GUTE GUTE, Barriga Experimental de Repertório, Romance
Gute Gute, Barriga Experimental de Repertório
Romance de Silas Correa Leite
Nesses tempos pós-modernos, em que a criança sai do ventre da mãe para a piscina, e que a ciência avançada já descobriu que crianças aprendem e evoluem desde a barriga-mestra da grávida, e se um casal de Ph.Ds. com DNA de geniais tivesse um bebê superdotado e com QI elevado desde a concepção; e se esse baby se pudesse falar, precisasse falar, e se encontrasse outras crianças de igual precoce qualidade evolutiva para trocas, o diálogo, com quem pudesse conversar, dizer a que virá, o que vai ser quando nascer, a partir das apreendências desde o entorno e mesmo do interior contexto umbilical? Qual o repertório dessa visão, dessas conversas do entorno do pré-nascer? BARRIGA EXPERIMENTAL DE REPERTÓRIO é a voz da criança que ainda não há, que está sendo terminada, mas desde logo dizendo a que virá, sempre a partir da barriga-mundo-Mãe. Partindo do mote ou do leitmotiv do que um bebê especial em formação, de rara inteligência precoce, ainda dentro da barriga da mãe phd em neurociências, poderia falar, pensar, sentir, e até reagir a partir do próprio entorno que o envolve de alguma maneira no meio, mais configurações, sentimentos, reações pueris e sentidos revisitados em tal estadia interior, o autor, aqui e ali de maneira fracionada, não linear, com ironia, humor, e mesmo se inteirando da vida que cresce e aflora, traz as “palavras” da criança ainda na fase intrauterina para o entendimento de nosotros que saímos antes e perdemos a noção do quanto de importante foi estar nesse berço-ninhal, planeta-barriga.
Máximas circunstanciais, epigramas de ocasião, aforismos de percurso, citações achadas no crescimento, fragmentos reflexivos a partir de, tudo da lavra do autor, inclusive parafraseando dizeres populares pertinentes, amor, emoção, tristeza, dor, humor, o favo-vida na colmeia da gestação querendo dar à luz antes de vir à luz. Muito mais do que isso ainda, recursos na intertextualidade, situações que emocionam, fazem rir, reafirmando então que, sim, há uma luz antes de tudo. A criança que nesses tempos pós-modernos sai direto da barriga da mãe para a piscina, aprender a nadar antes de falar, nesse romance comporta um baby superdotado, hiperativo, extermanemente sensivel, que quer muito dizer o que vê, “lê”, sente e reflete-se desde o mundo barrigal. O autor coloca um repertório afetivo, emocional, denso, poético e extremamente humano para quem ainda vive uma fase importante do devir.
Gute Gute é isso: o que um bebê quer dizer, sobre o meio, seus pais, as acontecências de percurso, situações de rotina de uma grávida de Q.I. altíssimo, com olhares novos sob a sensibilidade à flor da pele daquele que ainda vai nascer, e, antes mesmo disso já questiona até momentos íntimos da mãe, particularidades afins, como soubesse que, de alguma maneira, iria carregar para sempre aquela barriga, logo que ‘desnacesse dali’. Pinceladas de vidas sendo pensadas e sentidas, explosões de amor e de entendimentos pueris de malucos, mudanças de comportamento a partir de hormônios, visões do filho da mãe e da mãe do rebento, e vice-versa, quando se sabe que, na vida aqui fora toda grávida chora de barriga cheia e diz que o nenê está chutando a barriga, é como se o baby desse romance estivesse literalmente chutando o pau da barraca, da barriga, para se assinar no livro da vida antes de estar entre nós, chamando nossa atenção para esse estado de graça.
A ideia do livro é passar o conceito de que uma criança especial já na barriga da mãe-gestora é uma alma que pensa, apreende, com/Vive e sente, podendo assim se expressar desde o cordão umbilical, dizer a que veio, e até sonhar sobre o que é que vai ser quando nascer, interagindo precocemente no seu entono, podendo assim ser sacada, se pudesse ser ouvida em sua pura voz interior. GUTE GUTE é o som de uma criança mamando, sugando o cordão umbilical da mãe, gute gute tradicional do som nessa alimentação primordial. Barriga experimental de repertório é todo o acervo narrativo e criativo do livro como ofertório de palavras, rumos, citações, 'sentições', pertencimentos e tons e tins e quetais; timbres lustrais da criança imaginada em falas. Lá em cima, a mãe-gestora. Lá embaixo o filhote com visão toda própria, idealização e compreensão precoce. O que pode acontecer na fase final da formação, desde a concepção até o arrebentar-se do berreiro da vida lá fora? É preciso dar voz aos escolhidos. Muitos foram chamados mas só um fecundou. Esse é quem vai botar a boca no mundo. É preciso ouvi-lo.
Criar é iluminura como libertação. Escrever esta obra salvou a vida do autor, depois da morte de sua matriarca. Premiado em concursos de renome, até no exterior, presente em redes sociais e em mais de 800 sites, até internacionais, GUTE GUTE virou romance diferenciado desse ciberpoeta e blogueiro premiado que escreve para surpreender quem o lê. Ele já foi entrevistado no programa Provocações, da TV Cultura, e neste romance diferenciado mostra toda sua lucidez criacional, que emociona, sobre o que uma criança teria a dizer na barriga da mãe gestora. Bem-vindo a bordo. Periga ler e ver-se.
Barriga exterimental? Gute Gute:
-TEM GENTE!
Antonio T. Gonçalves
lagoeldi@bol.com.br
http://cult-news-art.zip.net/