Diálogos em Retalhos de Cetim - O amor explícito em prosa e poesia
Por Edna Lopes*
Na minha vida de leitora curiosa e inquieta, buscando sempre, através da leitura, habitar outros mundos, descobri e muitos irão concordar que há jeitos e jeitos de se contar uma história, seja ela de amor, humor, suspense, terror ou de qualquer gênero.
Também como leitora atenta ao que se publica e ao que se lê, a meu ver, há uma atração universal por histórias de amor. Ulisses e Penélope, Tristão e Isolda, Romeu e Julieta, Píramo e Tisbe, Marilia e Dirceu são alguns casais célebres da literatura universal e a esses se podem somar Camille e Rodin, ele, mestre da escultura e Camille, sua discípula aprendiz, tão talentosa quanto seu mestre, e depois sua amante.
O amor do último casal citado tem um enredo conhecido, pois é baseado em personagens reais do início do século passado com uma história que, em si, fascina porque ao longo do romance tumultuado dos dois, produziram obras de arte de beleza e valor inestimável, conhecidas e prestigiadas pelo mundo afora.
É fácil entender porque personagens como Camille e Rodin exercem esse fascínio nas pessoas, não só pela paixão que colocaram em sua arte, mas também pelo amor desvairado que devotaram um ao outro, inspirando tantas outras obras das várias expressões da arte, o cinema e o teatro são exemplos disso.
Disto isto, foi fácil compreender porque o amigo cronista e poeta Raimundo Antonio de Souza Lopes escolheu o nome dos dois personagens, Camille e Rodin, para intitular uma série inicialmente no site Recanto das Letras e agora transformá-la nesta maravilha de livro que é Diálogos em Retalhos de Cetim.
O livro que ora apresento como leitora e fã da série tem a linguagem ágil e desenvolta das novelas, dos folhetins em que acompanhamos os altos e baixos dos protagonistas. Nele, o autor, se valendo dos personagens, troca “cartas” em prosa e poesia. São textos apaixonados e encantadores, textos em que transbordam a alegria do encontro de almas irmãs, a doçura, a saudade, a esperança, a crença no amor que resiste às intempéries, a rotina que corrói convívios, as rusgas das relações amorosas, o sentimento de posse traduzido em ciúmes.
Os sentimentos com que Raimundo Antônio nos brinda em suas “cartas” não lembram em nada o amor possessivo e doentio, ou as tragédias pessoais dos personagens reais lá do começo do Século 20. Sabiamente, apenas tomou emprestado seus nomes para dar vida a um amor de sonhos. Os diálogos amorosos, eivados de carinho, ora de paixão e sensualidade, ora de tristeza e saudade, ressaltam uma cumplicidade que faz quem os lê suspirar, de puro encanto.
Ao longo dos anos, nas publicações esparsas dos textos da série, nós, suas leitoras e leitores, comentávamos avidamente e, pasmem, torcíamos por eles como se conhecidos nossos fossem, quem sabe um casal de velhos amigos, daqueles que a gente se alegra com as boas e se entristece com as más notícias, que se chateia quando eles silenciam, nos deixam sem saber do rumo de suas vidas.
Cá pra nós, tenho a sensação - somente a sensação, porque para ter certeza teria que perguntar ao autor e não me atrevi a fazê-lo - que nem mesmo ele sabia ou poderia supor que um texto despretensioso contando de um corriqueiro diálogo entre dois amantes tomaria essa dimensão. Isso só atesta o meu pensamento inicial da atração universal por histórias de amor. O nosso cronista poeta percebeu que ali estava uma lavra rica em possibilidades e, feito um joalheiro talentoso, lapidou as pedras saídas da lavra de sua criatividade e de sua alma poética aberta ao inusitado e fez a festa.
Um dos feitos mais incríveis desses “diálogos”, em minha opinião de, repito, leitora e fã, é a ousadia do autor em escrever se colocando no lugar da personagem feminina. Ousadia porque, como mulher, posso dizer que não é caricatura, não é debique. É que a linguagem do amor é única, para homens e mulheres, e Raimundo Antônio soube bem expressar essa empatia, esse conhecimento do sentimento do amor e da alma humana.
De minha parte, asseguro ao autor, a todos e a cada um que entrar em contato com Diálogos em Retalhos de Cetim, que este é um livro muito especial, pois por ser uma obra aberta, publicada espaçadamente em textos que agora estão juntos, para nossa alegria e deleite, tive o prazer de acompanhar o nascimento, o crescimento e agora o voo para outras lonjuras de mais uma obra deste amigo querido que tanto me honrou com o convite para apresentá-lo. Reafirmo aqui meu agradecimento por essa alegria imensa que é "apresentar" ao mundo os diálogos em prosa, em verso, em vida e sonhos desse casal tão especial!
Senhoras e senhores, encantem-se!
*Publicando aqui uma das apresentações do livro Diálogos em Retalhos de Cetim, que li, reli e vou ler muitas outras vezes.
Por Edna Lopes*
Na minha vida de leitora curiosa e inquieta, buscando sempre, através da leitura, habitar outros mundos, descobri e muitos irão concordar que há jeitos e jeitos de se contar uma história, seja ela de amor, humor, suspense, terror ou de qualquer gênero.
Também como leitora atenta ao que se publica e ao que se lê, a meu ver, há uma atração universal por histórias de amor. Ulisses e Penélope, Tristão e Isolda, Romeu e Julieta, Píramo e Tisbe, Marilia e Dirceu são alguns casais célebres da literatura universal e a esses se podem somar Camille e Rodin, ele, mestre da escultura e Camille, sua discípula aprendiz, tão talentosa quanto seu mestre, e depois sua amante.
O amor do último casal citado tem um enredo conhecido, pois é baseado em personagens reais do início do século passado com uma história que, em si, fascina porque ao longo do romance tumultuado dos dois, produziram obras de arte de beleza e valor inestimável, conhecidas e prestigiadas pelo mundo afora.
É fácil entender porque personagens como Camille e Rodin exercem esse fascínio nas pessoas, não só pela paixão que colocaram em sua arte, mas também pelo amor desvairado que devotaram um ao outro, inspirando tantas outras obras das várias expressões da arte, o cinema e o teatro são exemplos disso.
Disto isto, foi fácil compreender porque o amigo cronista e poeta Raimundo Antonio de Souza Lopes escolheu o nome dos dois personagens, Camille e Rodin, para intitular uma série inicialmente no site Recanto das Letras e agora transformá-la nesta maravilha de livro que é Diálogos em Retalhos de Cetim.
O livro que ora apresento como leitora e fã da série tem a linguagem ágil e desenvolta das novelas, dos folhetins em que acompanhamos os altos e baixos dos protagonistas. Nele, o autor, se valendo dos personagens, troca “cartas” em prosa e poesia. São textos apaixonados e encantadores, textos em que transbordam a alegria do encontro de almas irmãs, a doçura, a saudade, a esperança, a crença no amor que resiste às intempéries, a rotina que corrói convívios, as rusgas das relações amorosas, o sentimento de posse traduzido em ciúmes.
Os sentimentos com que Raimundo Antônio nos brinda em suas “cartas” não lembram em nada o amor possessivo e doentio, ou as tragédias pessoais dos personagens reais lá do começo do Século 20. Sabiamente, apenas tomou emprestado seus nomes para dar vida a um amor de sonhos. Os diálogos amorosos, eivados de carinho, ora de paixão e sensualidade, ora de tristeza e saudade, ressaltam uma cumplicidade que faz quem os lê suspirar, de puro encanto.
Ao longo dos anos, nas publicações esparsas dos textos da série, nós, suas leitoras e leitores, comentávamos avidamente e, pasmem, torcíamos por eles como se conhecidos nossos fossem, quem sabe um casal de velhos amigos, daqueles que a gente se alegra com as boas e se entristece com as más notícias, que se chateia quando eles silenciam, nos deixam sem saber do rumo de suas vidas.
Cá pra nós, tenho a sensação - somente a sensação, porque para ter certeza teria que perguntar ao autor e não me atrevi a fazê-lo - que nem mesmo ele sabia ou poderia supor que um texto despretensioso contando de um corriqueiro diálogo entre dois amantes tomaria essa dimensão. Isso só atesta o meu pensamento inicial da atração universal por histórias de amor. O nosso cronista poeta percebeu que ali estava uma lavra rica em possibilidades e, feito um joalheiro talentoso, lapidou as pedras saídas da lavra de sua criatividade e de sua alma poética aberta ao inusitado e fez a festa.
Um dos feitos mais incríveis desses “diálogos”, em minha opinião de, repito, leitora e fã, é a ousadia do autor em escrever se colocando no lugar da personagem feminina. Ousadia porque, como mulher, posso dizer que não é caricatura, não é debique. É que a linguagem do amor é única, para homens e mulheres, e Raimundo Antônio soube bem expressar essa empatia, esse conhecimento do sentimento do amor e da alma humana.
De minha parte, asseguro ao autor, a todos e a cada um que entrar em contato com Diálogos em Retalhos de Cetim, que este é um livro muito especial, pois por ser uma obra aberta, publicada espaçadamente em textos que agora estão juntos, para nossa alegria e deleite, tive o prazer de acompanhar o nascimento, o crescimento e agora o voo para outras lonjuras de mais uma obra deste amigo querido que tanto me honrou com o convite para apresentá-lo. Reafirmo aqui meu agradecimento por essa alegria imensa que é "apresentar" ao mundo os diálogos em prosa, em verso, em vida e sonhos desse casal tão especial!
Senhoras e senhores, encantem-se!
*Publicando aqui uma das apresentações do livro Diálogos em Retalhos de Cetim, que li, reli e vou ler muitas outras vezes.