FELICIDADE CLANDESTINA

Neste conto de Clarice Lispector, a autora aborda os temas: sadismo e

egoísmo, através da menina gorda, ruiva, sardenta e feia a qual tinha

dentro de si esses sentimentos que, durante a trama, são revelados;

narra a história de duas adolescentes, uma loira, magra e, a outra, a

ruiva, gorda e feia. A segunda, tinha uma condição que as meninas

que gostavam de ler invejavam: seu pai era dono de uma livraria, e

por isso, ela podia ler qualquer livro que desejasse. Certo dia, ela

comenta na sua classe sobre a chegada do livro de Monteiro Lobato,

"Reinações de Narizinho", o qual despertou a curiosidade da menina

loira e, obviamente, ela pede o livro à colega, a qual lhe diz que já

havia emprestado à outra garota e lhe pede para ir outro dia a sua

casa que ela lhe emprestaria. Todos os dias a jovem vai à casa da

menina ruiva, que sempre arruma uma desculpa, até que a mãe da

mesma percebe que algo esta errado e interpela a filha, assim fica

sabendo que sua filha é sádica e fica chocada, pois o livro sempre

esteve na casa, dentro de uma gaveta. A mãe resolve pegá-lo e dar

à garota, para que ela ficasse com ele o tempo que precisasse. A

alegria da menina é tamanha que ela volta para casa saltitante, e

esconde o livro, fingindo não estar com ele, pois era a felicidade

clandestina, aquilo que mais desejava e não podia ter.Parecia que

era seu namorado, amante.A oposição de personalidade das duas

garotas tornam o livro interessante e desperta em nós a curiosidade

quanto ao desfecho, que foi emocionante.Muito boa a leitura deste

livro, o qual nos mostra os valores do ser humano, muitas vezes

tão esquecido pelo materialismo.