Capitulo VIII
 
A Consagração da União
 
1. Aarão, irmão mais velho de Moisés, portanto, foi o primeiro Grão-Mestre instalado do Oriente dos Irmãos de Israel. 1 E Moisés, todo ano, congregava os Veneráveis Mestres de cada Loja de Israel, que eram em número de doze.[1] 2 Nessa ocasião, Aarão, lhes comunicava as ordenanças e regulamentos que lhes eram ditados pelo Sublime Arquiteto, através de Moisés. 3 E era Aarão, como Grão-Mestre da Fraternidade que lhes passava essas ordenanças. 4 E na abertura dessas reuniões, cantava-se o hino que consagra a Fraternidade. 5 Esse hino, que tornou-se uma oração muito conhecida entre os israelitas, é o hoje o salmo que se usa para abertura das seções nas Lojas dos maçons: 6 Ó quão bom e agradável é os irmãos viverem juntos; é como o óleo perfumado que desce para a barba, a barba de Aarão, que desce para a orla de suas vestiduras; é como o orvalho do Hermon, que desce sobre a montanha de Sião, pois ali derrama o Senhor a sua benção e vida para todo o sempre.”[2]
 
Os primeiros Grãos-Mestres
 
2. E a posteridade de Aarão continuou exercendo o Grão-Mestrado, que os israelitas chamavam de Sumo-Sacerdócio, até os dias em que o último Templo foi destruído pelos romanos.1  E isso aconteceu no ano 70 depois do nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo.
3. Mais tarde, no ano de 144   depois do nascimento de Cristo, os filhos de Israel foram dispersos pelo mundo e deixaram de ser uma nação. .1 Mas a prática da Fraternidade e o costume de reunir-se em Loja subsistiu entre eles; 2 E foram essas tradições, mantidas ao longo de milênios, que lhes permitiu reconstituir, politicamente, sua nação em 1947. 3 Porque, foi praticando a maçonaria que os descendentes de Israel sobreviveram a todos os atentados perpetrados contra o seu povo ao longo da História.[3]
4. E esta foi a posteridade de Aarão, que começou com seu filho Eleazar;1 O qual passou o malhete para Judá, que o passou para Otoniel, que passou para Aod, que passou para Samgar, que passou para Barac, que passou para Gedeão;2 Este foi o transmitiu para Abimelec, que o passou para Tola, que o passou para Jair, que passou a Jefté, que o transmitiu para Abesa, que o passou para Aialon, e deste para Abdon, e dele para Sansão, em quem o Grande Arquiteto do Universo mostrou a sua força.[4]
5. E depois de Sansão o malhete da Grande Loja de Israel foi para Fares, que o passou para Esron, que o passou para Aram, que o transmitiu a Aminadab,[5]
6. Que o passou para Naasson, que o passou para Salmon, que o passou para Booz,
7. E este Booz é aquele que casou-se com a moabita Rute e foi o bisavô do rei Davi. 1 Booz deu nome a uma das colunas do Templo de Jerusalém, que na Arte Real ficou conhecida como a Coluna da Beleza ou Coluna da Estabilidade, onde os aprendizes eram reunidos para receberem seus salários e as instruções.
8. E depois de Booz, o malhete foi para Heli, que o passou para Samuel, que encerrou o primeiro ciclo de Grãos-Mestres da Irmandade dos Irmãos de Israel.1 Porque depois de Samuel esse cargo passou a ser exercido por Sadoc, sacerdote que foi nomeado pelo rei Davi para oficiar os ritos.  
6. E depois de Sadoc todos os Grãos-Mestres da Grande Ir-mandade dos Filhos de Israel, até a destruição do último Templo, foram nomeados pelos reis de Israel.[6]
7. Sadoc serviu a Davi e Salomão e iniciou a tradição da Venerança saducéia que manteve o primeiro malhete nas mãos de Veneráveis saduceus até a data da destruição do Terceiro Templo.[7]
8, Depois que Israel se transformou em um reino, a prática da maçonaria, que fazia do povo de Israel uma Irmandade, foi substituída por uma legislação social e política semelhante a dos demais reinos da terra.
 
A doutrina secreta
 
9. A maçonaria, enquanto prática de vida e norma de conduta moral, desapareceu da vida social do povo de Israel. 1 Por isso, o Grande Arquiteto do Universo, para preservar a prática maçônica, determinou a Salomão, quando este foi ungido Rei de  Israel, que ele desse uma nova organização á Fraternidade dos Filhos de Israel.2 Para que ela se tornasse uma instituição voltada unicamente para certas atividades, ligadas ao caráter sagrado que se deveria atribuir à obra do Grande Arquiteto do Universo na terra.2 Nesse sentido, ele eliminou todo o caráter laico e profano que havia na prática da Arte Real, passando a administrá-la de forma simbólica e iniciática, como hoje é conhecida.[8]
10. Essa nova forma, assumida pela Fraternidade dos Irmãos da Arte Real, foi baseada na organização dos obreiros que Salomão reuniu para a construção do Grande Templo de Jerusalém.
11. Da posteridade de Sadoc não se guardou a relação dos Grãos-Mestres,,porquanto fo-ram mais de quinhentos anos de muitas mudanças políticas e sociais na nação dos filhos de Israel. 1 Nessa nova fase a Fraternidade separou-se em duas partes, como já foi dito: a primeira, que congregava o povo em geral; 2 Este recebia os ensinamentos escritos nos livros de Moisés e nos outros livros que os mestres rabinos escreveram; 3 A segunda recebia os ensinamentos secretos da doutrina legada por Moisés, e a sua verdadeira interpretação, a qual é conhecida pelo nome de Cabala.4 Por isso é que a Arte Real passou a ter uma característica de doutrina secreta desde então, e a Fraternidade dos Obreiros da Arte Real assumiu essa aura de sociedade secreta que carrega até hoje. [9]
12. Assim, os ensinamentos mais profundos da doutrina de Israel ─ que é prática da maçonaria ─ passaram a ser transmitidos de forma oral, por etapas, a grupos escolhidos através de regras muito rígidas.[10] E estes se dividiam em duas partes: os que podiam ser ensinados ao povo, nas sinagogas, e os que só podiam ser repassados a uns pouquíssimos mestres, selecionados entre os Irmãos, para serem os guardiões da sabedoria secreta.[11]
13. A tradição maçônica moderna faz parte da doutrina secreta ensinada aos mestres construtores do Templo de Salomão.1 Ela foi instituída a partir dos conhecimentos disse-inados por esses mestres, por todos os povos do mundo. 2 E hoje ela subsiste, não mais como disciplina de aplicação prática, mas como filosofia de construção moral do caráter do individuo e da felicidade social. [12]
14. E na posteridade de Sadoc iremos encontrar aquele Zorobabel, que depois da volta dos filhos de Israel do exílio da Babilônia, reconstruiu o Templo de Salomão, que fora destruído pelos caldeus, no ano de 586 antes do nascimento de Jesus de Nazaré.[13]
15 Entre os descendentes de Zadoc encontraremos também os nomes de Neemias, o Atersata, Malaquias, Oséas, Amós, Finéias, Judas Macabeu, Jônatas, Simão e muitos outros, já conhecidos dos Irmãos que frequentam os graus mais altos da Ordem maçônica.1 E também dos estudiosos da história sagrada, pois todos esses nomes podem ser encontrados nos Livros Sagrados.
16. As reuniões nas Lojas da Fraternidade dos Filhos de Israel eram realizadas semanalmente, nos dias de sábado, por que o sábado era o dia consagrado ao louvor do Grande Arquiteto do Universo, que seis dias trabalhara para construir o mundo e no sétimo descansara.1 Nesse dia santificado as seções em Loja se realizavam e nelas os irmãos que tivessem algum pe-dido ou agradecimento para fazer ao Grande Arquiteto do Universo podiam oferecer holocaustos e sacrifícios segundo o ritual estabelecido.
 
Rituais e sacrifícios
 
17. Esses eram os costumes dos antigos tempos, quando os Irmãos israelitas ainda acreditavam que o Supremo Arquiteto do Universo se agradava com essas coisas.1  Mas depois que Ele ungiu o Mestre de Nazaré e o enviou para nos ensinar qual era realmente a Sua Vontade,  a Humanidade aprendeu que Ele, na verdade,  não gosta de sacrifícios de sangue;2 E quando o Divino Mestre ofereceu a si mesmo em troca dessas vidas e do sangue que era derramado nos altares dos sacrifícios, as pessoas que ainda praticavam esses ritos abandonaram essas práticas e passaram a fazê-las apenas de forma simbólica, somente para guardar uma tradição que já teve a sua importância na história.
18. Por isso é que nos ritos dos Obreiros da Arte Real ainda se fazem oferendas de farinha e azeite, a oferta do pão e a divisão do carneiro pascal, a queima dos incensos, a oferenda das primícias e outras praticas rituais.1 Porque estes são costumes e tradições que eram praticadas pelos filhos de Israel, na sua forma de honrar o Supremo Arquiteto do Universo nos primeiros tempos da sua Fraternidade.
 
A reforma cristã
 
19.  E agora tudo é feito de forma simbólica por que o Mestre Jesus de Nazaré nos ensinou que o Supremo Arquiteto do Universo é Espírito e tudo que a Ele se refere deve ser manifestado em espírito. 1 E foi ele que ensinou também que vida de homem ou animal não pode ser usada como moeda com que se compra o perdão, por que toda vida pertence ao Grande Arquiteto do Universo. 2 Pois que Ele a deu e somente Ele a pode tomar.
20. E foi só depois desses en-sinamentos que os homens deixaram de oferecer sacrifícios vivos ao Grande Arquiteto do Universo, pois aprenderam que misericórdia e jus-tiça são mais agradáveis aos Olhos Dele do que o cheiro da gordura queimada no altar e a vista do sangue derramado nas pedras dos sacrificios.1 E a maioria dos povos da terra também deixaram de aplicar penas cruéis, de tortura extinção da vida, por causa disso.
21. E quando Aarão foi instalado como Grão-Mestre da Irmandade dos Filhos de Israel, Moisés mandou que para ele se fizesse umas alfaias, que se penduravam em seus ombros e desciam até a altura dos seus rins com os dizeres “‘DOUTRINA E VERDADE”, pois aquela era a divisa que a Fraternidade dos Filhos de Israel iria propagar pelo mundo.
22. E Moisés consagrou o Tabernáculo na forma como o Supremo Arquiteto do Universo havia ordenado, santificando depois a Aarão, espargindo sobre a sua cabeça o óleo precioso que escorreu para suas barbas e molhou as orlas do seu vestido.
23 Esse ato tornou-se parte dos rituais desde então e sobre ele se cantaram salmos e se compuseram hinos que até os dias de hoje se repetem nas reuniões das Lojas.[14]
 
O sacrifício do bode
 
24. E Aarão, a mando de Moisés, cumprindo as ordens recebidas diretamente do Grande Arquiteto do Universo, imolou um bode pelos pecados do povo, por que assim todo o povo ficaria assim consagrado e iniciado nos Mistérios da religião de Israel.2 E essa é a razão primeira (porque existem outras) de os Obreiros da Arte Real serem conhecidos hoje pelo apelido de “bodes”. [15]
Os vícios e as virtudes
 
25. E todos os preceitos morais e sociais que o Grande  Arquiteto do Universo ditou aos Irmãos israelitas naqueles dias, ainda hoje devem ser seguidos por quem se dedica à Arte Real.1 Eles foram transcritos nos Cinco Livros Sagrados que Moisés escreveu e que os maçons chamam de Livro da Lei. 2 Neles se diz que os Irmãos não devem adotar costumes degradantes e destruidores do corpo e do espírito, tais como a embriaguez, a luxúria, a prostituição, a sodomia, o adultério, a bestialidade, que é o coito com animais, o incesto e outros comportamentos abomináveis aos Olhos do Grande Arquiteto do Universo.
26. E Moisés ensinou também os israelitas a cultivar as virtudes que dão força e vigor ao caráter humano, tais como a tolerância para com as fraquezas dos Irmãos, a renúncia à ganância e à prática da usura, a evitar a prodigalidade que destrói as fazendas familiares e faz a miséria delas, a não cultivar a inveja, o ódio, a maledicência, a exagerada cupidez, a preguiça, a luxúria, a evitar a arrogância e a violência, porque todos esses vícios são intoleráveis ao Olhos do Grande  Arquiteto do Universo. 2 E exortou também a todos os seus escolhidos que praticassem a justiça, a equidade, a caridade, a honestidade no comércio e no exercício das profissões, e que se abstivessem da prática das falsas artes que se tem por mágicas, mas que apenas iludem os espíritos das pessoas e não revelam nenhuma verdade oculta, seja na vontade do Arquiteto do Universo seja nas leis da natureza, pois que estas também só obedecem aos desígnios Dele.[16]
 
Datas festivas
 
27 E nesses tempos foram também instituídos os dias e anos festivos e consagrados ao Supremo do Grande Arquiteto do Universo.1 E todos eles tinham uma razão prática de ser.2  O Sábado semanal, era o dia dedicado ao culto do Grande Arquiteto do Universo e se destinava a proporcionar ao Irmãos um descanso das suas lidas diárias;2 O Ano Sabático, que se comemorava a cada sete anos, se destinava a dar um descanso á terra para que ela se recuperasse do desgaste que o cultivo intenso lhe provocava.3 E o Ano Jubilar, que se comemorava a cada cinquenta anos, se destinava a recompor o equilíbrio que os desajustes sociais e econômicos provocavam, por força das interações que inevitavelmente teriam que ocorrer ao longo do tempo. [17]
 
As doze Lojas de Israel
 
28. E foi também nesses dias que foram fundadas as doze Lojas pelas quais seriam distribuídos os Filhos de Israel em seus primeiros tempos como nação.1 Os quais, com seus respectivos Veneráveis foram os seguintes: Eliezer (da tribo de Ruben), Salamuel (da tribo de Simeão), Naason ( da tribo de Judá), Natanael  (da tribo de Issacar), Eliab ( da tribo de Zabulon), Elisama (da tribo de José), Gamali el (da tribo de Manasses), Abidan (da tribo de Benjamin), Alizer (da tribo de Dan), Fegiel (da tribo de Azer), Eliasaf (da tribo de Gad), Aira (da tribo de Neftali).[18] .
29.  Mas a tribo de Levi não foi contada entre as doze Lojas por que à essa tribo estava reservado o exercício litúrgico dos ritos e a guarda dos segredos mais importantes da Irmandade, pois já nesse tempo, havia uma doutrina secreta a ser preservada. [19]
 
Graças e desgraças
 
30. Para os obedientes foram prometidas toda bênçãos; as chuvas ao seu tempo, e as co-lheitas fartas todos os anos; 1 Fartura de bens e paz nos relacionamentos familiares e sociais.2 Vitória sobre os inimigos e prazer e alegria no trato com os Irmãos e amigos.
31. E para os desobedientes as maldições que afligem todos os que andam fora dos caminhos do Grande Arquiteto do Universo.1 Indigência, pobreza, doenças e angústias de alma;2E também inimizades, fracassos nos empreendimentos pessoais e traições dos amigos e Irmãos e até dos cônjuges.3 E todo o mal que há na face da terra para aqueles que violarem os preceitos do Grande Arquiteto do Universo e as regras da Irmandade.[20]     
32. Porque nenhuma Irmandade pode subsistir sem que a fé, a esperança, a fidelidade, a obediência aos preceitos definidos como regra de convivência e de ação, e principalmente sem a mútua assistência entre os Irmãos.
33. E todos esses ensinamentos e acontecimentos foram devidamente registrados nos livros que Moisés escreveu para contar a história do nascimento da Fraternidade dos Filhos de Israel e podem ser lidos por todos aqueles quem deles quiser tomar conhecimento.1 Porque são esses preceitos que serviram de inspiração para a filosofia que inspira a prática da maçonaria ainda hoje.
 
 
[1] Ou seja, os líderes da cada tribo.
[2] Registrado no livro dos Salmos como Salmo 133.
[3]No ano 144 da Era Cristã, os judeus foram expulsos da Palestina, após promoverem uma revolta contra Roma. Esse episódio ficou conhecido como Diáspora. Durante a Idade Média e no início da Idade Moderna, os judeus sofreram diversas perseguições. O maior atentado contra o povo de Israel, no entanto, ocorreu durante a segunda guerra mundial, com o holocausto promovido pelos nazistas.
[4] Gedeão foi o Juíz de Israel que se recusou a ser rei. Jefté ficou famoso pelo juramento infeliz que fez, e teve que sacrificar a própria filha para cumprir esse juramento. Na maçonaria, Jefté está conectado com a palavra de passe Shibolet, que é usada como símbolo de passagem  de um dos graus simbólicos.
[5] Cf. O Livro dos Juízes, 15;16
[6] Reis, 1 a 5.Os saduceus formavam uma casta de sacerdotes e mais tarde deram origem á uma seite religiosa com esse nome. Ela ainda existia nos tempos de Jesus. Os dois sacerdotes que lideraram a condenação de Jesus, Anás e Caifáz, eram saduceus.
[7]Reis, 19. O Terceiro Templo, destruído no ano 70 da Era Cristã pelos romanos, foi construído por Herodes, o Grande. O Primeiro Templo foi o de Salomão, destruído caldeus em 586 a. C. O segundo foi o de Zorobabel, destruído pelos romanos em 63. a. C na invasão comandada por Pomepu.
[8] Por essa razão o rei Salomão é considerado como sendo o verdadeiro fundador da Maçonaria. Mas como vimos, ele apenas a reformou, transformando-a em uma instituição iniciática e de caráter secreto.
[9] Essa arte passou a ser comparada á Arquitetura, pois além de ser aplicada na construção do Templo de Salomão, ela estava associada a conhecimentos secretos transmitidos pelo Grande Arquiteto do Universo á Moisés para a construção do Tabernáculo, que foi o modelo do Templo.
[10] Ou seja, a escola de arquitetura fundada por Salomão nas dependências do Templo.
[11] A tradição confere a esses mes-tres um saber não perceptível aos mortais comuns. Um desses  mestres foi Jesus de Nazaré, considerado o maior deles todos. Todos os profetas israelitas que viveram antes dele, estão nesse rol. Outros Mestres como João, O Batista, Simão Bem Iochai, o codificador da Cabala, os apóstolos Paulo de Tarso e João, o Evangelista Na maçonaria essa tradição é conservada nos graus superiores através do grau dedicado aos Cavaleiros Kadosh, que por definição quer dizer Mestre Guardião do Segredo Divino.
[12] Escreve Anderson nas Constituções: “Foi assim que depois da Edificação do Templo de Salomão, a Maçonaria aperfeiçoou-se entre todas nações vizinhas; pois os numerosos artistas que ali trabalharam, sob a direção de Hiram Abif, se dispersaram, quando ela foi terminada, para a Síria, a Mesopotamea, Assíria, Caldéia, Babilônia, Média , Pérsia, Arábia, África, Ásia Menor, Grécia, e outras partes da Europa, onde ensinaram essa Arte Liberal aos filhos nascidos livres de Pessoas eminentes, graças á Destreza dos quais os reis, Principes, e Potentados, construíram numerosos edifícios gloriosos e se tornaram Grão-Mestres, cada um em seu território, e se esmeraram na emulação para se sobressaírem nessa Arte Real. Certamente, mesmo na Índia, onde as relações foram estabelecidas, podemos concluir de forma idêntica. Mas nenhuma das Nações, nem mesmo todas reunidas, não puderam se rivalizar com os israelitas, e ainda menos de lhes serem superiores, em Maçonaria, e o seu Templo permaneceu o Modelo perpétuo”
[13] Por isso é que nos graus filosóficos o tema da reconstrução de Jerusalém é tratado com tanta insistência.
[14] Vide nota 83
[15] Para os antigos povos, a figura do bode sempre esteve conectado com o misticismo. Os gregos o utiliza-vam na representação dos Mistérios Dionísicos. Nas cerimônias egipcias de iniciação nos Mistérios Isis e Osíris, costumava-se também lançar ao Nilo um bode, com os seguintes votos: ´se algum mal paira sobre a cabeça desses que estão sendo iniciados, ou sobre a terra do Egito, que ele desapareça com essa oferta. A cerimônia dos hebreus, sacrificando um bode pelo povo, ou levando-o para o deserto e abandonando-o lá, tinha o mesmo sentido sacrificial. Pensava-se que o animal podia ser um catalizador de  forças malignas e com a sua destruição, o mal seria também destruído. Para a Arte Real o sentido também é esse. Ao sacrificar, na iniciação, os vícios da vida profana, o Irmão assume a condição de bode do sacrifício.  
[16] Por isso, no ritual de iniciação maçônica, se fazem tantas referências aos conceitos de vício e virtude e por se diz que maçonaria é “levantar templos á virtude e cavar masmorras ao vício.”
[17] Mudanças de fortuna, doenças familiares, acontecimentos infaus-tos, guerras, etc. que modificam a estruturas das famílias. Essa é uma das razões práticas da existência das Fraternidades e uma das suas funções e minorar as dificuldades que elas trazem. Por isso é que a estrutura da Ordem tem nessa prática uma suas mais úteis inspirações. A instituição da mutua maçônica é uma dessas derivações.
[18] Todos esses nomes constam do Livro Sagrado, como chefes das doze tribos de Israel.
[19] Essa a tribo dos levitas, de onde provinham os sacerdotes. A maçonaria ainda conserva resquícios dessa tradições em de seus graus superiores.
[20] Essas disposições estão na base dos juramentos exigidos pela Ordem maçônica e tem nesses preceitos a sua fonte de inspiração.

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do livro O TESTAMENTO DO MAÇOM- NO PRELO