Sobre a obra " O Suícidio " de Émile Durkheim
O suicídio como fato social abre leque para a interpretação e análise de sua fundamentação na sociedade. Partindo do princípio em que se estabelece como parâmetro, uma análise desvinculada do suicídio como apenas um ato pautado na individualidade, torna-se necessário que a Sociologia intervenha para que possa explicar, ou sugerir o que sustenta o suicídio nas sociedades em que ele se torna banal do ponto de vista da sociedade.
Os estudos de Durkheim, relacionam e classificam os fatores que influenciam o aumento do suicídio, elencando tais fatores, permitiu-se analisar o suicídio estatisticamente, traçando possíveis roteiros para a sua compreensão. Porém Durkheim destituía-se de apresentar soluções possíveis para a resolução desse fato social, o que ignora a função dos fatores que o mesmo analisou, somente elencar a origem dos fatos, não faz com que o estudo permita possibilidades de avanço, tornando o conformismo uma projeção amenizadora, mas incapaz de apresentar solução.
A sociedade atual porém, está ainda estabelecida dentro das tipologias definidas por Durkheim, além de também sofrer com o novo aspecto que propôs a globalização, a liquidez das relações corrobora para que o suicídio, seja pertinente e banal pela ótica da sociedade contemporânea, tornando-se um estado crônico e insolúvel, que evolui tal câncer, devido a somatização dos fatores estudados por Durkheim e os novos fatores gerados pela modernidade e sua pobreza na qualidade das relações sociais, fatores esses que continuarão permitindo que a Sociologia se ocupe desses aspectos para a compreensão da sociedade, deixando que outras áreas se ocupem do aspecto individual do homem enquanto ser humano, ocupando-se apenas do homem e seus respectivos fatores enquanto ser social, permitindo assim que essas relações sejam estudadas profundamente pela ótica da ciência sociológica.