Capítulo VII
1. Os prodígios que Moisés fez diante do faraó para libertar o povo de Israel do Egito estão descritos nos cinco relatos que ele escreveu por seu próprio punho e podem ser lidos por quem delas queira tomar conhecimento. 1 Afirmamos serem todas verdadeiras as coisas que ali se dizem e que foram feitas graças ao poder que o conhecimento do verdadeiro Nome do Grande Arquiteto do Universo confere àquele que o detém. [1]
2 Sabemos também (pois que isso está escrito nos livros de Moisés) que quando o faraó ─ que era aquele que nas crônicas egípcias se chamou o segundo Ransés ─ viu que Moisés tinha tal poder, logo tratou para que os hebreus saíssem logo do Egito, levando com eles todos os seus bens, mais aqueles que os egípcios, de boa mente, lhes deram para que deixassem logo o país.1 Tal era o medo que Moisés lhes inspirava quando invocava o Nome Sagrado[2]
4. E os que saíram do Egito naquele dia foram mais de seiscentas mil pessoas.1 Elas se dirigiram para o deserto do Sinai, onde o Grande Arquiteto do Universo mandou que fossem, que para que pudessem ser purificadas pelo fogo, que é o sol do deserto, e pela água, que são as águas do Mar Vermelho.2 E que passassem por muitas provas, para que se tornassem todos iniciados na Fraternidade dos Filhos de Israel.
5. E foi assim que nasceu de fato a prática da maçonaria entre os povos da terra. 1 Porque esta foi, em princípio, toda a nação de Israel, iniciada no sol do deserto e nas provas de fé e na observância dos preceitos ditados pelo Grande Arquiteto do Universo.2 E em sua jornada, os filhos de Israel enfrentaram os ventos, a terra seca e as águas do Mar Vermelho.3 As quais atravessaram milagrosamente graças ao poder do Nome Sagrado.4 E no deserto, todo o povo de Israel foi iniciados. 1 Sendo purificado pelo fogo, pois foi submetido ao sol inclemente do deserto; pela água, passando incólumes pelas águas do Mar Vermelho; pelo ar porque enfrentaram os ventos escaldantes do deserto, e também pela terra, já que habitaram durante quarenta anos em solo estéril e improdutivo.[3]
6. Depois disso o Grande Arquiteto do Universo os fez habitar no deserto por quarenta anos antes de entregar-lhes a terra prometida.1 Pois somente àqueles que conseguissem sobreviver às duras provas a que seriam subme tidos e mantivessem a fé, seriam considerados dignos de parti-cipar da Grande Irmandade que viria a ser a nação de Israel.
7. Por isso se diz que os filhos de Israel foram os primeiros verdadeiramente iniciados na Arte Real.1 Não só porque ha-viam aprendido a arte da cons-trução no Egito, mas agora tinham a sabedoria moral e a energia do espírito, que só a verdadeira iniciação proporciona.2 E com essa iniciação, que foi o Grande Êxodo, os israelitas estavam prontos para erguer a nação que serviria de modelo para a construção da Humanidade Autêntica.[4]
8. E os filhos de Israel armaram um mar de tendas aos pés do Monte Horeb, onde Moisés ti-nha primeiro falado com O Grande Arquiteto.1 E o sogro de Moisés, Jetro de Madian, o ins-truiu sobre como formar diversas Lojas para administrar com eficiência o imenso povo que ele guiava.
9. Assim Moisés escolheu entre o povo homens poderosos, amigos da verdade e inimigos da injustiça, tementes a Deus e conhecedores da Vontade do Grande Arquiteto do Universo.1 E os instruiu para que eles se constituíssem em juízes sobre o povo e julgassem suas querelas e apreciassem seus questionamentos.2 E assim foram organizadas as Lojas dos israelitas no deserto, separadas em níveis onde os que tinham menos instrução eram postos nas tendas dos que ser-viam, os que tinham profissões nas tendas dos artífices e os que tinham mais instrução nas ten-das que ensinavam e adminis-travam e para cada uma das Lojas foi nomeado um príncipe a título de Mestre Geral, auxiliado por dois supervisores. [5]
10. E essa foi a organização que inspirou os construtores do Templo de Salomão quando eles se propuseram a construir o grande Templo de Jerusalém. 1 A qual serviu depois de inspiração para que as Oficinas dos Obreiros da Arte Real se compusessem em aprendizes, companheiros e mestres, organização que foi adotada em todo os lugares onde a Arte Real se disseminou.
11. E o Grande Arquiteto do Universo ditou a Moisés o Decálogo, como Estatutos imutáveis para reger a vida do povo de Israel. 1 Além desses Estatutos O Grande Arquiteto do Universo mandou também que Moisés ensinasse aos irmãos as leis morais, sociais, de saúde pública e comportamento religioso, que deveriam ser seguidas pela Irmandade de Israel.[6]
12. E ditou leis sobre o uso e aquisição da propriedade, sobre os crimes e seus castigos, sobre comportamentos sociais e práti-cas sexuais.1 E regras sobre eco-nomia e trabalho, porque Israel seria uma grande nação governada pelos princípios de uma Fraternidade.[7]
13. Ele mandou que Moisés criasse também um sistema de crédito e empréstimo e um fundo de contribuição entre os Irmãos que pudesse atendê-los em seus momentos de necessidade, e da mesma forma estabelecer o tributo que todos deveriam dar para a manutenção das Lojas e dos Irmãos-Sacerdotes que a administrariam. [8]
14. Todas essas regras foram es-critas nos livros que Moisés redigiu de próprio punho e podem ser consultadas por quem delas queira tomar conhecimento.
14. E o Grande Arquiteto do Universo ensinou a Moisés como deveria construir o santuário que viria a ser o modelo do primeiro Templo.1 Este seria uma tenda desmontável de cento e quarenta côvados de compri-mento por oito de largura, feita de linho fino retorcido, tingido nas cores jacinto, púrpura e escarlata, ornada com vários bordados, ligadas por cordões de jacinto, passados em argolas de ouro, coberta com quatro camadas de peles de cabra e de carneiro, umas tintas na cor vermelha, outras na cor roxa. [9]
15 A essa tenda, que foi o pri-meiro Templo dos Obreiros da Arte Real na terra, deu-se o nome de Tabernáculo.1 E ele era protegido por uma cerca de dez côvados de altura feita com tábuas de pau-cetim, encaixadas umas nas outras, sustentadas em bases feitas de prata. [10]
16 Esse Tabernáculo, cuja pro-porção foi calculada pelas regras da matemática celeste, era geograficamente orientado de maneira que seu frontispício olhasse para o Poente, que fica do lado de quem olha para o Ocidente, por onde se entraria nele, e a suas costas ficasse no Nascente, que fica para o lado quem olha para o Oriente.1 Ali ficava o Altar do Santo dos Santos, que é o Grande Arquiteto do Universo.2 E isso foi feito assim para que quem nele entrasse pudesse caminhar sempre do Ocidente para o Oriente, pois que essa é a orientação do processo evolutivo do espírito humano.[11]
17. E esta é, ainda hoje, a dispo-sição dos Templos que congre-gam os Obreiros da Arte Real em todo o mundo, pois neles se pratica a obra de aprimoramento do espírito, que consiste numa jornada que vai de fora- o mundo profano- para dentro, o mundo mágico e libertador da Arte Real.
18. E dentro do Tabernáculo, mandou também o Grande Ar-quiteto do Universo que se fizesse um altar de pau-cetim de cinco côvados de comprido por cinco de largo e três de altura, coberto com bronze, isolado dos quatro lados por um véu de linho fino, tingido de jacinto, escarlate e púrpura, equipado com caldeiras para receberem as cinzas, fogão, tenazes, forquilhas e brazeiros para se queimarem as oferendas. 1 E tudo isso era feito de metal, com argolas também de metal nas extremidades, para que se pudessem passar nelas uns varais, de forma que se pudesse levá-lo para onde se precisasse. 2 E em cima desse Altar foi depositada a Arca da Aliança, símbolo do Convênio firmado entre os Filhos de Israel e o Grande Arquiteto do Universo. 3 Nesse Altar somente o Sumo Sacerdote, poderia entrar para oficiar. [12]
19. Do lado de fora do Taber-náculo havia também um Átrio de cinquenta côvados de largura no lado do Nascente e cinquenta no lado do Poente.1 Todos os lados cercados por cortinas de linho retorcido, tingidas de ja-cinto, púrpura e escarlate duas vezes, e ornadas com colunas gravadas com capitéis prateados e forradas com lâminas de prata.[13]
20. Nesse Átrio foram postos os vasos de purificação, todos fei-tos de metal, para as cerimônias rituais, e os que ali se ajunta-vam, antes de entrar no Taber-náculo, razão pela qual se passou a chamar os passos que ali se davam de passos perdidos e ao Átrio que precede à entrada nos Templo dos Obreiros da Arte Real de Sala dos Passos Perdi-dos.[14]
2. Mas Moisés, mesmo sendo o fundador da Fraternidade dos filhos de Israel, o Grande Arquiteto do Universo não consentiu que fosse ele o Primeiro Mestre a oficiar naquele Templo, porque aquele que consagra não deve ser o mesmo que oficia, razão pela qual mandou que se nomeasse a seu irmão Aarão como Primeiro Grão-Mestre da Confraria dos Filhos de Israel.[15]
22. E junto com Aarão nomeou-se os filhos deste, Nadab, Abiú Eleazar e Itamar, como Oficiantes. 1 Essa disposição foi a inspiração dos cargos que hoje se vêem nas Oficinas dos Obreiros da Arte Real.[16]
23 Aos filhos de Aarão foram dados cargos importantes dentro da liturgia estabelecida para o culto, um para que observasse o cumprimento estrito dos ritos e dos preceitos legais ditados pelo Grande Arquiteto do Universo e outro para que registrasse tudo que ocorria durante o culto.1 Dessa disposição nasceu a tradição de compor-se uma Loja maçônica com dois Vigilantes, um Orador e um Secretário, cada um em seu posto e com uma atribuição definida.
24. E o Supremo Arquiteto do Universo ensinou também aos filhos de Israel como deviam ser desenvolvidos os rituais dentro do Tabernáculo e fora dele.1 E como deveriam ser oferecidos os sacrifícios e pronunciadas todas as palavras do ritual.2 E os ensinou também a compor os hinos que seriam cantados no Templo. 3 Também os advertiu que nenhuma palavra, ato, cerimônia ou expressões poderiam ser acrescentadas ao ritual, tradição que continua vigorando nos templos maçônicos até os dias de hoje. 4
25. E naqueles dias Aarão elevou a Basleel, filho de Uri, da tribo de Judá e Oliab, filho de Aqui-samec, da tribo de Dan para que se constituíssem em Mestres dos companheiros, dos aprendizes e dos artífices que iriam fazer todas as obras de ouro, prata, bronze e outros metais que iriam servir para a confecção do Tabernáculo, do Altar e da Arca de Aliança, e para o serviço do ritual, como era o caso das lâmpadas de azeite, os candelabros, os vasos, o propiciatório, as vestimentas dos sacerdotes e seus oficiantes, e todos os demais equipamentos necessários para o exercício litúrgico, que exigiam obras de metalurgia, olaria e carpintaria.[17]
26. Naqueles dias, no entanto, os filhos de Israel não trabalharam em obras de cantaria, porquanto ainda eram nômades, vivendo no deserto e não tinham uma terra fixa para morar.1 Viviam constantemente mudando de local, montando suas tendas onde se encontrasse água e pasto para seus animais.
27. Por isso é que oficiavam em vários locais, e muitos nomes de lugares foram escritos nos livros que Moisés escreveu para contar a história da Fraternidade dos Filhos de Israel.
28. E o Grande Arquiteto do Universo ditou a Moisés os “Land Marks” que deveriam constituir as cláusulas pétreas a regular a vida dos Irmãos: eram em número de dez e diziam:[18]
29. Não terás deuses estrangeiros perante Mim;1 Não farás ima-gens de escultura nem de ho-mem, nem de animal, nem de coisa alguma que existe na terra; 2Não adorarás nenhuma imagem de escultura;3 Não tomarás o Nome do Senhor em vão;4 Respeitarás o Sábado como dia santificado;5 Não matarás; 6Não cometerás adultério: 7Não furtarás; 8Não darás falso testemunho contra teu próximo; 9 Não cobiçarás nenhum dos bens do teu próximo.
30. Todos esses preceitos ainda hoje são luzes que orientam os caminhos dos Obreiros da Arte Real, porque a Ordem maçonica é inspirada na Fraternidade dos Filhos de Israel, fundada naqueles dias pelo Irmão Moisés.
31. E para quem mais quiser saber sobre as verdadeiras Ordenações maçônicas, basta estudar, com atenção os relatos escritos pela mão de Moisés, pois eles justificam todas as práticas hoje adotadas nas Lojas dos Obreiros da Arte Real.
32. Porque eles foram escritos para dar conta a todos os seres humanos que é possível o estabelecimento da verdadeira Irmandade, pois que no princípio ela foi uma realidade vivida por todos os seres gerados pelo Grande Arquiteto do Universo.1 Essa Irmandade foi destruída com a rebelião dos anjos caídos.2 Por isso o Grande Arquiteto do Universo escolheu os filhos de Israel para reconstruir, na terra, aquela Irmandade que existiu entre os homens antes da rebelião dos querubins. 3 Com isso Ele quis mostrar que é possível aos seres humanos viver em perfeita ordem e união.
33. E essa é a história da Pri-meira e Verdadeira Loja dos Obreiros da Arte Real, que foi a nação fundada por Moisés para abrigar aqueles hebreus saídos do Egito por ocasião do grande Êxodo.
1. Os prodígios que Moisés fez diante do faraó para libertar o povo de Israel do Egito estão descritos nos cinco relatos que ele escreveu por seu próprio punho e podem ser lidos por quem delas queira tomar conhecimento. 1 Afirmamos serem todas verdadeiras as coisas que ali se dizem e que foram feitas graças ao poder que o conhecimento do verdadeiro Nome do Grande Arquiteto do Universo confere àquele que o detém. [1]
2 Sabemos também (pois que isso está escrito nos livros de Moisés) que quando o faraó ─ que era aquele que nas crônicas egípcias se chamou o segundo Ransés ─ viu que Moisés tinha tal poder, logo tratou para que os hebreus saíssem logo do Egito, levando com eles todos os seus bens, mais aqueles que os egípcios, de boa mente, lhes deram para que deixassem logo o país.1 Tal era o medo que Moisés lhes inspirava quando invocava o Nome Sagrado[2]
4. E os que saíram do Egito naquele dia foram mais de seiscentas mil pessoas.1 Elas se dirigiram para o deserto do Sinai, onde o Grande Arquiteto do Universo mandou que fossem, que para que pudessem ser purificadas pelo fogo, que é o sol do deserto, e pela água, que são as águas do Mar Vermelho.2 E que passassem por muitas provas, para que se tornassem todos iniciados na Fraternidade dos Filhos de Israel.
5. E foi assim que nasceu de fato a prática da maçonaria entre os povos da terra. 1 Porque esta foi, em princípio, toda a nação de Israel, iniciada no sol do deserto e nas provas de fé e na observância dos preceitos ditados pelo Grande Arquiteto do Universo.2 E em sua jornada, os filhos de Israel enfrentaram os ventos, a terra seca e as águas do Mar Vermelho.3 As quais atravessaram milagrosamente graças ao poder do Nome Sagrado.4 E no deserto, todo o povo de Israel foi iniciados. 1 Sendo purificado pelo fogo, pois foi submetido ao sol inclemente do deserto; pela água, passando incólumes pelas águas do Mar Vermelho; pelo ar porque enfrentaram os ventos escaldantes do deserto, e também pela terra, já que habitaram durante quarenta anos em solo estéril e improdutivo.[3]
6. Depois disso o Grande Arquiteto do Universo os fez habitar no deserto por quarenta anos antes de entregar-lhes a terra prometida.1 Pois somente àqueles que conseguissem sobreviver às duras provas a que seriam subme tidos e mantivessem a fé, seriam considerados dignos de parti-cipar da Grande Irmandade que viria a ser a nação de Israel.
7. Por isso se diz que os filhos de Israel foram os primeiros verdadeiramente iniciados na Arte Real.1 Não só porque ha-viam aprendido a arte da cons-trução no Egito, mas agora tinham a sabedoria moral e a energia do espírito, que só a verdadeira iniciação proporciona.2 E com essa iniciação, que foi o Grande Êxodo, os israelitas estavam prontos para erguer a nação que serviria de modelo para a construção da Humanidade Autêntica.[4]
8. E os filhos de Israel armaram um mar de tendas aos pés do Monte Horeb, onde Moisés ti-nha primeiro falado com O Grande Arquiteto.1 E o sogro de Moisés, Jetro de Madian, o ins-truiu sobre como formar diversas Lojas para administrar com eficiência o imenso povo que ele guiava.
9. Assim Moisés escolheu entre o povo homens poderosos, amigos da verdade e inimigos da injustiça, tementes a Deus e conhecedores da Vontade do Grande Arquiteto do Universo.1 E os instruiu para que eles se constituíssem em juízes sobre o povo e julgassem suas querelas e apreciassem seus questionamentos.2 E assim foram organizadas as Lojas dos israelitas no deserto, separadas em níveis onde os que tinham menos instrução eram postos nas tendas dos que ser-viam, os que tinham profissões nas tendas dos artífices e os que tinham mais instrução nas ten-das que ensinavam e adminis-travam e para cada uma das Lojas foi nomeado um príncipe a título de Mestre Geral, auxiliado por dois supervisores. [5]
10. E essa foi a organização que inspirou os construtores do Templo de Salomão quando eles se propuseram a construir o grande Templo de Jerusalém. 1 A qual serviu depois de inspiração para que as Oficinas dos Obreiros da Arte Real se compusessem em aprendizes, companheiros e mestres, organização que foi adotada em todo os lugares onde a Arte Real se disseminou.
11. E o Grande Arquiteto do Universo ditou a Moisés o Decálogo, como Estatutos imutáveis para reger a vida do povo de Israel. 1 Além desses Estatutos O Grande Arquiteto do Universo mandou também que Moisés ensinasse aos irmãos as leis morais, sociais, de saúde pública e comportamento religioso, que deveriam ser seguidas pela Irmandade de Israel.[6]
12. E ditou leis sobre o uso e aquisição da propriedade, sobre os crimes e seus castigos, sobre comportamentos sociais e práti-cas sexuais.1 E regras sobre eco-nomia e trabalho, porque Israel seria uma grande nação governada pelos princípios de uma Fraternidade.[7]
13. Ele mandou que Moisés criasse também um sistema de crédito e empréstimo e um fundo de contribuição entre os Irmãos que pudesse atendê-los em seus momentos de necessidade, e da mesma forma estabelecer o tributo que todos deveriam dar para a manutenção das Lojas e dos Irmãos-Sacerdotes que a administrariam. [8]
14. Todas essas regras foram es-critas nos livros que Moisés redigiu de próprio punho e podem ser consultadas por quem delas queira tomar conhecimento.
14. E o Grande Arquiteto do Universo ensinou a Moisés como deveria construir o santuário que viria a ser o modelo do primeiro Templo.1 Este seria uma tenda desmontável de cento e quarenta côvados de compri-mento por oito de largura, feita de linho fino retorcido, tingido nas cores jacinto, púrpura e escarlata, ornada com vários bordados, ligadas por cordões de jacinto, passados em argolas de ouro, coberta com quatro camadas de peles de cabra e de carneiro, umas tintas na cor vermelha, outras na cor roxa. [9]
15 A essa tenda, que foi o pri-meiro Templo dos Obreiros da Arte Real na terra, deu-se o nome de Tabernáculo.1 E ele era protegido por uma cerca de dez côvados de altura feita com tábuas de pau-cetim, encaixadas umas nas outras, sustentadas em bases feitas de prata. [10]
16 Esse Tabernáculo, cuja pro-porção foi calculada pelas regras da matemática celeste, era geograficamente orientado de maneira que seu frontispício olhasse para o Poente, que fica do lado de quem olha para o Ocidente, por onde se entraria nele, e a suas costas ficasse no Nascente, que fica para o lado quem olha para o Oriente.1 Ali ficava o Altar do Santo dos Santos, que é o Grande Arquiteto do Universo.2 E isso foi feito assim para que quem nele entrasse pudesse caminhar sempre do Ocidente para o Oriente, pois que essa é a orientação do processo evolutivo do espírito humano.[11]
17. E esta é, ainda hoje, a dispo-sição dos Templos que congre-gam os Obreiros da Arte Real em todo o mundo, pois neles se pratica a obra de aprimoramento do espírito, que consiste numa jornada que vai de fora- o mundo profano- para dentro, o mundo mágico e libertador da Arte Real.
18. E dentro do Tabernáculo, mandou também o Grande Ar-quiteto do Universo que se fizesse um altar de pau-cetim de cinco côvados de comprido por cinco de largo e três de altura, coberto com bronze, isolado dos quatro lados por um véu de linho fino, tingido de jacinto, escarlate e púrpura, equipado com caldeiras para receberem as cinzas, fogão, tenazes, forquilhas e brazeiros para se queimarem as oferendas. 1 E tudo isso era feito de metal, com argolas também de metal nas extremidades, para que se pudessem passar nelas uns varais, de forma que se pudesse levá-lo para onde se precisasse. 2 E em cima desse Altar foi depositada a Arca da Aliança, símbolo do Convênio firmado entre os Filhos de Israel e o Grande Arquiteto do Universo. 3 Nesse Altar somente o Sumo Sacerdote, poderia entrar para oficiar. [12]
19. Do lado de fora do Taber-náculo havia também um Átrio de cinquenta côvados de largura no lado do Nascente e cinquenta no lado do Poente.1 Todos os lados cercados por cortinas de linho retorcido, tingidas de ja-cinto, púrpura e escarlate duas vezes, e ornadas com colunas gravadas com capitéis prateados e forradas com lâminas de prata.[13]
20. Nesse Átrio foram postos os vasos de purificação, todos fei-tos de metal, para as cerimônias rituais, e os que ali se ajunta-vam, antes de entrar no Taber-náculo, razão pela qual se passou a chamar os passos que ali se davam de passos perdidos e ao Átrio que precede à entrada nos Templo dos Obreiros da Arte Real de Sala dos Passos Perdi-dos.[14]
2. Mas Moisés, mesmo sendo o fundador da Fraternidade dos filhos de Israel, o Grande Arquiteto do Universo não consentiu que fosse ele o Primeiro Mestre a oficiar naquele Templo, porque aquele que consagra não deve ser o mesmo que oficia, razão pela qual mandou que se nomeasse a seu irmão Aarão como Primeiro Grão-Mestre da Confraria dos Filhos de Israel.[15]
22. E junto com Aarão nomeou-se os filhos deste, Nadab, Abiú Eleazar e Itamar, como Oficiantes. 1 Essa disposição foi a inspiração dos cargos que hoje se vêem nas Oficinas dos Obreiros da Arte Real.[16]
23 Aos filhos de Aarão foram dados cargos importantes dentro da liturgia estabelecida para o culto, um para que observasse o cumprimento estrito dos ritos e dos preceitos legais ditados pelo Grande Arquiteto do Universo e outro para que registrasse tudo que ocorria durante o culto.1 Dessa disposição nasceu a tradição de compor-se uma Loja maçônica com dois Vigilantes, um Orador e um Secretário, cada um em seu posto e com uma atribuição definida.
24. E o Supremo Arquiteto do Universo ensinou também aos filhos de Israel como deviam ser desenvolvidos os rituais dentro do Tabernáculo e fora dele.1 E como deveriam ser oferecidos os sacrifícios e pronunciadas todas as palavras do ritual.2 E os ensinou também a compor os hinos que seriam cantados no Templo. 3 Também os advertiu que nenhuma palavra, ato, cerimônia ou expressões poderiam ser acrescentadas ao ritual, tradição que continua vigorando nos templos maçônicos até os dias de hoje. 4
25. E naqueles dias Aarão elevou a Basleel, filho de Uri, da tribo de Judá e Oliab, filho de Aqui-samec, da tribo de Dan para que se constituíssem em Mestres dos companheiros, dos aprendizes e dos artífices que iriam fazer todas as obras de ouro, prata, bronze e outros metais que iriam servir para a confecção do Tabernáculo, do Altar e da Arca de Aliança, e para o serviço do ritual, como era o caso das lâmpadas de azeite, os candelabros, os vasos, o propiciatório, as vestimentas dos sacerdotes e seus oficiantes, e todos os demais equipamentos necessários para o exercício litúrgico, que exigiam obras de metalurgia, olaria e carpintaria.[17]
26. Naqueles dias, no entanto, os filhos de Israel não trabalharam em obras de cantaria, porquanto ainda eram nômades, vivendo no deserto e não tinham uma terra fixa para morar.1 Viviam constantemente mudando de local, montando suas tendas onde se encontrasse água e pasto para seus animais.
27. Por isso é que oficiavam em vários locais, e muitos nomes de lugares foram escritos nos livros que Moisés escreveu para contar a história da Fraternidade dos Filhos de Israel.
28. E o Grande Arquiteto do Universo ditou a Moisés os “Land Marks” que deveriam constituir as cláusulas pétreas a regular a vida dos Irmãos: eram em número de dez e diziam:[18]
29. Não terás deuses estrangeiros perante Mim;1 Não farás ima-gens de escultura nem de ho-mem, nem de animal, nem de coisa alguma que existe na terra; 2Não adorarás nenhuma imagem de escultura;3 Não tomarás o Nome do Senhor em vão;4 Respeitarás o Sábado como dia santificado;5 Não matarás; 6Não cometerás adultério: 7Não furtarás; 8Não darás falso testemunho contra teu próximo; 9 Não cobiçarás nenhum dos bens do teu próximo.
30. Todos esses preceitos ainda hoje são luzes que orientam os caminhos dos Obreiros da Arte Real, porque a Ordem maçonica é inspirada na Fraternidade dos Filhos de Israel, fundada naqueles dias pelo Irmão Moisés.
31. E para quem mais quiser saber sobre as verdadeiras Ordenações maçônicas, basta estudar, com atenção os relatos escritos pela mão de Moisés, pois eles justificam todas as práticas hoje adotadas nas Lojas dos Obreiros da Arte Real.
32. Porque eles foram escritos para dar conta a todos os seres humanos que é possível o estabelecimento da verdadeira Irmandade, pois que no princípio ela foi uma realidade vivida por todos os seres gerados pelo Grande Arquiteto do Universo.1 Essa Irmandade foi destruída com a rebelião dos anjos caídos.2 Por isso o Grande Arquiteto do Universo escolheu os filhos de Israel para reconstruir, na terra, aquela Irmandade que existiu entre os homens antes da rebelião dos querubins. 3 Com isso Ele quis mostrar que é possível aos seres humanos viver em perfeita ordem e união.
33. E essa é a história da Pri-meira e Verdadeira Loja dos Obreiros da Arte Real, que foi a nação fundada por Moisés para abrigar aqueles hebreus saídos do Egito por ocasião do grande Êxodo.
[1] Esses relatos constituem o conjunto de livros chamado Pentateuco, que são os cinco livros atribuídos á Moisés, também conhecidos como Torá. Sãos os livros do Gênesis, Êxodo, Deuteronômio, Levítico e Números.
[2] Foi pela invocação do Nome Sagrado que Moisés chamou sobre o Egito as sete pragas que convenceram Ransés II a liberar a saída do povo hebreu do Egito. E também foi pelo poder dessa Palavra Sagrada que ele abriu as águas do Mar Vermelho para que os hebreus passassem, e afogasse a cavalaria egípcia,, que os perseguia. A suposição de que o faraó do Êxodo foi Ransés II é baseada na informação de que os hebreus ergueram as cidades de Tendas, Fiton e Ransés, esta última uma cidade santuário dedicado á Ransés II. que subiu ao trono em 1290 a C.
[3] Por essa razão os iniciados na Maçonaria são também, simbolicamente, “purificados” pelos quatro elementos por ocasião de suas iniciações.
[4] Humanidade Autêntica é uma expressão cunhada pelos maçons espiritualistas no século XIX, para designar a maçonaria dos Ritos Superiores. É uma expressão inspirada em teses da Antroposofia, que afirma ter existido, antes da atual espécie humana, uma raça superior, que teria desaparecido em razão da cataclismos naturais, mas alguns sobreviventes dessa raça ainda existiriam e constituiriam um grupo de “superiores desconhecidos” que seriam uma espécie de mentores da humanidade atual. Essa ideia teve muitos adeptos na Alemanha do século XIX e teria influenciado bastante na filosofia do nacional-socialismo de Hitler.
[5] Êxodo 18: 25 a 27 ; 29: 29;30; 35: 10 a 19
[6] São as regras previstas no Levítivo.
[7] Regras constantes do Deuteronômio.
[8] Chamado de Imposto para o Santuário. Êxodo, 29: 11 a 15
[9] Êxodo , 26 1 a 4
[10] ~Exodo, 26; 15 a 20
[11] Êxodo, 26: 15 a 30.
[12] Êxodo, 26: 31 a 37
[13] Idem, 27 9 a 19
[14] Idem, 38: 9 a 29. Sala dos Passos Perdidos é o átrio de antecede a entrada do Templo maçônico.
[15] Êxodo,29 ; 29,30
[16] Idem, 28:
[17] Êxodo, 36;1
[18]Referência ao Decálogo, os Dez Mandamentos que Deus mandou registrar nas Tábuas da Lei. A analogia aqui feita com os “Land Marks” da Maçonaria é em razão de que ambos os Estatutos são regras básicas que devem ser observadas por todos os maçons assim como o Decálogo era uma espécie de Constituição para o povo de Israel.