Livro: A culpa é das estrelas
Autor: John Green        
Editora: Intrínseca- 2102
Categoria: Romance
 
“A Culpa é das Estrelas” é um best-seller escrito por John Green que já vendeu milhões de cópias no mundo todo e já ganhou uma adaptação para o cinema. É uma bela história de amor entre adolescentes, só que são adolescentes bem diferentes: todos eles têm câncer.
Hazel e Augustus se encontram em uma ONG que promove reuniões com pacientes portadores de câncer e se apaixonam. É uma organização do tipo Alcoólicos Anônimos, onde cada um conta sua experiência com a doença e diz para os outros como está conseguindo conviver com ela.
Hazel e Augustus são jovens bem preparados intelectualmente e sabem das suas limitações. Sabem também que não devem ter esperança de cura e nem de uma vida normal e longa. Por consequência concluem que devem viver o pouco de vida que lhes resta da melhor forma possível. E a forma que eles descobriram foi o amor. Hazel e Augustus são dois personagens cativantes, pela forma de pensar e de viver. Há outros personagens interessantes na história, como o amalucado escritor Peter Van Houten, cujo livro fornece boa parte do estofo da história, já que é buscando respostas para os enigmas que o escritor coloca no seu livro que os dois adolescentes constroem a sua própria história de amor e encontram respostas para seus próprios problemas.
A morte é vista aqui de uma maneira muito particular. Não é um dramalhão como geralmente se encontra em histórias desse tipo. Tanto faz rir como chorar. Como disse o New York Times, ao comentar o lançamento do livro, trata-se de “um misto de melancolia, doçura, filosofia e diversão”. E realmente encontramos nessa singular e enternecedora novela um pouco de tudo isso. Talvez até mais filosofia do que em muitos tratados da espécie. E muita poesia também. Como diz a personagem principal, a adolescente Hazel, “existe uma quantidade infinita de números entre 0 e 1.Existe o  0,1, 02, 0,12, 0,112, e assim por diante. E entre 0 e 2 um conjunto ainda maior, assim como entre 0 e 1 milhão. Alguns infinitos são maiores que outros...Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Eu queria mais números do que provavelmente vou ter”. Isso é pura filosofia. Hazel e todos os adolescentes do grupo sabem que suas vidas são conjuntos feitos de uma quantidade de números menores do que a maioria das pessoas tem. Mas sabem também que entre os limites das suas estreitas existências há uma vida infinita para se viver. Nisso é que está a poesia da coisa e a beleza da filosofia posta nessa encantadora história. Hazel e Augustus vivem suas vidas como se fossem borboletas. Apenas com a diferença de que sabem que elas serão fugazes como a vida das borboletas. Mas ainda assim conseguem transmitir, com sua história, uma mensagem de beleza e ternura que dificilmente será esquecida por quem a leu.