CURSO DE APOLOGÉTICA CRISTÃ, RESENHA – existência de Deus, prova 2
CURSO DE APOLOGÉTICA CRISTÃ, RESENHA – existência de Deus, prova 2
Miguel Carqueija
Resenha do tratado “Curso de Apologética Cristã”, pelo Padre W.Devivier S.J. Companhia Melhoramentos de São Paulo (depois Edições Melhoramentos), sem data. Tradução: Padre Manoel Martins S.J. Subtítulo: “Exposição racional dos fundamentos da Fé”. Texto de apresentação pelo Cardeal Patriarca de Veneza, José Sarto (depois Papa Pio X), Dom Serbastião Leme (arcebispo-coadjutor do Rio de Janeiro, depois cardeal) e carta-prefácio do Padre Luiz Gonzaga cabral S.J.
Devivier focaliza aqui o que ele chama a “afirmação implícita” (da parte da humanidade) da existência de Deus: a lei moral unanimemente reconhecida. Assim o autor organiza o seu raciocínio: 1) o gênero humano afirma a existência d euma lei moral; 2) esta lei moral é necessária; 3) esta lei moral é obrigatória; 4) mas sem Deus não existe lei moral obrigatória; logo Deus existe.
O raciocínio de Devivier é límpido e irrespondível. Com serenidade ele demonstra como a moral faz parte ineludível da vida humana e, não havendo Deus, ela não teria o menor suporte; cairíamos naquilo que o grande Papa Bento XVI chamou a “ditadura do relativismo”.
É fácil mostrar que a lei moral é obrigatória: “Ainda os idealistas mais céticos quanto aos seus deveres, nunca o são, pelo menos, quanto aos seus direitos: o direito de propriedade individual ou coletiva, o direito à reputação, ao respeito etc. Ora a que ficaria reduzido qualquer direito, se qualquer pessoa o pudesse livremente violar?”
Como decorrência dos três pontos iniciais, mostra-se totalmente lógico o ponto 4: sem Deus não existe lei moral obrigatória. Com serenidade e sabedoria Devivier prova que somente Deus pode obrigar a lei moral. A razão, por exemplo, não pode, porque ela é apenas parte do homem: “que direito pode ela ter, pois, sobre o homem inteiro?” E acrescenta uma frase taxativa de Schopenhauer: “A ideia do dever só pertence à moral teológica.” O Estado, com sua volubilidade, também não pode dar real fundamento à moral. E assim, com brilhantismo, Devivier demonstra que a humanidade não pode prescindir de Deus para fundamentar a moral.
Rio de Janeiro, 11 a 17 de junho de 2018.
CURSO DE APOLOGÉTICA CRISTÃ, RESENHA – existência de Deus, prova 2
Miguel Carqueija
Resenha do tratado “Curso de Apologética Cristã”, pelo Padre W.Devivier S.J. Companhia Melhoramentos de São Paulo (depois Edições Melhoramentos), sem data. Tradução: Padre Manoel Martins S.J. Subtítulo: “Exposição racional dos fundamentos da Fé”. Texto de apresentação pelo Cardeal Patriarca de Veneza, José Sarto (depois Papa Pio X), Dom Serbastião Leme (arcebispo-coadjutor do Rio de Janeiro, depois cardeal) e carta-prefácio do Padre Luiz Gonzaga cabral S.J.
Devivier focaliza aqui o que ele chama a “afirmação implícita” (da parte da humanidade) da existência de Deus: a lei moral unanimemente reconhecida. Assim o autor organiza o seu raciocínio: 1) o gênero humano afirma a existência d euma lei moral; 2) esta lei moral é necessária; 3) esta lei moral é obrigatória; 4) mas sem Deus não existe lei moral obrigatória; logo Deus existe.
O raciocínio de Devivier é límpido e irrespondível. Com serenidade ele demonstra como a moral faz parte ineludível da vida humana e, não havendo Deus, ela não teria o menor suporte; cairíamos naquilo que o grande Papa Bento XVI chamou a “ditadura do relativismo”.
É fácil mostrar que a lei moral é obrigatória: “Ainda os idealistas mais céticos quanto aos seus deveres, nunca o são, pelo menos, quanto aos seus direitos: o direito de propriedade individual ou coletiva, o direito à reputação, ao respeito etc. Ora a que ficaria reduzido qualquer direito, se qualquer pessoa o pudesse livremente violar?”
Como decorrência dos três pontos iniciais, mostra-se totalmente lógico o ponto 4: sem Deus não existe lei moral obrigatória. Com serenidade e sabedoria Devivier prova que somente Deus pode obrigar a lei moral. A razão, por exemplo, não pode, porque ela é apenas parte do homem: “que direito pode ela ter, pois, sobre o homem inteiro?” E acrescenta uma frase taxativa de Schopenhauer: “A ideia do dever só pertence à moral teológica.” O Estado, com sua volubilidade, também não pode dar real fundamento à moral. E assim, com brilhantismo, Devivier demonstra que a humanidade não pode prescindir de Deus para fundamentar a moral.
Rio de Janeiro, 11 a 17 de junho de 2018.