Herman Hesse debaixo das rodas
HERMAN HESSE DEBAIXO DAS RODAS
Miguel Carqueija
Resenha do romance “Debaixo das rodas”, de Herman Hesse. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro-RJ, 1971. Biblioteca do Leitor Moderno, 135. Tradução de Álvaro Cabral. Título original alemão: “Untemi Ral”. Capa: Dounê. Copyright Suhrkamp Verlag, Frankfurt, Alemanha.
“Trata de ficar longe da carruagem se não queres ser colhido debaixo das rodas.”
Esta advertência é dada no começo ao protagonista Hans Giebenrath. Seu pai, um pequeno-bruguês de ideias limitadas, aliás viúvo e sem outros filhos, encaminha o rapaz — tido como muito be dotado — ao Instituto Teológico de Tübingen, Baviera, para seguir a carreira religiosa.
Hans se conforma com a manipulação e, mesmo sofrendo atrozes dores de cabeça, consegue passar nos exames. Lá dentro, porém, em algum ponto do caminho sua carreira começa a declinar. A partir daí tudo dará errado, a carreira eclesiástica será jugulada e o jovem termina numa fábrica, realizando pesados trabalhos braçais que parecem incompatíveis com a sua pessoa. Totalmente sem jeito com as moças e deixando passar a grande oportunidade no amor, ele se desespera da vida.
A literatura mundial tem muitos desses personagens que a si mesmos se condenam por não mais encontrarem sentido em sua própria existência. “Anna Karenina”, de Tolstoi, “Madame Bovary”, de Flaubert, “O Coruja” e “Philomena Borges” de Aloísio Azevedo são exemplos clássicos desses personagens de conduta incompreensível e suicida; o pobre Hans Giebenrath deste “Debaixo das rodas” soma-se á relação. É um livro extraordinariamente triste.
Rio de Janeiro, 6 de março de 2016.
HERMAN HESSE DEBAIXO DAS RODAS
Miguel Carqueija
Resenha do romance “Debaixo das rodas”, de Herman Hesse. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro-RJ, 1971. Biblioteca do Leitor Moderno, 135. Tradução de Álvaro Cabral. Título original alemão: “Untemi Ral”. Capa: Dounê. Copyright Suhrkamp Verlag, Frankfurt, Alemanha.
“Trata de ficar longe da carruagem se não queres ser colhido debaixo das rodas.”
Esta advertência é dada no começo ao protagonista Hans Giebenrath. Seu pai, um pequeno-bruguês de ideias limitadas, aliás viúvo e sem outros filhos, encaminha o rapaz — tido como muito be dotado — ao Instituto Teológico de Tübingen, Baviera, para seguir a carreira religiosa.
Hans se conforma com a manipulação e, mesmo sofrendo atrozes dores de cabeça, consegue passar nos exames. Lá dentro, porém, em algum ponto do caminho sua carreira começa a declinar. A partir daí tudo dará errado, a carreira eclesiástica será jugulada e o jovem termina numa fábrica, realizando pesados trabalhos braçais que parecem incompatíveis com a sua pessoa. Totalmente sem jeito com as moças e deixando passar a grande oportunidade no amor, ele se desespera da vida.
A literatura mundial tem muitos desses personagens que a si mesmos se condenam por não mais encontrarem sentido em sua própria existência. “Anna Karenina”, de Tolstoi, “Madame Bovary”, de Flaubert, “O Coruja” e “Philomena Borges” de Aloísio Azevedo são exemplos clássicos desses personagens de conduta incompreensível e suicida; o pobre Hans Giebenrath deste “Debaixo das rodas” soma-se á relação. É um livro extraordinariamente triste.
Rio de Janeiro, 6 de março de 2016.