Fugindo de gigantes
FUGINDO DE GIGANTES
Miguel Carqueija
“Unknown danger” (Perigo desconhecido), por Murray Leinster — romance de ficção científica publicado na Coleção Argonauta (Livros do Brasil, Lisboa) sob o nº 157, com o título inadequado “Plataforma espacial”. Tradução: Eurico Fonseca. Capa: Lima de Freitas.
Murray Leinster é um autor de grande prestígio na ficção científica norte-americana, mas não parece que, na presente obra, estivesse em seus melhores dias. Ele pegou um punhado de personagens mal elaborados, colocou-os num transporte espacial que se dirige da Terra para uma plataforma espacial, e todos se perdem em consequência de uma distorção (também espacial, desculpem a repetição) que os joga em outro planeta, situado Deus sabe onde. E o planeta desconhecido é habitado por gigantes hostis.
O piloto da nave “Spindrift”, Steve Burton, é o herói insosso que, a partir de certo ponto da narrativa, fica brincando de esconde-esconde — ou de gato e rato — com os gigantes do planeta desconhecido. Em nenhum momento ocorre diálogo. Os nativos, com aproximadamente 18 metros de altura (!) só querem uma coisa em relação aos visitantes: acabar com eles. A tolerância é zero, mesmo, e a “Spindrift” passa o tempo fugindo de projéteis.
A explicação para a atitude dos gigantes soa forçada, artificial. O planeta parece uma cópia em escala maior da Terra: os mesmos animais e vegetais, mas tudo colossal.
Não tendo sabido desenvolver a psicologia dos poucos personagens, Murray Leinster construiu enfim um romance cansativo e maçante.
Rio de Janeiro, 6 e 7 de outubro de 2013.
FUGINDO DE GIGANTES
Miguel Carqueija
“Unknown danger” (Perigo desconhecido), por Murray Leinster — romance de ficção científica publicado na Coleção Argonauta (Livros do Brasil, Lisboa) sob o nº 157, com o título inadequado “Plataforma espacial”. Tradução: Eurico Fonseca. Capa: Lima de Freitas.
Murray Leinster é um autor de grande prestígio na ficção científica norte-americana, mas não parece que, na presente obra, estivesse em seus melhores dias. Ele pegou um punhado de personagens mal elaborados, colocou-os num transporte espacial que se dirige da Terra para uma plataforma espacial, e todos se perdem em consequência de uma distorção (também espacial, desculpem a repetição) que os joga em outro planeta, situado Deus sabe onde. E o planeta desconhecido é habitado por gigantes hostis.
O piloto da nave “Spindrift”, Steve Burton, é o herói insosso que, a partir de certo ponto da narrativa, fica brincando de esconde-esconde — ou de gato e rato — com os gigantes do planeta desconhecido. Em nenhum momento ocorre diálogo. Os nativos, com aproximadamente 18 metros de altura (!) só querem uma coisa em relação aos visitantes: acabar com eles. A tolerância é zero, mesmo, e a “Spindrift” passa o tempo fugindo de projéteis.
A explicação para a atitude dos gigantes soa forçada, artificial. O planeta parece uma cópia em escala maior da Terra: os mesmos animais e vegetais, mas tudo colossal.
Não tendo sabido desenvolver a psicologia dos poucos personagens, Murray Leinster construiu enfim um romance cansativo e maçante.
Rio de Janeiro, 6 e 7 de outubro de 2013.