ELYSIUM

Existem certas coisas que fazemos nesta vida, cujo tempo que gastamos não se conta. Uma noite de amor verdadeiro, um beijo esperado e desejado, o tempo que se gasta ajudando a quem precisa.... Nestes momentos o tempo não se adianta e nem retrocede, apenas para. É como se uma formidável máquina nos transportasse, através do espaço e depois de viajarmos por milênios, retornássemos na mesma época, no mesmo instante, no mesmo mundo.

É assim, principalmente, quando a gente se depara com a arte, em qualquer de seus segmentos. Um livro, por exemplo. Quantas vezes devoramos, num piscar de olhos, seu conteúdo? Quantas vezes viajamos por mundos jamais imaginados e, por momentos, passamos a ser cidadãos dele? Quantas vezes vivenciamos as personagens que habitam suas páginas?

Acabo de passar por mais uma dessas experiência ao ler um romance sui generis. Ah! Romances, dirão muitos, são todos iguais. Pessoas que se amam, que se perdem e que no final se reencontram. Nada mais do que isso.

Pode ser. Mas não com Elysium, belíssima obra psicografada por Cristina Nunes, ou Lucilla, como queiram os poetas e as poetisas do Recanto, editado pela lumeneditorial.

Trata-se de um romance espírita sim. Mas nem por isso, apenas, deveria ser autentico. Já vi tantos que não são. Mas, em Elysium o autor espiritual não encontra dificuldades em cravar cenas, prenhe de autenticidades, pelas mãos da médium.

Cristina tem a facilidade de captar pensamentos. Essa facilidade, que entendemos como uma mediunidade muito aguçada faz com que ela descreva épocas maravilhosas de antanho. Situações e lugares, colocados com tal precisão, que o leitor vivencia cada detalhe, cada minúcia e não se sente, em momento algum, fora da realidade. Ao contrário, a riqueza das expressões e a simplicidade de seus objetivos fazem com que, mesmo aquele leitor mais recalcitrante, mais conservador, mais receoso do futuro, não tenha qualquer dúvida sobre a verdade e a lógica do que lê.

Elysium é um primor de literatura para quem, efetivamente, se interessa pela vida.

01.07.2007

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 01/07/2007
Código do texto: T548446
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