Vidas Secas - Graciliano Ramos

O livro relata as dificuldades que a família de Fabiano, um trabalhador itinerante, passa para sobreviver no Sertão Brasileiro. A família é composta por Fabiano, sua esposa (sinhá Vitória), seus dois filhos (sem nomes...), além dos seus animais de estimação: um papagaio e uma cachorra (Baleia).

Enquanto fugia da seca, Fabiano consegue emprego como vaqueiro/caseiro em uma fazenda e vive lá até que percebe os sinais da seca no local.

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MINHA VISÃO DA OBRA E SEUS PERSONAGENS

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Eu já tinha lido "Vidas Secas" quando ainda era um "aborrecente" e me lembro de que a única coisa que guardei da obra era que a cachorrinha tinha morrido (Pobre Baleia... R.I.P.)

Hoje, mais de uma década após, entendo o por quê de ter guardado apenas isso. Diferente de todos os outros romances de Graciliano Ramos, este é narrado em 3ª pessoa. A princípio, isso não seria problema, entretanto os personagens principais da obra não são tão bem trabalhados. Provavelmente algum "letrado" responderá o seguinte: "Como ousa falar uma sandice dessas, rapaz? Esta obra é a 'magnum opus' de Graciliano, e você vem com essas asneiras?! Vá fazer resenha do gibi da Turma da Mônica!"

Espero que o leitor não seja "letrado" da forma que relatei acima...

Continuando, se pegarmos as três primeiras obras de Graciliano será possível descrever o modo de pensar de todos os personagens principais, todos. Se duvida, leia as outras resenhas dos livros dele que postei aqui no Recanto. Porém, não podemos dizer o mesmo em "Vidas Secas".

Fabiano é um homem humilde que, devido a baixa instrução, acredita que as pessoas sempre tentam tapeá-lo. Homem-do-mato (bicho), tem dificuldade para conversar com as pessoas e, infelizmente, essa característica fez com que arrumasse problemas na sua vida, como quando foi parar na cadeia, por exemplo.

Sinhá Vitória é humilde como Fabiano, confia nele e espera ter uma cama decente para deitar-se(Sim, acabou!)

O filho mais novo (Sem nome) pretende ser como o pai: um vaqueiro itinerante, tão corajoso quanto.

O filho mais velho (Sem nome também) quer saber demais.

O papagaio não sabe falar e foi comido no início do livro.

A cachorra Baleia é um prodígio (calma que logo logo explico porquê), e se não fosse a baixa instrução do protagonista teria feito a família rica, pois "pensa" como um ser humano e "age" como ser humano. Só faltou falar. Ao invés de ser levada para o "show business", ganhou um tiro na pata traseira e morreu por hemorragia.

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Sobre o Livro:

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O livro é bom, mas tem situações que são forçadas demais e não condizem com a realidade.

Por exemplo, no início do livro, Fabiano e a família estão morrendo de fome, o papagaio já tinha morrido e a cachorra vê um preá no alto da montanha. Persegue-o, mata e traz para o pai da família dividir o bicho (Eu tô falando que essa cachorra é um prodígio!). Qualquer um que tenha um animal doméstico, sabe que se o bicho está faminto, primeiro ele vai se alimentar para depois pensar nos demais (se pensar... e for treinado para isso).

A qualidade da escrita tem o "selo Graciliano de qualidade".

Não tenho certeza, mas creio que Graciliano fez este livro como propaganda ideológica se observarmos alguns capítulos. Por mais que seja o livro mais popular do autor, ao meu ver não chega a ser a melhor obra dele.

Nota do livro: 7,5

arcmaster
Enviado por arcmaster em 13/11/2017
Código do texto: T6170173
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