O TESTAMENTO DO MAÇOM- II- A MISSÃO DO MAÇOM
Capítulo 2
O propósito da Maçonaria
1. A Maçonaria é uma instituição mundial e pode ser vista como a pátria que congrega todos os maçons do mundo.
2. Seu território é o mundo, sua divisa é a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade, e seu povo são os iniciados de toda a terra, que assumiram o compromisso de construir esse sacrossanto edifício.
3 Ora, sabemos que, mesmo na construção de um edifício, há ações que concorrem para que a edificação se torne segura, bonita, perfeita, própria para habitação humana; 3.1 E há outras que a contaminam de vícios, defeitos e imperfeições que diminuem sua qualidade e os tornam impróprios e perigosos para que o ser humano possa nela habitar.
4. Ás primeiras, nós as chamamos de vícios, pecados, defeitos de caráter, ignorância, etc.; 4.1 às segundas chamamos de virtudes, sabedoria, nobreza de caráter, etc.
5. Por isso se diz em nossa Ordem que a prática da Arte Real se destina a levantar templos à virtude e masmorras ao vício.
6 Dessa forma, os Obreiros da Arte Real, que são os maçons, são os pedreiros do Universo, e pelas ações que praticam no mundo, estão ajudando o Grande Arquiteto do Universo a erguer o edifício da Humanidade Autêntica.[1]
A Humanidade Autêntica
7. Esse termo (Humanidade Autêntica) designa a qualidade de que eram revestidos os homens que constituíram as primeiras civilizações humanas. 7.1 Eram homens perfeitos em caráter e potentes em seus físicos, detentores de grande ciência e saber, e suas civilizações eram muito avançadas. 7.2 A memória dessas civilizações é o arquétipo que está na base daquele estado de perfeita ordem e felicidade que já existiu um dia na Terra, mas que foi perdido em consequência das nossas próprias fraquezas e vícios, especialmente a grande vaidade que nos domina a alma quando atingimos um determinado grau de sabedoria ou de poder temporal.
A questão da espiritualidade
8. É especialmente para aprender a lutar contra esses vícios que nos dominam a alma e que, em tempos perdidos na bruma dos tempos, ocasionou a nossa queda, que a Arte Real se organizou, recompondo a antiga sabedoria legada pelos hierofantes do passado, e a revestiu na forma de lendas, metáforas e símbolos, que falam mais à nossa alma do que à nossa razão.
8 Por isso é que os Irmãos não devem procurar entender a Arte Real pelo lado da racionalidade pois a sabedoria que ela contém não está no domínio da razão, mas sim no território bem mais amplo das sutilezas do espírito.
9 E nem por isso é menos verdadeira a sabedoria que ela encerra. 9.1 Pois que todas as disciplinas destinadas à aprendizagem pelo espírito, que é a sabedoria que nós chamamos de espiritualidade, estão alicerçadas nessas profundidades que os filósofos chamam de metafísica.
10 Com efeito, é neste território, que está além da judicatura da razão, que se situam as raízes da Ética, da Moral, da Religião, que muito mais do que as leis escritas, conformam o espírito humano e lhe dão uma diretiva sólida.
11 Por isso é que para entender de fato a Arte Real é preciso pensar de maneira analógica, pois a linguagem dessa Sublime Arte é a linguagem dos símbolos, que foi a primeira forma de comunicação que os seres humanos utilizaram;11.1 E essa era também essa a forma pela qual, nos primórdios da civilização, homens e deuses se entendiam e falavam face a face.
Conexão com as antigas civilizações
12. Os sábios de antigamente, que foram os primeiros idealizadores da Nossa Sublime Ordem, acreditavam na existência de seres primordiais que teriam vivido na terra, antes da atual forma civilizada do ser humano. 12.1. Eles constituíam uma avançada civilização, com uma sabedoria diferente da nossa; por isso suas vidas eram muito longas. 12.2 Isso porque eles viviam em um mundo perfeito de paz, saúde e felicidade, pois sabiam manter uma estreita relação com a Natureza do Cosmo e com o seu Criador, que é o Grande Arquiteto do Universo.[2]
13. Podemos citar o Egito de antes da era histórica e os povos mais antigos da Mesopotâmea como exemplos dessas culturas que compartilharam de uma relação mais próxima com os deuses.[3]
14. Essa relação transparece de forma clara em seus escritos e nas tradições que eles nos legaram, legados esses que sobrevivem nas lendas, nos contos, nas metáforas, nos símbolos e nos mistérios mais secretos das suas religiões, que foram apropriados, sem o devido entendimento, pelos teólogos das religiões modernas e inseridos como dogmas de fé nas crenças hoje professadas.
15. Os antigos caldeus calculavam o início da sua civilização em quatrocentos e setenta e três mil anos antes da era de Alexandre, o Magno. 15.1 Foi esse grande general e conquistador macedônio que fez desaparecer o antigo saber instintivo daqueles povos, substituindo-o pela ciência racional e lógica dos gregos. 15.2 Para aquele antigo povo, no entanto, o mundo já havia vivido uma era dourada, onde homens e deuses viviam em paz e harmonia, cada um cônscio de suas responsabilidades para com a construção e a estabilidade do mundo, e exercendo com habilidade e competência as suas funções.
17 Essa também era a crença dos antigos egípcios; eles diziam que a sua civilização lhes tinha sido transmitida diretamente pelo Deus Osíris, o Filho do Sol, que tinha vindo à terra justamente para essa missão civilizadora[4].
18. E todas as antigas civilizações guardaram em suas memórias esses contatos diretos com os deuses. 18.1 Esses contatos diretos entre homens e deuses foi interrompido pela queda do homem, quando os deuses deixaram de falar com os homens face a face. 18.2 – Essa queda foi registrada pela memória humana como sendo a expulsão do casal humano do Paraíso, mas na verdade, ela retrata o momento em que o homem adquiriu consciência de si mesmo e passou a questionar a divindade. [5]
19 Dessa forma, a relação entre o humano e o divino, que antes acontecia de forma direta, depois da queda passou a ser feita de forma indireta, através dos nossos espíritos, cuja função principal é manter o fluxo de comunicação entre o mundo sagrado e o mundo profano. [6]
A questão da iniciação
20. Depois da queda se tornou necessário o estabelecimento da religião e dentro desta, uma iniciação, como forma de ingresso do espirito humano na modalidade sutil que forma o substrato do mundo sagrado.[7]
21 Todas as religiões tem a sua forma de iniciação: batismos, purificações, viagens simbólicas, tudo são fórmulas ritualísticas diversas que visam abrir a porta da mente do iniciado para os conteúdos sutis da crença que ele vai assumir.
22. E seja qual for a forma de iniciação, ela contem elementos que são comuns a todas as fórmulas e ritos, pois elas provém de uma origem única e servem a uma finalidade semelhante, que é impressionar o espírito do neófito, preparando-o, como recipiendário de um novo saber, que lhe dará a condição de iniciado.
23. Por isso que todas as iniciações começam com uma morte ritual, que encerra uma visita á escuridão total, para que dela o iniciando renasça, como semente fecundada pelos raios solares, para uma nova luz, que doravante irá iluminar sua existência.
24. Tal é a finalidade de todas as crenças, o conteúdo de todas as religiões, a promessa contida em todas as buscas do espírito.
25. Toda a liturgia desenvolvida nos ritos iniciáticos são, dessa forma, fórmulas segundo as quais nossa mente é preparada o contato com o mundo da espiritualidade.
A simbologia maçônica
26. Os símbolos revelam o sagrado, e as lendas, as alegorias e as metáforas os introduzem na esfera da nossa consciência, para que, da interação deles com as nossas próprias visões do mundo, das nossas esperanças e as nossas crenças particulares, possa emergir a luz da nossa estrela interior.
27. Por isso é que se diz que nos nossos Templos se pratica a Obra. 27.1 E que esta Obra é um trabalho de Arte que se faz sobre o próprio espírito, lapidando-o como o artesão de antigamente fazia com a pedra que seria utilizada nas construções.
28. Essa é razão de essa sublime Arte se chamar Maçonaria, sendo este nome o que se dava às antigas associações que congregavam os pedreiros profissionais na Idade Média, construtores das grandes igrejas que ainda hoje se veem pelo mundo todo. 28.2 Assim é que Pedra Bruta somos, quando nela ingressamos como aprendizes, Pedra Lavrada nos tornamos quando nos elevamos a companheiros, e Pedra de Sustentação finalizamos quando nos elevamos ao mestrado. [8]
29 Possam os Irmãos entender realmente a verdadeira sabedoria contida nessas alegorias, porquanto elas revelam a chave da nossa doutrina. 29.1 E ainda que muitos vejam nelas apenas uma alegoria de fundo moral, que reflete um programa de aprimoramento interior do caráter do Irmão, de cunho puramente educativo, didático ou filosófico, ou qualquer outra coisa classificável entre as sabedorias desenvolvidas pela mente humana, existe nesse simbolismo de lapidação da pedra não apenas uma figura de linguagem a indicar que somos diamantes brutos a espera do cinzel do artesão, mas um sentido de ascese que nutre a alma humana na sua eterna procura pela finalidade última para a qual foi criada.
A missão do maçom
30. Porque viemos do pó e pó tornaremos a ser. 30.1- Mas entre o pó de onde viemos e o pó que voltaremos a ser, há uma missão a ser cumprida. 30.2.- E esta se cumpre no intervalo que chamamos de vida.
31. Pois o que acontece no mundo da matéria bruta se repete no mundo da matéria viva; 31.1- A energia que existe no interior do átomo se liberta quando seu núcleo é rompido. 32.2 - E toda matéria é feita de energia que se transforma em massa. 31.3- Quando desaparece a massa, a energia se liberta e continua a existir em outra forma. 32.3- Assim é o espírito humano: pura energia.
32. Teia de relações é o mundo em que nos movemos fisicamente. 32.1- Teia de relações é o mundo em que vivemos espiritualmente. 32.2- E tanto em um quanto em outro, tudo começa como matéria bruta, torna-se matéria trabalhada e por fim obra de preço, lavrada, cada qual com seu valor adicionado.
33. Tal é o sentido ascensional da vida humana. 33.1.- Não estamos aqui como consequência de um mero acidente interativo nas propriedades existentes na matéria universal. 33.2. Não somos um vírus inoculado na corrente sanguínea da natureza por falhas nas suas precauções antisépticas. 33.3- Somos os Obreiros do universo e aqui fomos postos para construí-lo. 33.4 - Essa é nossa missão.
Capítulo 2
O propósito da Maçonaria
1. A Maçonaria é uma instituição mundial e pode ser vista como a pátria que congrega todos os maçons do mundo.
2. Seu território é o mundo, sua divisa é a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade, e seu povo são os iniciados de toda a terra, que assumiram o compromisso de construir esse sacrossanto edifício.
3 Ora, sabemos que, mesmo na construção de um edifício, há ações que concorrem para que a edificação se torne segura, bonita, perfeita, própria para habitação humana; 3.1 E há outras que a contaminam de vícios, defeitos e imperfeições que diminuem sua qualidade e os tornam impróprios e perigosos para que o ser humano possa nela habitar.
4. Ás primeiras, nós as chamamos de vícios, pecados, defeitos de caráter, ignorância, etc.; 4.1 às segundas chamamos de virtudes, sabedoria, nobreza de caráter, etc.
5. Por isso se diz em nossa Ordem que a prática da Arte Real se destina a levantar templos à virtude e masmorras ao vício.
6 Dessa forma, os Obreiros da Arte Real, que são os maçons, são os pedreiros do Universo, e pelas ações que praticam no mundo, estão ajudando o Grande Arquiteto do Universo a erguer o edifício da Humanidade Autêntica.[1]
A Humanidade Autêntica
7. Esse termo (Humanidade Autêntica) designa a qualidade de que eram revestidos os homens que constituíram as primeiras civilizações humanas. 7.1 Eram homens perfeitos em caráter e potentes em seus físicos, detentores de grande ciência e saber, e suas civilizações eram muito avançadas. 7.2 A memória dessas civilizações é o arquétipo que está na base daquele estado de perfeita ordem e felicidade que já existiu um dia na Terra, mas que foi perdido em consequência das nossas próprias fraquezas e vícios, especialmente a grande vaidade que nos domina a alma quando atingimos um determinado grau de sabedoria ou de poder temporal.
A questão da espiritualidade
8. É especialmente para aprender a lutar contra esses vícios que nos dominam a alma e que, em tempos perdidos na bruma dos tempos, ocasionou a nossa queda, que a Arte Real se organizou, recompondo a antiga sabedoria legada pelos hierofantes do passado, e a revestiu na forma de lendas, metáforas e símbolos, que falam mais à nossa alma do que à nossa razão.
8 Por isso é que os Irmãos não devem procurar entender a Arte Real pelo lado da racionalidade pois a sabedoria que ela contém não está no domínio da razão, mas sim no território bem mais amplo das sutilezas do espírito.
9 E nem por isso é menos verdadeira a sabedoria que ela encerra. 9.1 Pois que todas as disciplinas destinadas à aprendizagem pelo espírito, que é a sabedoria que nós chamamos de espiritualidade, estão alicerçadas nessas profundidades que os filósofos chamam de metafísica.
10 Com efeito, é neste território, que está além da judicatura da razão, que se situam as raízes da Ética, da Moral, da Religião, que muito mais do que as leis escritas, conformam o espírito humano e lhe dão uma diretiva sólida.
11 Por isso é que para entender de fato a Arte Real é preciso pensar de maneira analógica, pois a linguagem dessa Sublime Arte é a linguagem dos símbolos, que foi a primeira forma de comunicação que os seres humanos utilizaram;11.1 E essa era também essa a forma pela qual, nos primórdios da civilização, homens e deuses se entendiam e falavam face a face.
Conexão com as antigas civilizações
12. Os sábios de antigamente, que foram os primeiros idealizadores da Nossa Sublime Ordem, acreditavam na existência de seres primordiais que teriam vivido na terra, antes da atual forma civilizada do ser humano. 12.1. Eles constituíam uma avançada civilização, com uma sabedoria diferente da nossa; por isso suas vidas eram muito longas. 12.2 Isso porque eles viviam em um mundo perfeito de paz, saúde e felicidade, pois sabiam manter uma estreita relação com a Natureza do Cosmo e com o seu Criador, que é o Grande Arquiteto do Universo.[2]
13. Podemos citar o Egito de antes da era histórica e os povos mais antigos da Mesopotâmea como exemplos dessas culturas que compartilharam de uma relação mais próxima com os deuses.[3]
14. Essa relação transparece de forma clara em seus escritos e nas tradições que eles nos legaram, legados esses que sobrevivem nas lendas, nos contos, nas metáforas, nos símbolos e nos mistérios mais secretos das suas religiões, que foram apropriados, sem o devido entendimento, pelos teólogos das religiões modernas e inseridos como dogmas de fé nas crenças hoje professadas.
15. Os antigos caldeus calculavam o início da sua civilização em quatrocentos e setenta e três mil anos antes da era de Alexandre, o Magno. 15.1 Foi esse grande general e conquistador macedônio que fez desaparecer o antigo saber instintivo daqueles povos, substituindo-o pela ciência racional e lógica dos gregos. 15.2 Para aquele antigo povo, no entanto, o mundo já havia vivido uma era dourada, onde homens e deuses viviam em paz e harmonia, cada um cônscio de suas responsabilidades para com a construção e a estabilidade do mundo, e exercendo com habilidade e competência as suas funções.
17 Essa também era a crença dos antigos egípcios; eles diziam que a sua civilização lhes tinha sido transmitida diretamente pelo Deus Osíris, o Filho do Sol, que tinha vindo à terra justamente para essa missão civilizadora[4].
18. E todas as antigas civilizações guardaram em suas memórias esses contatos diretos com os deuses. 18.1 Esses contatos diretos entre homens e deuses foi interrompido pela queda do homem, quando os deuses deixaram de falar com os homens face a face. 18.2 – Essa queda foi registrada pela memória humana como sendo a expulsão do casal humano do Paraíso, mas na verdade, ela retrata o momento em que o homem adquiriu consciência de si mesmo e passou a questionar a divindade. [5]
19 Dessa forma, a relação entre o humano e o divino, que antes acontecia de forma direta, depois da queda passou a ser feita de forma indireta, através dos nossos espíritos, cuja função principal é manter o fluxo de comunicação entre o mundo sagrado e o mundo profano. [6]
A questão da iniciação
20. Depois da queda se tornou necessário o estabelecimento da religião e dentro desta, uma iniciação, como forma de ingresso do espirito humano na modalidade sutil que forma o substrato do mundo sagrado.[7]
21 Todas as religiões tem a sua forma de iniciação: batismos, purificações, viagens simbólicas, tudo são fórmulas ritualísticas diversas que visam abrir a porta da mente do iniciado para os conteúdos sutis da crença que ele vai assumir.
22. E seja qual for a forma de iniciação, ela contem elementos que são comuns a todas as fórmulas e ritos, pois elas provém de uma origem única e servem a uma finalidade semelhante, que é impressionar o espírito do neófito, preparando-o, como recipiendário de um novo saber, que lhe dará a condição de iniciado.
23. Por isso que todas as iniciações começam com uma morte ritual, que encerra uma visita á escuridão total, para que dela o iniciando renasça, como semente fecundada pelos raios solares, para uma nova luz, que doravante irá iluminar sua existência.
24. Tal é a finalidade de todas as crenças, o conteúdo de todas as religiões, a promessa contida em todas as buscas do espírito.
25. Toda a liturgia desenvolvida nos ritos iniciáticos são, dessa forma, fórmulas segundo as quais nossa mente é preparada o contato com o mundo da espiritualidade.
A simbologia maçônica
26. Os símbolos revelam o sagrado, e as lendas, as alegorias e as metáforas os introduzem na esfera da nossa consciência, para que, da interação deles com as nossas próprias visões do mundo, das nossas esperanças e as nossas crenças particulares, possa emergir a luz da nossa estrela interior.
27. Por isso é que se diz que nos nossos Templos se pratica a Obra. 27.1 E que esta Obra é um trabalho de Arte que se faz sobre o próprio espírito, lapidando-o como o artesão de antigamente fazia com a pedra que seria utilizada nas construções.
28. Essa é razão de essa sublime Arte se chamar Maçonaria, sendo este nome o que se dava às antigas associações que congregavam os pedreiros profissionais na Idade Média, construtores das grandes igrejas que ainda hoje se veem pelo mundo todo. 28.2 Assim é que Pedra Bruta somos, quando nela ingressamos como aprendizes, Pedra Lavrada nos tornamos quando nos elevamos a companheiros, e Pedra de Sustentação finalizamos quando nos elevamos ao mestrado. [8]
29 Possam os Irmãos entender realmente a verdadeira sabedoria contida nessas alegorias, porquanto elas revelam a chave da nossa doutrina. 29.1 E ainda que muitos vejam nelas apenas uma alegoria de fundo moral, que reflete um programa de aprimoramento interior do caráter do Irmão, de cunho puramente educativo, didático ou filosófico, ou qualquer outra coisa classificável entre as sabedorias desenvolvidas pela mente humana, existe nesse simbolismo de lapidação da pedra não apenas uma figura de linguagem a indicar que somos diamantes brutos a espera do cinzel do artesão, mas um sentido de ascese que nutre a alma humana na sua eterna procura pela finalidade última para a qual foi criada.
A missão do maçom
30. Porque viemos do pó e pó tornaremos a ser. 30.1- Mas entre o pó de onde viemos e o pó que voltaremos a ser, há uma missão a ser cumprida. 30.2.- E esta se cumpre no intervalo que chamamos de vida.
31. Pois o que acontece no mundo da matéria bruta se repete no mundo da matéria viva; 31.1- A energia que existe no interior do átomo se liberta quando seu núcleo é rompido. 32.2 - E toda matéria é feita de energia que se transforma em massa. 31.3- Quando desaparece a massa, a energia se liberta e continua a existir em outra forma. 32.3- Assim é o espírito humano: pura energia.
32. Teia de relações é o mundo em que nos movemos fisicamente. 32.1- Teia de relações é o mundo em que vivemos espiritualmente. 32.2- E tanto em um quanto em outro, tudo começa como matéria bruta, torna-se matéria trabalhada e por fim obra de preço, lavrada, cada qual com seu valor adicionado.
33. Tal é o sentido ascensional da vida humana. 33.1.- Não estamos aqui como consequência de um mero acidente interativo nas propriedades existentes na matéria universal. 33.2. Não somos um vírus inoculado na corrente sanguínea da natureza por falhas nas suas precauções antisépticas. 33.3- Somos os Obreiros do universo e aqui fomos postos para construí-lo. 33.4 - Essa é nossa missão.
[1] Grande Arquiteto do Universo é o nome que a Maçonaria dá ao Princípio Único que rege o universo. É, por analogia, o que as religiões oficiais consagram como Deus. Porém, diferente das crenças oficiais, Deus, na Maçonaria, não é uma entidade no sentido de que essas religiões o tomam, mas uma Inteligência que “pensa” o universo e traça os planos segundo os quais ele vai tomando forma. Por isso Ele é o Grande Arquiteto do Universo. Esse termo foi inspirado na filosofia do grego Platão, que via Deus como um arquiteto (Tecton) planejando o mundo para seus agentes (homens e semideuses) construírem com seus atos.
[2] A Bíblia cita os primeiros patriarcas como seres que viviam centenas de anos. Adão, Seth, Enos, Cainan, Matusalém, Henoc, são alguns exemplos desses homens cuja relação com a Divindade era praticamente pessoal, como diz a Bíblia. Os grandes heróis arquetí-picos de todas as culturas, tais como Osíris, Hércules, Gilgamés, e os heróis hindus da Bhagavad Gita também pertencem a esse rol. A estes últimos a Bíblia chama de nefilins, que quer dizer “descendentes dos anjos caídos”. ( Gênesis 6.4) A propósito, ver a curiosa tese de Zecharias Sitchin, exposta em seu livro “ O Décimo Segundo Planeta”, na qual esse historiador defende a ideia que os chamados “anjos caídos” da Biblia eram, na verdade, exploradores espaciais, que visitaram nosso planeta há cerca de 12 mil anos atrás e deram início á nossa civilização. Esses exploradores, chamados de annunakis, são citados na literatura dos povos mesopotâmicos antigos.
[3] Os antigos egípcios acreditavam que sua civilização havia sido fundada pelo deus Osiris, o qual seria um sobrevivente de uma antiga civilização destruída, provavelmente a Atlântida.
[4] Veja-se a Lenda de Ísis e Osíris.
[5] Esse episódio da história humana foi registrada pelos gregos na lenda de Prometeu, o homem que roubou o fogo dos deuses e o deu aos homens, fazendo com que sua consciência despertasse.
[6] Aqui se refere á queda do homem, representada pelo pecado de Adão e Eva e que resultou na expulsão do casal do Paraíso. Ver Gênesis, 3.21
[7] A palavra religião significa religar, ou seja, reatar, com o meio divino, uma relação que foi rompida em face do rompimento entre o mundo dos homens e o mundo dos deuses. A Bíblia registra que a última comunicação direta de Deus com os homens foi a sua manifestação à Moisés no Monte Sinai. Depois disso não há mais registros de aparições diretas de Deus na terra, mas apenas de emissários dele(anjos).
[8] Simbologia emprestada da estrutura das igrejas medievais, em cujos edifícios esses tipos de pedras eram usados.
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DO LIVRO- O TESTAMENTO DO MAÇOM-NO PRELO
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DO LIVRO- O TESTAMENTO DO MAÇOM-NO PRELO