“JUVENTUDE ETERNA”, de E.C. TUBB

“JUVENTUDE ETERNA”, de E.C. TUBB
Miguel Carqueija

Resenha do romance de ficção científica “Juventude eterna”, por E.C. Tubb. Editora Livros do Brasil, Lisboa, Portugal, sem data. Coleção Argonauta 191. Tradução de Eurico Fonseca. Título original inglês: “S.T.A.R. flight”, copyright 1969, E.C. Tubb. Capa: Lima de Freitas.

Este autor britânico teve a sua época, mas os seus romances não apresentam muito brilho. Este peca por inverossimilhanças e coisas bem mal explicadas.
Num futuro não muito distante a humanidade acha-se praticamente sob o jugo de uma raça igualmente humana, os “kaltich”, que possuem um rígido mecanismo de castas e ao surgirem na Terra estabeleceram um sistema de toma-lá-dá-cá, fornecendo tecnologia e tratamentos rejuvenescedores em troca dos recursos e da subserviência terrestres. Um cidadão, Perston, insurge-se contra tal sistema e une-se à organização rebelde “Ratos” (sic).
Com o desenrolar da trama alguns segredos dos kaltich são revelados mas a novela, embora dê para ler como distração, não consegue decolar. A solução final é insatisfatória, os kaltich são muito forçados e o “herói” a meu ver é muito violento e mal-humorado. Além disso salta aos olhos que o desejo de viver indefinidamente (a juventude eterna do título) é apresentada de forma avassaladora, como se a fé religiosa no Além já não contasse.
Tubb não trabalha bem o protagonista, que além de obstinado e bom de briga não apresenta características interessantes; e também é impiedoso, antipático. Falta um pouco de humor nessa novela e ela deveria tê-lo, por ser uma trama algo policial e de aventura, ou seja, uma novela de ação, pois sem um pouco de humor o texto fica meio pesado.

Rio de Janeiro, 17 de maio de 2018.