Uma análise sobre o livro "O Guarani", de José de Alencar
José de Alencar publica O Guarani, primeiramente, sob a forma de folhetim entre janeiro e abril de 1857 no jornal Diário do Rio de Janeiro. A priori, Alencar tenta criar uma espécie de fórmula consensual entre o colonizador e o indígena, estabelecendo a partir daí uma história constituída por uma trama romântica que era o molde do romance da escola literária representativa do escritor.
Ao contrário dos romances medievalescos do século XIX, o romance brasileiro da época apresenta o índio sob um caráter nacional a partir de sua cultura. Logo, percebe-se que há um paralelismo entre a cultura europeia e brasileira, no qual a primeira ainda estava arraigada de aspectos muito medievais e um processo de resgate do Romantismo; enquanto na segunda, percebe-se uma relação entre o índio e o colonizador, na qual se insere o elemento fabulador de forma radical.
Em O Guarani, não há um rompimento entre esses dois elementos do romance: devido a uma origem de tradição, nobreza e valores cristãos, o colonizador tenta contaminar a autonomia índio com sua característica senhoria a fim de dominá-lo. Portanto, acaba-se por criar certa tensão permanente entre os mesmos, principalmente, por causa de uma relação de honra e vingança sob a qual o índio sempre dera valor em sua cultura. Vê-se, então, a união de três dados na obra de Alencar: o pensamento conservador; a necessidade de se construir um mito nacional a partir da cultura indígena; o idílio como metáfora romântica que vai construir um mito sacrifical que, segundo Alfredo Bosi, se apresenta como elemento de grande parte da literatura de José de Alencar, pois este parte de uma perspectiva ideológica para inventar uma mitologização capaz de representar e exaltar o país.
A partir dessa ideia, o romancista permite observar no enredo um desdobramento característico da época romântica. Primeiramente, toda a trama está ambientada no século XVII em que ainda ocorre a busca por uma nacionalidade; e, além disso, há um deslocamento de espaço até as áreas ainda intocadas pelo colonizador, fato que daria um aspecto de exotismo na obra, levando a um paralelismo com o mito do “bom selvagem” de Rousseau o qual corrobora que, quanto mais distante da sociedade, mais puro o homem se torna.
Alencar alimenta a ideia sobre os ambientes incultos que sempre seduziram o autor que apresenta cenários naturais por meio de uma questão de relevância da expressão nacional da natureza.Deste modo, é bem perceptível a busca de elementos próprios para o desenvolvimento da nacionalidade brasileira a partir do índio em O Guarani através do qual Alencar tenta desenvolver uma crítica antilusitana com o em relação a uma nacionalidade literária ou aos problemas linguísticos a partir dos quais o romancista mostra o índio como um indivíduo cheio de bravura, pureza e amor ao ambiente natural.
Além disso, Alencar realiza um corte literário no cotidiano para retratar a realidade: o sistema colonial como um todo ainda possuía moldes ligados à escravidão, a um patamar agrário – tudo sob um aspecto agressivo de oposição e crítica social ao colonizador português que vem de uma sociedade burguesa atrelada aos costumes e tradições que revelam a hipocrisia, a ambição e a desigualdade social. Assim, afirma-se que Alencar soube escrever romances por meio de descrições já realistas – apesar da idealização romântica – as quais se formavam relações entre o homem e o mundo, tornando este exímio escritor um precursor de Machado de Assis.
Observa-se ainda a crítica de aculturação indígena pelo jesuíta português que partia do desrespeito as normas religiosas e ao uso da escravidão o qual permitiam o abandono, a humilhação e exploração que o índio – como também o negro – sofria. Um dos aspectos românticos trabalhados na obra é a fé que faz o homem buscar a justiça para uma sociedade ainda cheia de atitudes aéticas e que se revela em diferentes manifestações – tal característica veio a partir dos pensamentos medievais que permitiram a formação de um mundo romântico do qual faz parte os ideais cristãos que faz parte da postura do personagem Peri.
Um discurso entre a política e teologia permite refletir sobre uma mudança de valores a fim de se saber o que poderia ser ou se tornar correto na sociedade de então. José de Alencar permitiu, através de grandes meandros literários, corroborar a verdadeira situação do Brasil colonial a fim de que os seus leitores pudessem compreendê-la. Totalmente desvinculado das tradições portuguesas, Alencar soube construir a identidade nacional apenas sobre os aspectos literários brasileiros e a partir dos motivos locais a fim de registrá-los.
José de Alencar publica O Guarani, primeiramente, sob a forma de folhetim entre janeiro e abril de 1857 no jornal Diário do Rio de Janeiro. A priori, Alencar tenta criar uma espécie de fórmula consensual entre o colonizador e o indígena, estabelecendo a partir daí uma história constituída por uma trama romântica que era o molde do romance da escola literária representativa do escritor.
Ao contrário dos romances medievalescos do século XIX, o romance brasileiro da época apresenta o índio sob um caráter nacional a partir de sua cultura. Logo, percebe-se que há um paralelismo entre a cultura europeia e brasileira, no qual a primeira ainda estava arraigada de aspectos muito medievais e um processo de resgate do Romantismo; enquanto na segunda, percebe-se uma relação entre o índio e o colonizador, na qual se insere o elemento fabulador de forma radical.
Em O Guarani, não há um rompimento entre esses dois elementos do romance: devido a uma origem de tradição, nobreza e valores cristãos, o colonizador tenta contaminar a autonomia índio com sua característica senhoria a fim de dominá-lo. Portanto, acaba-se por criar certa tensão permanente entre os mesmos, principalmente, por causa de uma relação de honra e vingança sob a qual o índio sempre dera valor em sua cultura. Vê-se, então, a união de três dados na obra de Alencar: o pensamento conservador; a necessidade de se construir um mito nacional a partir da cultura indígena; o idílio como metáfora romântica que vai construir um mito sacrifical que, segundo Alfredo Bosi, se apresenta como elemento de grande parte da literatura de José de Alencar, pois este parte de uma perspectiva ideológica para inventar uma mitologização capaz de representar e exaltar o país.
A partir dessa ideia, o romancista permite observar no enredo um desdobramento característico da época romântica. Primeiramente, toda a trama está ambientada no século XVII em que ainda ocorre a busca por uma nacionalidade; e, além disso, há um deslocamento de espaço até as áreas ainda intocadas pelo colonizador, fato que daria um aspecto de exotismo na obra, levando a um paralelismo com o mito do “bom selvagem” de Rousseau o qual corrobora que, quanto mais distante da sociedade, mais puro o homem se torna.
Alencar alimenta a ideia sobre os ambientes incultos que sempre seduziram o autor que apresenta cenários naturais por meio de uma questão de relevância da expressão nacional da natureza.Deste modo, é bem perceptível a busca de elementos próprios para o desenvolvimento da nacionalidade brasileira a partir do índio em O Guarani através do qual Alencar tenta desenvolver uma crítica antilusitana com o em relação a uma nacionalidade literária ou aos problemas linguísticos a partir dos quais o romancista mostra o índio como um indivíduo cheio de bravura, pureza e amor ao ambiente natural.
Além disso, Alencar realiza um corte literário no cotidiano para retratar a realidade: o sistema colonial como um todo ainda possuía moldes ligados à escravidão, a um patamar agrário – tudo sob um aspecto agressivo de oposição e crítica social ao colonizador português que vem de uma sociedade burguesa atrelada aos costumes e tradições que revelam a hipocrisia, a ambição e a desigualdade social. Assim, afirma-se que Alencar soube escrever romances por meio de descrições já realistas – apesar da idealização romântica – as quais se formavam relações entre o homem e o mundo, tornando este exímio escritor um precursor de Machado de Assis.
Observa-se ainda a crítica de aculturação indígena pelo jesuíta português que partia do desrespeito as normas religiosas e ao uso da escravidão o qual permitiam o abandono, a humilhação e exploração que o índio – como também o negro – sofria. Um dos aspectos românticos trabalhados na obra é a fé que faz o homem buscar a justiça para uma sociedade ainda cheia de atitudes aéticas e que se revela em diferentes manifestações – tal característica veio a partir dos pensamentos medievais que permitiram a formação de um mundo romântico do qual faz parte os ideais cristãos que faz parte da postura do personagem Peri.
Um discurso entre a política e teologia permite refletir sobre uma mudança de valores a fim de se saber o que poderia ser ou se tornar correto na sociedade de então. José de Alencar permitiu, através de grandes meandros literários, corroborar a verdadeira situação do Brasil colonial a fim de que os seus leitores pudessem compreendê-la. Totalmente desvinculado das tradições portuguesas, Alencar soube construir a identidade nacional apenas sobre os aspectos literários brasileiros e a partir dos motivos locais a fim de registrá-los.