Uma Dimensão Temporal (**)
Ao poeta, os dias inteiros, as noites abertas, os plenilúnios, os sóis a pino. Ele vive intensamente e expressa cada segmento observado por sua ótica poderosa. Ao aflorar versos que desvendam suas esfingies particulares, universaliza-se e o leitor pode fazer qualquer reestruturação e interpretação a partir da própria visão.
O título é um achado e o poemário que contém um feixe de poemas a partir do que empresta-lhe o nome “Todos os Dias São Úteis”, abrange uma dimensão temporal.
Muito peculiar e interessante. Estanislau, o poeta J. Estanislau Filho, depois de comentar dias, passa às semanas e depois aos meses do ano. Cada qual com sua peculiaridade registrada por suas vertentes de atenções múltiplas.
Vislumbramos o self de feitio poético a cada passo. À primeira, denomina SEMEAR... e a partir das sementes em berço de balanço, leva o leitor a embarcar no território onírico, embora se diga de pé no chão. E no apelo colorido das flores, a primavera é promessa ou realidade, de acordo com as vivências. Fala de Amor, claro, por várias e tentadoras vezes. E não é poeta de imposições: gosta das indagações – a inspiração de um músico, de onde viria? A sombrinha, tal qual o coração e a alma da passante “precisaria de reparos?” “Milho Verde arde?”... Muitos dos títulos, são per si, poemetos (“Não vieste buscar as flores que colhi”...). Outros traduzem ou sugerem algo a mais além do contexto em versos expostos: “Clichês da Destruição”, “Mulheres na Linha de Montagem”...
Conheci ao autor em um dos eventos da UNIAC, “Cultura em Movimento”, que acontecem anualmente dentro do Parque Municipal, em Belo Horizonte. Trocamos livros e ao chegar à minha casa, li de um fôlego as histórias de sua prosa saborosa. Dias passados, nova leitura. Gostei muito. Nos marcadores de livros, anotamos e-mails. E passamos a trocar alguns, até que ele traz esse convite de prefaciar seu livro de poemas. Diz-se mais afeito à prosa. Quer minha opinião. No entanto, se sua prosa é poética e encantou-me com o cotidiano travestido em palco, “mis-em-scène” e povoado de atores da própria história, sua poesia tem a firme linha condutora da “contação/conotação” que o marca. Fale o Poeta de si mesmo e seus sentires, suas emoções e interpretações do universo ou exprima os sentimentos de outrem, a leitura é mais que prazerosa. E sempre ficamos com a sensação de que há mesmo um fio condutor nas mãos firmes de quem escreve.
A dar espaço, mas a segurar as pontas da grande pipa colorida que vemos em seu azul absoluto. Qual a pipa que a criança, correndo ou fincando pés, tem o prazer de comandar. O comando poético de J. Estanislau Filho toca-me as cordas da alma. Gosto de sua poesia e apraz-me a posse desse bem: um livro que nasce e passa pela minha leitura, parteira antiga que testemunha uma vida dada à luz.
O título é um achado e o poemário que contém um feixe de poemas a partir do que empresta-lhe o nome “Todos os Dias São Úteis”, abrange uma dimensão temporal.
Muito peculiar e interessante. Estanislau, o poeta J. Estanislau Filho, depois de comentar dias, passa às semanas e depois aos meses do ano. Cada qual com sua peculiaridade registrada por suas vertentes de atenções múltiplas.
Vislumbramos o self de feitio poético a cada passo. À primeira, denomina SEMEAR... e a partir das sementes em berço de balanço, leva o leitor a embarcar no território onírico, embora se diga de pé no chão. E no apelo colorido das flores, a primavera é promessa ou realidade, de acordo com as vivências. Fala de Amor, claro, por várias e tentadoras vezes. E não é poeta de imposições: gosta das indagações – a inspiração de um músico, de onde viria? A sombrinha, tal qual o coração e a alma da passante “precisaria de reparos?” “Milho Verde arde?”... Muitos dos títulos, são per si, poemetos (“Não vieste buscar as flores que colhi”...). Outros traduzem ou sugerem algo a mais além do contexto em versos expostos: “Clichês da Destruição”, “Mulheres na Linha de Montagem”...
Conheci ao autor em um dos eventos da UNIAC, “Cultura em Movimento”, que acontecem anualmente dentro do Parque Municipal, em Belo Horizonte. Trocamos livros e ao chegar à minha casa, li de um fôlego as histórias de sua prosa saborosa. Dias passados, nova leitura. Gostei muito. Nos marcadores de livros, anotamos e-mails. E passamos a trocar alguns, até que ele traz esse convite de prefaciar seu livro de poemas. Diz-se mais afeito à prosa. Quer minha opinião. No entanto, se sua prosa é poética e encantou-me com o cotidiano travestido em palco, “mis-em-scène” e povoado de atores da própria história, sua poesia tem a firme linha condutora da “contação/conotação” que o marca. Fale o Poeta de si mesmo e seus sentires, suas emoções e interpretações do universo ou exprima os sentimentos de outrem, a leitura é mais que prazerosa. E sempre ficamos com a sensação de que há mesmo um fio condutor nas mãos firmes de quem escreve.
A dar espaço, mas a segurar as pontas da grande pipa colorida que vemos em seu azul absoluto. Qual a pipa que a criança, correndo ou fincando pés, tem o prazer de comandar. O comando poético de J. Estanislau Filho toca-me as cordas da alma. Gosto de sua poesia e apraz-me a posse desse bem: um livro que nasce e passa pela minha leitura, parteira antiga que testemunha uma vida dada à luz.
Clevane Pessoa de Araújo Lopes (*)
(*) Poeta Honoris Causa pelo Clube Brasileiro de Língua Portuguesa para oito países Lusófonos.
Membro da AFEMIL (Academia Feminina Mineira de Letras)-Cadeira Cecília Meirelles.
Embaixadora Universal da Paz (Cercle de Les Ambassadeurs Univ. de la Paix-Genebra, Suíça).
Membro da AFEMIL (Academia Feminina Mineira de Letras)-Cadeira Cecília Meirelles.
Embaixadora Universal da Paz (Cercle de Les Ambassadeurs Univ. de la Paix-Genebra, Suíça).
(**) Trata-se do meu sexto livro, lançado em 2009 - Edição do Autor - esgotado.
É possível encontrá-lo na Estante Virtual.
Meu último lançamento, A Moça do Violoncelo-Estrelas pode ser adquirido, também na Estante Virtual ou diretamente comigo. Aos interessados, entrem em contato. Grato.