A História segundo Heródoto

A HISTÓRIA SEGUNDO HERÓDOTO
Miguel Carqueija

Resenha do livro “História”, de Heródoto. Ediouro, Editora Tecnoprint, Rio de Janeiro-RJ, sem data. Coleção Universidade 469. Capa: busto de Heródoto, século V A.C., Museu Nacional, Nápoles. Estudo crítico: Vítor de Azevedo. Tradução: J. Brito Broca. Guia universitário: Assis Brasil.

Neste volumoso tratado que chegou à posteridade com algumas lacunas, Heródoto, nascido provavelmente em 484 A.C. em Helicarnasso, na Cária, é chamado o “Pai da História” e sem dúvida um dos maiores nomes da cultura grega. Viajou muito pelo mundo então conhecido, da Babilônia ao Egito e regiões da Europa. Levou anos nessas viagens e coletou inúmeros conhecimentos.
O seu tratado sobre a História é fascinante e cansativo ao mesmo tempo. Mostra com bastante realismo a crueldade daqueles tempos pagãos e em especial de monarcas e líderes políticos e militares. Em tempos pré-cristãos não se tinha muito em conta valores como a tolerância, a compaixão e o perdão; e o absolutismo real liberava os soberanos para quaisquer perversidades que lhes dessem na telha, como mandar cortar um rapaz ao meio para punir o pai por um simples pedido tido como importuno.
Com certeza a História de Heródoto ainda é elaborada de forma primitiva, e muitos “fatos” antigos que ele aparentemente aceita estão ligados à mitologia, à ação de “deuses”, aliás é marcante a influência dos oráculos espalhados em diversos locais, consultados por reis e generais em suas guerras. Aliás Heródoto quase só fala em guerras, geralmente feitas por simples desejo de conquista, ou seja, sem motivo razoável. Ou mesmo guerras por vingança.
Há destaque para as grandes guerras dos gregos contra o Império Persa: luta de Davi contra Golias onde os gregos, apesar das desvantagens, acabaram vencendo.
Uma obra de fôlego e importante como leitura instrutiva.

Rio de Janeiro, 12 de janeiro de 2018.