"Lilith", da escritora Alina Reyes (Editora Rocco). O enredo é uma espécie de atualização da história de Lilith, ambientada numa cidade fictícia chamada Lone, um lugar distópico na transição do Terceiro Milênio. Alina Reyes é uma escritora francesa cujas obras são consideradas uma espécie de revitalização da literatura erótica. 
   Pessoalmente, considero  muito difícil para  um escritor - seja homem ou mulher - descrever em palavras uma relação sexual de forma adequada. Eu, pelo menos, nunca li um resultado que me agradasse (e olha que sou um leitor compulsivo desde a infância). Ora as descrições de sexo pecam pela excessiva vulgaridade, ora pela excessiva idealização. Materializando o exemplo: ou a relação sexual é descrita como num dos vídeos do "PornoTube" ou ela é descrita como a transa entre Edward e Bella na saga "Crepúsculo". Não lembro de ter lido algo nessa área que me deixasse realmente excitado. 
   Acredito que o sexo, ao ser traduzido em palavras, perde sua espontaneidade e sua característica sui generis, tornando-se algo meio "forçado", até um pouco "falso". As letras não conseguem descrever adequadamente uma transa e nesse ponto as imagens conseguem superar essa limitação, ainda que em ambos os casos o registro deva passar, por motivos óbvios, pela interpretação do leitor ou do espectador. 
  Recomendo o livro da Alina Reyes apenas a quem já conhece o mito de Lilith e quer conhecer uma atualização da história, com doses de erotismo aqui e ali, ao longo dos capítulos. O que certamente deve ter sido a intenção da autora ao escrever a obra.