e, entre as que acreditam no meu Amor, são pouquíssimas as que contam com a minha Misericórdia. ....

Se peço amor em correspondência ao que Me consome, não é o único retomo que desejo das almas: desejo que creiam na minha Misericórdia, esperem tudo da minha Bondade, e não duvidem nunca do meu perdão.

Sou Deus, mas Deus de Amor! Sou Pai, mas Pai que ama com ternura e não com severidade. O meu Coração é infinitamente santo, mas também é infinitamente sábio e, como conhece a miséria e a fragilidade humanas, inclina-se para os pobres pecadores com Misericórdia infinita.

Amo as almas depois que cometeram o seu primeiro pecado se vêm pedir-Me humildemente perdão. .... Amo-as ainda, quando choram o seu segundo pecado e, se isso se repete, não digo um bilhão de vezes, porém milhões de bilhões de vezes, amo-as e perdôo-lhes sempre e lavo no meu Sangue o último, como o primeiro pecado!

Não Me canso das almas e o meu Coração espera sempre que venham refugiar-se nEle, por mais miseráveis que sejam! Não tem um pai mais cuidado com o filho que é doente, do que com os que têm boa saúde? Para com esse filho, não são maiores as suas delicadezas e a sua solicitude? Assim também o meu Coração derrama sobre os pecadores, com mais liberalidade do que sobre os justos, a sua compaixão e a sua ternura.

Quantas almas encontrarão a vida nas minhas palavras! Quantas cobrarão ânimo ao ver o fruto dos seus esforços: um pequeno ato de generosidade, de paciência, de pobreza, pode vir a ser um tesouro e ganhar para o meu Coração um grande número de almas. .... Eu não atendo à ação: atendo à intenção. O menor ato, feito por amor, pode adquirir tanto mérito e dar-Me tanta consolação! O meu Coração dá valor divino às menores ações. O que quero é amar. Não procuro senão amor. .... Não peço senão amor.

O fogo eterno do Inferno será a merecida paga pelo Amor de Deus desprezado, calcado aos pés...»

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O PURGATÓRIO

As almas dos justos que no instante da morte têm pecados veniais ou penas temporais devidas, vão ao purgatório. (de fé.)

O purgatório (= lugar de expiação) é um lugar e estado aonde se sofrem temporariamente castigos de expiação.

Os concílios de Lyon e Florença fizeram a seguinte declaração contra os gregos cismáticos, que se opunham principalmente à existência de um lugar especial de purificação , ao fogo do purgatório e ao caráter expiatório das suas penas: « As almas que partiram deste mundo em caridade com Deus, com verdadeiro arrependimento dos seus pecados, antes de terem satisfeito com verdadeiros frutos de penitência pelos seus pecados por obras e omissões, são purificadas depois da morte com as penas do purgatório»; Dz 464,693 ; cf Dz 456,570s.

No Catecismo da Igreja Católica é dito:

1030 Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu.

1031 A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório sobre tudo no Concílio de Florença e de Trento. Fazendo referência a certos textos da Escritura, a tradição da Igreja fala de um fogo purificador: (Parágrafos relacionados 954,1472). No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo, que, se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem presente século nem no século futuro (Mt 12,32). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro [a21].

1032 Este ensinamento apóia-se também na prática da oração pelos defuntos, da qual já a Sagrada Escritura fala: "Eis por que ele (Judas Macabeu) mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado" (2Mc 12,46). Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o SACRIFÍCIO EUCARÍSTICO, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos: (Parágrafos relacionados 958,1372,1479) Levemo-lhes socorro e celebremos sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício de seu pai [a23] que deveríamos duvidar de que nossas oferendas em favor dos mortos lhes levem alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por eles.

E o concílio de Trento afirma: Decreto sobre o Purgatório

983. Já que a Igreja Católica, instruída pelo Espírito Santo, apoiada nas Sagradas Letras e na antiga Tradição dos Padres, ensinou nos sagrados Concílios e recentemente também neste Concílio Ecumênico, que existe purgatório [cfr. n° 840], e que as almas que nele estão detidas são aliviadas pelos sufrágios dos fiéis, principalmente pelo sacrifício do altar [cfr. n° 940, 950], prescreve o santo Concílio aos bispos que façam com que os fiéis mantenham e creiam a sã doutrina sobre o purgatório, aliás transmitida pelos santos Padres e pelos Sagrados Concílios, e que a mesma doutrina seja pregada com diligência por toda parte. Sejam, outrossim, excluídas das pregações populares à gente simples as questões difíceis e sutis e as que não edificam (cfr. l. Tim l, 4) nem aumentam a piedade» Sessão XXV (3 e 4-12-1563)

S.Pio X no seu catecismo maior definia o purgatório como "o sofrimento temporário da privação de Deus e outras penas que apagam da alma todos os restos de pecado."

A Sagrada escritura ensina diretamente a existência do purgatório concedendo a possibilidade de uma purificação na vida futura.

Segundo 2Mc 12,42-45 Os judeus oraram pelos caídos a fim de que o Senhor lhes perdoasse os pecados; para isso enviaram 2000 dracmas de prata a Jerusalém para que se fizessem sacrifícios pelo pecado. Estavam pois convencidos de que aos defuntos, se lhes pode livrar do seu pecado por meio da oração e sacrifício. O próprio hagiógrafo do livro sagrado no versículo 45 diz « Mas, se considerava que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormecem na piedade, então era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis porque ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos do seu pecado.»

As palavras de Jesus em Mt 12,32 «Se alguém disser uma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á perdoado, mas se disser contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro.» admitem a possibilidade de que outros pecados se perdoem não só neste mundo, mas também no outro. S.Gregório Magno comenta «nesta frase se nos dá a entender que algumas culpas se podem perdoar neste mundo e algumas também no futuro» Dial. IV 39.

Natureza do suplício do Purgatório

No Purgatório distingue-se de maneira análoga ao Inferno, uma pena de dano e outra de sentido.

A Pena de dano consiste no adiamento temporal da visão beatífica de Deus. Como já aconteceu o juízo particular, a alma sabe que a exclusão é somente de caráter temporal e possui a certeza de que no fim possuirá a bem-aventurança. Dz 778

As almas do purgatório têm consciência de ser filhos e amigos de Deus e suspiram por unir-se intimamente com ele. De aí resulta que essa separação temporal seja para elas mais dolorosa.

À pena de dano, acrescenta-se a pena dos sentidos. Tendo em conta a passagem bíblica de 1 Cor 3,15, a generalidade dos santos e teólogos supõe a existência de um fogo físico, diferente em natureza do nosso fogo terreno, como instrumento externo de castigo. No entanto a Igreja, nas suas declarações oficiais, nunca falou em fogo do purgatório, mas somente nas penas do purgatório. Dz 464, 693.

Objeto da Purificação

Na vida futura, a remissão dos pecados veniais ainda não perdoados, efetua-se, segundo doutrina de S.Tomás de Aquino (De malo 7,11) de maneira semelhante que nesta vida: por um ato de contrição perfeita realizada com ajuda da graça divina. Este ato de arrependimento que se faz imediatamente depois de entrar no purgatório, não causa supressão ou diminuição da pena (na vida futura não existe possibilidade de merecer), mas unicamente a remissão da culpa.

As penas temporais devidas pelos pecados são cumpridas no purgatório por meio de sofrimento expiatório, isto é, por meio da aceitação voluntária dos castigos purificativos impostos por Deus.

Duração do Purgatório

O purgatório não subsistirá depois de ter tido lugar o juízo universal (sentença comum).

Depois do Soberano Juiz pronunciar a sua sentença no Juízo Universal (Mt 25,34-41) não existirá mais do que dois estados: o do Céu e o do Inferno.

Para cada alma o Purgatório durará até que se atinja a completa purificação de todo o vestígio de culpa e pena. Uma vez terminada a purificação será recebida na bem-aventurança do Céu. Dz 530,693.

Notas:

1) Cf Manual de Teologia Dogmática, Ludwig Ott, Biblioteca Herder, Escatologia

2) Cf Artigo do R.P. Carlos M. Buela, Um inferno "Light", revista Dialogo nº 15

Siglas:

s = seguinte;

ss= seguintes;

Dz = Denzinger, Magistério da Igreja.

cf= confere;

www.obradoespiritosanto.com

http://www.derradeirasgracas.com/2.%20segunda%20p%C3%A1gina/DOCUMENT%C3%81RIO%20DA%20IGREJA/OS%20%C3%9ALTIMOS%20FINS%20DO%20HOMEM..htm

J B Pereira e http://www.catolicismoromano.com.br/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=6959
Enviado por J B Pereira em 01/09/2018
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