Lista e pesquisa de livros do Vestibular da Fuvest: Sagarana, Mayombe, Terra Sonâmbula (Mia Couto)
Resumo do livro Sagarana - Ricardo Aurelio Avelar de Freitas
https://www.youtube.com/watch?v=XfVOW71ILOM
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A hora e vez de Augusto Matraga (Sagarana)
http://vestibular.uol.com.br/resumos-de-livros/a-hora-e-vez-de-augusto-matraga-sagarana.htm
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"Sagarana" - Resumo da obra de Guimarães Rosa
http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/sagarana-resumo-obra-guimaraes-rosa-701994.shtml
17/09/2012 00h 56
Primeira obra de Guimarães Rosa a sair em livro, traz nove contos, nos quais o universo do sertão, com seus vaqueiros e jagunços, surge no estilo marcante que o escritor iria aprofundar em textos posteriores.
- Leia a análise de Sagarana
Elementos estruturais e resumos
Os narradores de "Sagarana" têm o estilo marcante criado por Guimarães Rosa, cuja principal característica é a oralidade. No entanto, esse traço ainda não está tão acentuado como em obras posteriores, como "Grande Sertão: Veredas" e "Primeiras Estórias", entre outras. Considerando que a oralidade acentuada é um dos principais obstáculos para a leitura de Guimarães Rosa, o livro "Sagarana" é uma excelente opção para iniciar-se na obra do autor.
Em relação ao foco narrativo, com exceção dos contos “Minha Gente” e “São Marcos” – que são narrados em primeira pessoa –, os demais possuem narradores em terceira pessoa. Quanto ao tempo e ao espaço de "Sagarana", pouco há o que ser dito. Sobre o primeiro elemento, vale destacar a linearidade da narrativa, que se desenvolve na maior parte sob o tempo psicológico dos personagens.
O espaço é quase sempre Minas Gerais. Mais especificamente, o interior do estado. Vale uma atenção maior para o nome dos povoados e vilarejos dos contos. Os estados de Goiás e do Rio de Janeiro são mencionados no livro, mas têm pouca relevância na narrativa.
“O burrinho pedrês”
Enredo: Sete-de-Ouros é um burrinho decrépito que já fora bom e útil para seus vários donos. Esquecido na fazenda do Major Saulo, tem o azar de ser avistado numa travessia pelo dono da fazenda, que o escala para ajudar no transporte do gado. Na travessia do Córrego da Fome, todos os cavalos e vaqueiros morrem, exceto dois: Francolim e Badu; este montado e aquele agarrado ao rabo do Burrinho Sete-de-Ouros.
Principais personagens: Sete-de- Ouros (burrinho pedrês), Major Saulo, Francolim e Badu.
“A volta do marido pródigo”
Enredo: Lalino é um típico malandro que não aprecia o trabalho, apenas a boa vida. Abandona o serviço na estrada de ferro e vai para o Rio de Janeiro, largando sua mulher, Maria Rita, a Ritinha, na região. No retorno, a encontra casada com o espanhol Ramiro. Torna-se cabo eleitoral do Major Anacleto, que, graças a ele, ganha a eleição. Laio, como também é conhecido, reconcilia-se com Maria Rita no fim do conto.
Principais personagens: Lalino Salathiel, Maria Rita, Ramiro e Major Anacleto.
“Sarapalha”
Enredo: a história de dois primos, Ribeiro e Argemiro, contagiados pela malária que se espalhou no vau de Sarapalha. Os dois estão solitários na região, já que parte da população morrera e os demais fugiram, entre os quais a mulher de Ribeiro, Luísa. Argemiro, percebendo a iminência da morte e desejando ter a consciência tranqüila, confessa o interesse pela esposa do primo. Ribeiro reage à confissão de forma agressiva e expulsa Argemiro de suas terras, sem nenhuma complacência.
Principais personagens: Primo Ribeiro e Primo Argemiro.
“Duelo”
Enredo: Turíbio flagra sua mulher, Silvana, com o ex-militar Cassiano Gomes. Ao procurar vingar sua honra, confunde-se e acaba matando o irmão de Cassiano Gomes. Turíbio foge para o sertão e é perseguido pelo ex-militar. Nessa disputa, os dois alternam os papéis de caça e de caçador. Cassiano adoece e, antes de morrer, ajuda um capiau chamado Vinte-e-um, que passava por dificuldades financeiras. Turíbio volta para casa e é surpreendido por Vinte-e-um, que o executa para vingar seu benfeitor.
Principais personagens: Turíbio Todo, Cassiano Gomes, Silvana e Vinte-e-um.
“Minha gente”
Enredo: Emílio visita a fazenda de seu tio, candidato às eleições, e apaixona-se por sua prima Maria Irma, mas não é correspondido. Ela se interessa por Ramiro, noivo de outra moça. Emílio finge-se enamorado de outra mulher. O plano falha, mas a prima apresenta-lhe sua futura esposa, Armanda. Maria Irma casa-se com Ramiro Gouveia.
Principais personagens: Emílio (narrador), Maria Irma, Ramiro Gouveia e Armanda.
“São Marcos”
Enredo: José, narrador-personagem, é supersticioso, mas mesmo assim zomba dos feiticeiros do Calango-Frito, em especial de João Mangolô. Izé, como é conhecido o protagonista, recita por zombaria a oração de São Marcos para Aurísio Manquitola e é duramente repreendido por banalizar uma prece tão poderosa.
Certo dia, caminhando no mato, Izé fica subitamente cego e passa a se orientar por cheiros e ruídos. Perdido e desesperado, recita a oração de São Marcos. Guiando-se pela audição e pelo olfato, descobre o caminho certo: a cafua de João Mangolô. Lá, irado, tenta estrangular o feiticeiro e, ao retomar a visão, percebe que o negro havia colocado uma venda nos olhos de um retrato seu para vingar-se das constantes zombarias.
Principais personagens: José, ou Izé (narrador), Aurísio Manquitola e João Mangolô.
“Corpo fechado”
Enredo: Manuel Fulô, falastrão que se faz de valente, é dono de uma mula cobiçada pelo feiticeiro Antonico das Pedras-Águas. Este, por sua vez, tem uma sela cobiçada por Manuel. Enquanto o protagonista se gaba de pretensas valentias, o verdadeiro valentão Targino aparece e anuncia que dormirá com sua noiva. Desesperado, Manuel recebe a visita do feiticeiro, que promete fechar-lhe o corpo em troca da mula. Após o trato, há o duelo entre os dois personagens; o feitiço parece funcionar e Manuel vence a porfia.
Principais personagens: Manuel Fulô, feiticeiro Antonico das PedrasÁguas e Targino.
“Conversa de bois”
Enredo: conta a viagem de um carro de bois que leva uma carga de rapadura e um defunto. Vai à frente Tiãozinho, o guia, chorando a morte do pai, ali transportado, e Didico. Tiãozinho, que se tornara dependente de Soronho, angustiava- se com este por dois motivos: ele maltratava os bois e havia desfrutado os amores de sua mãe durante a doença do pai.
Paralelamente, o boi Brilhante conta aos outros a história do boi Rodapião, que morrera por ter aprendido a pensar como os homens. Há uma indignação entre os animais em relação aos maus-tratos que os humanos lhes infligem. Agenor, para exibir a Tiãozinho seus talentos como carreiro, obriga, de forma cruel, os bois a superar a ladeira onde a carroça de João Bala havia tombado. Superado o obstáculo, os bois aproveitam-se do cochilo de Agenor e puxam bruscamente a carroça, matando seu algoz.
Principais personagens: Tiãozinho, Didico, Agenor, Soronho e o boi Brilhante.
“A hora e a vez de Augusto Matraga”
Enredo: Augusto Estêves manda e desmanda no pequeno povoado em que vive. Pródigo, com a morte do pai perde todos os seus bens. Certo dia, Quim Recadeiro dá-lhe dois recados que alterarão sua vida: perdera os capangas para seu inimigo, o Major Consilva, e a mulher e a filha, que fugiram com Ovídio Moura.
Augusto Estêves vai sozinho à propriedade do major para tomar satisfação com seus ex-capangas. O Major Consilva ordena que Nhô Augusto seja marcado a ferro e depois morto. Ele é espancado à exaustão; depois os homens esquentam o ferro usado para marcar o gado do major e queimam o seu glúteo. Augusto, desesperado, salta de um despenhadeiro.
Quase morto, o protagonista é encontrado por um casal de pretos, que cuida dele e chama um padre para seu alívio espiritual. Nhô Augusto decide que sua vida de facínora chegara ao fim. Recuperado, foge com os pretos para a única propriedade que lhe restara, no Tombador. Trabalha de sol a sol para os habitantes e para o casal que o salvara, em retribuição a tudo que fizeram por ele. Leva uma vida de privações e árduo trabalho, com a finalidade de purgar seus pecados e, assim, ir para o céu.
Um dia, aparece na cidade o bando de Joãozinho Bem-Bem, o mais temido jagunço do sertão. Nhô Augusto e o famigerado jagunço tornam-se amigos à primeira vista e, depois da breve estada, despedem-se com pesar. Com o tempo, Nhô Augusto resolve sair do Tombador, pressentindo a chegada da “sua hora e vez”. Encontra-se por acaso com Joãozinho Bem-Bem, que está prestes a executar uma família, como forma de vingança. Nhô Augusto pede a Joãozinho Bem-Bem que não cumpra a execução. O jagunço encara essa atitude de Nhô Augusto como uma afronta e os dois travam o duelo final, no qual ambos morrem.
Sobre Guimarães Rosa
João Guimarães Rosa nasceu em 27 de junho de 1908 na cidade de Cordisburgo, Minas Gerais. Autodidata, começou ainda criança a estudar diversos idiomas, iniciando pelo francês, quando nem completara 7 anos. Em 1925 matriculou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais, formando-se em 1930. No mesmo ano, casou-se com Lígia Cabral Penna, com quem teve duas filhas.
Passou a exercer a profissão de médico no interior de Minas Gerais, onde teve um primeiro encontro com os elementos e a realidade do sertão. Durante a Revolução Constitucionalista de 1932 atuou como médico voluntário. Mais tarde foi aprovado no concurso e ingressou na Força Pública. Em 1934 foi aprovado em um concurso para o Itamaraty e exerceu diversas funções diplomáticas no exterior, tais como a de cônsul em Hamburgo, na Alemanha – onde conheceu Aracy Moebius de Carvalho (Ara), sua segunda mulher. De volta ao Brasil, em 1951, assumiu outros cargos no Itamaraty, sendo promovido em 1958 a ministro de primeira classe, cargo correspondente a embaixador.
Ao lado de sua atividade profissional, como médico ou como diplomata, Guimarães Rosa nunca deixou de escrever. Tinha também paixão por aprender outros idiomas. Seus conhecimentos nesse campo impressionavam pela amplitude: falava fluentemente alemão, francês, inglês, espanhol, italiano e esperanto, além de um pouco de russo. Lia em sueco, holandês, latim e grego. Havia estudado também a gramática das seguintes línguas: húngaro, árabe, sânscrito, lituano, polonês, tupi, hebraico, japonês, tcheco, finlandês e dinamarquês.
A estreia literária de Guimarães Rosa se deu em 1929, quando a revista “O Cruzeiro” publicou alguns contos seus, vencedores de um concurso literário da edição. Seu primeiro livro, a coletânea de contos Sagarana, foi publicado em 1946 e chamou muita atenção pelas inovações técnicas e riqueza de simbologias.
O escritor fez, em maio de 1952, um percurso de 240 quilômetros no sertão mineiro, durante dez dias, conduzindo uma boiada. Na viagem, anotou expressões, casos, histórias, procurando apreender de forma mais profunda aquele universo com o qual tinha contato desde a infância. Seu intuito era recriar literariamente o sertão, dando voz a seus personagens. Dessa viagem resultou seu único romance, "Grande Sertão: Veredas", publicado em 1956 e tido como um dos mais importantes textos da literatura brasileira de todos os tempos.
Em 1961, Guimarães Rosa recebeu da Academia Brasileira de Letras o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra. Candidatou-se à Academia Brasileira de Letras, pela segunda vez, em 1963 e foi eleito por unanimidade. Mas não foi empossado imediatamente, porque adiou a cerimônia enquanto pôde. Dizia ter medo de morrer no dia do evento. Só tomou posse em 16 de novembro de 1967. Três dias depois, em 19 de novembro, morreu subitamente em seu apartamento no Rio de Janeiro, de infarto.
Suas principais obras são: "Sagarana" (1946), "Grande Sertão: Veredas" (1956), "Corpo de Baile" (1956; atualmente é publicada em três volumes: "Manuelzão e Miguilim", "No Urubuquaquá, no Pinhém" e "Noites do Sertão") e "Primeiras Estórias" (1962).
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Terra Sonâmbula - Sleepwalking Land- [Teresa Prata-Mozambique- 2007]
https://www.youtube.com/watch?v=iukiUyEU-tw
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[UNICAMP] Terra Sonâmbula (Mia Couto) - Publicado em 26 de jul de 2015 - Vídeos novos sobre os livros da FUVEST | UNICAMP todo domingo, às 10:00 da manhã ;)
tatianagfeltrin
https://www.youtube.com/watch?v=Bjo9XGuDGFw
Temas presentes em Terra Sonâmbula
– Guerra: Logo nas primeiras linhas do livro, é descrita uma paisagem devastada pela guerra, com carros incendiados e restos de pilhagens. "Na savana em volta, apenas os embondeiros contemplam o mundo a desflorir."
Em outras partes da narração, os personagens refletem sobre como a Guerra Civil destruiu o sonho: "O sonho é o olho da vida.Nos estávamos cegos [nesse tempo de guerra]".
Um pouco do contexto histórico:
'O cenário da obra em questão é a devastação de Moçambique por sucessivos conflitos armados. De 1965 a 1975, o confronto foi contra o domínio português e pela Independência do país. Após a conquista da liberdade de Portugal, em 1975, iniciam-se disputas internas pelo poder entre os partidos Renamo e Frelimo. Tais conflitos ocorreram de 1976 a 1992, fazendo milhares de vítimas e arrasando o país. Terra Sonãmbula retrata o último período dessa guerra civil, o livro foi publicado pela primeira no ano em que foi assinado o Acordo Geral de Paz entre os dois grupos, que hoje disputam pacificamente as eleições.'
– Questão do Destino das pessoas: uma traço da cultura local, pois Kindzu sentia-se constantemente vítima da maldição do pai: "Porque motivo tanta coisa se azarava (…) pai não me castigues dessa maneira".
Kindzu e Farida tem muitas semelhanças: ambos tem a memória povoada de fantasmas do passado. Eles representam tradições e sentenças dos antigos que so falam línguas indígenas, mas os dois so entendem o português – o que ostra a dissociação e o conflito do homem daquele tempo de transição para do tradicional para as modernidades, do homem que vivência a guerra e lutas e fica perdido com que rumo tomar. Farida quer fugir daquele lugar, Kindzu quer se tornar guerreiro Naparama.
Caminhos: em todo o livro ha referências ao fato de que o caminho que conduz o viajante, que não são apenas as pernas e desejo dele, mas sim uma questão do destino:
" Me surgiam agora alucinadas visões de uma estrada por onde eu seguia. Mas aquela era uma estranha picada: não estava imóvel, esperando a viagem dos homens. Ela se deslocava, seguindo de paisagem em paisagem. A estrada me descaminhou. O destino o que é senão um embriagado conduzido por um cego?"
– Violência e Falta de Esperança nos tempos de Guerra: em todos o livro é mostrada a perda da humanidade num conflito armado, numa guerra civil com guerrilhas disputando o poder todos são vítimas e também algozes. Na foto abaixo, o trecho revela que o que tem valor naquele lugar era a Arma, não a caneta (representando os estudos), nem a enxada (simbolizando o trabalho, investir na terra).
Paisagem: várias vezes durante o livro, há a referência da terra mudando da noite para o dia, a vegetação da paisagem se altera e os personagens percebem isso, os trechos abaixo são um exemplo disso:
"Era como se a terra esperasse por aldeias, habitações para abrigar futuros e felicidades."
"Tudo acontecera na vizinhança do autocarro. Era o país que desfilara por ali, sonambulante. Siqueleto esvaindo, Nhamataca fazendo rios, as velhas caçando gafanhotos, tudo o que se passara tinha sucedido em plena estrada.
– É miúdo, estamos a viajar. Nesse machimbombo parado nós não paramos de viajar."
Trechos Marcantes da Obra de Mia Couto
– Dialogo de Kindzu e o Fantasma de seu pai, ele é questionado do motivo pelo qual escreve seus cadernos:
Amor nos tempos de Miseria : descrição de Tuahir sobre o valor dos laços de amor e amizade nessa época de guerra, nesse trecho ele reflete em como Kindzu buscava coisas diferentes do que os outros de seu tempo.
"O que valia o amor, a amizade? O único valor, nos dias atuais, é sobreviver. (..) Kindzu, queria saber da felicidade; os outros queriam saber de comida. Ele queria a bondade; os outros só queriam saber quanta vantagem podiam tirar."
– Trecho que fala sobre o sexo e elevação/transcendência da mulher pela gravidez:
"Quem mandara eu lhe tocar em jeito de a tornar mãe? Porque desse desesperado suspiro dos corpos se amando é que faz uma mulher se transcender, aceitar em si a semente de um infinito ser."
– Em diversos trechos do livro há referências ao tema da Morte:
"A morte, afinal, é uma corda que nos amarra as veias. O nó está lá desde que nascemos. O tempo vai esticando as pontas da corda, nos estancando pouco a pouco."
– Estrangeiro e Xenofobia: em algumas passagens, mostra-se evidente o conflito entre classes e etnias. Um portugues era o grande patrão da cidade, um indiano não era bem vindo como comerciante na cidade, o preconceito com Kindzu em Matimati que não era sua terra natal:
"Seria preciso esperar séculos para que cada homem fosse visto sem o peso de sua raça."
Essa foi minha percepção sobre esse livro que agora está na Lista de Obras obrigatórias do Vestibular da Unicamp. Destaquei mais os trechos que achei importantes. Comentem aqui no Blog o que vocês acharam da leitura de Terra Sonâmbula e mandem suas duvidas!
http://www.abcdamedicina.com.br/terra-sonambula-resenha-do-livro-de-mia-couto-analise.html
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Terra Sonâmbula – Resenha do Livro de Mia Couto, Análise
http://www.abcdamedicina.com.br/terra-sonambula-resenha-do-livro-de-mia-couto-analise.html
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Pepetela
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Pepetela Gold Medal.svg
Nome completo Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pepetela
Data de nascimento 29 de outubro de 1941 (74 anos)
Local de nascimento Benguela, Angola
Género(s) Romance, conto
Magnum opus Lueji : o nascimento dum império
Prémios Gold Medal.svg Prémio Camões 1997
Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudónimo de Pepetela (Benguela, 29 de Outubro de 1941), é um escritor angolano.
A sua obra reflete sobre a história contemporânea de Angola, e os problemas que a sociedade angolana enfrenta. Durante a longa guerra, Pepetela, angolano de ascendência portuguesa, lutou juntamente com MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) para libertação da sua terra natal. O seu romance, Mayombe, retrata as vidas e os pensamentos de um grupo de guerrilheiros durante aquela guerra. Yaka segue a vida de uma família colonial na cidade de Benguela ao longo de um século, e A Geração da Utopia mostra a desilusão existente em Angola depois da independência. A história angolana antes do colonialismo também faz parte das obras de Pepetela, e pode ser lida em A Gloriosa Família e Lueji. A sua obra nos anos 2000 critica a situação angolana, textos que contam com um estilo satírico incluem a série de romances policiais denominada Jaime Bunda. As suas obras recentes também incluem: Predadores, uma crítica áspera das classes dominantes de Angola, O Quase Fim do Mundo, uma alegoria pós-apocalíptica, e O Planalto e a Estepe, que examina as ligações entre Angola e outros países ex-comunistas. Licenciado em Sociologia, Pepetela é docente da Faculdade de Arquitectura da Universidade Agostinho Neto em Luanda.
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LEITURAS: PEPETELA - MAYOMBE
https://www.youtube.com/watch?v=SgSsuOBU7ZQ
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Este último livro, agora incluído na lista da Fuvest, retrata a experiência do autor na guerra revolucionária, mostrando o convívio de guerrilheiros de diversas origens étnicas e sociais em que se divide a nação angolana.
http://vestibular.uol.com.br/noticias/redacao/2016/03/11/mayombe-romance-angolano-entra-para-leitura-obrigatoria-da-fuvest.htm
Mayombe: romance angolano entra para leitura obrigatória da Fuvest
Antonio Carlos Olivieri*
Colaboração para o UOL, em São Paulo 11/03/201613h34 > Atualizada 15/06/201615h29
Rob Mieremet/Anefo/Wikimedia Commons
Agostinho Neto (1975), presidente do MPLA e primeiro presidente após a independência Agostinho Neto (1975), presidente do MPLA e primeiro presidente após a independência
O estudo da literatura africana de expressão portuguesa já estava presente nas universidades brasileiras desde o começo da década de 1980.
A inclusão do romance "Mayombe", do escritor Pepetela, tem, portanto, o mérito de difundir essa literatura, indiscutivelmente rica, também no ensino médio do país. Ao mesmo tempo, indica a continuidade dos esforços de aproximação do Brasil com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, por meio da cultura. É uma iniciativa louvável e significativa.
Por outro lado, pode-se supor que a grande maioria dos vestibulandos talvez nunca tenha ouvido falar em "Mayombe", nem em seu autor, de modo que vale a pena apresentá-lo em linhas gerais.
Para começar, Pepetela é o pseudônimo do angolano Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, nascido em 29 de outubro de 1941, na cidade de Benguela, no litoral do país. Na década de 1960, começou a cursar engenharia, mudou para letras, mas acabou se decidindo pela política e passou a integrar o MPLA – Movimento Popular para a Libertação de Angola, um dos vários movimentos que lutavam pela independência do país, então uma colônia de Portugal.
Seria difícil resumir em um parágrafo o processo de luta que se estendeu por cerca de 15 anos, entre os angolanos e portugueses, até a independência obtida em 1975. Para complicar, depois disso, eclodiu uma guerra civil entre as duas principais forças políticas no país, o já citado MPLA e a Unita – União Nacional Para a Independência Total de Angola, que durou até 2002. De qualquer modo, é importante ressaltar que é esse panorama de conflito revolucionário e da história angolana que marcam a literatura de Pepetela.
Por seu envolvimento político, o escritor teve de viver no exílio e só após a independência retornou ao país, integrando o governo do presidente Agostinho Neto, como vice-ministro da Educação. Nessa época, por sinal, lançou boa parte de sua obra, como "Muana Puó" (1978), "As aventuras de Ngunga" (1979) e "Mayombe" (1980). Este último livro, agora incluído na lista da Fuvest, retrata a experiência do autor na guerra revolucionária, mostrando o convívio de guerrilheiros de diversas origens étnicas e sociais em que se divide a nação angolana.
Ana Mafalda Leite, professora de literatura africana em português da Universidade de Lisboa, considera "Mayombe" uma obra ao mesmo tempo crítica e heroica, que destaca a diversidade étnica angolana e ilustra as divisões tribais presentes naquele país e o levariam à guerra civil. Para a professora Leite, o romance é ainda o relato do conflito que define a fundação da pátria. Mas é interessante acrescentar a esse respeito a própria opinião do autor, para quem o texto seria uma simples reportagem sobre a guerra, mas como o texto acabasse lhe parecendo muito frio, ele foi escrevendo mais e mais, até transformá-lo num romance.
Em 1982, ao aposentar-se, Pepetela passou a se dedicar somente à literatura e desenvolveu uma obra de caráter mais crítico e desencantado com os desdobramentos da história angolana após a independência, considerando a guerra civil e os altos níveis de corrupção nos órgãos governamentais. Também enveredou pelo realismo-fantástico, no romance "O desejo de Kianda" e ainda em "A gloriosa família", onde o fantástico e a história de Angola se misturam.
Pelo conjunto da obra, Pepetela foi agraciado, em 1997, com o prêmio Camões, atribuído aos autores que notoriamente enriqueceram o patrimônio literário e cultural da língua portuguesa. A consagração, contudo, não significou o ápice da carreira do escritor, seguido de um inevitável declínio. Pelo contrário, Pepetela continua a escrever e a se renovar como escritor, enveredando pelo gênero da sátira, com o livro policial "Jaime Bunda", e até a ficção científica, com o romance "O quase fim do mundo" (2008).
Em tempo, Mayombe, que dá título, ao romance que os candidatos ao vestibular da Fuvest devem ler a partir de agora, é o nome de uma região montanhosa da África, que se estende por vários países, entre os quais Angola, na província de Cabinda. E "Pepetela" significa cílios ou pestana, em uma das línguas africanas de Angola, sendo uma referência a um dos sobrenomes do autor.
Veja errata.
*Antonio Carlos Olivieri é escritor, jornalista e diretor da Página 3 Pedagogia & Comunicação, responsável pelo Banco de Redações do UOL.
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Onde encontrar o livro:
http://goo.gl/tBxn1C
OBS: Ao adquirir o livro através do link sugerido, você estará colaborando com o canal - receberei uma pequena comissão para ajudar a mantê-lo ;)
O próximo livro será Laços de Família, da Clarice Lispector ;)
Playlist dos livros de leitura obrigatória para o vestibular:
https://goo.gl/3DGnti
Dicas para as Leituras Obrigatórias para o vestibular:
https://www.youtube.com/watch?v=Tl0p5...
Resenha #1) Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis):
https://www.youtube.com/watch?v=saJAc...
#2) Til (José de Alencar):
https://www.youtube.com/watch?v=kyw7a...
#3) Capitães da Areia (Jorge Amado):
https://www.youtube.com/watch?v=yVJZW...
#4) Vidas Secas (Graciliano Ramos):
https://www.youtube.com/watch?v=TlIGs...
#5) Memórias de um Sargento de Milícias (Manuel Antonio de almeida):
https://www.youtube.com/watch?v=yl_4e...
#6) Sentimento do mundo (Carlos Drummond de Andrade):
https://www.youtube.com/watch?v=QV4G5...
#7) A Cidade e as Serras (Eça de Queirós):
https://www.youtube.com/watch?v=QfzqQ...
#8) O Cortiço (Aluísio Azevedo):
https://www.youtube.com/watch?v=aCBLw...
#9) Viagens na minha terra (Almeida Garrett):
https://www.youtube.com/watch?v=n0Yti...
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