De la servitude volontaire
A servidão voluntária
O livro de Étienne de La Boétie, De la servitude volontaire, publicado em 1572, por ocasião de disputas religiosas. Um livro que fala da legalidade e da ilegalidade, mas também um livro contra os dogmas, que incentiva o livre arbítrio e a responsabilidade, assim como um crítica severa à religião da exterioridade, e pede a punição dos tiranos tanto do estado quanto da igreja. E Deus aparece como consciência e dignidade do indivíduo, o qual não deve ser usado para reforçar e justificar a tirania. O livro versa também sobre a autoridade legítima, o serviço e a liberdade. O pensamento do autor se manifesta bastante autônomo e se mostra contra o legalismo, a rejeição do discurso tradicional na dimensão política e a religião da consciência e não dos dogmas. É um livro além do seu tempo, que precisa ser estudado por todos que pretendem conhecer a história, mas principalmente para os que se dedicam a interpretar os fenômenos sociais e políticos. O livro de Étienne busca repensar algumas assertivas de Maquiavel e a sua liberalidade em relação ao estado e à igreja ressoam bastante em Montaigne, quando se eleva as qualidades e as responsabilidades individuais e a rejeição de normativas ditatoriais ou que engessam o cidadão. O outro não é um inimigo a ser combatido, um mal a ser extirpado, mas deve ser compreendido em seus costumes, porque o bárbaro não é o diferente, mas quem se obstina a não entender as novas realidades. Um livro muito atual e ainda pode falar e ajudar muito nas nossas interpretações em relação aos valores, a igualdade, a liberdade e ao direito.