Um pequeno clássico do Direito
UM PEQUENO CLÁSSICO DO DIREITO
Miguel Carqueija
Resenha do livro “A luta pelo Direito”, de Rudolf von Ihering. Editora Forense, 14ª edição, Rio de Janeiro-RJ, 1994. Tradução de João de Vasconcelos. Sem indicação do título original.
Digo pequeno clásico pelo seu tamanho: menos de 90 páginas. O autor alemão falecido em 1892 é bastante prestigiado. Neste ensaio ele discorre sobre a ciência do Direito com linguagem bem fácil de compreender, e basicamente é que, quando uma pessoa lesada recorre à Justiça o faz menos pelo valor pecuniário do prejuízo (que pode ser pequeno) mas pela ofensa à sua pessoa. Ou seja, o direito de um cidadão é uma questão de honra.
Ihering censura aqueles que, por medo, displicência ou comodismo, deixam de combater pelos seus direitos: “Quando mil homens têm de dar combate, o desaparecimento de um só pode passar despercebido; mas quando cem dentre eles abandonam a bandeira, a posição daqueles que ficam para trás torna-se cada vez mais crítica; todo o peso da luta recai sobre eles exclusivamente.” Ou, trocando em miúdos, a união faz a força.
Queixa-se o autor, a meu ver com razão, que “a jurisprudência moderna tem esquecido completamente a ideia muito simples que já desenvolvi, e que se resume dizendo que numa lesão do direito não se trata somente do valor pecuniário, mas de uma satisfação a dar ao sentimento jurídico lesado”.
Ele também não vê como tolerável a tendência trazida pelas ideias liberais que de tal forma desvirtuaram os valores que transformaram criminosos em vítimas e vice-versa, ao ponto de criminalizar a legítima defesa — e aqui no Brasil moderno sabemos que tal aberração jurídica acontece.
Para quem se interessa pela nobre ciência do Direito, uma leitura recomendável.
Rio de Janeiro, 13 de abril de 2018.
UM PEQUENO CLÁSSICO DO DIREITO
Miguel Carqueija
Resenha do livro “A luta pelo Direito”, de Rudolf von Ihering. Editora Forense, 14ª edição, Rio de Janeiro-RJ, 1994. Tradução de João de Vasconcelos. Sem indicação do título original.
Digo pequeno clásico pelo seu tamanho: menos de 90 páginas. O autor alemão falecido em 1892 é bastante prestigiado. Neste ensaio ele discorre sobre a ciência do Direito com linguagem bem fácil de compreender, e basicamente é que, quando uma pessoa lesada recorre à Justiça o faz menos pelo valor pecuniário do prejuízo (que pode ser pequeno) mas pela ofensa à sua pessoa. Ou seja, o direito de um cidadão é uma questão de honra.
Ihering censura aqueles que, por medo, displicência ou comodismo, deixam de combater pelos seus direitos: “Quando mil homens têm de dar combate, o desaparecimento de um só pode passar despercebido; mas quando cem dentre eles abandonam a bandeira, a posição daqueles que ficam para trás torna-se cada vez mais crítica; todo o peso da luta recai sobre eles exclusivamente.” Ou, trocando em miúdos, a união faz a força.
Queixa-se o autor, a meu ver com razão, que “a jurisprudência moderna tem esquecido completamente a ideia muito simples que já desenvolvi, e que se resume dizendo que numa lesão do direito não se trata somente do valor pecuniário, mas de uma satisfação a dar ao sentimento jurídico lesado”.
Ele também não vê como tolerável a tendência trazida pelas ideias liberais que de tal forma desvirtuaram os valores que transformaram criminosos em vítimas e vice-versa, ao ponto de criminalizar a legítima defesa — e aqui no Brasil moderno sabemos que tal aberração jurídica acontece.
Para quem se interessa pela nobre ciência do Direito, uma leitura recomendável.
Rio de Janeiro, 13 de abril de 2018.