Hoover, Colleen,1979. É assim que acaba/ Colleen, Hoover; tradução Priscila Catão. – 2 ed.- Rio de Janeiro: Galera Record,2018.
Hoover, Colleen,1979. É assim que acaba/ Colleen, Hoover; tradução Priscila Catão. – 2 ed.- Rio de Janeiro: Galera Record,2018.
Estamos diante de um romance que apresenta alguns elementos para ser denominado como tal: narrativa longa, personagens fortes, um amor, romance.... Entretanto, a obra em questão não é como a maioria dos romances a que estamos acostumados. Temos a história de Lily , uma jovem que cresceu num lar desestruturado, e que viu sua mãe sofrer agressões físicas durante anos através de seu pai. Nesse mesmo período, ela conhece um jovem um pouco mais velho do que ela e que fora rejeitado pela mãe tornando-se praticamente um mendigo: Atlas. Os dois apoiam um ao outro e acabam apaixonando-se, porém, o abismo do preconceito e o destino os separam, assim cada um vai viver sua vida e nunca mais tem contato. Lily meio que desacredita no amor, leva uma vida de muito trabalho e o que ela mais guarda dentro de si são as lembranças de Atlas. Seu pai falece e sua mãe a convida para discursar no funeral dele, contudo Lily não consegue dizer nada bom às pessoas sobre seu pai e se cala. Sentiu-se culpada por isso, mas não conseguiu falar nada sobre ele nesse sentido e o que sentiu foi um verdadeiro alívio para ela e sua mãe, já que nunca conseguira deixá-lo. Numa certa noite, Lily conhece um rapaz chamado Ryle e por quem ela fica meio que encantada, mas ele é o tipo de pessoa que pensa muito diferente dela e eles apenas conversam sobre as coisas da vida. Depois de certo tempo, ela resolve levar seu sonho adiante e abre uma floricultura. Sua única funcionária é uma socialite chamada Alicia e que num belo dia ela descobre ser irmã do neurocirurgião Ryle. As coisas vão acontecendo muito rápido e os dois acabam se envolvendo fortemente. Ryle é perfeito e muito divertido, apesar de ser meio temperamental, mas Lily não se importa e os dois acabam resolvendo casar. Esse período de tranquilidade acaba quando Ryle começa a ter cíumes da esposa , após ela reencontrar por acaso Atlas que hoje é dono de um belo restaurante da cidade. Do ciúme para a agressão física foi um pequeno passo e Lily acaba vivendo o mesmo drama de sua o que gera muita reflexão e tristeza em seu coração. Ela, portanto, fica dividida entre o amor da adolescência e o amor de sua vida atual. Atlas a apoia como pode, mas não diz para seu grande amor o que ela deve fazer. E assim a história vai se desenrolando até o seu fim. A narrativa flui de um modo muito bom e a linguagem é acessível. Pode-se dizer que o final é surpreendente e que faz o leitor refletir sobre um tema bastante delicado e mais comum do que se pensa. Entretanto, é um livro que não exige muito do leitor e é muito previsível em muitos aspectos. Para quem deseja sentir ou perceber como uma vítima de agressão doméstica se sente e como é sua vida, assim como refletir sobre esse tema e perceber também que os indícios de uma pessoa violenta estão à mostra e nem sempre percebemos, a leitura é fundamental.