O sol é para todos

O SOL É PARA TODOS

Julieta de Souza

No cenário atual da educação, testemunhamos professores e alunos sucumbidos ao relento, perdidos numa escuridão entre o desalinho mental provocado pelas ideias abstratas da era da informação e pelo volume esmagador de conteúdo superficial.

As escolas são guiadas pela rotina sombria de conhecimentos e sistemas usados para a formação da cultura sem a mínima conexão com o mundo interno. A inflexibilidade mental, sustentada pelos preconceitos e pelas crenças, promove inconvenientes no ensinamento e na sua função construtiva. Falta calor humano, falta sentimento, falta luz. E os professores imploram por uma chama que aqueça suas vidas e de seus alunos, perambulam com uma caixa de fósforos nas mãos que lhes foi entregue na experiência acadêmica, e dia após dia, acendem um fósforo aqui, outro acolá... Ora, a luz de cada palito é efêmera, não há calor no espaço escolar, não há gravetos para se aquecer, não há lenha para incitar o fogo.

Felizmente, Carlos Bernardo González Pecotche estendeu suas mãos e ofereceu um grande sol para todos que queiram assumir um significado mais elevado para sua vida e para a vida daqueles que cruzam seus caminhos, inclusive para os educadores! Isso mesmo! O livro: “O mecanismo da vida consciente” é capaz de aquecer a educação e retirá-la deste tenebroso cenário.

Em seu livro, Pecotche apresenta a ciência da sabedoria: a logosofia, que inaugura a era da evolução consciente. Ciência capaz de resgatar a todos deste mar de conhecimentos ilusório, oferecendo conhecimentos que não devem ser só compreendidos, mas que precisam ser sentidos no fundo da alma, conhecimentos transcendentais que conduzem à solução dos problemas que residem dentro do próprio ser, permitindo a cada um alcançar o conhecimento de si mesmo e assim, nutrir a alma da verdade indivisível. O autor nos adverte de que a logosofia pode ser explicada e entendida, mas se não for experimentada e confirmada não haverá consciência do saber que se obtém através desta ciência, ele explica que a inteligência é capaz de analisar por fora o ensinamento e especular com ele, mas não faz uso da sensibilidade que amadurece e fixa internamente o conteúdo. Assim, o conteúdo essencial permanece ignorado pelo teórico. O verdadeiro saber não combina com o trato superficial, é necessário o elemento vivo, privativo da experiência no campo logosófico.

Ora, as escolas fazem uso da inteligência especulativa e ignoram a sensibilidade, por isso os palitos de fósforos são insuficientes para aquecer o sistema educacional. A logosofia abre um sol à frente dos educadores e ensina a acumular e concentrar as energias destinadas a fortalecer o espírito e a promover o ressurgimento do ser consciente em esferas superiores da evolução. Esta ciência revela que o sol está sepultado nas próprias entranhas de cada ser, por isso, para se viver a vida na plenitude de sua força renovadora há que se conhecê-la por dentro.

O livro nos aponta que é o próprio ser que voluntariamente pode mudar o seu destino por outro melhor quando sua inteligência se esclarece e busca outros horizontes em que possa expandir sua vida, elevando-a por cima de toda limitação e sendo libertada da teia dos pensamentos de grupos e ideologias que causam as tiranias mentais.

Com o conhecimento logosófico tudo muda: os conceitos das coisas, as sensações, as atitudes, a conduta, a própria vida muda. Mudando a própria vida, os professores podem mudar a vida de seus alunos. A vida consciente oferece a chave para abrir as salas de aulas que se fazem gaiolas e permitir que os alunos também alcem voo para dentro de si mesmos.

A luz nunca faltará para aqueles que desfrutarem do mecanismo da vida consciente, vendo, provando, sentindo, experimentando o sol que está no seu próprio interior. O mundo interno é a autêntica “sala de aula”, é asa e não gaiola, o único espaço possível para se alcançar a plenitude do aperfeiçoamento psíquico, moral e espiritual!