O enterro prematuro- Edgar Allan Poe
Poe, Edgar Allan, 1809- 1849. O enterro prematuro/ Edgar Allan Poe;[tradução Andrea Mateus]. São Paulo: Publicações Mercuryo Novo Tempo,2009.
“Então, por semanas, tudo era vazio e preto, e silencioso, e o Nada tornou-se o universo” Edgar Allan Poe
Assim como o amor, a morte também exerce fascínio sobre o homem. Há muito que se escreve e tenta-se desvendar, inutilmente, seu universo e o que ela representa. A chamada literatura gótica nos oferece obras que não somente tratam do referido tema como, também, nos proporciona, enquanto leitores, uma outra visão desse momento pelo qual todos um dia irão passar.
Um dos maiores representantes desse tipo de literatura foi Edgar Allan Poe, cujas obras abordam de maneira interessante,envolvente esse tema tão atual e que foi motivo de inquietação para muitos.
Poe trata justamente dessa temática no conto O enterro prematuro, cuja história é contada pelo personagem principal que, ao sofrer de catalepsia, é atormentado com a ideia da morte e de ser enterrado vivo. O personagem nos apresenta uma série de exemplos de pessoas que foram enterradas vivas e que, depois de certo tempo , as pessoas souberam do equívoco de algum modo. Por conta disso, ele faz uma adaptação na sua futura cripta com o objetivo de sair de lá caso seja enterrado vivo. Inclusive, ele chega ao ponto de pedir aos seus amigos que somente o enterrem quando seu corpo estiver em estado avançado de putrefação. O autor também tem o cuidado de explicar ao leitor o que seria a catalepsia e suas implicações, a fim de mostrar o motivo da preocupação demasiada de seu personagem. Este acabara não sendo enterrado vivo e esquece de todo esse pensamento fixo. Resolve cuidar-se e ,ao que tudo indica, fica são da sua doença.
O livro é bem elaborado e, embora, aborde um tema não muito "agradável", proporciona ao leitor uma leitura leve e com certo tom de depoimento, pois foi escrito em 1ª pessoa. O autor aproxima seu personagem do leitor e o envolve de tal modo com sua história que é pouco provável não se interessar por ela e por saber qual será seu fim.