Resenha impressionista para "Recortes para álbum de fotografia sem gente", de Natalia Borges Polesso
Uau, Natalia! Ela é a nova sensação da literatura brasileira! =)
Este livro maravilhoso é, sei lá como dizer, é poesia em formato de contos! =)
A linguagem bem de pertinho, falando de sentimentos, é tão delicada e fofa, que dá vontade de abraçar cada conto!
Ela esperou... uau!
"É difícil matar um nós. Preferimos deixá-lo morrer."
"Os balões murchando. Faziam um ramalhete colorido de dores."
"Chorou imóvel, sem soluçoa ou suspiros. Aqueles choros que saem resignados, choro de coisas perdidas. Choro de impossibilidades."
Ameeeei a Abstração meta-contada! Descreve de maneira ao mesmo tempo singela e sucinta a minha relação de expectativa e de fruição de contos, romances, narrativas orais, roteiros de filmes, artigos científicos, momentos da vida, sei lá, tudo! :-) Amei!
"30" é ótimo! Tragicômico e muito real! Ou, pelo menos, muito muito verossímil.
No mesmo tema, "Um coque", tribom! :-)
Amei os textos confessionais da parte "porque é estranho conter silêncios". Almejo ter a "bem-resolvência" suficiente para expelir/desovar/produzir textos semelhantes, se não na qualidade - difícil de alcançar - na temática e abordagem. :-) Inspiradores!
Bah, eu me identifiquei "total" com o início-e-fim do "Envelope". Bem coisas que eu senti - algumas vezes! Hihihihihi
Também me senti identificada com "Era uma menina linda".
Uau! Curto e contundente: "Era assim que eu sentia o meu coração bater. Como se socassem abacates em funis. Sensação de massa espessa passando, caroço e tudo. Empurrado. (...) Era angústia (...)"
E que pérola linda este "Um dia". Um primor de sentimento e de linguagem!
Muito boas as "Fábulas do Guarda-roupa"! Matou a vontade de encontrar textos mimosos do estilo da Natalia e com uma pegada social/política. Amei!