Antes que seja tarde(Quarta parte)
      "Badabá dabada badabada badaueba
        Badabá dabadabáda"
      Era a presença de Marcos Luis que se arrastava nos escondros da escuridão. Ele via a luz qual se aproximava mas não conseguia alcança-la. Tivera feito muito mal para Luisa Carla e agora só lhe restava um desejo reparar esse mal evitando que seu pai se vingasse dela por conta de sua morte. E nas ruinas do umbral ele caminhava com dificuldade. Via seus dentes caindo, o cabelo soltando e logo abriu-se a ferida na testa causada pelo tiro. Ao olhar no lago incandescente se viu desfiguado e gritava de dor.
     O Senhor Alencastro Guimarães também sofria com a presença dele mas, não conseguia lhe falar, dizer o quanto lhe amava e como se sentia culpado por tudo. Parecia que o sofrimento de seu filho atingia sua alma.
     Por outro lado Maria Emília vibrava por ele e nada podia fazer pelo seu filho quando num dado momento os socorristas o alcançaram o levando para o Centro de atendimento. Ali naquele lugar obscuro com algumas iluminações de tocha era uma espécie de centro recuperativo para os que saiam do umbral. 
     No local de trabalho o Senhor Pinheiro de Castro desenvolvia a imagem de um anjo lapidado E pensativo ficou no jantar em tudo que Luciana contou. Da sua falta de credibilidade no que dizia respeito as visões de Luísa Carla."_ Luísa Carla tem o dom da mediunidade senhor". _ Dizia Dr. Castilho. Enquanto ele afirmava que tudo não passava de coincidência" _ È por causa disso que no hospicio há muitos loucos, porque os pais não aceitam."
      Luisa Carla apareceu lá para conversar com ele:
      _ Papai eu queria muito lhe falar.
      _ Se é sobre suas visões sabe bem o que penso.
      _ Foi o senhor que nos ensinou essa brincadeira. Não pode me culpar se agora a coisa virou real.
      _ Luisa Carla minha filha. Acho que está na hora de voce refazer sua vida e se ocupar com algo que possa lhe trazer bons rendimentos e...
      _ O senhor está me chamando de desocupada?
      _ Entenda como quiser, é para o seu bem que ajo assim. Olha como se veste._ Apontou-a com o olhar: _ Já se passou sete anos e voce enfiada nesse luto.
      _ Papai o padre disse bem, nas horas de alegria e tristeza...
      _ Saúde e doença até que a morte os separe. E a morte os separou filha. Quer um conselho, volte a estudar vá trabalhar.
      _ Vou fazer tudo isso mas quando descobrir quem matou o Marcos Luis.
      Fitou-a perplexo:
      _ Não pode fazer isso, Luisa Carla.
      _ Por que não papai, qual é o problema de se rearquivar esse inquérito.
      _ Pra que mexer nisso?
      _ Por que há um criminoso cruel e frio solto por ai e não vou deixar que ele fique impune. O senhor é advogado e pode muito bem...
      _ Não conte comigo para isso no que depender de min, esse caso ta encerrado e morto.
      Saiu furiosa indo no cemitério. Aquele homen não saia de sua cabeça. Aproximou do jazigo perpétuo, e ao por o buquê de rosas lembrou do que recebeu em sua casa. "Quem poderia querer fazer semelhante brincadeira de mal gosto com ela. Veio breve recordação de quando se encontrou com Marcos Luis no Parque Laje. naquele dia tiveram uma briga feia e o romance terminou. Sem que esperasse o tal senhor se aproximou dela outra vez:
     _ Seu pai tem razão, voce precisa se ocupar.
     O fitou meio surpresa:
     _ Como sabe que ele falou isso?
     _ Sei de tudo o que se passa com você moça.
     Era carquilho e calvo:
     _ Não acha justo que eu queira saber quem matou meu marido.
     _ Nisso seu pai também tem razão. Nada o trará de volta. Percebeu que a cadeira de rodas se aproximava: _ A vida está lá fora e não aqui.
     _ Juro como gostaria de ver as coisas assim. Acontece que acabaram com a minha felicidade e...
     
 "Badabá dabada badabada badaueba
        Badabá dabadabáda"(Música)
    O Senhor Alencastro Guimarães se aproximou dela. Luisa Carla lembrou da cadeira de rodas que via na clínica:
    _ O senhor assim?
    _ Do jeito que você previu ou me praguejou.
    _ Eu não fiz isso.
    _ Você foi a única culpada de todas as minhas desgraças.
    _ Não pode me culpar senhor eu apenas vi e falei.
    _E o meu filho então, está morto e por sua culpa nem uma missa eu fiz para ele. Tenho vontade de acabar com voce. Essa sua ambição em tudo que é meu.
    _Espere aí isso não eu amava Marcos Luis mais que tudo nessa vida e se quer saber ainda o amo e não me conformo com sua morte.
    _ Vai embora daqui. _ Avançou com a cadeira obrigando-a recuar e assim ficaram o tempo todo até que os espíritos tocaram no guidon de sua cadeira fazendo-a girar velozmente:
_ Para com isso sua bruxa
    (Os espíritos se fazem presentes tocando nos objetos para mostrarem o que querem)
    _ Mas, eu não estou fazendo nada.
    O senhor Pinheiro de Castro presentiu o perigo e foi atrás de Luisa Carla ao chegar no cemitério se deparou com a cadeira girando sozinha:
    _ Luisa Carla quer parar com isso!
    _ Não fui eu papai
    Ela estavamais distante ai então ele agarrou o guidon e por sua postura a cadeira foi perdendo a força. O Senhor Alencastro Guimarães estava pálido e de olhos arregalados:
    _ Por pouco ela não me matou.
    _ Eu não fiz nada
    _ Não sei como fez isso mas o caso é que sua filha tentou me matar.
    _ Mentira papai eu só me defendi quando ele avançou com a cdeira pra cima de min.
    O Senhor Pinheiro de Castro o fitou com seriedade e ao observá-lo notou que realmente as previzões da filha se concluira:
    _Quem tirou esta louca do hospicio?
    _ Não sou louca. E depois o Dr. Castilho me deu alta E vou dizer ao senhor o mesmo que disse para o meu pai. Quero que reabra o inquérito da morte do Marcos Luis.
    _ Você deve está brincando.
    _ Nunca brincaria com uma coisa tão séria.
    _ Pois eu preste atenção no que vou lhe dizer. Vou provar que está louca e a colocarei no hospício ouviu, dessa vez irá para o hospício.
    Luisa Carla saiu correndo sem ouvir seu pai que a chamava:
    _ Luisa Carla!
    Do táxi desceu na porta do colégio
    
        

 
Mazi
Enviado por Mazi em 19/04/2015
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