Dra. Rosângela Lemos da Silva A importância da origem do latim e as fases da língua
GARCIA, Janete Melasso – Introdução à teoria e prática do latim. 2° ed. revista Brasília:
Universidade de Brasília, 2000.
Gleiciane Aguiar Iranilde Tavares
Dra. Rosângela Lemos da Silva (Orientadora)
O objeto de estudo irá enfatizar sobre origem do latim e fazes da língua. Verifica- se que à estudiosa Janete Melasso Garcia trata de mostrar a importância e fases do latim. Acredita- se que a língua latina é de grande importância para o processo epistemológico da língua portuguesa, levando em consideração as fases da língua.
1) O latim teria se originado através do Ítalo-céltico e Itálico de uma língua hipotética o indo- europeu. Reconstruída a partir de estudos comparativos das línguas conhecidas, pois do indo- europeu não se registra qualquer inscrição ou documento.
2) Das épocas mais remotas, o Latim falado no Lácio e em Roma sobrepõe aos outros dialetos itálicos e vai adquirir características literárias a partir do século lll a.c.
3) Podemos considerar as fases da língua latina da seguinte forma:
a) Período proto – histórico – com as primeiras inscrições encontradas.
b) Período arcaico com textos epigráficos e literários .
c) Período clássico – quando a prosa e a poesia chegam ao apogeu.
d) Período pós clássico com poetas e prosadores não originários da Itália, que já não seguem os moldes clássicos da língua em sua totalidade.
e) Período cristão- com Tertuliano, Sto. Agostinho, S. Jerônimo.
É importante que não se confunda a língua literária, modalidade por natureza conservadora, com o latim vulgar, modalidade falada e, portanto, mais ágil e suscetível as transformações. Do latim vulgar origina- se as línguas românicas. Numa visão diacrônica da evolução do latim, poderíamos dizer que estas línguas como o português, francês, italiano, espanhol e outras, seriam a fase atual do latim, consideradas as variáveis de tempo e espaço.
Podemos observar então, que utilizamos muito o latim em nosso cotidiano, seja em qual for à relação comunicativa. Não apenas nós, mas todos os que falam línguas oriundas do latim. Pois, o estudo do latim associado ao estudo da vida social em Roma nos faz vislumbrar quanta coisa mudou e quanta coisa ainda continua surpreendentemente do mesmo jeito que era, muitas vezes apenas com os nomes trocados. Sim, porque o que se herdou do Império Romano ao longo desses vinte e sete séculos de uso do latim escrito não foi pouco.
Alguns costumes e hábitos da Roma Antiga e do Império Romano permanecem vivos no mundo. Por isso, ainda, não nos renunciamos de dizer que o latim sobreviveu ao longo de vários séculos, ele se constituiu, além disso, em língua universal por toda a Idade Média. E até bem pouco tempo, as missas eram rezadas em latim. Ainda hoje, os nomes científicos têm caráter universal, sendo apresentados com terminologia nessa língua.
Conscientes disso, muitas vezes, entre os maiores estudiosos de língua latina, encontraram pessoas cuja língua materna aparentemente não tem uma relação direta com o latim, como os alemães e os finlandeses! Como explicar então o descaso que presenciamos para com a língua que é à base da língua portuguesa, justamente no país que tem a maior população de fala românica do mundo, que é o Brasil.
O conhecimento do latim é de fato, importante para o entendimento de nossa língua. Em suma, ensinar o latim é propiciar aos graduandos, o conhecimento da história, da sociedade, da cultura e da literatura, percebendo o legado que nos deixaram e nos reconhecermos naquilo que somos. Aqueles que fazem uso do latim em seus estudos e prática profissional entendem muito bem a questão do preconceito em torno disso. Mesmo assim, os que acreditam no valor de uma língua que perpassou séculos, percebem a sua presença em muitos momentos da vida atual. Percebemos o quanto o latim está vivo no nosso discurso cotidiano e como ele constitui o núcleo da língua portuguesa.
Portanto, somos levados a refletir sobre a importância, ou não, do estudo do latim. Como seria irrelevante a astúcia trazida por ele da etimologia de nossos vocábulos? Como seria inútil o reconhecimento de nossa história, na história que dominou parte do mundo, por uma época? Seria negar o passado e a verdade. Seria negar a alma de nosso linguajar.