A INOVAÇÃO EDUCATIVA HOJE

RESENHA

1 - AUTOR: JAUME CARBONELL

2 - OBRA: A AVENTURA DE INOVAR

3 - TEXTO: A INOVAÇÃO EDUCATIVA HOJE]

O texto em evidência ressalta sobre uma escola em fase de uma rara sobrevivência, em virtude do não acompanhamento das mudanças sociais, tecnológicas e culturais. O autor justifica a necessidade de que os seres humanos tivessem uma aprendizagem sólida que favorecesse o seu envolvimento nas mudanças rápidas dentro da atual sociedade da informação e do conhecimento. Ele defende a tese de que é importante buscar a vivência de uma escola renovada onde a nova cidadania se propõe a formar um cidadão crítico e participativo, cujo dinamismo seria maior e mais forte no processo de aprendizagem. O autor ainda dignifica e acredita numa mudança radical, evidenciando a proposta de uma escola do presente-futuro onde o pensamento aponta a direção para uma mudança de conteúdos e das práticas escolares tradicionais. Inicialmente, o autor analisa “o pensar e o sentir” e os diversos aspectos da personalidade do indivíduo e então, associa no mesmo ato significativo e em qualquer proposta educativa, todos os aspectos citados anteriormente, obtidos através de uma educação integral, como era, historicamente, em todas as pedagogias inovadoras ou, ainda, que ela fosse baseada nos seus quatro pilares: aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a ser; e aprender a conviver.

Ao fazer um relato sobre o texto, vimos que o autor apresenta alguns aspectos negativos da escola motivados pelo desinteresse explícito na reflexão, nos conflitos e na observação das diferentes subjetividades dos alunos, assim como a mesma não percebe os novos impactos culturais. Isto é, ela não vive o novo modo de pensar e comportar-se das crianças e jovens, recebidos pela televisão e jogos eletrônicos. Com isso, o autor acredita numa renovação pedagógica que enfrenta o neoliberalismo e uma incerteza do futuro porque a influência da globalização regulando a economia, passa a agir na sociedade, transformando o papel do Estado na escola em benefício do mercado, produzindo então o crescimento das desigualdades culturais e educacionais.

Outro aspecto interessante, porém quase idêntico ao referido acima é a questão da incerteza que vem da produção acelerada de conhecimento e mudanças repentinas. Mas como as incertezas do século XX não influenciam mais os modos de vida atuais, o autor refere-se a uma transformação de vida, buscando acompanhar as mudanças rápidas mesmo que haja o fracasso, contudo as incertezas são superadas. Segundo o autor e a Sociologia da Educação, a escola não é apenas um espaço de reprodução das relações sociais e dos valores dominantes, mas também um espaço de confronto em que projetos inovadores modificam o ambiente. Torna-se evidente para a nossa compreensão que as diversas interpretações da incerteza estabelece a ordem social e escolar, levando-nos a pensar que tipo de educação queremos para conquistarmos a liberdade e justiça social, quando podemos escolher o que for melhor para a nossa formação e quais propostas inovadoras facilitarão uma excelente aprendizagem com um sucesso garantido.

O texto deixa claro que há diferenças entre inovação, mudança e reforma. E para o melhor entendimento do que é mais interessante para a escola, foram explicadas as definições de cada uma delas com exemplos, deixando o leitor consciente de que é possível promover a inovação educativa, pois esta, associa-se à renovação pedagógica não desprezando a introdução de mudança e reforma. Diante dos ensinamentos captados, o certo é que se deve, preferivelmente, discriminar a informação relevante, analisá-la e interpretá-la do que estar atualizado através de algumas habilidades e o acesso ao crescente processo informativo.

Ficamos cientes também de que modernizar não é inovar porque não modifica as concepções sobre o ensino e a aprendizagem; em se tratando dos mestres, é preciso que haja modificação em seu pensamento, hábitos e atitudes para que aconteça a reforma da classe.

Após estas explicações refletimos que o texto leva-nos a entender que há diferentes usos e significados da inovação, mas o essencial é que ela seja profunda e direcionada a uma nova formação compreensiva e integral, pois tanto a inovação como a mudança são diferentes na prática, porém ambas são experiências pessoais.

Sobre as reformas educacionais o texto explica que a complexibilidade da questão existe no, entanto, estas não influenciam totalmente os processos de inovação e mudança escola. As mesmas não podem resolver todos os problemas educativos e também não são responsáveis pelos fracassos do ensino. Ficamos então cientes de que uma reforma passa por diferentes fazes, gerando vários paradoxos.

Em se tratando da mudança na escola, o texto diz que é necessária a integração das várias ações coordenadas e complementares que engloba toda unidade escolar. Não é possível que as ideias, estratégias e atividades estejam isoladas; o que se propõe na devida variação é a valorização do aspecto global. Com este propósito o trabalho cotidiano do professor será construído a partir do pensamento dos especialistas que mostram a mudança como um processo demorado, porém de âmbito global. Por outro lado entre outras dificuldades, encontramos a distinção de culturas, visões e interesses entre administradores técnicos e assessores, alunos, mães e pais de família e professores dos vários níveis que, quase sempre preferem discordar dos diálogos procurando chegar a conclusões com suas próprias coincidências.

As mudanças revolucionam todas as atividades escolares; elas são desenvolvidas com o tempo e os seus resultados são demorados. Um dos fatores negativos é a repressão para manter a ordem e a disciplina dos alunos que se opõem ao avanço na inovação educativa e dificulta estabelecer critério de valorização e avaliação sendo, portanto, importante que os efeitos da inovação sejam analisados na própria escola.

É bom ressaltar que várias administrações procuram ter um sério compromisso com a inovação pedagógica e a escola pública, mas com o passar do tempo desvinculam-se da realidade e adotam a acomodação. E por isso as inovações provindas dos próprios professores têm maior êxito e continuidade. Aquelas inovações que não emergirem o protagonismo e a participação democrática dos professores em conjunto não produzirão os efeitos desejados porque não podem basear-se na desconfiança e exclusão dos mesmos. Em síntese as inovações de sucesso têm de ser pensadas, geridas e realizadas com autonomia pelos professores e o estado deve tomar as medidas necessárias de políticas educativas e estruturar a escola pública com os recursos próprios dando aos mestres as condições de executar seu ofício com inovação de qualidade.