Caso dos Exploradores de Cavernas

O Caso dos Exploradores de Cavernas. Obra de Lon Luvois Fuller

apresenta uma abordagem prático-ficcional sobre um julgamento recursal de um

caso envolvendo, um homicídio seguido de antropofagia. Na obra, são dispostos

os votos dos juízes incumbidos de rever a sentença dada em primeira instância,

e é apresentada uma emaranhada rede de complicações e por menoridades na

esfera jurídica.

No limiar de maio de 4299, os cinco exploradores de cavernas, entre eles o

ilustre, Roger Whetmore, adentraram uma caverna de rocha calcária em

Commonwealth, caverna esta que mais tarde viria a ser o pesadelo dos

exploradores. Após entrarem na caverna e estando eles a uma distância

considerável da entrada desta, ocorre um desmoronamento que obstruiu

completamente o acesso, impedindo-os de saírem. Não voltando dentro do

prazo normal, os familiares dos exploradores avisaram a Sociedade

Espeleológica que encaminhou uma equipe de socorro para verificar o que

houve com a expedição dos exploradores, que ao chegarem no local se

deslumbraram com uma grande tragédia. No decorrer dos trabalhos para lograr

êxito no resgate, houve outro deslizamento de terra, ceifando 10 membros da

equipe, tornando o processo de busca delicado e penoso.

No vigésimo dia de resgate, foi descoberto que os exploradores possuíam um

radio transmissor, o que tornou possível a comunicação entre os exploradores e

o acampamento de resgate. Os exploradores perguntavam quanto tempo no

mínimo, levaria o resgate. A resposta foi que o resgate levaria no mínimo mais

dez dias. Em vista desta resposta, os exploradores fizeram uma pergunta com

duas hipóteses: Se poderiam sobreviver mais dez dias sem alimentação e se

comesse carne humana, teriam chances de sobreviver. A primeira pergunta

recebeu uma resposta negativa e a segunda foi respondida que terão grandes

chances de sobrevivência alimentando-se de carne humana.

Os exploradores tentaram se aconselhar com o sistema de autoridades

competentes: religiosas, judiciárias e médicas, a fim de saber a

conduta,moralidade e licitude do ato de comerem carne humana na situação em

que se encontravam. O ciclo sistêmico de autoridades não deram respostas a

nenhuma destas perguntas, preocupações assolam a mente, perguntas sem

respostas, que indagam oque fazer, qual a melhor solução a ser tomada diante

do abandono do sistema que engloba os poderes que regem as leis vigentes

para melhor auxiliar a tomar decisões favoráveis a todos. Após a ausência de

respostas a comunicação foi interrompida e os exploradores diante da

coercibilidade da norma que havia abandonado os exploradores a própria sorte

ou o peso da morte sobre todos que decidiram sacrificar um dos cinco, para que

a sobrevivência dos outros quatro fosse garantida.

Roger whetmore propôs um sorteio de dado para a escolha daquele que seria

sacrificado. Antes do início do jogo, Whetmore desistiu de participar e sugeriu

que esperassem mais uma semana. Seus companheiros o acusaram de traição

e procederam com o sacrifício, o mesmo Roger Whetmore idealizador da idéia

foi o escolhido para ser o sacrificado. Ao final do trigésimo dia após a entrada na

caverna os exploradores foram resgatados. Percebeu-se então que faltava um

explorador e descobriu-se que Roger havia sido morto e servido de alimento a

seus companheiros, após o resgate os sobreviventes foram a julgamento em

primeira instância no Tribunal do Condado de Stowfield do Juiz de primeira

instância Truepenny, C, J. Lá foram condenados à pena de morte, já em

segunda instância foram analisados por quatro juízes:

Juiz Foster que propõe a absolvição dos réus baseando-se numa posição jus

naturalista.

Juiz Tatting que fica em cima do muro e pede o afastamento do caso por não

estar com condições psicológicas para participar do caso com a devida

competência.

Juiz Keen além de condenar os réus supra citados, acusa o Foster de estar

usando brechas na legislação vigente para tentar ludibriar e defender sua

posição.

Juiz Handy relata que uma pesquisa foi realizada para saber a opinião publica e

90% da população absolveria os réus, então ele segue a vontade publica.

Estando igualmente dividida, a convicção e sentença do Tribunal de instancia

inferior será mantida, sendo assim deve-se proceder a execução dos réus.

Minha posição e justificativa

Com o jus naturalismo, todas as lógicas de defesa ao direito natural são

reafirmadas, neste estado da natureza, a vida é possível pelo homem porque o

seu próprio instinto o leva a conservar a sua existência. Ou seja, o mesmo por

livre espontânea vontade adquiri o extinto de sobrevivência, foi este desejo

primitivo que levou à formação de quaisquer sociedades e estava inerente aos

exploradores de caverna. Eles não viviam com o grupo que supria necessidades

mútuas de terra, trabalho e capital, eles estavam totalmente desamparados,

isolados, ate as autoridades competentes não prestou o devido auxílio

permanecendo calados, e neste estado revelaram racionalmente seus desejos

de sobrevivência quando mataram um integrante da equipe. O acordo era entre

o grupo, para que um morresse em benefício dos demais, não foi uma decisão

que beneficiaria apenas um membro dos exploradores e sim 4 membros, ou

seja, foi um bem comum.

Até Whetmore que quando da tomada de iniciativa do grupo para tirar a sorte de

quem morreria rejeitou a idéia, depois acabou por consenti-la. Assim, mostra-se

um pacto em que todos foram responsáveis mutuamente e no estado de total

privação em que se encontravam puderam decidir pela vida. Embora tenham

instituído um contrato, ainda assim as leis da sociedade não poderiam

açambarcar esta iniciativa. O estado em que se encontravam era totalmente

adverso e não tutelado pela lei ou jurisprudência.

Junior cardeal
Enviado por Junior cardeal em 22/05/2016
Código do texto: T5642920
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