Ensinar e Aprender Matemática
Luiz Carlos Pais
Luiz Carlos Pais
Publicado pela Editora Autêntica, em 2066, o livro intitulado “Ensinar e Aprender Matemática” convida o leitor a participar de uma reflexão em torno de idéias, conceitos e questões referentes aos aspectos metodológicos do ensino da matemática. É um texto escrito principalmente para educadores matemáticos e pessoas interessadas em compreender relações entre o saber matemático e alguns desafios inerentes às ações integradas do ensino e da aprendizagem escolar. Para isso, será preciso considerar os limites de certas concepções e estratégias didáticas que, valorizando somente a objetividade das ciências, não visualizam a parte subjetiva do fenômeno cognitivo.
Esse enfoque é priorizado no texto porque as estruturas matemáticas, ancoradas em uma forte tradição positivista, exercem indevidamente uma influência considerável na forma usual de conduzir a prática de ensino, como se fosse possível identificar o objeto das ciências com o da educação. Esse equívoco repousa em uma espécie de crença inabalável na necessidade de priorizar as características próprias do saber matemático, tais como formalização, objetividade, generalidade e abstração, como se esses aspectos fossem os parâmetros dominantes para conduzir a os primeiros passos da aprendizagem.
O estudo desse complexo tema normalmente não aparece nos cursos de formação inicial de professores e ainda permanece praticamente ausente nos principais debates levantados na área da Educação Matemática. Entretanto, acreditamos que sua colocação seja necessária para romper com dificuldades persistentes na expansão qualitativa do ensino de matemática. Assim sendo, compete-nos indagar: como valorizar o ensino das estruturas e dos conceitos na educação matemática sem menosprezar a subjetividade contida no fenômeno cognitivo?
Infelizmente, não há como oferecer garantias de serenidade neste sobrevôo, pois certamente surgirão zonas de instabilidade no transcorrer da leitura. Porém, acreditamos ser mais honesto confessar os desafios logo de início, quando ainda estamos na pista de decolagem, ao invés de anunciar um livro preenchido com certezas absolutas. O exercício da dúvida já sinaliza uma disponibilidade de espírito para cultivar o eterno retorno na busca de novos conhecimentos, porque as turbulências pertencem à essência comum ao ensino e à aprendizagem, fazendo com que toda experiência cognitiva tenha uma dose de incerteza. Além do mais, seria ilusório passar uma visão exterior, como se as produções científicas nascessem prontas, sem nunca ter convivido com a ansiedade da dúvida.
A educação matemática apresenta esse mesmo grau de complexidade, pois exige uma constante superação de conflitos, rupturas, retornos e esses obstáculos são partes integrantes das ações de aprender e de ensinar. Tais dificuldades são mais perceptíveis quando conhecimentos do cotidiano são colados rapidamente aos conceitos matemáticos, tal como acontece nos momentos iniciais da educação. Dessa forma, percebemos a complexidade dos desafios vivenciados pelo professor que atua nas séries iniciais do ensino fundamental. Essa passagem não é um movimento trivial, porque palavras e argumentos do mundo não escolar nem sempre podem ser validados no contexto escolar.
Alguns desses obstáculos são identificados como erros cometidos pelo aluno. Mas, a superação não é imediata porque suas raízes pertencem aos estratos profundos da consciência que une professor e aluno e não é nada conveniente separar esses dois pólos para resolver a questão didática. Confira o texto que pretende também despertar o interesse do leitor para interagir na área de ensino escolar, diante dos atuais desafios da chamada sociedade da informação e das tecnologias digitais.
Esse enfoque é priorizado no texto porque as estruturas matemáticas, ancoradas em uma forte tradição positivista, exercem indevidamente uma influência considerável na forma usual de conduzir a prática de ensino, como se fosse possível identificar o objeto das ciências com o da educação. Esse equívoco repousa em uma espécie de crença inabalável na necessidade de priorizar as características próprias do saber matemático, tais como formalização, objetividade, generalidade e abstração, como se esses aspectos fossem os parâmetros dominantes para conduzir a os primeiros passos da aprendizagem.
O estudo desse complexo tema normalmente não aparece nos cursos de formação inicial de professores e ainda permanece praticamente ausente nos principais debates levantados na área da Educação Matemática. Entretanto, acreditamos que sua colocação seja necessária para romper com dificuldades persistentes na expansão qualitativa do ensino de matemática. Assim sendo, compete-nos indagar: como valorizar o ensino das estruturas e dos conceitos na educação matemática sem menosprezar a subjetividade contida no fenômeno cognitivo?
Infelizmente, não há como oferecer garantias de serenidade neste sobrevôo, pois certamente surgirão zonas de instabilidade no transcorrer da leitura. Porém, acreditamos ser mais honesto confessar os desafios logo de início, quando ainda estamos na pista de decolagem, ao invés de anunciar um livro preenchido com certezas absolutas. O exercício da dúvida já sinaliza uma disponibilidade de espírito para cultivar o eterno retorno na busca de novos conhecimentos, porque as turbulências pertencem à essência comum ao ensino e à aprendizagem, fazendo com que toda experiência cognitiva tenha uma dose de incerteza. Além do mais, seria ilusório passar uma visão exterior, como se as produções científicas nascessem prontas, sem nunca ter convivido com a ansiedade da dúvida.
A educação matemática apresenta esse mesmo grau de complexidade, pois exige uma constante superação de conflitos, rupturas, retornos e esses obstáculos são partes integrantes das ações de aprender e de ensinar. Tais dificuldades são mais perceptíveis quando conhecimentos do cotidiano são colados rapidamente aos conceitos matemáticos, tal como acontece nos momentos iniciais da educação. Dessa forma, percebemos a complexidade dos desafios vivenciados pelo professor que atua nas séries iniciais do ensino fundamental. Essa passagem não é um movimento trivial, porque palavras e argumentos do mundo não escolar nem sempre podem ser validados no contexto escolar.
Alguns desses obstáculos são identificados como erros cometidos pelo aluno. Mas, a superação não é imediata porque suas raízes pertencem aos estratos profundos da consciência que une professor e aluno e não é nada conveniente separar esses dois pólos para resolver a questão didática. Confira o texto que pretende também despertar o interesse do leitor para interagir na área de ensino escolar, diante dos atuais desafios da chamada sociedade da informação e das tecnologias digitais.