O primeiro paragrafo deste capítulo nos chama a atenção para as “mudanças impostas à nossa vida intelectual pelos escritores e ativistas da esquerda”, - (Pág. 13). Para estabelecer uma compreensão sobre a expressão “esquerda”, Roger Scruton apresenta a seguinte explicação: “o uso moderno do termo “esquerda” deriva da Assembleia dos Estados Gerais de 1789, quando na França, a nobreza sentou-se à direita do rei, e o terceiro estado, à sua esquerda. Assim, os termos “esquerda” e “direita” permanecem conosco e são agora aplicados a facções e opiniões em toda ordem política”, - (Pág. 14).       
 
Desta forma, o intelectual da nova esquerda torna-se um “libertário”. E como libertário ‘faz questão de empunhar sua bandeira, que entre outras coisas, manifesta o desejo de justiça social para as massas e para si mesmo, além do combate a “opressão externa e internamente”’. A esse respeito, Scruton afirma: “o tom de voz característico da nova esquerda deriva de uma síntese emocional. O novo intelectual advoga a velha ideia de justiça, mas acredita que justiça envolve sua própria emancipação de todo sistema, toda “estrutura”, toda restrição interna”, - (Pág. 15).
 
Roger Scruto afirma que sob a influência da nova esquerda, forjou-se um consenso, onde “deixou de ser respeitável defender os costumes, as instituições e a política dos Estados Ocidentais, e muitos intelectuais voltaram a aceitar a teoria e a prática do comunismo”, - (Pág. 15). Em linhas gerais este capítulo do livro Pensadores da Nova Esquerda nos chama a atenção, exatamente, para a ideia propagada massivamente de que o comunismo é um sistema onde “os homens serão iguais, prósperos e livres”. Scruton lembra que este “é um recurso singular da mentalidade de esquerda que tais pronunciamentos bastem para acalmar sua curiosidade sobre os propósitos últimos do homem”.
 
Neste cenário, onde predomina o pensamento esquerdista, Roger Scruton adverte: “aqueles que tentam chamar a atenção para fatos inquietantes, ou que dizem que “justiça social” pode ser intrinsecamente indesejável, são ignorados ou demonizados”, - (Pág. 19). E acrescenta: “os alunos dos anos 60 e 70, oriundos das mais diferentes classes sociais, educados inapropriadamente, fragilizados por sua ignorância da história e da cultura de seus ancestrais, estavam ávidos por doutrinação. E a doutrina tinha de conformar-se as duas necessidades que os agitavam: ela tinha que prometer, em um só e mesmo gesto, – a libertação individual e a justiça social para as massas”, - (Pág. 22). Adivinha quem fez isso! – Se você pensou “esquerda”, acertou!
 
Espero com esse breve relato, ter jogado algumas luzes na temática sugerida nesta publicação. Adianto, desde já, que não tenho nenhuma pretensão em fazer uma analise detalhada de cada capítulo. A minha motivação nesta série de publicações é de compartilhar com você, algumas das ideias apresentadas pelo autor em cada um dos capítulos do livro Pensadores da Nova Esquerda. Na segunda – feira, dia 25 de junho, você vai conferir um breve relato do segundo capítulo, onde será apontada a análise da vida e obra de Edward Palmer Thompson, para os mais chegados E. P. Thompson.
 
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Livro: Pensadores da Nova Esquerda          
Daniel Jorge
Enviado por Daniel Jorge em 21/06/2018
Reeditado em 25/06/2018
Código do texto: T6370291
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